Desejos Ocultos escrita por Mel
Notas iniciais do capítulo
Por trás do beijo.
Cap. 2
Kiba estacionou o carro em frente à casa de Hinata. Galanteador, abriu a porta para as duas saírem. Como forma de agradecimento, Hinata não pode deixar de perguntar:
– Gostaria de entrar? – Kiba disse ‘sim’ com a cabeça.
Hinata abriu a porta e Sakura, segurada por Kiba, cambaleou ao entrar em casa. Estava com uma forte tontura, mal conseguia ficar de pé. Hinata pediu para que ele a levasse ao banheiro.
– Vou pegar uma toalha. Acho que um banho vai ajudá-la a melhorar essa ressaca.
– É uma boa idéia.
Kiba, colocou Sakura sentada na tampa do vaso sanitário. Agachou-se, pedindo licença, e tirou suas sandálias. Pegou sua bolsa que estava caída no chão e levantou-se. Pretendia pendurá-la em um cabide. Achou o cabide de madeira. Foi quando viu o sutiã de Hinata ainda pendurado. Se sentiu um pouco encabulado, e por isso resolveu virar para Sakura. Talvez se ela não tivesse visto a cena, não falasse nada para Hinata. E ela não viu. Se sentiu mais aliviado. “Mas, como explicar a sandália e a bolsa penduradas no cabide?” – Pensou. “Talvez fosse melhor deixá-las no chão”. Estava decidido. Ergueu a mão, na tentativa de pegá-las novamente… foi quando Hinata apareceu à porta, dizendo:
– Está aqui a toalha e… – E ficou pasma.
A cena não foi pouco constrangedora, mas Hinata tentou agir com naturalidade, mesmo assim. Respirou fundo e disse:
– Eu… vou dar um banho nela… Se quiser esperar lá na sala…
– Eu prefiro, se não for incomodar.
– Não incomoda. – Tentou amenizar a situação soltando um sorriso sincero e envergonhado ao mesmo tempo.
Deu certo. Kiba não se sentia mais tão sem graça pela situação. Foi para a sala, sentou-se no sofá. E ouviu uma voz baixa dizendo:
– Ah! Se quiser ligar a televisão, sinta-se a vontade.
– Não é preciso, muito obrigado.
Hinata levou Sakura para debaixo do chuveiro. Abriu a torneira e procurou deixar a água bem gelada cair sobre a amiga, ainda com roupa, até que estivesse em condições, de pelo menos, ir para o quarto de hóspedes sozinha.
– Hina, desculpe pelo papel ridículo que fiz… estraguei sua noite com o bonitão.
– Xiiiu… - Disse Hinata olhando para trás. – Ele ainda está aqui.
– Me vendo neste estado?
– E o que tem de mais? Todo mundo já tomou um porre uma vez… - Riu.
– Isso me tranquiliza tanto… - Ironizou com um sorriso lateral.
***
Sakura saiu do banheiro primeiro, com uma toalha na cabeça e outra cobrindo as costas.
– Se rir do pintinho molhado aqui, eu juro que te mato. – Brincou com Kiba, se dirigindo ao quarto de hóspedes.
– Então é melhor eu ficar quieto. – Riu, aceitando a brincadeira.
– Vou dormir. Boa noite.
Sakura passaria esta noite na casa de Hinata. Não tinha condições de voltar para a casa dela. Como havia telefone no quarto de hóspedes, ligaria de lá para seus pais.
Hinata saiu do banheiro minutos depois, deixando o sutiã ainda no cabide, mas desta vez, fechando a porta. Sabia que se saísse de lá com ele na mão, a situação apenas ficaria mais constrangedora, uma porque, pensava ela, o jogo havia terminado.
Kiba esperou que ela se sentasse junto a ele no sofá para falar:
– Desculpe q… - Pigarreou. – q-qualquer coisa.- Respirou e abaixou a cabeça. – Desculpe. Eu nem sei o que dizer.
– Não precisa ficar assim. Não tinha como saber. Mas se contar isso para alguém eu ajuda a Sakura: Te corto em pedacinhos. – Sorriu.
– Não será preciso.
– Acho bom. – Disse intimidando.
Por um tempo o silêncio reinou, até que Hinata levantou-se e foi em direção à cozinha.
– Aceita uma bebida? Tenho cerveja na geladeira.
