O Novato escrita por Ruan


Capítulo 6
Capítulo 6 - Confusões, parte l


Notas iniciais do capítulo

Ai esta o capitulo em que a Bella e Alice vão trabalhar, ou melhor, tentar.
Boa leitura!



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Edward Cullen

- Você tem certeza? – Perguntou Jane no telefone.

- Absoluta. – Respondi confiante.

Ela ficou em silencio por vários minutos, até que finalmente disse:

- Isso vai ser arriscado.

Dã, claro que era!

Tinha passado a noite toda pensando em como conseguir entrar lá. Emmett iria me apoiar, agora só faltava Jane.

- Você tem um plano? – Perguntou de novo, certamente preocupada.

- Claro que tenho.

- Ok, que horas?

- Essa tarde, lá pelas quatro e meia.

- Certo, tchau!

Jane desligou o telefone e eu fiz o mesmo.

Estava tudo pronto.

- Emmett, Jane já aceitou! – Gritei para ele, que estava no banheiro.

- Ainda bem! Putz cara, eu não deveria ter comido polenta com laranja!

Um barulho violento vindo do banheiro me fez dar um pulo.

- Ops! – Emmett falou alto lá de dentro.

Revirei os olhos e deitei na minha cama, repassando mentalmente o plano.

Ânimo Edward, Ânimo!

Bella Swan

Eu e Alice estávamos na frente da construção de um prédio. Pelo que contei, havia uns treze andares. Mas estava sem pintura e faltava fazer um monte de coisas. A terra aonde minhas novas botas de borracha pisavam era grudenta e vermelha. O cheiro de gente pobre pairava no ar e de onde eu estava dava para ver os pedreiros suando.

- Ai Alice, eu quero voltar! – Resmunguei.

- Não Bella, já que ta que vá! – Depois de dizer a gíria de pobre, Alice arrumou o capacete amarelo na cabeça.

Nós fomos ao shopping e compramos tudo que tínhamos direito. Eu e minha melhor amiga usávamos praticamente a mesma roupa. Um macacão rosa, uma blusa branca por baixo. Luvas de borracha lilás, botas de borracha da mesma cor que as luvas, bonés rosa com o capacete amarelo por cima.

Se for para trabalhar, que seja com estilo!

Uma mulher loira saiu de dentro da construção e olhou para mim e Alice. Ela murmurou alguma coisa com o pedreiro do lado e começou a caminhar em nossa direção.

De longe pude observar que ela usava um macacão cinza, luvas amarelas e do lugar do capacete havia uma coroa de plástico. Seus olhos eram azuis e seus cabelos louros super lisos e sujos estavam espalhados por todos os lados do rosto.

- Ela é algum tipo de rainha? – Perguntou Alice, mais para si mesma do que pra mim.

- Só se for dos fracassados – Eu disse sem piedade.

Arrumei a mecha que estava caída no meu rosto e coloquei atrás da orelha.

O sol estava bem na frente do meu rosto. Só de pensar que eu poderia suar de tarde já me dava ânsia de vomito.

- Senhoritas! – Chamou alguém na minha frente.

Olhei na direção da voz e lá estava a mulher loira.

- Meu nome é Rose. – Ela logo foi falando. – Mas pode me chamar de Rose Bombril.

- Rose Bombril? Por quê? Você também serve pra lavar panelas? – Alice perguntou toda inocente, e Rose a fitou com os olhos cerrados.

- Bombril tem mil e uma utilidades, Rose também. Além de pedreira, também sou a borracheira, jardineira, carpinteira, eletricista e stripper da cidade.

- Nossa, que coisa mais digna de sua parte – Não pude me conter e falei.

ESCAPOU ORAS!

- Como é que disse? – Ela perguntou incrédula.

Antes que eu pudesse falar claramente para aquela surda, Alice foi mais rápida e respondeu por mim:

- Ela disse que você é certamente muito digna!

