ANNABETH CHASE

Levei algum tempo para me recuperar das coisas que Nico disse. Eu sabia que ele estava certo e odiá-lo não mudaria as coisas. Eu sabia de quem eu gostava,  Percy, mas eu me sentia tão bem com Luke, ele sempre foi um amigo muito bom para mim, e eu sabia que ficaria realmente triste se o perdesse. Ninguém gosta de  perder um amigo. Perdi algum tempo de sono pensando nisso. Havia algum modo de fazer as coisas darem certo. Certamente havia. Mas eu não conseguia pensar em nada.  Quando cansei de me revirar na cama, acendi a luz. Meu quarto parecia o de sempre, mas de algum modo eu não me sentia completamente confortável ali. Olhei para  meu mural de fotos. Apenas uma foto da minha mãe. 

O que minha mãe faria?

Desde do Baile eu tenho pensando em passar algum tempo na casa de Zeus. Explorar aquele porão, conhecer aquela mulher que era minha mãe. Eu tinha só  5 anos quando ela morreu. Tudo o que eu tenho são lembranças vagas dela. As vezes nem o seu rosto é bem definido na minha mente. Lembro que ela gostava de  panquecas. Todos domingo de manhã ela as fazia. E tenho alguma lembrança sobre um colar. Lembro de ficar olhando para ele quando estava no colo dela. Como eu pude passar 10 anos sem tentar conhecer minha mãe? Depois disso conseguir dormir, mas foi um sono pesado, sem sonhos e não acordei muito bem na manhã seguinte.
Acordei com meu celular tocando um mais cedo do que eu devia acordar. Quem estava me ligando as 5 da manhã? 

- Alo?
 - Bom dia Annabeth - disse a voz de uma mulher do outro lado da linha  - Sou eu, Atenas.
 - Ah.. oi - eu disse, ainda com sono.
 - Liguei para te avisar que você vai ser entrevistada hoje, por uma das revistas de maior circulação do pais! - ela disse em um tom que deveria ser animado, mas  Atenas era sempre tão seria que era difícil imagina-la animada.
 - O que? Hoje? - eu perguntei, agora acordando. - Assim de repente?
 - Eu sei, isso é otimo. Você vai fazer algumas fotos com Apolo e depois a entrevista.
 - Atenas, eu nunca dei nenhuma entrevista na minha vida. Não estou preparada para isso, tenta mudar o dia - eu pedi, dando inicio a um ataque de pânico.
Eu, em uma entrevista? O que iam perguntar? O que eu podia falar? Com certeza eu ia falar alguma besteira. Alguma coisa errada. Uma gafe. 
 - De jeito nenhum. Sua ascensão começou no dia do baile e foi um sucesso. Sem duvidas, esses é um dos nossos produtos mais vendidos, tudo graças a você. E com  certeza essa entrevista só vai melhorar a sua imagem. E vai ser hoje - ela disse.
Eu já sabia que não tinha como discutir com Atenas, ela não mudaria de ideia nem a data. Mas eu definitivamente não estava preparada para isso. Meu Deus,  o que eu faria?

Na teoria, ser entrevistada é algo fácil. Alguém te faz perguntas, você as responde sorrindo e esta tudo feito. Mas eu tinha certeza que não seria assim. Eu não  era nenhuma celebridade. Pelo menos eu não ia para a escola. E não teria que encarar Nico. Já que eu não tinha nem moral para isso. Antes de levantar, reuni todas minhas forças, eu tinha que fazer isso, e fazer direito.

PERCY JACKSON
Eu tinha ido treinar logo cedo. Preferi ir na piscina do clube do que na da escola, já que era mais calma naquela hora e eu podia me concentrar melhor. Levei  um susto quando Nico sombriamente apareceu lá. Num segundo eu estava sozinho, no outro, não estava mais. E ele não estava com uma cara muito boa. Eu realmente sinto algum medo quando Nico não esta com um cara muito boa. Ele pode parecer um playboy  metido e irresponsável ( e ele é na maioria das vezes), mas exista um lado sombrio de Nico que ele fazia o favor de manter escondido.
 - Wow, você me assustou - eu disse, sem sair da piscina.
 - Esperava que fosse quem? Rachel? - ele disse.
 - Hã? O que você quer dizer? - perguntei confuso, nadando até a beirada da piscina.
 - Você sabe - ele disse, como se fosse obvio e eu realmente soubesse. O problema era que eu não sabia.
 - Na verdade, não - sai da piscina e ele jogou uma toalha para mim.
 - Você o dia inteiro com Rachel. Ontem.
Não era verdade. Passamos algumas horas juntos conversando, mas não o dia inteiro. Grande parte dele sim, mas não todo. Não completamente.

