O Novato escrita por Ruan


Capítulo 5
Capítulo 5 - Alice Compra Um Galo


Notas iniciais do capítulo

Oi leitores!
Me desculpem pela demora de postar o capitulo, é que a minha preciosa beta ficou sem PC e ele demorou para voltar =/, mas voltou e ela conseguiu betar ON!
Enfim, Boa Leitura!



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Edward Cullen

Eu estava babando em cima dos meus livros – eu sei que isso é um pouco nojento; enquanto Jacob não parava de tagarelar como uma velinha contando as fofocas para sua comadre.

- Cara, ontem á noite eu peguei uma mina... E descobri que ela tinha um pomo de adão e blábláblá...

Santo deus! Porque ele não calava a boca?

Ah sim, porque não foi ele que ficou acordando ate ás três da manhã assistindo um filme ridículo de como conquistar uma mulher em três horas. E o pior: meu próprio pai me fez assistir aquele filme.

A cada minuto que se passava daquele filme, parecia que eu estava sendo torturado aos poucos. Até mesmo Emmett sabia como conquistar uma mulher em poucas horas!Ou melhor dizendo, segundos.

- O pomo era realmente grande...

Porque o sinal não tocava? Eu só queria dormir em minha mesa, fingir que estava abraçado com o meu ursinho... Quer dizer, com meu travesseiro!  E ter um belo sonho com a murta que geme... OPA! Tenho que parar de assistir Harry Potter.

- Confesso que eu fiquei um pouco surpreso, mas... Porque não?

E então, algo me despertou.

Todos do corredor, inclusive eu, olhamos para a entrada da escola.

Lá estava á maldita! A culpada por tudo isso. Ela estava vestida toda de preto, e Alice também, quem morreu?

Ela passou na minha frente, e por trás de seus óculos pretos pude ver que me encarava.

Não pude deixar passar essa oportunidade, e me coloquei a sua frente.

Ela parou.

- Vai dizer que quebrou a unhas e entrou em luto? – Perguntei irônico.

- Saia da minha frente, Cullen imbecil! Espera ai... – Ela ficou olhando atentamente para o meu rosto – Isso são olheiras? Já pensou em usar algum tipo de base? E eu pensando que você não poderia ficar pior!

Depois dessa, cheguei a uma terrível conclusão: Ela estava ainda mais diabólica. Como isso era possível?

- Sua mal...

Eu ia começar a dizer poucos e boas para ela, mas fui interrompido pela sua mão que se ergueu no ar.

- Não vou armar barraco aqui, Cullen!

- Que bom Bella, pois eu não trouxe uma barraca! – Disse Alice atrás da maldita.

Inesperadamente Bella me deu uma cotovelada e passou por mim, com a baixinha logo atrás.

- Que deus me ajude – Disse indo em direção a minha próxima aula.

Foi quando ouvi um estrondo atrás de mim.

Quando me virei para trás Jacob estava no chão.

Ele havia escorregado na minha baba.

Quando entrei na sala e sentei em meu lugar, suspirei.

É errado fazer o que estou fazendo, nunca na vida tinha dormido durante as aulas, mas... Hoje era realmente necessário. Primeiro, era por causa do filme. E depois, Emmett ficou falando nas poucas horas que fomos dormir sobre a tal “Pirulitinha”.

Afundei meu rosto em meus braços, e agora a musica que minha mãe me cantava quando eu era pequeno começou a tocar na minha cabeça.

“Nana neném... Se não a vovó Cullen vem te pegar, Papai foi fingir que foi trabalhar, mamãe pegou ele no flagra... ’’ Agora, eu podia imaginar o meu ursinho de pe... Opa! Meu travesseiro!

- Oi, Edward! – Disse uma voz um pouco feminina.

Santo deus, eu só quero dormir!

Com certa dificuldade olhei para cima, e vi Mike parado na minha frente.

Seu cabelo estava envolvido por uma faixa branca, seu braço direito engessado e seu pé esquerdo também.

- Oi...você ta...ótimo! – Tentei sorrir calorosamente.

Na noite anterior ele havia sido pego pelos cachorros, e eu ainda o derrubei na cama. Isso devia ter lhe custado algumas fraturas. Mas ninguém mandou ficar se engraçando para cima de mim.

- Isso é por sua culpa! Seu cretino!- Mike me surpreendeu quando gritou tais palavras, e começou a chorar.

Que?

- Mike, para de fazer cen...

- PARE VOCÊ! SEU CRETINO, GROSSO! VOCÊ NÃO ME TRATOU COMO UMA VERDADEIRA DAMA ONTEM! – Mais lagrimas começaram a descer de seu rosto.

