Desejos Ocultos escrita por Mel


Capítulo 1
Capítulo 1 - Um jogo de sedução.


Notas iniciais do capítulo

Um jogo de sedução.



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Cap.1

 

Um dia chuvoso lá fora era a única coisa que Hinata não queria. Não fazia sentido ter entrado de férias, se não podia aproveitar logo o primeiro dia. Queria descansar. Precisava tirar da mente uns pensamentos que teimavam em ficar.
Olhou pela janela. A chuva aumentara. Virou-se em direção ao banheiro, deu alguns passos e cruzando os braços sobre a cintura, segurou sua blusa e puxou-a para cima, até retirá-la... lentamente. Esticou seus braços ainda erguidos para cima e deslizou a mão direita pelo antebraço esquerdo até chegar no pescoço, coberto por seu longo cabelo negro. Pegou um lápis sobre a mesinha ao lado do banheiro, fez um coque e prendeu o cabelo, deixando uma mexa cair no entorno de suas costas.

Andou até a banheira, sentou na borda e num movimento suave girou a torneira. Abaixou-se para tirar o laço da sandália que envolvia seu tornozelo e tirou-as. Levantou-se. Foi até o armário e pegou dois potes de sais de banho. Merecia relaxar depois de um dia cansativo como o que tivera. Jogou sobre a água e quase que imediatamente, foram surgindo as primeiras bolhas de sabão. Colocou os potes de sais ao lado da banheira. Olhou em direção ao espelho, abaixou a primeira alça do sutiã, depois a outra. Colocou os braços para trás e abriu o fecho. Foi pendurar o sutiã no cabide de madeira. Não era a última peça de roupa que faltava. Inclinou-se como quem abaixava a calcinha. Tirou-a. Uma perna após outra pularam a borda da banheira. Sentou-se, desligou a torneira, encostou suas costas… e chorou.

***

Hinata era do tipo de mulher acostumada com a solidão. Morava sozinha, desde que discutira com seu pai, há 6 anos. Sobreviveu com o que sabia fazer de melhor: Desenhar. Virou desenhista, depois escritora. Conseguiu emprego como cartunista. E era cartunista no melhor jornal da região. Era conhecida por poucos, sua popularidade se resumia em família, amigos e alguns vizinhos. Não que lhe incomodasse a popularidade, mas preferia o anonimato. Gostava da calmaria dos dias. Tinha poucos amigos, mas lhe eram suficientes. Depois que começara a trabalhar, pouco os via. Deve ser por isso que decidiu ligar para um deles.

- Alô? Oi… Tudo bem?

(…)

- Isso. Às 20:00h, pode ser?… Então até lá… Beijos.

Marcara de sair. Iriam a um barzinho com música ao vivo no centro da cidade. O combinado era se encontrarem lá. Decidiu ir a pé… era perto: Uns três ou quatro quarteirões.

***

Saiu do banho. Estava com o rosto pouco inchado, mas deu de ombros. “Nada que uma maquiagem não resolva”. Enrolou-se à toalha e foi até a janela. A chuva dissipara-se. Decidiu que colocaria seu vestido vermelho, um tomara-que-caia que torneava suas lindas curvas e deixava suas pernas de fora. Não estava vulgar. Separou uma de suas melhores sandálias pretas. Calçou-as. Dirigiu-se ao espelho e se maquiou. Quando pronta, pegou sua bolsa sobre o sofá, sua chave de cima da mesinha de centro e saiu.

***

Na porta do bar, uma moça acenava. Era Sakura. Usava um vestido preto de alcinha, que ficava solto no corpo e calçava uma sandália preta de salto fino. Hinata respondeu com outro aceno. Aproximou-se, cumprimentaram com um beijo no rosto e entraram. O show da noite era de uma banda desconhecida que tocava músicas românticas. O ambiente escuro, repleto de luzes amarelas suspensas sobre as várias mesas, davam um ar de aconchego. Enquanto a música tocava, Sakura propôs um jogo:

- Hina, o que acha da gente fazer uma pequena competiçãozinha?

- Baseada em quê?

- Em quantos homens a gente consegue domar.

- Vale beijo?

- Um só. Ganha quem receber uma ligação de retorno.

- Um jogo de sedução, é isso?

Sakura concordou com a cabeça.

- Quantas tentativas?