 - E? - perguntei, tentando saber qual era o ponto daquela conversa.
 - Se você gosta de Annabeth, porque passou o dia inteiro com Rachel?
 - Rachel é só uma colega.
 - Ela é sua ex, seu babaca. Por que você acha que sua ex quer passar um tempo com você? Para voltar com você
 - Pensei que você não gostasse de Annabeth.
 - Não sou o maior fã dela. Nem da Rachel. Quer saber acho que você deveria virar gay. Ou um padre. Todos nós na verdade.
 - Nico, você está bem?
Nico, definitivamente era a ultima pessoa do mundo que pensaria como padre. Ou gay.
 - Você gosta da sabidinha, mas passa o tempo com a Rachel, mesmo sabendo que ela não gosta disso.  Você também sabe que Rachel ainda gosta de você, e você sabe  que não vai mais voltar com ela, mas quando você passa um tempo com ela você dá esperanças pra ela também, ao mesmo tempo que vai perdendo Annabeth. Meu  Deus, como você dois são idiotas, gostam de se machucar por causa de orgulho. Qual é ponto?
 - Existe muito mais do que isso Nico - eu disse. Eu não estava acostumado a receber lição de moral de Nico, principalmente quando ele estava certo. - Rachel é uma  colega, ficamos juntos por um tempo, mas acabou, e ela sabe disso. E além disso, se Annabeth pode ficar com aquele babaca loiro do Luke, eu posso ficar com Rachel.  Como amigos.
 - Não Percy, você não pode - e dizendo isso Nico me jogou na piscina e foi embora.
Vivi com Nico a minha inteira. Conheço-o bem o bastante para dizer quando ele bebe ou quando fuma, as vezes até a quantidade, e por isso eu sabia que ele  estava completamente sóbrio. Sóbrio até demais. Eu não sabia o que estava acontecendo com ele, geralmente Nico sempre dizia coisas na tentativa de me afastar de  Annabeth, mas não dessa vez, aquele era o modo dele de dar um conselho. De ser meu melhor amigo.

