PERCY JACKSON

    Tudo estava calmo dentro dos estábulos. Eu estava passando um tempo com meu cavalo Blackjack, algumas baias a frente estava o "adorável" cavalo de  
Annabeth. Eu tinha desistido de tentar fazer Annabeth se livrar dele. Eu não gostava dele, e ele não gostava de mim. Aquele cavalo era praticamente uma versão de  
Luke com quatro patas.
    Meus três melhores amigos entraram no estábuloss, estavam estranhos, eles olhavam para mim, e desviavam o olhar e sussurravam. Grover e Beckendorf  
olharam para Nico e empurram ele na minha direção

 - O que vocês fizeram? - perguntei. - Grover libertou os sapos na sala de biologia de novo?

 - Ahn... Percy. Precisamos te contar uma coisa - começou Nico. - Mas você não pode ficar alterado quando saber.

 - Tudo bem. Sobre o que?

 - Ele vai perder a cabeça - disse Beckendorf.

 - Não vou - eu respondi. - Pode dizer.

 - É sobre Annabeth. Você sempre perde a cabeça quando o assunto é Annabeth - disse Grover.

 - Percy! - disse Rachel pulando dentro do estabulo. - Você viu? Alguém atirou no carro de Annabeth! E ela estava dentro! Estão dizendo que alguém tentou mata-la!  
Esta na televisão!

 - Rachel! - gritou Nico.

 - A gente ia contar para ele agora! - disse Grover.

 - Tanto faz, sei que ela não é mais sua namorada, mas achei q você ia querer saber - disse Rachel. Mas Nico começou a gritar com ela, e Rachel começou a grtiar  
também, e Grover e Beckendorf se meteram na briga, mas eu conseguia dar atenção

 - O que? - foi o que eu disse. As palavras: atirar, Annabeth e mata-la foi tudo que eu realmente entendi.

 - Percy? - Grover me chamou, mas eu já estava longe do estabulo.

    A sala de mídia estava cheia de pessoas que estavam assistindo a noticia. Na televisão, a imagem feita por um helicóptero mostrava o carro que Annabeth  
normalmente usava, uma versão destruída dele. O vidro traseiro estava estilhaçado, e a lataria do carro marcada com tiros em todos os lugares. A jornalista dizia que  
ninguém sabia o estado de saúde de Annabeth ou quem fez isso.
    Eu liguei para ela, mas ela não atendeu. Eu me recusava a pensar no pior. Eu não queria ter na minha mente a ideia de que ela poderia estar gravemente  
ferida. Mesmo assim o pânico crescia em mim aos poucos, junto com o medo e a ansiedade.
    Então liguei para Thalia. Ela atendeu no segundo toque.

 - Já estou sabendo - ela disse, em vez de alô.

 - Como ela está? - perguntei.

 - Não sei. Estou do outro lado da cidade. Ela esta na casa de Zeus, e eu estou indo para lá agora, não sei quanto tempo vai levar - ela disse. Eu sabia, não somente pelo  
tom de voz, que Thalia estava tão preocupada com Annabeth quanto eu.

 - Você tem ligar assim que ver ela - eu pedi. - Você acha que ela... - não terminei a frase, Thalia sabia o que eu queria dizer.

 - Não. Você não conhece Annabeth? Ela é forte. Ela esta... bem. Tenho certeza - eu sabia que Thalia estava tentando convencer ela mesma, muito mais do que a mim.

 - Eu sei disso. Não esquece de me ligar - eu disse antes de desligar.

    Por que o tempo passa de um modo tão distorcido quando estamos preocupados? Liguei mais algumas vezes para Thalia, mas chegou uma hora que ela  
parou de  atender. Encontrei Nico no patio.

 - Me empresta a chave do seu carro - eu pedi.

 - Para que? Percy eu não vou deixar você ir lá, na casa de Zeus - Nico disse recuando.

 - Não é para lá que eu vou - eu disse. - A chave Nico?

 - Nâo confio em você. Me diz para onde você vai, eu te levo - ele se ofereceu.

    Eu não me importava como eu ia chegar lá, de carro, bicicleta, monociclo ou a cavalo, mas seria o mais rápido possível.

 - Vou ver meu pai - eu disse indo para o estacionamento. - Vem ou não?