Rose me encarou e perguntou:

- É verdade?

- Claro que... – Vamos lá Bella, isso era para o bem de sua própria mesada – Sim.

Rose suspirou aliviada.

- Certo, vou chamar você – Ela apontou para mim – de cabo trinta, e a sua parceira de cabo quarenta, fui clara?

Revirei os olhos.

- Mas cabo de que? – Perguntou Alice, obviamente ia soltar uma mancada – de cenoura, banana...

- Como é? – Rose ficou indignada ao ouvir tais palavras.

- É que a pobrezinha não comeu de meio dia, e esta com fome – Me apressei em falar, sorrindo ironicamente.

A ‘’mil e uma utilidades’’ nos fuzilou com um olhar.

- Certo, me acompanhe ate o elevador. Vocês vão trabalhar arrumando a fiação lá em cima.

Edward Cullen

Nós estávamos na escola, andando no corredor.

- Então, vocês entenderam? – Perguntei para Jane e Emmett.

- Eu vou ficar de guarda – Respondeu Emmett, todo orgulhoso de si.

- E eu vou distrair a diretora – Jane disse, engolindo em seco.

- E eu vou entrar na sala e procurar pelo histórico da Bella. – Engoli em seco também.

Por sorte do destino, a diretora estava andando no corredor.

- Jane, é com você – Eu disse, dando um empurrão nela.

Jane POV

Não pude protestar, o Edward me empurrou com força para cima da diretora no corredor.

Resultado:

Eu dei um encontrão na pobre mulher e nos duas caímos.

- Que loucura! – Gritou a diretora com todo meu peso em cima dela.

Sorri angelicalmente e me levantei.

Edward e Emmett passaram correndo por nós.

Eu a ajudei a se levantar – confesso que ela era um pouco pesada - e ao ver que ela já estava de pé e pronta para me dar uma bela bronca, coloquei as mãos em meu rosto e comecei a chorar.

- O que foi minha pobre garota? – Ela perguntou, com pena.

Pobre mulher! Nem sabia que eu a estava enganando!

Tudo bem Jane, pensa em algo, pensa em algo!

Falei o motivo mais idiota que me venho ha mente:

- Meu namorado terminou comigo! – Fingi um choro ainda mais desesperador.

- Oh! – Ela passou as mãos ao redor de meus ombros – quer conversar minha querida?

Funguei.

- Claro que quero!

- Não se preocupe, vou te ajudar a superar! Eu também já tive vários namorados na infância, venha comigo minha querida.

Fase número um: completa!

Edward Cullen

Estávamos na frente da porta da diretoria e a mesma estava trancada.

- Por diabos você não pensou em como abrir a porta? – Perguntou meu irmão, tentando abrir a porta em vão.

- Me esqueci dessa parte!

Comecei a me amaldiçoar mentalmente.

- Mano, olha ali em cima da porta!

Olhei para aonde meu irmão estava apontando.

Em cima da porta havia um espaço quadrado aberto.

- Quem sabe eu não consiga passar por ali! – Falei, colocando minha cabeça para funcionar.

- Certo, eu te faço escadinha – Ao dizer tais palavras, Emmett colocou uma mão sobre a outra e abaixou as mesmas para o meu pé.

- Que deus nos ajude!

Coloquei meus pés encima das mãos de Emmett e o imbecil me empurrou com tudo para cima, quase que bato com a cabeça na parede. Por sorte consegui agarrar o pedaço de madeira da passagem.

- Coloca a cabeça para dentro, vamos mano!

Emmett colocou as mãos na minha bunda e foi me empurrando para dentro do buraco.

Minha cabeça quase ficou entalada ali e meu irmão continuou me empurrando.

VOU MORRER! Eu estava desesperado.

- Ai.. Ai ... – Fui reclamando.