ANNABETH CHASE
Pensei que era a única de mal humor ao chegar no estúdio até ver Apolo. Sim, ele continuava lindo como sempre, só aquilo era uma versão bem acabada dele.  Ele estava com a barba por fazer, a camisa abotoada de um jeito errado com os botões nas casas erradas, usava uma meia de casa cor, seu cabelo estava otimo em  relação ao resto, um pouco bagunçado, mas como ele tinha a mania de mexer no cabelo toda hora, estava um pouquinho arrumado. E seus olhos estava fundos e  cansados. Agora como um homem naquele estado ainda conseguia ser bonito, era um mistério. Apolo estava de ressaca, resmungando e mandão. Acho que Thalia gostaria dessa versão dele. Se ela não o matasse antes.
 - Pelo menos alguém aqui é pontual!! - ele gritou quando me viu para uma garota do outro lado do estúdio fazendo cara feia.
 - Bom dia - eu disse.
 - Bom pra quem? - ele retrucou.
 - Não pra você obviamente - eu respondi.
 - Pode ir se arrumando, ir com o povo do figurino e tal, você sabe o que fazer - ele disse me despachando.
 - Apolo? - o chamei.
 - Que é?
 - Quer uma aspirina? Um café forte?  Alguma coisa? - perguntei.
O mal humor de Apolo sumiu por alguns instantes.
 - Não meu amor, obrigada - e logo depois, voltou. - JÁ QUE EU PEDI UM CAFÉ FAZ 10 MINUTOS!! SERÁ QUE NINGUÉM AQUI É CAPAZ DE ME TRAZER A DROGA DE  UMA CAFÉ?
Resolvi fazer o que ele mandou e não testar seu mal humor. Enquanto a cabelereira terminava meu cabelo, Atenas chegou.  E Apolo gritou um pouco com ela.  Mas ela não pareceu estar muito afetada com isso.
 - Bom dia - ela disse se aproximando.
 - Oi.
 - Como se sente? Isso vai otimo!! A entrevistadora já está chegando. Podemos começar sem ela - Atenas disse sorrindo.
Senti um frio na barriga. Eu não me sentia muito bem e Apolo e Atenas não estavam me ajudando. Apolo com seu mal humor de ressaca, e Atenas colocando  expectativas e pressão em mim.
 - Vamos lá Annabeth - Apolo me chamou. - Isso é uma entevista sobre você. Te quero feliz - sorri e ele foi tirando algumas fotos. - Seria, misteriosa, confusa, sexy... oh  essa ficou boa, quem diria, faz a sexy de novo. Inocente. Raiva. Pula.
 - Apolo, viu o tamanho do salto que estou usando?
 - Pula! - ele gritou.
 - Ok. pulando - eu disse, pulando, tendo a certeza que ia torcer o tornozelo.
Ficamos nisso por mais algum tempo, até que Apolo decidiu que era o bastante. Tive que trocar de roupa três vezes, de cabelo duas, de maquiagem quatro.  Mantive minha paciência, ouvindo musica, tentando não gritar e sair correndo dali.
 - Você foi otima, parabéns - Apolo disse, serio, ainda de mal humor.
 - Apolo, eu não gosto de você de ressaca - eu disse parando ao seu lado.
 - Entra na fila - ele respondeu.
E com essa patada de cavalo, fui para perto de Atenas, que conversava com uma mulher, que era a entrevistadora.
 - Ai vem ela - disse Atenas apontando para mim.
 - Annabeth Ollimpius. Olá - ela se apresentou, tinha um sorriso gentil e parecia ser boa.
 - Chase - corrigi. - Annabeth Chase.
 - Você ainda não trocou seu sobrenome legalmente?
 - Não. Nem pretendo. - eu disse.Chase era o sobrenome do meu pai, e mesmo que as coisas entre nós não estivessem boas, eu sempre teria orgulho de usar esse nome.  Se Zeus quissesse que eu trocasse meu sobrenome, poderia conversar e chegar em um acordo, mas eu sempre responderia por Annabeth Chase.
 - Bem, pronta pra começar? - perguntou Atenas. Respirei fundo e coloquei os pensamentos e ordem. Era só ter calma que tudo daria certo.
 - Sim.
Apolo educadamente cedeu seu escritório para a entrevista. Antes da entrevista começar recebi uma ligação, era de Luke.
 - Oi.
 - Está disponível hoje? - ele perguntou.
 - Na verdade, não.
 - Esta na entrevista? Atenas falou que você teria uma entrevista hoje.
 - Você sabia e não me contou?
 - Pensei que ela já tivesse te contado. Desculpa.
 - Enfim, já estou aqui desde manhã e não sei quando isso vai terminar.
 - Posso te buscar? Quando terminar? 
 - Por que?
 - Lembra que você prometeu passar um tempo comigo antes da viagem?
 - Eu não prometi.
 - Prometeu sim.
 - Não.
 - Annabeth para com isso, você esta tentando me enrolar.
 - Ok, pode me buscar. Pra onde vamos?
 - Depois resolvemos isso.  Eu poderia desejar boa sorte, mas sei que você vai arrasar - ele disse.  - Até mais tarde.
 - Até mais tarde - eu disse e desliguei.
Nós sentamos na mesa de Apolo, a entrevistadora de frente para mim e Atenas ao meu lado. Senti algo se aflorando dentro de mim, me acalmando e dando  forças.
 - Annabeth Chase, a mais nova herdeira milionária - começou a entrevistadora. - Por que você ficou escondida por tanto tempo? São poucos os que sabiam da sua  existência, o que levou Zeus a fazer isso? Como você se sente?