    Durante todo o caminho, Nico não falou nada. Não era comum de ele fazer isso, mas ele tinha percebido que eu não estava com humor para conversar. Assim  
que ele parou na frente do escritório do meu pai, eu pulei para fora do carro. Ele disse alguma coisa, mas eu não ouvi, já estava passado pela porta giratória.
    Peguei o elevador, que parecia mais lento do que nunca, e quando sai dele, fui ao encontro da secretaria do meu pai.

 - Cadê meu pai? - eu perguntei.

 - Olá Percy - ela disse sorrindo. - Seu pai acabou de entrar em uma reunião, mas se você quiser esperar um pouco, pode sentar-se.

    Quando eu a ignorei e passei direto para a sala de reuniões, ela tentou me impedir, tentou falar comigo, mas eu consegui abrir a porta da sala. Meu pai com  
mais 6 homens estava sentados em volta de uma mesa.

 - Preciso falar com você. - eu disse para ele.

 - Percy, estou ocupado. Agora não posso. - ele disse, não parecia nada feliz.

 - Me diz que não foi você - eu pedi.

 - O que Percy?

 - Annabeth Ollimpius. Alguém tentou matar ela. ME DIZ QUE NÃO FOI VOCÊ! - eu gritei para ele.

    Ele se levantou, me pegou pelo braço e me tirou da sala de reuniões, me levando para a sala particular dele.

 - O que é isso? Quem você pensa que é para chegar desse jeito, me atrapalhar e ainda por cima de acusar desse uma coisa dessas? - ele falou para mim.

 - Annabeth era minha namorada. Você nunca gostou de nós dois juntos. Você ameaçou fazer alguma coisa com ela, mais de uma vez. E agora você descobriu que ela é  
neta do cara que você mais odeia, e de repente alguém tentou mata-la. Só me fala que não foi você!

 - Percy, você acha que eu sou algum tipo de louco?!

 - Você me forçou a ir para um acampamento militar só porque eu a amo! - eu gritei para ele, e quem mais quisesse ouvir. - Não posso confiar em você!

 - Você o que?

 - Eu a amo. Eu amo Annabeth Chase, Annabeth Ollimpius, tanto faz. Eu a amo de qualquer jeito!

 - Esse amor esta fazendo você se virar contra seu pai!

 - Você não percebe que você é o culpado? Que a única pessoa que me virou contra você, foi vocês mesmo?! O que você sabe sobre amar? Minha mãe te deixou! Nem ela  
conseguiu suportar essa pessoa horrível que você é! Você mandou matar Annabeth?

    Por um segundo, pensei que ele faria algo, muito errado. Ele levantou a mão e desceu na minha direção, mas parou antes de atingir. Acabou deixando o  
braço cair do lado do corpo. 

 - Você pode pensar o que quiser de mim, mas eu não fiz isso. Eu não teria coragem de tirar a vida de uma pessoa - ele disse, mais frio que o normal. - Por favor, se  
retire daqui, você chamou muito a atenção.

 - Você não esta mentindo? - perguntei.

 - Além de uma pessoa horrível, um péssimo pai, também sou mentiroso? - ele rebateu. - Apenas vá embora Percy.  Não quero chamar os seguranças.

 - Não se preocupe, eu sei o caminho - eu disse saindo da sala. Todos do lado de fora estavam me olhando, mas eu não me importava. Meu pai tinha confirmado que ele  
não tinha nada a ver com aquilo, e eu queria acreditar nele dessa vez.

    Nico me esperava no carro.

 - Não foi ele - eu disse para Nico.

 - O que ele não fez? Perai, você achou que foi o seu pai que isso aquilo com Annabeth?

 - Eu só queria ter certeza que ele não tem nada a ver com isso.

- Você acreditou nele? - perguntou Nico.

