O Filho do Alquimista de Aço escrita por animesfanfic


Capítulo 12
O segredo da Central e a Pressão de Lust


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, neste capítulo Lust vai pressionar Winry a cumprir o trato e Edward vai finalmente descobrir qual seu verdadeiro inimigo! Confiram!



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      Logo que o dia amanheceu, Edward já estava a caminho da Central,
não queria que Winry fosse junto, mas ela não lhe deu ouvidos.

Winry- Como o Coronel reagiu por eu não ter ficado em Rush
Valley?

Ed- Ah, no telefone ele foi meio frio. Mas acho que é
porque alguém pode ouvir, não sei bem. Na verdade, aquela conversa que ele teve
comigo em Resempool não foi muito esclarecedora. A única coisa que eu
supostamente entendi, era que deveria vir para a Central porque havia um novo
homúnculo inesperado. Alguém que ninguém imagina ser... Alguém que todos
pensariam ser inocentes, em todas as hipóteses.





Winry- Mas já não tem o ‘’supremo’’
Fuhrer Bradley? Não achei que houvesse poder maior que o dele. - Disse
pensativa.





Ed- Nem eu, mas é nítido que não é ele que está por
trás disso tudo. O inimigo que anda as cegas é muito mais perigoso.





Winry- Verdade...





Ed- Al me disse que volta o quanto antes. Parece que a
irmã da velhota já está bem melhor. Al ajudou com a alquimia muitos doentes por
lá. Ele tem um coração muito mole.





Winry- Ele é um bom garoto. Bem mais
sensível que você.





Ed- Ah! Lá vem você de novo dizendo essas asneiras! Eu
não me importo! Não vou ficar fazendo melodrama por causa de qualquer coisa.





Winry- É sempre assim, não é? - Continuaram
as famosas brigas até chegarem ao Quartel General.





Coronel Roy Mustang e a Primeira Tenente Riza Hawkeye
ainda não haviam chegado, mas o alquimista preferiu esperar, logicamente.





Ed- Esse Coronel, só fica na vida mansa. A essa hora e
ele nem chegou. Muito me espanta a Tenente ainda não estar aqui. - Comentou.





Winry- Ele não faz nada mesmo, mas
ainda é muito cedo. São 7h30, daqui a pouco ele vai aparecer. Mas sobre a Tenente,
eu tenho pena dela.





Ed- Pena? Por quê? - Questionou surpreso.





Winry- Ora, você nunca notou como o
Coronel é mulherengo? Fica atrasando o trabalho pra namorar, e ela sendo tão
bonita, tem que se cuidar. Ele é interessado por ela. Imagine só, além de
proteger sua segurança, ainda tem que se proteger da mão boba de Roy. - Falou
arfando, só de imaginar como era difícil administrar tudo.





Ed- O Coronel interessado na Tenente? Nunca! - Disse, gargalhando.





Winry- Como assim, nunca? Você não a
acha atraente?





Ed- Não, não é isso. Aliás, ela é uma mulher muito
bonita, mas eu digo que mesmo o Coronel sendo mulherengo, ele a trata como um
braço direito. Não tem espaço pra esses dramas românticos que você cria, Winry!

Winry- Ah, claro. Agora eu sou a
melodramática fantasiosa? Eu estou dizendo, ele gosta dela, e muito. É o que eu
vejo.


Ed- Você anda precisando usar óculos então. - Disse, dando
uma última risada.


Winry bufou.


[Na casa de Roy Mustang]

Roy- Acha que pode ir comigo até o Quartel? – Disse
falando pela primeira vez no dia.



      Eles estavam
sentados na mesa do café, feita por ele, há meia hora, sem trocar uma palavra. Só
escutavam os passarinhos que cantavam lá fora, uma manhã clara. Clara como o
sol, sem nenhum resquício de sombra. Das sombras que atormentavam Riza.





Riza- Eu estou perfeitamente bem para trabalhar. - Disse,
abrindo os olhos, que repousavam há alguns segundos.





Roy- Você parece calma. - Analisando.