A cabeça passou, ok! O pescoço... Agora os braços... A barriga... A cintura... MEU DEUS, QUE DOR! ... As pernas... AI. AI... AI... Os pés.

Cai com tudo no outro lado, marcas vermelhas estavam expostas nos meus braços.

Levantei do chão e olhei pela janela da porta, Emmett sorria para mim.

Não adianta começar a gritar com ele Edward... Não adianta...

Foi ai que o imbecil fez a coisa mais estúpida depois de dizer:

- Vou ai te ajudar!

Ele se jogou no buraco encima da porta.

- NÃO, EMMETT NÃO! – Gritei, tentando impedir o idiota.

Ele colocou a cabeça para dentro, mas quando tentou passar sua cintura não deu.

O imbecil ficou entalado.

- Por quê. Você. Fez. Isso? – Perguntei tentando não sair do meu lugar e ir socar meu irmão.

- Eu quis te ajudar, mas acabei entalado! – Respondeu, olhando para mim – Cara, e se eu morrer com o sangue na cabeça?

- Se isso não acontecer vai ser por assassinado. –Murmurei.

- E se alguém tentar pegar na minha bunda?

- Para de falar besteiras! Primeiro vou achar o histórico da Bella e depois tiramos você daí.

Ele concordou.

Fui à direção das várias gavetas pratas, e comecei a abri-las.

Na primeira encontrei um chicote e uma fantasia de mulher gato.

- O que isso está fazendo aqui? – Perguntei, passando a mão no chicote.

- Eu sabia que essa diretora era safada! – Emmett disse, fazendo uma careta.

Fechei aquela gaveta e abri a de baixo.

Varias pastas com os nomes de A à B. Deduzi que estava mais para baixo e fui abrindo todas as gavetas ate achar de I à J.

Certo, deve estar por aqui!

Isabel Fisher...

Isabella e Sá...

Isabella Marie Swan.

Peguei a pasta, colocando-a de baixo do braço e em seguida fechei as outras gavetas abertas.

Olhei para a porta no qual meu irmão estava entalado na janelinha de cima.

Emmett estava com os braços abertos e seus olhos estavam fechados.

- O que você esta fazendo? – Perguntei temendo a resposta.

- Aquela cena do Titanic. – Respondeu, abrindo os olhos.

Resolvi ficar com a boca fechada e não perguntar por que raios de motivo ele estava fazendo aquilo numa hora dessas.

- Como vou tirar você daí? – Perguntei para mim mesmo, olhando para os lados, nervoso.

Nossa! Como eu estaria ferrado se a diretora aparecesse ali. Meu pai certamente nunca mais me deixaria sair de casa de tarde, ou reclamaria para minha mãe.

Não pense nisso agora Edward, tire seu irmão dessa porta!

Se Emmett não tivesse tentando fazer tal burrice, eu certamente não estaria nessa.

Segurei a pasta firme em meus braços e tentei puxar Emmett para dentro.

Resultado:

Cai com a bunda no chão.

Levantei rapidamente e comecei a abrir as gavetas. Pastas: não, chinelo: não, Chicote: não, Celular: não, Meu deus! Isso era o Kamasutra?! Pare Edward, se concentre! Uma chave de fenda... ISSO!

Tirei a chave de fenda da gaveta e olhei para o Emmett, que ao perceber o objeto em minha mão ficou branco como trigo.

- Aonde vai enfiar isso? – Perguntou arregalando os olhos.

- Na sua bunda – Respondi, vendo o que o idiota iria fazer.

- NAAAO! EDWARD! TENHA PENA DE MIM! NA BUNDA NÃO! – Ele começou a gritar, quase chorando.

- Shiu! Emmett, é brincadeira! – Falei, agora rindo.

- Ufa mano! Não faça mais isso!

Tomei fôlego e eu disse a coisa mais maluca de toda minha vida:

- Eu vou tirar a porta!

- Que deus nos ajude.

Certo, lá vamos nós!