NICO DI ANGELO

    Nico não tinha nem parado o carro direito e Percy já estava abrindo a porta e caindo fora. Nico ficava preocupado quando Percy ficava desse jeito, ele sentia  
que devia estar sempre perto, para (ajudar) evitar que Percy fizesse alguma coisa idiota.
    Mas isso estava errado. Nico era o irresponsável e Percy o bonzinho. Era Percy quem devia dizer o era certo ou não e ser ignorado, era assim que as coisas  
sempre funcionaram. Mas desde que Annabeth entrou na historia, o contrario acontece. Todo esse "lindo amor" de Percy por Annabeth faz a cabeça de Percy sair do  
ligar, faz com ele pare de pensar direito.
    Nico preferia acreditar que aquele sentimento deles fazia mal a ambos, do que admitir que talvez, somente talvez, ele sentia um pouco de inveja. Ele nunca  
teve nada com aquilo antes. Ele nunca amou alguém, como Percy amava Annabeth. Ele pensou que talvez Thalia fosse para ele o que Annabeth é para Percy, mas o  
tempo o fez perceber que não. Nico não amava Thalia, daquele jeito. Mas o que ele teve com ela foi o mais perto que ele chegou de ter.
    Ele poderia ficar pensado sobre isso pelo resto do dia se o toque do celular não o tivesse distraido. Mas não era o seu celular que tocava. Era o Percy, que na  
presa tinha esquecido de pegar. Nico não viu problema em atender o celular do amigo, pelo não até ver quem era.
    O nome de Thalia estava na tela. O que era isso? Algum tipo de sinal? Nico começou a considerar se devia atender ou não. Ele sabia que se atendesse, havia  
uma grande chance de Thalia desligar na cara dele. Mas também sabia que ela podia ter noticias de Annabeth, e que se não atendesse, Percy o mataria. 
    O que ele tinha a perder, afinal de contas?

 - Alô - ele disse por fim.

 - Percy? - do outro lado da linha a voz não era de Thalia, para o alivio de Nico.

 - Não. Nico - ele disse, reconhecendo a voz. - Annabeth?

 - Oi Nico - ela disse.

 - Oi. Como você está? Fiquei sabendo que quase te mataram.

 - Você é tão delicado Nico. Estou bem, obrigada. E Percy?

 - Ele... - Nico começou a pensar se devia ou não dizer onde Percy estava, resolveu que era melhor não. - foi no banheiro. Você esta bem mesmo? Quero dizer, você sabe  
como Percy é, ele não vai acretidar que você esta bem de verdade, até ver você.

 - Eu sei, mas ele não vai conseguir me ver tão cedo. Zeus vai colocar um exercito de seguranças para cuidar de mim.
 
 - Vamos dar um jeito nisso. Alias, eu já tenho uma ideia, posso te visitar amanhã? - Nico perguntou.

 - Sim.. eu acho. Só tenho que avisar Atena, assim você pode entrar - ela falou, um pouco desconfiada.

 - Até amanhã. Tchau. Quando o Percy voltar, eu mando ele te ligar.

 - Obrigada Nico - ela disse e desligou.

    O lado bom era que Annabeth estava viva e bem. O lado ruim era que Nico sabia que sua ideia não desse certo, Percy, Annabeth, Thalia e ele teriam grandes  
problemas. Menos de 5 minutos depois, Percy voltou.

 - Não foi ele - disse Percy entrando no carro
 
- O que ele não fez? Perai, você achou que foi o seu pai que isso aquilo com Annabeth?

 - Eu só queria ter certeza que ele não tem nada a ver com isso.

- Você acreditou nele? - perguntou Nico.

 - Eu quero acreditar.

    Nico  resolveu não dizer que ele não confia no pai de Percy. Nico não confiava nem no proprio pai, especialmente depois que ele descobriu que na verdade  
foi Hades que começou a briga entre Zeus e Poseidon. Uma noite, ele ouviu uma conversa do pai no telefone, onde Hades comemorava o sucesso de seu plano. Nico  
não sabia  o que fazer com essa informação. Contar? Não contar? O que ele ganharia se contasse? O que ele perderia?
    Acabou decidindo que ia ficar fora disso. Isso não era da conta dele.

 - Uma garota ligou atrás de você. Acho que o nome dela é.. Annalis? Anna-Mary?

 - Annabeth ligou? Quando? Como ela esta? Onde ela esta?

 - Pouco tempo depois que você voou para fora do carro, ela ligou. Esta sã  e salva, na casa do vovozinho.

 - Eu preciso ver ela. - Percy disse, balaçando a cabeça, procurando um plano.

 - Liga para ela.  - Nico mandou. - E não se preocupe você vai ver ela. Se tudo dar certo, é claro - Nico disse acelerando o carro;