Riza- Eu estou.





Roy- Que bom que você se recupera rápido. – A mulher
assentiu com a cabeça.





Roy – Me diga uma coisa, Tenente. – Olhando-a sério.





Riza- Sim, diga. - Meio surpresa.





Roy – Você costuma ter mau humor matinal? Porque eu sou
um cara muito animado de manhã. – Dando um sorriso largo.





Riza- Do que você está falando... – Com uma cara muita
irritada.





Roy – Relaxe, só estou descontraindo. Afinal, as coisas
estão um pouco pesadas, não é? – Olhando-a fixamente.





Riza – É. – Desviando o olhar,
tensa.





Roy - Riza, eu vou ser muito honesto com você. Espero
que escute com clareza. – A mulher o olha surpresa.





Roy- Se você continuar com essa máscara achando que é
uma defesa, esteja enganada. Eu conheço você perfeitamente. Convivemos a tempo
suficiente para saber até quando respira nervosamente. E o que eu vi ontem, não
existe nada parecido que puxe na memória já ter visto a seu respeito. Não quero
que se finja de forte enquanto está em cacos por dentro. E sei que está assim. Essa
armadura não vai resolver. Não comigo.





Riza- Não sei do que você está falando. Tudo bem que eu
tive uma fraqueza ontem, mas entenda isso por encerrado.





Roy- Não vou ficar a merce da sua boa vontade para
falar. Se não consegue ser sincera comigo, não vou poder ajudar. As coisas
mudaram, eu preciso entender seus sentimentos. Não vou mais falar sobre isso, estou
sendo sincero e honesto. E quero o mesmo seu.





         Riza
olhava sem nenhuma expressão para o rosto escultural de Roy. Ela dava razão a
cada centímetro de milímetro do que ele falava, mas o silêncio parecia soar
melhor que qualquer balbuciar de palavras.





Riza- ...





Roy- Assim está ficando difícil. – Testando ao máximo o
controle emocional de seu braço direito. Olhou-a por mais alguns segundos em
silêncio e teve uma ideia. Pousou sua mão sobre as dela. – Pode confiar em mim.





          Riza o
olhava atortoada. Seus olhos a entregavam. E ele sabia que ela escondia algo,
mas estava jogando para ver até onde o que omitia era valioso.





Roy- Eu sei que está superando meu toque. - Dando uma
risada triste.





Riza-Eu não tenho o direito... De fazer isso que estou
fazendo com você.





Roy- Comece me contando o que viu ontem.





Riza – Eu já lhe contei tudo que vi, Coronel. – Falando
firmemente. Ele continuava com a mão sobre a dela.





Roy – Tenho certeza que sim. – Franziu o cenho e retirou
a mão. Voltando a ter uma expressão suave, tomou um gole de café. Riza
respirava aliviada. O silêncio permaneceu.





Riza - Sou eu mesma que tenho que resolver meus
complexos, isso não tem nada a ver com você. – O homem a olha sem expressão.





Roy – Você prometeu me seguir e me proteger. Mas sinto
que está me enganando. Não gosto disso, Primeira Tenente. – Fincando os olhos
sobre ela.





Riza – Você me conhece pouco, Coronel. – Franzindo a
testa, irritada.





Roy- Pela última vez: O que está acontecendo? – A
atordoada mulher viu finalmente um fundo de coragem para dizer-lhe a verdade.
Contar todas as atrocidades que viu e ouviu.





Riza- Eu... – Olhava-o, iria contar.





“A pedra filosofal é feita de
sacrifícios humanos, minha Riza.(...) Não conte para ninguém, se não vou ter
que dar outra lição, mas dessa vez será ao vivo.”





Um flash de tudo passou por sua cabeça.





Riza – Eu... – Com olhos caídos. –
Não tenho nada para dizer.





Roy- Está se esquivando. – Falou calmo. – Está na sua
cara que me esconde algo.





Riza- Estou cansada, é só isso. – Levantando-se, mesmo
com as pernas bambas.