As palavras " herdeira milionária" me atingiram como um trem bala, fazendo com que eu me sentisse mal. Parecia que tudo ligado a Zeus estava relacionado  a dinheiro, e que eu só estava interessada nisso. Mas não era verdade. Pensei bem antes de responder.
 - Creio que Zeus fez isso para me proteger. Eu mesma não sabia que era neta dele, até pouco tempo, e então um mundo inteiramente novo se abriu para mim, ele  esperou até que eu estivesse madura o bastante para compreender seus motivos e não julga-lo, para que eu tomasse minha próprias decisões, sem ser pressionada. Se  estou aqui hoje, é porque eu quero - eu respondi.
 - Como é seu relacionamento com Zeus? Pela mídia ele é visto como uma figura magnânima e poderosa, mas como é o vovô Zeus?
 - Temos um ótimo relacionamento. Ainda estamos nos conhecendo, ele não pode conhecer 15 anos da minha vida em uma semana. E nem eu da dele. Ele tem uma  vida ocupada e eu entendo isso, sempre que conseguimos, passamos algum tempo juntos e eu pretendo frequentar mais sua casa. - eu disse e percebi que isso não era  totalmente verdade, eu não sabia nada sobre Zeus, ele sabia algumas coisas sobre mim, mas eu não fazia ideia se ele gosta de café coma adoçante ou açúcar, ou se ele  preferia suco com coisas que parecem bobas, mas sempre sabe isso. Eu sempre sou que meu pai tomava chá de noite antes dormir, e que Thalia sempre começa a comer o  sanduiche pelas beiradas e até sei que minha mãe costumava cortar as panquecas em quadrados.
 - Você mora com seu pai, o que pode nos dizer sobre ele?
 - Meu pai é um homem incrível. Desde que minha mãe morreu, ele cuidou de mim com todo amor e carinho que uma criança devia receber, ele foi meu pai e fez o  possível para que eu não sofresse, sentindo falta da minha mãe. Ele me ensinou coisas que não aprendemos na escola, honestidade, humildade, educação e muito  mais. Tenho muito orgulho dele. Percebi que meu pai trabalhou muito bem na parte sobre não me fazer sentir falta da minha mãe. Bem até demais. E talvez isso tenha sido um erro.
 - Annabeth, você cresceu em um bairro que classe media baixa e agora é uma milionária, o que acha que mudou em você? Ou que vai mudar?
 - Espero que nada. Não quero ser mudada pelo dinheiro. Eu vim de baixo e dei sorte em alguma parte do caminho. Mas eu sempre aprendi a dar valor as coisas.  Conheço muitas que passam a vida inteira lutando para que seus filhos tenham um futuro melhor. E eu admiro isso, porque as coisas não eram diferentes na minha  casa. Eu trabalhava antes de saber que era neta de Zeus, era garçonete e não tenho nenhuma vergonha de dizer isso. E ainda trabalho, agora para Apolo. Sei que ainda  vou crescer e ainda tenho muito a aprender e eu realmente tiver que mudar, que seja para melhor.
 - Linda resposta. Annabeth Chase, você é jovem, bonita, modelo e milionária, mas vamos falar de algo que o dinheiro não compra, como anda seu coração? Você tem  algum namorado? Algum pretendente?
Aquela pergunta me pegou de surpresa. Me senti muito idiota por não ter previsto isso antes. Era claro que ela iria perguntar algo do tipo. E o que eu  responderia? Para Zeus, Luke era meu namorado.  Percy e eu não estávamos oficialmente juntos.
 - Não - foi tudo o que eu disse.
 - Certeza?
 - Mantenho minha resposta: não. - Não, não tenho certeza.
Então ela começou a perguntar meus gostos, coisas sobre o produto do qual eu fazia propaganda e levou mais tempo que eu esperava. As vezes Atenas me  ajudava,  e já era de tarde quando acabamos. Eu estava morta de fome e cansada. E aquela entrevista me fez pensar em muitas coisas que eu não tinha pensado, sobre  meu pai, Zeus, Percy e Luke e até sobre mim mesma.