Jane POV

Ouvi um barulho vindo de onde parecia a sala da diretora.

- Que barulho foi esse? – Perguntou a diretora, olhando por trás de meu ombro.

Pensa Jane, pensa!

Mais uma vez o barulho.

O QUE ELES ESTAVAM FAZENDO?

- Esse barulho... – Foi dizendo a diretora, se levantando – Parece ser da minha sala!

Levantei também e olhei por cima dos seus ombros.

- São ETS?

- ETS? AI MEU DEUS! – A diretora olhou na direção da janela, preocupada.

Será que eu saio correndo?

- Eu sempre soube que eles existiam, acione o alarme da escola!

SIM, EU SAIO CORRENDO!

Dei no pé dali e corri o mais rápido possível para a sala da diretora, torcendo para que o Edward tivesse conseguido.

Ao chegar à sala dela, gritei assustada.

A porta tinha sumido.

- Jane, entre! – Era a voz do Edward.

Entrei e lá estavam eles:

Edward com metade do corpo para fora da Janela e Emmett com uma porta preza na sua cintura. Tive vontade de cair no chão e começar a rir, mas bem, o momento não era esse.

- O que você esta fazendo? – Perguntei imaginando na encrenca que fui me meter.

- Pule a Janela, vamos! – Ele disse apressado.

Fiz o que ele mandou o mais depressa possível e com sua ajuda consegui chegar ao chão sem me machucar.

Tivemos dificuldade de trazer Emmett para fora, pois a porta ficava entalada nas laterais da janela, mas conseguimos em menos de vinte segundos.

Comecei a falar entre arfadas:

- A diretora... Percebeu... Ela... Esta... Vindo...

Não deu tempo de continuar, pois Emmett escorregou e venho para cima de mim e de Edward.

Foi ai que nós três rolamos o morro da escola a baixo.

Bella Swan

Eu estava dentro de um elevador ralé da construção.

Alice estava espremida em um canto, Rose estava ao meu lado e três pedreiros também.

O cheiro era insuportável. Tentei me concentrar na paisagem, mas não deu muito certo. Tranquei minha respiração e não adiantou.

Os pedreiros ficaram no terceiro andar e eu quase comecei a gritar de alegria ali dentro.

Rose clicou no botão do lado para ir subindo aquela laje infernal. Cada vez ia aumentando mais e mais, coitadinha de Alice! Ela tinha medo de altura. Não que eu também não quis olhar para baixo, afinal, era um elevador de pobre que nem ao menos tinha alarme ou coisa do tipo, se aquela gaiola caísse nada poderia impedir.

Alice estava suando frio e suas mãos estavam entrelaçadas uma na outra, eu a ouvi rezar baixinho.

- Rose – Eu disse, e ao perceber que ela me fuzilou com o olhar, me corri – Mil e uma utilidades – Sorri falsamente – Eu e Alice não sabemos nada sobre eletricidade. E se nós nos machucarmos?

- Então teremos que enterrar seus corpos para que ninguém perceba que a culpa foi minha. – Respondeu parando o elevador.

Fiquei boquiaberta.

- Vamos – Ela ordenou saindo daquela gaiola.

Quase que não sai dali, eu estava pronta para chutar o pau da barraca com aquela Rose, mas Alice me empurrou fazendo-me sair daquela gaiola.

Rose pegou do chão um maço de fios amarelos e inesperadamente jogou para mim.

Quem ela estava pensando que eu era?

Sem intenção nenhuma de querer pegar os fios, os mesmos passaram por mim e caíram lá para baixo. Bem feito para Rose, na próxima quem sabe ela aprenda a me jogar as coisas com educação.

- Cabo trinta? Você esta boiando na margarina? – Ela perguntou bruscamente.

Ergui uma de minhas sobrancelhas e coloquei os braços na cintura.

- É na maionese. – Eu a corrigi.