Roy – Como você é teimosa. – Arfando, seguindo para
escorá-la.





        O silêncio voltou a pairar sobre o ar, que
ficava cada vez mais denso. Tudo parecia devagar. Foi então que sentiu o calor
do homem a seu lado se aproximar. O coração não demorou a mostrar sua presença.
Aquilo parecia altamente incomodativo. Sentiu se aproximar de seu rosto, até
seu ouvido.





Roy- Eu vou te dar um beijo no rosto, fique calma. - Susurrando
pausadamente. Mesmo assim ela ficou atordoada com a voz firme e sedutora tão
perto. Foi se aproximando bem devagar, parecendo respeitar até o ar que passava
entre eles. Pousou seus lábios quentes sobre a bochecha de porcelana. Sentia
Roy respirar perto dela e aquilo estava quente. Tão devagar quanto no começo, ele
foi se afastando. Continuou olhando-a.





Riza – Por que você fez isso?





Roy- Para ver o quanto você está mal.





Riza- O seu perfume, é muito bom. – Roy estreita o
olhar, plácido.





Roy- Entendo. Acho melhor irmos, o Fullmetal já deve
estar lá.





Riza- Sim. – Concordando com a cabeça. – Mas você pode
me soltar agora, posso andar sozinha. – Soltando-se do apoio do homem.





Roy – Quanta gratidão. – Saiu atrás dela.





--





Central [Quartel General]





Winry- Estou com fome. Será que tem alguma lanchonete por
aqui?





Ed- Tem algumas na quadra, mas é melhor esperarmos mais
um pouco.





Winry- Não, não. Eu posso ir sozinha. Espere aqui.





Ed- Winry, não é bom você andar sozinha por aí, sabe
disso.





Winry- É rápido, não vai demorar. - Ed arfou, com uma
cara de desistência.





Ed- Vou com você, então. – Seguindo-a.





Eles pararam no Café
da Tarde
, apesar de ser cedo, para Winry comer algo.





Garçom – O que vocês irão querer? – A garota olhava o
cardápio indecisa.





Winry- Não sei, pode ser um croissant, um cappuccino e
pão de queijo.





Garçom – Claro. E o seu senhor, o que deseja? –
Virando-se para Edward.





Ed- Não quero nada, obrigado.





Garçom – Com licença. – Retirando-se do local.





Winry – Eu não entendo essa sua correria. Se nem ele está
lá ainda. – Dando de ombros.





Ed- Você é inconsequente mesmo, né garota? – Winry lembra
das palavras de Lust e muda o cenho.





Ed- Que foi?





Winry – Nada... – Afastando os cabelos de perto dos
olhos. O garoto permaneceu olhando por alguns segundos. Não acreditava muito na
mudança da menina.





Ed- Eu não estou acreditando muito nessa sua mudança,
Winry.





Winry – Como? – Levantando a cabeça, nervosa. – Do que
você está falando?





Ed- Preocupa-se demais com o que eu penso. Mede seus
passos quando está comigo. E querendo ter uma relação. Isso é anormal para
você. – Fincando seus olhos nos dela, sério.





      Winry
realmente estava mudada. Não só pela ameaça constante em sua mente, mas também
pelo passo que tivera que tomar a partir disso. De forma absoluta, nem de longe
possuía o coração dócil de antes. Apesar de tudo, ainda deveria cumprir a
missão que lhe foi dada. Em termos, é claro.





Winry- Não é nada. Eu apenas estou tentando ser mais
madura. – Pousando suas mãos nas de Ed, que estavam sobre a mesa. O garoto a
olha sem expressão. Não parecia acreditar muito em suas palavras. Ele não era
nada bobo.





 Winry- O que foi,
não acredita em mim?





Ed- Não está me convencendo. – Tirando suas mãos que
pousavam na mesa. Winry se ajeitara um pouco na cadeira, e suspirou olhando
para os lados.