 - Annabeth  - disse Atenas com um tom de voz serio que me deu um frio na espinha, o que eu fiz de errado? - você foi.... incrível.  Você manteve a calma e pensou antes  de responder cada pergunta. Vai ser um sucesso.
 - Obrigada - eu disse, estava exausta demais para falar mais do que isso.
 - Acho que tem alguém te esperando - ela disse apontando para alguém que estava no corredor.
E lá estava Luke me esperando. Fiquei feliz em vê-lo.
 - Oi - ele disse me abraçando.
 - Oi.
 - Lembre-se de que você não tem namorado - sussurrou Atenas para mim, quando passou do meu lado - Olá Luke. - ela disse educadamente para ele.
 - Atenas - Luke acenou com a cabeça.
 - Então, o que você quer fazer? - perguntou Luke enquanto saiamos do estúdio.
 - Comer e dormir - eu disse.  E então percebi o que falei. - Não, desculpa, estou um pouco cansada. Só isso. O que você tinha em mente?
 - Sei lá, ir no cinema... mas acho que você dormir no meio do filme. Vamos comer. Ei! Conheço um restaurante de comida chinesa que é ótimo.
 - Parece bom. Vamos - eu disse. Ele me passou um capacete e fomos de moto.
Luke estava certo, era um lugar realmente legal, pegamos uma mesa na janela e fizemos nosso pedido. Demorou algum tempo até que eu percebesse que  Luke estava olhando para o meu rosto.
 - Que foi? - perguntei.
Ele desviou o olhar para a janela rindo. - Nada - respondeu.
 - Você estava me olhando... sei lá... de um jeito estranho... tem alguma coisa no meu rosto?
Luke olhou para mim e começou a rir.
 - Seu idiota, por que você está rindo? - perguntei irritada.
 - Não tem nada no seu rosto, você está linda. É por isso que estou te olhando. Você é linda. - ele disse sorrindo, acabando com minha irritação.
Agora me diz como eu posso terminar um namoro de mentira com alguém que me diz uma coisa dessas? - pensei.
 - Obrigada - eu disse, agora envergonhada.
 - Não fica com vergonha, é somente a verdade.
 - Luke...  - eu comecei. - durante a entrevista, ela perguntou se eu tinha um namorado e eu disse não.
 - É normal que você não queira as mídia dentro da sua vida pessoal - ele disse, calmamente.
 - Não foi por isso que eu disse não. A verdade é que eu não tenho um namorado. O que temos é de mentira e eu não estou com Percy.
 - Não tem namorado porque não quer... - comentou Luke, um pouco irritado olhando para os lados. - Você sabe que posso te ajudar a esquecer ele, certo? Basta você  querer.
Mas eu não quero Luke.
 - Luke, ás vezes eu acho que se eu quisesse esquecer Percy... Você não seria a melhor escolha - eu disse.
Luke não disse nada. Sua expressão ficou séria nossa comida chegou e comemos em silêncio. E eu me sentia um lixo por ter dito isso. Mas era verdade. Eu  não conseguiria esquecer Percy ficando com Luke porque isso só confirmaria todas as suspeitas de Percy sobre Luke, e além disso eu não conseguiria usar Luke mas  do que eu já usava.
Acabamos de comer e Luke pagou a conta.
 - Pelo menos a conta eu posso pagar - ele resmungou.
E me levou para casa. Mas não desci da moto quando paramos na frente do meu prédio.
 - Luke? - eu o chamei tirando o capacete.
Ele não respondeu, nem se virou. Desci da moto, tirei seu capacete e fiz ele olhar para mim.
 - Me desculpa - eu disse. - Por favor. Mas eu precisava te dizer isso. Não queria ficar te dando esperanças para algo que nunca vai acontecer. Eu te amo, mas não é  domesmo tipo de amor que eu sinto por..... Não é o tipo de amor que você quer. Eu sou uma completa estupida por não ficar com você, por não aceitar o que você sente  por mim, mas isso não é algo que eu possa controlar. Não vale a pena sofrer por mim - eu disse.
 - Você tem razão, não vale - ele disse, colocando o capacete e indo embora.