O olhar de Rose se tornou ameaçador, mas eu não senti medo. Ela deveria aprender a como tratar as pessoas que trabalhavam com ela, principalmente uma diva como eu.

- Como é, cabo trinta? – Rose colocou as mãos na cintura também, em sinal de ameaça.

- Nada, ela não quis dizer nada. – Alice disse se colocando na minha frente.

Rose fechou seus olhos e suspirou, o silencio permaneceu no lugar por vários minutos.

- Tudo bem. Você – Ela finalmente disse, agora apontando para mim – Vai descer comigo, já que não sabe nem ao menos segurar um maço de fios, vai aprender a erguer madeira. – Seu dedo saiu de minha direção e agora estava na de Alice – E você, vai ficar aqui e passar os fios pelos buracos, entendeu?

Eu não queria puxar madeira, de jeito nenhum. A única coisa que eu erguia por dia eram meus sapatos. Tentei manter a calma e pensar no quanto meus pais ficariam furiosos se eu falhasse nesse emprego.

Rose foi em direção daquela gaiola que eles chamavam de elevador e me chamou.

- Vai – Alice murmurou para mim e depois me deu um empurrão.

Sorri ironicamente para Rose e entrei na jaula... Quero dizer, elevador.

A ultima coisa que vi antes de descer foi Alice escorregando nos fios e caindo com tudo no chão.

Alice Brandon

Tudo bem Alice, foi só um tombo de nada.

Eu repetia comigo mesma.

Desenrolei os fios que estavam ao redor de minha perna e levantei me sentindo um pouco tonta.

Fiquei com um pouco de medo devida ha altura em que eu estava, sem falar que o elevador não estava mais ali. E se aliens aparecerem por ali e tivessem vontade de me abduzir? Como irei escapar?

Pare Alice. Porque os aliens iam escolher justo você para abduzir? Pensei comigo mesma, agora ajuntando os fios do chão. Arrependi-me profundamente ao notar que não trouxe meu spray anti-alien.

Amontoei os fios em meus braços e caminhei em direção às paredes a procura de um buraco.

Rose não disse nada, apenas que era para colocar os fios nos buracos.

Notei que eu estava no que era uma pequena salinha cheia de buracos ao redor.

AHA! ACHEI!

Joguei o monte de fios em meus pés na frente do primeiro buraco que encontrei pela frente. Depois, peguei a ponta do primeiro fio que achei no maço e coloquei dentro do buraco quadrado na parede. Afinal, não precisava um manual para colocar uns fios inúteis no buraco não é?

Comecei a pensar em algo para me distrair. Eu tinha igreja hoje de noite, assim como todos os dias incluindo o sábado e domingo. Amanha tinha o clube da fofoca, que, aliás foi interrompido quando comentamos que a patrícia poderia ter ficado com o marcos na aula de matemática. Quanta safadeza! Que Deus os perdoe por serem assim. Ainda bem que uso cinto da castidade, pensei orgulhosa de mim mesma.

Percebi que o fio já estava aparecendo no segundo buraco.

Esta dando tudo certo.

Fui em direção do mesmo e comecei a puxar ainda mais o fio dentro dele. Afinal, como isso funcionava?

De repente, Jasper venho há minha mente.

Suspirei.

A lua cheia estava perto, e só pode matar um vampiro com uma estaca na lua cheia, dormindo. Eu certamente iria precisar da ajuda de Bella. Aquele vampiro não ia passar da próxima sexta!

Coloquei minha mão para dentro do buraco e percebi que tinha mais um fio ali.

Será que tinha que arrancá-lo?

Envolvi meus dedos ao redor do outro fio. E em seguida, tudo que pude sentir foi o terrível choque.

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAI

Bella Swan

Após ter terminado de explicar o que eu teria que fazer, Rose foi ajudar um pedreiro atrás da moita.

Desconfiei da certa ajuda, mas resolvi ficar quieta e trabalhar.