Winry – Cuide de meu pedido, vou ao banheiro, não demoro.
– Levantando-se com sua bolsa, sem nem esperar um “sim”. Ed ficou olhando-a
longamente. Tinha algo dizendo em sua mente que existia uma coisa muito fora do
normal acontecendo. No entanto, ele preferiu crer ser o costume de se manter
longe dela o tempo todo. E agora poder tocá-la de maneira livre o deixava um pouco
incomodado.





Breda- E aí, Fullmetal! – Apareceu por trás do garoto,
dando-lhe um tapa mais forte que o necessário. – Parando para fazer um
lanchinho, né? Você é humano afinal. – Dando uma gargalhada.





    Breda era um militar
rechonchudo, mas muito eficiente. Seus hábitos não eram tão polidos quanto de
Falman, mas não deixava de ser uma pessoa leal e companheira. Nas horas vagas,
acabava sempre no café da esquina, comendo algo de salgado, doce ou qualquer
coisa comestível. Sentou-se sem cerimônias no lugar de Winry, e nem prestou
atenção no pedido que o garçom servia na mesa. Em vez disso, pediu rapidamente
o seu costumeiro lanche.





Ed lembrara, em um momento, a sua última conversa com o
Soldade Breda, no terminal de trens.





Ed- Breda, me diga uma coisa.





Breda- Claro! Não esqueça meu Sunday de morango,
companheiro. – Falando para o garçom que passava.





Ed- Você lembra da nossa última conversa?





Breda- Vagamente, mas por quê?





Ed- Nada em especial, só gostaria de lembrar qual foi a
última vez que tratei negócios com Roy.





Breda- Acho que foi antes de você encontrar Scar em
Briston.





Ed- É, deve ter sido isso mesmo.





Breda- Até me lembro de ter mencionado o caso da menina
Nina. Aquele maldito do Scar ainda está solto. Te contei que encontramos o pai dela
preso no Quartel do Leste?





Ed- Como? – Levantando o cenho, chocado.





Breda- É! – O garçom já lhe servia agradavelmente. –
Obrigada companheiro, sempre prestativo. – Colocando uma nota de dez xilens (moeda
do país) em seu bolso.





Garçom- Prazer em serví-lo, Soldado Breda. – Saindo de
maneira educada.





Breda- Então cara. - Falava em meio a comelança. – Eu e o
Falman estávamos em uma missão pequena no Leste, há mais ou menos um mês atrás.
O Coronel mandou nós irmos lá para verificar um carregamento de armas ilegais.
Essas coisas chatas que você está cansado de fazer. – Comeu mais um pedaço do
pão.





Ed- Sim, eu sei. – Apoiando os cotovelos sobre a mesa,
mostrando interesse.





Breda- Então..





--



[No banheiro]





      Winry tentava
respirar melhor passando um pouco de água nas têmporas. Enxugou seu rosto e
ficou a olhar-se no espelho. O silêncio era grande, apesar de ouvir barulhos de
copos no lado de fora.





“O que fazer? O que fazer?
Preciso de uma luz, deve haver alguma maneira de reverter essa situação.”
Pensava incesantemente sobre o
assunto. Seu pavor para com a história estava mais amenizado e agora podia
pensar muito mais racionalmente que antes.





    Distraída em meio a seus devaneios,
não reparou uma mulher entrar e utIlizar o banheiro. Winry tentara sair do
transe, pegando um batom de dentro de sua necessaire
e passando nos lábios. Ficara mais corada e agradável. Guardara tudo em sua
bolsa de forma rápida. Estava ali há tempos, Ed devia estar preocupado.





Lust- Hey, como está indo? – A mulher saíra do banheiro
rapidamente e segurava sua mão de forma delicada. Winry encontrou em choque.





Lust- Você estava tão perdida em seus pensamentos que nem
reparou eu entrar no bar e agora no banheiro. Quanta indelicadeza. Deveria
cumprimentar conhecidos. – Soltando o braço da garota.





Winry – O que você quer? – Falou baixo, mas
agressivamente.





