ANNABETH CHASE

Senti uma onde de felicidade correr pelo corpo. Percy estava sentado em uma poltrona sorrindo para mim. Queria correr em sua direção, mas minhas pernas tinham virado gelatina, um efeito que Percy geralmente causa em mim.
Dei o primeiro passo para dentro do quarto e depois disso correr em sua doreção foi facil. Ele levantou e eu joguei meus braços em volta do seu pescoço e o abracei o mais forte que pude. Talvez eu estivesse sufocando Percy, mas ele não reclamou, especialmente porque ele estava fazendo o mesmo comigo. A diferença é que Percy é bem mais forte do que e quando nos soltamos, minhas costelas doiam. Dane-se a dor, Percy estava ali!
Ele me beijou e me abraçou mais uma vez e eu ainda não conseguia acreditar que ele realmente estava na minha frente.

– Nós vamos dar cobertura para vocês dois - disse Nico.

Eu tinha me esquecido dele e Thalia parados na porta.

– Obrigada - eu disse para eles. - Muito, muito obrigada.

– Você merece - disse Thalia. - Agora aproveita. Mas não muito. Estou de olho em você Percy.

– Pode deixar - respondeu Percy, colocando o braço envolta da minha cintura.

– Percy, me passa a peruca - disse Nico.

Peruca? Percy abriu sua mochila, tirou uma peruca loira de dentro e jogou para Nico, que passou para Thalia.

– Você está brincando, né? - disse Thalia olhando para a peruca. - Vou ter que usar isso?

Nico e Percy balançaram a cabeça e eu segurei a risada. Aquele seria o dia que Thalia pagaria por todas as piadas de loira que ela já fez na vida. E não foram poucas.

– Thalia, por favor - pediu Percy.

– Você me deve uma - Thalia apontou para mim.

Ela e Nico fecharam a porta quando sairam, deixando-me com Percy, finalmente sozinhos. Percy segurou meu rosto com as duas mãos e olhou nos meus olhos. Ele tinha os olhos verdes mais lindos que eu já vi na minha vida. Acho que meus olhos deviam estar um pouco vemelhos, porque algumas lagrimas cairam pelo meu rosto. Percy. Meu Percy estava comigo.

– Você está bem? - ele perguntou, sua voz estava séria e cheia de preocupação.

– Sim, estou bem.

– Você se machucou? Alguém fez alguma coisa com você?

– Não, eles nem tiveram chance. Argos foi demais.

– Preciso agradecer ele. Ele salvou a coisa mais importante da minha vida. - ele enxugou as minhas lagrimas com a manga da sua camisa.

– A coisa mais importante da sua vida?

– Quando eu soube o que aconteceu, eu... perdi a cabeça. Eu queria te ver, se não fosse por Nico, eu teria vindo aqui ontem mesmo e feito de tudo para te ver. A ideia de que alguma coisa ruim aconteceu com você é... torturante. Pertubador.

– Estou aqui, sã e salva, com você. Isso é o que importa.

– Isso é o que importa - repetiu Percy.

Ele me levou até o antigo divã onde nós sentamos juntos. Ter ele do meu lado era maravilhoso, seus dedos entrelaçados nos meus, se encaixando perfeitamente

– Por que esse é o "quarto especial"? - ele perguntou. - Ouvi você isso para Nico.

– Esse quarto é especial porque... tem coisas da minha mãe dentro dessas caixas - eu apontei para as caixas no chão.

– Da sua mãe? Você já olhou todas as caixas?

– Não todas. Eu quero ver o que tem dentro de cada uma com paciencia, aprender um pouco sobre ela cada dia.

– Algo interessante? - ele perguntou.

– Para mim tudo é interessante Percy. É sobre minha mãe.

– É verdade. - ele me abraçou, nos deitamos e coloquei minha cabeça em seu peito.

Estar com Percy fazia minha mente e meu corpo entrar em uma grande confusão de sentimentos. Eu me sentia calma e protegida. Mas também me sentia agitada. Meu coração batia tão rapido, que eu pensei que ele fosse sair do meu peito. Eu podia ouvir o coração de Percy bater, e era tão rapido quando o meu.

– Estou tão feliz por você estar aqui - eu disse.