Varias madeiras estavam empilhadas uma encima da outra e o meu trabalho era levar as mesmas para o outro lado, porque um pedreiro careca, chamado Freddie precisava delas.

Vamos lá Bella, você consegue!

Peguei a primeira madeira e quase cai com tudo no chão, era pesada demais. Tudo bem, Tudo bem. Pensei, engolindo em seco. Andei em direção do Freddie, que era um pobre velinho.

Quando cheguei ao local, eu estava suada e cansada.

Quase chorei só de me imaginar a minha situação.

Larguei a madeira ali mesmo, escutando um estralo e depois um grito:

- MINHAS COSTAS!

Reconheci aquela voz:

- Sr. Freddie! – Falei, fingindo que estava preocupada com o velho.

Antes que eu pudesse me abaixar e ajudá-lo – afinal, eu não ia querer meu salário descontado - ele tirou a madeira de suas costas e se levantou.

- Cuidado, garota! – Ele reclamou, tentando passar as mãos atrás das costas.

- Não se preocupe seu velh... Quero dizer, Sr. Freddie. Tenho certeza que isso não chegará aos ouvidos de Rose, não é? – Perguntei, sorrindo angelicalmente.

De onde eu estava, dava para ver a moita que Rose estava com aquele pedreiro: a mesma estava balançando loucamente.

Peguei a madeira e a ajeitei em meus braços.

- Depende, você vai fazer uma massagem em mim? – Suas sobrancelhas se uniram, sua expressão se tornou safada.

QUE VELHO TARADO!

- Escuta aqui seu velho ordinário de uma fig...

Fui interrompida por um grito vindo do andar de cima da construção.

Reconheci aquele falsete desafinado na hora.

- ALICE! – Larguei a madeira ali mesmo e em seguida um forte estralo ecoou no local. Sem me importar com mais nada, apenas corri em direção do “elevador”.

- MALDITA SEJA! – Gritou o velho atrás de mim.

Acho que essa foi uma das vezes em que corri muito, mas muito rápido. Talvez eu pudesse fazer disputada de corrida. MELHOR NÃO! Eu não poderia nem imaginar minhas unhas dos pés quebradas ou suadas, embora eu estive assim nesse exato momento.

Ainda bem que aquela gaiola não estava sendo usada. Ao avistá-la na minha frente, me joguei para dentro. Só que errei a mira e cai bem do lado, pude sentir o gosto de terra na minha boca. AI QUE NOJO!

- Deve ser praga daquele velho maldito – Murmurei comigo mesma ao me levantar e entrar naquela gaiola.

Do lado do ‘’elevador’’ havia algo que me lembrava um batom preto que se movia para cima e para baixo. Pelo que me lembrei, Rose havia movido aquilo para cima para subir.

- Como isso é obvio. – Falei novamente comigo mesma, envolvendo minhas mãos encima daquilo.

A gaiola começou a subir.

Lá estava eu, a heroína do dia subindo para salvar sua amiga! Quando os pedreiros me viram ali, seus olhos brilharam. Coloquei as mãos em minha cintura e deixei meus olhos cintilarem ali. Oh, como sou uma heroin...

O elevador parou.

E não estava no andar de Alice.

- Perfeito! –Gritei, jogando as mãos para o alto.

Sem perder tempo, corri em direção da escada. O suor estava começando a descer de meu rosto, aquilo era tão nojento. Me segurei pra não chorar ao pensar que eu estava suada,com as francesinhas quebradas e sabe-se lá o que mais...

Quando subi o que me parecia três lances de escada, avistei Alice.

Seus cabelos estavam em pé e seus olhos esbugalhados. Juro que senti cheiro de fumaça.

- Alice... – Falei, cobrindo a boca com as mãos.

- Bella... – Seus olhos estavam tão apertados, que parecia que tinha saído do planeta terra. ­-Eu levei tanto choque, que juro que avistei uma montanha dos céus!