Lust- Sabe bem. – Virou para o espelho e dera
apalpadé-las nos cabelos. Suas roupas não eram as sombrias que sempre
utilizava. Agora vestia um soltinho vestido laranja. Winry poderia dizer, se
não fosse o inimigo em questão, que a mulher parecia perfeitamente normal e
agradável a seus olhos.





Winry – Agora vai me perseguir? – Afastando-se um pouco
da morena.





Lust – Não se dê tanto importância. – Ainda apalpava os
cabelos. – Vez ou outra virei para verificar como estão as coisas. Como estão
indo? Pelos dias, já poderia ter feito algo. Sabe que demos uma mãozinha, não?
Os trilhos, fomos nós que desviamos.





Winry cerra os olhos, suas suspeitas eram mesmo
verdadeiras quanto àquele assunto. Realmente haviam entrado em ação para o fato
se consumar. Por pior que podia ser, a garota estava colaborando com o plano, ainda
que tentasse retroagir as coisas. Estava encuralava, de forma definitiva.





Winry – Você sabe que já aconteceu.





Lust- Agradável. – Virando-se para ela.





Winry- Mas não posso garantir que irá sair como vocês
planejam! – Falou um pouco mais exaltada. Uma outra mulher entra no banheiro.
Lust olha de relance.





Lust- Não se preocupe, temos certeza que sairá tudo como
o combinado. É só você não nos desapontar que tudo irá ficar bem. – Falava ao
encalço de seu ouvido, bem próxima da protética.





Winry- Por que vocês querem isso? – Lust aproxima-se bem
da garota e pousa suas mãos no ventre da loira. Suas garras começam a aparecer
e a pressionar a barriga da garota. Sua respiração estava bem acentuada, o
caração parecia soltar pela boca. –Não querem dizer, não é? – Fechava o cenho
cada vez que as garras feriam mais seu ventre. – Isso só me responde como vocês
nos temem.





     A barriga da
garota já começava a dar sinais de pequenos cortes. A morena vira sua pupila
rapidamente para o lado direito, antes mesmo de ouvir qualquer barulho, tirando
suas mãos de cima da loira, afasta-se ligeira. A senhora sai do banheiro em
direção à pia, dando-lhes um cumprimento de meio sorriso.





Lust- Nos vemos, Winry querida. – Dando tchau com as
mãos, já de costas para ela.





     Winry suspirou
aflita. A mulher que lavava as mãos não parecia nenhum um pouco ter notado algo
errado. Mesmo nervosa, conseguira mover-se até um dos banheiros. Fechou-se lá e
sentando no vaso, levantou a blusa. Havia pequenos cortes em seu ventre, mas a
blusa, surrealmente, nada sofrera. Pegou um pouco de papel higiênico e limpou o
sangue que se acumulara no local. Arrumou-se de novo e abrira a porta, vendo-se
sozinha. Saiu de lá o quanto antes.



--



[Café da Tarde]





Breda- Foi isso. Para você ver. – Terminara seu lanche,
jogando-se pra trás.





Ed- Não posso acreditar. Aquele cara estava sendo
obrigado a produzir quimeras com implantes de armas contrabandeadas? – Em total
desnorteamento.





Breda- Pois é. O que parecia uma missão tranquila,
transformou-se em um escândalo. Para sair de lá foi um sufoco! Metade da
população o culpava por ajudar no crime de contrabando e vender armas ilegais
aos marginais da cidade. O índice de violência no Leste é alto.





Ed- Posso imaginar. Mas o pai de Nina nada tem haver com
esses bandidos.





Breda- De fato, mas e explicar isso à população? Foi
quase impossível. Eles acharam que aquilo era um complô do exército também. Só
mesmo o Coronel para acalmar os nervos da região.





Ed- Ele esteve lá?





Breda- Claro, junto da Hawkeye. Tudo acabou da melhor
forma possível. E ainda ficamos com um depósito de armamento pesado. Munissão
para uma guerra não vai nos faltar! – Dando uma longa gargalhada.





Winry chegara na mesa, finalmente.





Winry- Desculpem-me a demora. – Dando um breve sorriso
nervoso. Estava ofegante. Ed olhou-a estranho.