– Sim, obrigado.
Kiba estava sentado no sofá de 3 lugares. Virou-se de forma que seu braço esquerdo ficasse no encosto superior e suas costas no ‘braço’ do sofá. Dobrou sua perna para o acento e olhou-a abrir a geladeira. Hinata, ainda com o vestido vermelho colado ao corpo, inclinou-se para pegar as latinhas. Kiba sentiu-se esquentar ao ver as formas delineadas de Hinata, daquele jeito. “Que mulher bem feita, meu Deus” – Pensou, enquanto a via levantar-se e fechar a porta da geladeira.
Hinata entregou-o uma latinha e pediu para que segurasse a dela, enquanto trocava de roupa. Foi andando a seu quarto. De onde ele estava sentado, podia vê-la caminhando, rebolando… “Ah! Aquelas formas… Que mulher perfeita!” – Pensava.
Hinata sentou-se na cama para tirar as sandálias. Separou uma roupa simples: Uma blusa leve, de alça e um short curto que tampava até a metade de sua cocha. Fechou a porta. Iria se trocar.
Na mente de Kiba só estava um pensamento: ela se trocando. Até que Hinata saiu do quarto vestindo uma blusa rosa e um short branco. Kiba, a princípio ficou hipnotizado. Mas tentou voltar ao seu normal. Não conseguiu.
Hinata sentou-se ao lado dele. Pegou a cerveja de sua mão, relando-a sem querer. Por um instante o mundo parou. Os dois olhos se chocaram. Kiba soltou um sorrisinho e disse:
– Onde a gente tinha parado mesmo?
Hinata mordeu o lábio e aproximou-se, vagarosamente, dos lábios dele:
– Aqui. – E beijou-o.
Ao terminarem o beijo, tiveram uma sensação que não esperavam. Olharam um para o outro e assim permaneceram, estáticos, com um meio sorriso no rosto e um brilho tímido no olhar.
Hinata deu seu primeiro gole na cerveja e Kiba olhou-a beber. Não conteve a pergunta:
– E então? Este era o objetivo?
– Objetivo? - Fez-se de desintendida.
– Eu não sou bobo, Hinata. "O objetivo era seduzir", sua amiga disse. Fiz parte de um jogo, não foi?
Hinata corou. Abaixou seus olhos, arrumou-se no sofá e antes que pudesse responder, Kiba começou a rir.
– O que deu em você? – Perguntou curiosa.
– Desculpe. É que achei engraçado.
– Ser usado? – Perguntou inocente.
– Visto por esse ângulo, não. – Respirou fundo. Achou que devia, também, uma explicação. – Mas, visto pelo fato de nós dois termos jogado, acho que podemos dizer aos nossos amigos que ganhamos, pelo menos. – E soltou uma gargalhada envergonhada, mas sincera.
Hinata ficou perplexa com a declaração. Mas, entrou na “dança”, desatou a rir também.
– Vem cá… - Interrompeu Kiba. – Não é que eu não tenha gostado do beijo e não te ache maravilhosa, - Hinata riu abaixando a cabeça e com um olhar lateral deu uma piscadela, como quem agradecia os elogios. - …mas, você sentiu o mesmo que eu?
– Como vou saber que senti o mesmo que você, se não sei o que sentiu?
– Você não sentiu prazer, não foi?
Hinata riu.
– É. Acho que não ouvi meu coraçãozinho acelerar. – Deu um sorrisinho de quem entendeu a reciprocidade.
– Acho que tinha alguma coisa naquela cerveja. – Riu.
– Ou seria nos espetinhos?
– É verdade… os espetinhos. – Kiba olhou-a por uns segundos, deixando-a um pouco sem graça. – Eu tinha gostado de você, sabia? Cheguei mesmo a te querer.
– Eu também.
– E… é uma pena que a noite tenha começado tão bem e terminado desse jeito.
– Engano seu. A noite não precisa terminar desse jeito. Talvez, só talvez… o beijo tenha sido estranho, porque nós dois sabíamos que estávamos apenas jogando.
Kiba entendeu o que ela queria dizer.
– Então vem cá, vamos testar essa teoria. – Hinata concondou, e então ele a beijou, novamente. Desta vez, sem ninguém ditar as regras. Estavam livres.
E se sentiram assim pela noite toda.
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