Eu quase ri ali mesmo. Mas não era hora, apenas abri meus braços para que Alice viesse me abraçar.

E foi o que ela fez.

E em troca, desviei do caminho dela e tirei uma lixa de unha do meu bolso.

- Bella! – Ela gritou, indignada.

- Ai, Alice! – Revirei os olhos – Minhas francesinhas estão destruídas!

- Que droga! Tudo isso é uma droga! – Ela gritou, e jogou uma lata de tinta branca que estava aberta para baixo.

Ouvimos o barulho da tinta branca caindo, só que não foi chão, pois ouvi uma voz familiar gritar lá de baixo:

- MAIS QUE DROGAA!

- ROSE! – Eu e Alice dissemos junto, indo à direção daquela gaiola.

Alice apertou o botão para que pudéssemos descer, foi ai que ouvi um estralo.

- Ai – Minha amiga murmurou, mostrando o que me lembrava um batom na mão.

- ALICE, VOCÊ QUEBROU A ÚNICA COISA QUE PODERIA NOS LEVAR PARA BAIXO! – Gritei indignada.

- Eu estava nervosa, ok? – Ela se desculpou, saindo do ‘’elevador’’.

Sai também daquela gaiola e quase soquei Alice ali mesmo.

- Vamos achar um jeito, esta bem? – Ela disse, indo a direção da ponta daquela laje, olhando para baixo.

- Tomara que sim – Reclamei, me colocando ao lado dela.

De onde eu estava, dava para ver Rose com os cabelos banhados de tinta branca.

Ela estava jogando todos os pedreiros contra a parede, cheia de fúria.

- Estamos lascadas, definitivamente demitidas – Confirmei, engolindo em seco.

- Já sei o que temos que fazer, Bella – Alice foi dizendo – Vamos tirar nossas roupas e pular, usando elas como pára-quedas.

Fiquei boquiaberta e logo protestei:

- Jamais! Você esta louca Alice? Eu, descendo pelada lá para baixo? Sabe quando vou fazer isso? Quando as galinhas criarem dentes!

- Mas as galinhas não têm dentes? – Perguntou Alice, chocada.

- Claro que não, sua idiota!

- Droga! Vou ter que desmarcar o dentista do Bartolomeu.

Ficamos em silencio por vários minutos, até que Alice falou a única coisa que nos restava:

- Vamos pular.

Eu ri baixinho.

- Alice, você esta louca?

- Bella, tem areia lá embaixo!

De uma olhada melhor lá para baixo, Alice estava certa. Um montinho de Areia estava ali, como se pudesse dizer: ‘’ Venha para mim, pule!’’

- Alice, isso é loucura. Não é só porque pulamos na piscina do Edward, que vamos ter sorte agora.

- Ok, então você prefere que Rose nos ache primeiro e depois nos mate? – Ela perguntou, obviamente com medo.

- Você esta com medo, não esta? – Perguntei com pena da minha melhor amiga.

- Você sabe que sim.

- Tudo bem Alice – Falei, dando a mão para ela – Sou sua amiga, e se tivermos que fazer isso, que sejamos juntas, ok?

Seus olhos se iluminaram.

- Sério? – Ela perguntou, dando pulinhos.

- Sim!

Não deu tempo nem de piscar, pois a fadinha tropeçou e nós duas caímos.

Edward Cullen

- Força Jane, força! – Fui falando, olhando para ela.

- Ui – Ela gemeu usando todas as suas forças.

- Estou quase... – Eu disse, suando.

- Sim, sim! – Ela suava também, seus olhos estavam revirados.

- Calma, minha cintura! – Reclamou Emmett, se segurando na arvore.

Estávamos tentando tirar a porta da cintura de Emmett.

- Olha, Calma! – Jane reclamou, largando um dos lados da porta.