Breda- Olha só, se não é a adorável Winry. – Voltou a
olhar Edward. – Você está bem, em? E eu atrapalhando o encontro do casal! Por
que não me falou antes, Fullmetal? – Ed não fez menção a uma resposta. Winry
olhara de relance para ele, e desviou novamente para Breda. Não estava
conseguindo mesmo manter a calma. Seu ventre ardia pelos machucados.





Winry- Imagine, Breda. Você é sempre bem-vindo. -
Sentando-se ao lado dele. – Bom, está indo para a Central? - Tentando ao máximo
manter a normalidade.





Breda- Sim, estou no meu horário de café da manhã. O
Coronel ainda não chegou, mas meu ponto começa daqui a cinco minutos.





Winry – Ah, isso é bom. Podemos ir todos juntos. –
Dando-lhe um sorriso com os lábios.





Breda- Fechado, claro!





Ed- Você não estava com fome, Winry? – Olhando-a
desconfiado. A menina ficara estática, com a expressão de como se alguém
tivesse acabado de descubrir seu segredo.





Winry- Ah, é mesmo. Mas sabe que eu perdi a fome? – No
segundo seguinte, não dando nem tempo do garoto lhe dizer algo, o garçom
aparece com seu pedido novamente.





Garçom – Desculpe a demora, senhorita. Mas vimos que não
estava na mesa e esperamos retornar para tomar tudo quentinho. Com licença. – A
protética ficara olhando incrédula como a gentileza não era bem vinda naquele
momento.





Winry- Obrigada... – Pegando a comida a contragosto, apesar
de tentar disfarçar.





Breda- Bom, eu realmente tenho que ir. Vejo vocês no
Quartel, até logo. – Levantou-se dando um pequeno tapa nas costas de Ed, saiu
rapidamente.





Ed- Está gostoso? – Dando uma risada sarcástica. Winry
estava nervosa, mas tinha a sensação que Edward não parecia acreditar nem um
pouco em sua mudança de comportamente e agia de forma irônica, esperando ela se
revelar.





“Não posso deixar ele
desconfiar. Está enganado se pensa ser eu tão fraca!”





A garota levantara-se e sentara ao lado de Ed. O
alquimista de aço estava mais silencioso que o normal, dando-lhe um ar bem
sexy. Com seu casaco preto até o pescoço, deixou a loira encantada.





Winry- Você fica lindo desse jeito, sabia? – Passando as
mãos delicamente por seu rosto.





Ed- Que jeito? – Com a firmeza típica dos homens que não
fazem a menor ideia que são charmosos.





Winry- Desse jeito quietinho, calmo e sereno. Gosto de
você assim. – Dando-lhe um pequeno beijo no rosto. Voltou a tomar o café e a
comer um pedaço do pão de queijo.





Ed- No entanto, eu não gosto desse seu jeito calmo e
sereno. Se prefere continuar mentindo, fazer o que. – Virando o rosto para a
janela. Winry tomando o líquido quente, olhara de canto de olho o rosto do
garoto. Sua expressão era a mais dolorosa que poderia existir.





---





Voltaram à Central pouco tempo depois de Breda.





Winry- Há algo errado, Ed?





Ed- Mais ou menos.





Winry- Explicar seria menos complicado para mim.





Ed- É o Breda. Realmente aquilo que suspeitei, quase
certo estava na verdade, era mesmo real.





Winry- Ainda não entendi direito do que você está
falando.





Ed- Eu lhe falei que encontrei Breda na estação de trem.





Winry- Sim.





Ed- Era mesmo o Envy. Questionei Breda quando havia sido
a última vez que tínhamos nos visto e ele afirmou ser há tempos atrás, antes
mesmo de ver Scar em Briston. – A menina parara de andar. Será possível que Ed
teria juntado mais alguma peça?





Ed – Que foi? – Com a impressão que a protética iria lhe
dizer algo. Parecia esperar.





Winry- Ele lhe disse mais alguma coisa? -  Voltando a andar a seu lado.