– Estou feliz por estar aqui. - ele disse passando a mão no meu cabelo.

Ficamos em silêncio por um tempo, apenas aproveitando a companhia um do outro. Todo o medo, insegurança e pertubação que eu sentia pouco tempo atrás sumiram. Eu sentia que nada de ruim podia acontecer naquele momento.
Eu estava com tanta saudade dele. Eu me sentia completa quando ele estava comigo, tudo parecia certo, como devia ser.
- Não quero mais esconder o nosso relacionamento - Percy disse subitamente.

– O que? - eu perguntei, pensando ter ouvido errado que ele disse.

– Não quero mais esconder de todo mundo que estamos namorando - ele disse. - Eu quero poder estar do seu lado a todo momento, te proteger e não ter que entrar na sua casa escondido como um ladrão para te ver.

– Não! - eu disse imediatamente, e isso saiu mais alto do que eu esperava.

Se existia um bom momento para Percy e eu manternos nosso relacionamento em segredo, o momento era esse. Alguém tenou me matar. Isso colocava todas as pessoas proximas a mim em perigo também. Percy não seria uma delas.

– Por que? - ele perguntou, ainda supreso pelo modo bruto como recusei sua ideia.

– Vamos manter nosso plano original, ok? Vamos esperar o campeonato de natação acabar.

Nadar era tudo para Percy eu podia deixar ele sacrificar isso por causa de mim. Não era justo. Eu realmente queria chutar o balde e d gritar para o mundo que estavamos juntos, mas eu não podia, e nem ele, então tinhamos que nos contentar com fato de estarmos juntos em segredo. Eu só queria ter certeza que nada aconteceria comigo ou com ele até o fim do campeonato.

– Isso vai demorar uns dois meses no minimo - ele disse.

– Tudo bem, eu espero. E além disso não vai mais ter nenhum campeonato para você se descobrirem que estamos juntos - eu o lembrei.

– Ta bom. - ele concordou, mas não parecia gostar da ideia. - Depois do campeonato o mundo vai saber que estamos juntos.

PERCY JACKSON.

Todo o peso da preocupação que eu carregava sumiu no segundo que Annabeth passou por aquela porta. Ela viva e bem.
Foi tão bom poder beija-la e abraça-la, eu não queria me separar dela nunca mais.
Eu me sentia culpado por não estar perto dela, por não ter conseguido protege-la quando ela precisou. Não é minha culpa de verdade e talvez não tenha nada que eu possa ter feito, mas eu não conseguia deixar de pensar nisso.
Fiquei triste e feliz ao mesmo tempo quando Annabeth disse que não queria contar para todos que estamos juntos. Eu não teria que deixar a equipe de natação; mas eu não estaria perto de Annabeth todo o tempo que eu gostaria.

– Tem uma coisa bem legal aqui - disse Annabeth levantando-se e mexendo em uma das caixas.

Gostei de encontra-la naquele lugar. Dentro daquelas caixas estavam toda a historia da mãe de Annabeth que ela nunca soube. E ela ia compartilhar isso comigo.
Ela pegou uma câmera fotografica antiga e me entregou.

– Isso é velho - eu disse analisando a câmera na minha mão.

– Super velho. Acho que já era velho quando minha mãe a comprou. Será que ainda funciona? Quer dizer, ainda tem filme dentro dela.

– Vamos descobrir - eu disse apontando a câmera para ela.

– Vamos sim - ela disse tirando a câmera da minha mão em um movimento rapido. - Vem cá.

Juntamos nossos rostos e Annabeth bateu a foto. Depois ela ficou segurando a câmera, passando de uma mão para a outra com a expressão pensativa.

- Já pensou quantas vezes ela usou essa câmera? Minha mãe... - ela disse. - Quantas vezes ela olhou para alguma coisa e pensou " Isso é legal, vou tirar uma foto"

– Sua mãe deve ter encontrado coisas incriveis para fotografar - eu disse. - E agora é a sua vez. Acho que você devia usar essa câmera e fotografar tudo aquilo que acha que sua mãe gostaria.

Annabeth sorriu para mim. O sorriso dela faz tudo dentro de mim se aquecer, meu coração bater mais rapido e me deixa bobo.

– Eu te amo - eu disse.

– Eu te amo mais - ela disse e me beijou.