- Temos que tirar essa porta da cintura dele, maldita janela de ventilação em cima da porta! – Também reclamei, soltando a outra ponta.

As arvores nos cercavam. O sol estava forte e batia em meu rosto. Meus braços queimavam de tanta dor. Enquanto descíamos, os lados da porta arranharam todo meu corpo. O pobre do Emmett já havia perdido as calças no meio do caminho.

Foi ai que ouvimos um barulho.

Olhei para o lado, e lá estava:

Um porco preto e muito, muito feio. Seus dentes eram enormes e ele estava pronto para nos atacar.

Engoli em seco e murmurei para Jane e Emmett:

-Não se mecham...

- UM PORCO DO MATO, CORRAM! – Gritou Jane, correndo.

Aquele porco disparou na nossa frente, correndo com uma velocidade igual ha de um cavalo.

ESTAMOS CONDENADOS!

Quando eu estava pronto para correr, Emmett veio com tudo para cima de mim.

‘’ Lá vamos nós de novo’’ Pensei em desespero, enquanto eu, Emmett e logo Jane descíamos morro abaixo.

Bella Swan

Senti o gosto de areia dentro de minha boca.

- Não acredito nisso – Me lamentei, ajudando Alice a se levantar.

Acho que aquela queda não poderia ser comparada com a da casa de Edward.

Notei que havia uma madeira embaixo de meus pés e na sua frente notei uma cabeça careca.

- Maldita seja – Disse o dono da cabeça.

Sr.Freddie!

Alice conseguiu se levantar.

Seus cabelos estavam todos para cima e cheios de areia. Acho que eu nunca tinha visto ela tão suja desde a vez em que ela caiu encima das fezes de um cavalo na rua.

- FORAM VOCÊS – Gritou alguém por de trás de meus ombros.

Rose.

- Corre Alice, corre! – Gritei também, puxando minha amiga pela gola da camisa.

Corri o mais de pressa possível. Minhas pernas já estavam começando a doer.

Eu precisava encontrar alguma coisa que nos tirasse dali o mais de pressa possível.

Foi ai que eu vi o que me lembrava um caminhão, só que ele tinha uma corrente com uma grande bola de ferro pendura na mesma.

- Lá! – Gritei para Alice, apontado em direção àquilo.

- Não adianta fugir, vou pegar vocês! – Pude ouvir Rose gritando indignada.

Quando cheguei perto o bastante pude ver que, por sorte, a porta estava aberta – se é que tinha porta. Joguei Alice para dentro e em seguida me atirei ali também.

Pelo vidro, dava para ver uma Rose pronta para me matar.

Seus cabelos estavam literalmente brancos.

- Certo, Certo, temos que mexer nisso com sabedoria! – Fui falando, voltando meu olhar para Alice.

Ela mexia nos botões desesperadamente.

- Alice! – Gritei, tentando fazê-la parar.

- Temos que sair daqui, ela vai acabar com nossa raça, ela vai acabar com nossas francesinhas! – Alice reclamou, apertando em todos os botões.

- As minha francesinhas não!

Eu literalmente coloquei a mão na massa e comecei a apertar todo quanto é tipo de botão.

Foi ai que aconteceu.

Aquela bola grande e cinza se mexeu rapidamente, indo em direção a construção.

- NÃO! – Eu ouvi Rose gritar, desesperada.

A bola bateu na construção e ela começou a desmoronar. Pude ver os pedreiros correrem pra longe rapidamente.

- Parece que fizemos um gol. – Alice falou chocada.

Nosso primeiro dia no trabalho a construção já estava completamente destruída. Espero que mamãe e papai ainda lembrem o número dos advogados, pois eu estou literalmente ferrada.


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Notas finais do capítulo

Eai, gostaram?
Aposto que vocês pensaram besteira na parte da Jane e do Edward não foi? KKKKKKKKKKKKKKKKKKK
Espero que vocês tenham gostado e por favor, comentem sempre!