Ed- Nõa, na verdade não foi diretamente que o indaguei,
claro. Nunca se sabe o que ele anda a par. Preferi a discrição.





Winry- Sei.





Ed- É, mas o que mais ele poderia me dizer? Creio que não
há mais nada, não é?





Winry- Por que está tão insinuante a este respeito para
mim? Não consigo entender. Parece que sou sua inigma e escondo algo. Não estou
gostando nada disso.





Ed- E por que eu faria isso?





Winry- Edward! – Chocada com a pergunta.





Ed- Teria alguma razão para?





Winry - O que?! – Ficara totalmente indignada. Aquilo era
um disparate. – Não posso acreditar que ouvi uma coisa assim. Você está fora de
si!





Ed- Não sou eu que estou gritando no meio do Quartel
General.





Winry- Não posso acreditar nisso! – Bufou de raiva e
apressou o passo, sozinha.





Ed- Vai aonde?





Winry – Não lhe interessa! - Partiu pelos corredores do
quartel. O alquimista só ficou a observá-la indo embora. Por incrível que
fosse, era ruim ficar longe dela.





Ed- Nada bom. Estou apegado demais.





Roy- Falando sozinho, Fullmetal? - Com a mão na maçanete,
olhando surpreso. Ed vira-se para a voz.





Ed- Ah, é você. Vim como o combinado, mas parece que
arranjou coisa melhor pra fazer. Não fique me apressando desnecessariamente.





Roy- Não foi desnecessário, você bem sabe. Ocorreram
algumas coisas de ontem para hoje que eu tive que intervir. Entre.





Ed- Que tipo de coisas?





Roy- Enfim, agora existe mais um homúnculo, como eu havia
lhe falado em sua casa.



Ed- Sim, sim, eu sei. Você comentou. Venho pensando nisso
e não cheguei a nenhuma conclusão prática.


Roy- E se eu lhe dizer que esse homunculo é o pai de
todos, e se eu te dizer que o homúnculo é Selim Bradley?



O alquimista olha perplexo, arregalando os olhos. Sua pupila
dilata.


Ed- Com.. como? O filho do Fuhrer? Não pode ser...


Roy- Ele. Ele é o Pride. O homúnculo, o pai de todos, Edward.


Ed- Como pode ter tanta certeza?


Roy- Eu o vi.


Ed- É só uma criança... - Ainda perplexo.


Roy- Essa maldita criança está atualmente atormentando a sanidade da Primeira Tenente Hawkeye.


Ed- A tenente?! Mas por que, foi ela que o viu?!


Roy- Ela descobriu tudo. Descobriu que o Fuhrer é apenas isca para o grande massacre. Eles querem a pedra filosofal e escolheram os sacrífícios. A central será o sacrifício. Não sei bem quais são os outros, mas parece que tem alguns quesitos mortais que eles estão analisando. E é isso que me assusta, não saber qual será o próximo passo deles. A Tenente o viu ontem, mais uma vez. Ele aparece para ela sempre que está sozinha. Só que não em forma humana, são apenas sombras. Com braços enormes, com olhos devoradores. Enquanto Riza fica na central, sua sombra é perseguida. Todos que veêm ele na verdadeira forma, é assim. E eu o vi ontem. Sou mais um para a lista.


Ed- Você estava com ela quando ele apareceu?


Roy- Não, eu apareci depois. Ele não quer revelar sua identidade, por isso quer eliminar as pessoas que sabem, só nos deixam vivos porque somos seu interesse pra sacrificio. Eu penso que, o Maes foi assassinado por essa coisa. Ele não servia para sacrificio e foi morto. Ele com aquela mania de saber demais... - E um leve saudosismo pairou sobre sua voz.


Ed- Eu sinto muito, Coronel.


Roy- Escute, só estou lhe contando tudo isso abertamente,pois ele ataca em tempos em tempos. Ele atacou Riza ontem, e certamente voltou para as profundezas para se resguardar. Podemos falar livremente por enquanto.


Ed- Então, ele está aqui embaixo? SOBRE NOSSOS PÉS?!