- Duas, é claro. Seremos sedutoras, não galinhas. A começar agora. – Concluiu, levantando-se com um sorriso arteiro para Hinata. – Aquele ali não tira os olhos de você. É a sua chance, poderosa. – E deu uma piscadela.

“Ela não perde tempo!” – Pensou Hinata. Abriu a bolsa e pegou o espelhinho de mão e o brilho labial. Passou-o sedutoramente, olhando fixo para o espelho. Encostou um lábio ao outro e fez biquinho, como que para observar se estava apresentável. Olhou para o lado. Encontrou um par de olhos castanhos virados em sua direção. Considerou um bom partido. Com um leve gesto de mão, chamou-o para sentar-se com ela.

Usava uma camisa azul e uma calça cinza com vinco. Aproximou-se dela e beijou-a no rosto.

- Oi. Prazer, meu nome é Kiba. – Estendeu a mão.

- O meu Hinata. – Colocou a mão sobre a dele.

Kiba deu um sorriso e olhou para a cadeira.

- Posso?

Hinata concordou com a cabeça e um sorriso singelo.

Conversaram sobre diversos assuntos. Sobre o tempo, sobre seus respectivos trabalhos, sobre política… Hinata impressionou-se com a inteligência e a educação do rapaz. Resolveu que ele seria sua “vítima”. Se desse certo, quem sabe arranjaria um namorado, se não desse, valeria a pena uma amizade.

Kiba achou-a simplesmente encantadora. Ficava abobado cada vez que ela ria sobre algum comentário que ele fazia. Era linda até rindo!

- Comeu alguma coisa ou posso ter o prazer de te pagar uns espetinhos?

- Na verdade, estou morrendo de fome. – Riu.

E assim, Kiba chamou o garçom. Pediu uma porção de “Romeu e Julieta” espetados num abacaxi. “Gosto apurado o dele!” – Admirou-se.

Quinze minutos depois, o garçom serviu-os. Kiba pegou o primeiro espeto e deu à Hinata. Sedutora, não aceitou pegá-lo. Abriu a boca e esperou que ele a servisse, rindo do feito “ingênuo”. E ele assim o fez. A decoração no abacaxi estava digna do valor que ele pagaria pelo pedido. E o sabor, então… sem palavras.

Em meio a uma música, Kiba aproximou-se dela e falou ao seu ouvido:

- Você está sendo a melhor parte do meu dia!

Hinata sentiu-se nas nuvens, até que percebeu que o jogo estava ficando perigoso. Ele é quem estava seduzindo-a. Resolveu inverter o jogo. Quem ditaria as regras, agora seria ela.

- Então faça por merecer um beijo meu. – Cochichou ao ouvido dele.

Ele riu, sem graça. Foi quando começou um alvoroço pouco atrás da mesa deles. Duas mulheres se pegavam aos tapas. Uma de terninho verde e outra de… vestido preto.

- Ai meu Deus, é a Sakura. – Falou espantada. – Kiba, desculpe, mas… é a minha amiga.

- Sem problemas. Eu te ajudo. – Disse levantando.

Kiba foi em direção às mulheres que se atracavam e tentou separá-las, enquanto um rapaz segurava a moça enfurecida. Levou uns tapas no braço, uns chutes na canela, mas conseguiu separá-las.

Hinata levou sua amiga para longe daquela “louca de verde” e Kiba seguiu-as.

- Vocês já vão? Querem carona?

Hinata olhou para Sakura e viu-a assustada, então decidiu aceitar cordialidade do rapaz.

***

Dentro do carro, depois de ver Sakura mais calma, Hinata perguntou:

- Sa, o que foi aquilo?

- Aquela mulher é louca! Diz ela que é a namoradinha dele… mas ele me disse que já terminou com ela. Ela que não larga do pé dele. Então eu dei um beijo nele e ela começou a me atacar.

- E você acreditou nele? – Perguntou Kiba.

- E precisava acreditar? – Perguntou Sakura. - O objetivo não era acreditar, querido, era seduzir.

Kiba olhou pelo retrovisor, enquanto Hinata ficou perplexa pelo comentário da amiga.

- Objetivo? – Perguntou Kiba.

Estava claro que Sakura não estava no seu estado normal. Havia bebido mais do que podia. E por isso, falara mais que a própria boca.

As perguntas eram: Como Hinata sairia dessa? Seria a hora de falar a verdade para o Kiba? Que só aceitou conversar com ele, porque tudo fazia parte de um jogo de sedução?

 


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