Roy- Sim. Está sobre toda a cidade. Ele escolheu a aparência de uma criança, pois estava acima de todas as suspeitas.


Ed- Eu comentei isso com a Winry, alguém que estivesse acima de todas as suspeitas! Como não pensei, é tão absurdo.


Roy- Esse monstro é assustador. E até mesmo aqui no exército não sei quem é humano e quem é homúnculo. Está complicado.


Ed- Então foi isso que aconteceu ontem a noite? Ele atacou a Riza, e ela está bem? Não sofreu nada?


Roy- Os danos que ele causa por enquanto não são físicos. São psicológicos. Isso é pior que qualquer outra coisa.


Ed- Mas ela é tão forte e destemida, talvez de alguma maneira, possa aguentar mais um pouco.


Roy- É. - Imaginando como ela conseguia convencer as pessoas daquilo que não era.


Ed- Naõ fazia ideia do perigo que eu corria.


Roy- Preciso falar disso também. A garota que está com você, proteje-a o mais rápido possível. Sabe agora o quão difícil é nossa situação. Não sei até quando isso vai permanecer, mas temos que ser cautelosos.


Ed- Sei perfeitamente. Vou resolver isso hoje mesmo.


Roy- Temos que reunir o máximo de aliados possíveis. O Major  Armstrong, e meus subordinados estão comigo. Já falei com a irmã do Major, que está protegendo Briggs. Ela é durona, mas é uma peça chave para nós. O Grumman vai nos delatar tudo que acontece na base Sul. Estou tentando mais alguns aliados. E eu pensei em um que você pode...


Ed- Scar. - Olharam-se fixamente, concordando piamente com a situação.


Roy- E todos que estão com ele, Greed, o rei de Xing, o Marcoh-san, as quimeras e aquela menina também será de grande ajuda.


Ed- Sim, vou tentar localizá-los. – Olhando para os lados vendo tudo vazio. - Onde está a Tenente e os outros?


Roy- O resto do pessoal está trabalhando em uma papelada que empurraram para nós há uns dias. Está havendo muitas guerras no oeste e estamos evitando conflitos armados. Por isso, o trabalho é um suprimento. A Tenente está aqui na central.


Ed- Não sei se ela chegou a comentar com você, mas o ‘’suposto’’
Tenente Breda foi me ver na estação de trem há uns dois dias, quando fui
embarcar para Resempool. Liguei para a Tenente, mas ela me informou que ele não saiu daqui. Foi daí que me toquei que era Envy que deu um jeito sordido de me enganar. Só que ele só veio mesmo colher informações para alguém. Só que ainda não sei quem. E mais tarde, na viagem para Rush Valley, o Gluttony desvia os trilhos. Não sei bem qual o propósito deles. Talvez esteja ligado a Pride.


Roy- De alguma maneira deve estar ligado. É como eu lhe disse, não sei quais são os outros quesitos analisados por eles. É isso uma das coisas que mais me cega nessa história: não sabemos quando eles vão agir porque simplesmente não sabemos o que eles ainda esperam.


Ed- Bom, Al não vai demorar a chegar, no mais tardar amanhã. Espero estar de volta à central logo cedo. Vou tratar de Winry o quanto
antes.

Roy- Faça isso. – O jovem ia em direção à porta. - Do aço, saiba lidar com essa informação. – Ele para com a mão na maçaneta.


Ed- Saberei, Coronel.

Roy- Manteremos contato, Fullmetal.


Ed- Sim.


        Agora tudo tinha uma visão de perigo naquele lugar de sombras. E a única coisa que tinha na cabeça era encontrar Winry em qualquer lanchonete que ela estivesse e ir imediatamente a Rush Valley. Ela precisava
sair dali o quanto antes.


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Notas finais do capítulo

Oi pessoal, não sei se vocês perceberam, mas não deu tempo de editar bem direitinho. Até o fim da tarde estará tudo arrumado!
Demorei a postar porque estava viajando, mas já voltei!
Desculpe o transtorno!



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