Todo mundo estava olhando para nós. Que mico.

- Agente fala disso mais tarde, O.k.? – Falei entre dentes.

Calma, Edward... Você não vai se levantar só para socá-lo...

- Você ta vendo esse meu corpinho, seu idiota? – Mike bateu em sua própria bunda. – Você desprezou tudo isso. E não vou deixar isso passar limpo. Não meu bem, eu sou uma bicha má e poderosa! Você me paga.

Comecei a afundar em minha própria cadeira, pois todos estavam olhando para mim. Foi ele quem tentou me seduzir ontem, e sinceramente eu gosto é de mulher, não de homem.  Da onde Mike poderia ter tirado tal idéia?

Quando me ergui novamente na cadeira, vi Bella Swan sorrindo para mim, com uma cara de convencida.

Mike tentou jogar seus cabelos para trás – embora fossem curtos – e isso lhe causou um gemido de dor. Depois de tal proeza, ele deu o fora dali.

Meu celular vibrou em meu bolso.

Peguei o aparelho, e percebi que tinha uma nova mensagem. Apertei em ler.

Bella 1 ponto,  Edward ZERO!

Xoxo, Perdedor! –B

Desgraçada! Isso foi tudo culpa dela, só podia.

Eu tinha apenas que ligar os pontos. O que Bella queria fazer em minha casa a invadido? E porque trazer Mike – um garoto gay – junto, que quis me agarrar lá mesmo? Sem falar que fiquei preso no banheiro uma tarde inteira com aquela barata nojenta.

E tudo é claro, foi culpa daquela Maldita.

Meu celular vibrou novamente.

Nova mensagem, de novo! Apertei em “Ler” e...

TINHA UMA FOTO DE MIKE ENCIMA DE MIM, NA MINHA CAMA!

Ontem, quando Bella tirou a foto... E pegou fogo no quarto de Emmett...

Eu estou ferrado.

E embaixo da foto, estava escrito:

Bella 2 pontos , Edward continua com ZERO! –B

Então, Bella iria usar isso para me chantagear. Agora tudo estava claro. Ontem, ela foi ate lá em casa com um plano formado. Ela conseguiu o que queria (a foto), e ainda mais, pois perdi minha madrugada toda vendo o bendito filme.

Mandei uma mensagem para ela:

Edward vai conseguir virar o jogo, Swan. –E

Bella Swan

Depois de ter lido a mensagem do Cullen, sorri para ele.

O que o idiota estava pensando? Com o que iria me vencer?

Por favor, eu sou uma diva. E divas, nunca perdem. Está certo que vou começar a trabalhar – e isso é coisa de pobre – mas isso não era sinal que eu havia perdido, ele nem ao menos sabia sobre o trabalho, e pelo jeito, vou ter que manter isso em segredo. Imagina só, a garota mais linda, mais rica, mais sedutora, mais popular, mais graciosa, mais digna... Enfim, iria ser um grande babado se me vissem trabalhando.

Percebi que ele ainda me encarava. E resolvi apelar, tentando fazer a minha melhor cara de “Oi, eu sou uma vadia e vou acabar com sua vida”.

Depois de vários minutos desviei o olhar, será que ele não se cansava de olhar para uma deusa? Por favor, minha beleza tinha limites.

- Bella? – Chamou Alice de frente para mim.

- Oi – Eu disse, agora olhando para ela e o véu bordado que estava na frente de seu rosto.

- Então, vamos almoçar na sua casa hoje, e depois ver os anúncios de empregos? – Ela perguntou engolindo em seco.

- É – Me lamentei.

Era tanta injustiça contra mim! Aliás, eu fiz uma coisinha que todo adolescente faz. Apenas invadi uma casa, corri de cachorros, tirei uma foto do Cullen com o Mike, fiquei presa num quarto que estava pegando fogo, pulei a janela, e por sorte, cai dentro da piscina – a confissão já está marcada na minha agenda – e briguei com uma loira falsificada.

Coisas simples e que pode acontecer com qualquer uma.

Espera. Eu não era qualquer uma! Eu sou uma diva.

O professor Jasper entrou na sala com aquela sua cara de “Oi, acabei de acordar e não lavei o rosto.” Sério, ele era sinistro. Um dia desses, acho que vou perguntar se ele não poderia fazer um tipo de plástica para ajeitar aquela cara medonha ou se era algum sinal que ele estava passando por alguma dor de intestino das bravas.

Ele colocou sua mochila encima da mesa e pediu para que todos nos ficássemos em silencio.

- Então turma, semana que vem quero que todos os que foram escolhidos para serem lideres da sala apresentem projetos, certo? Quem não apresentar esta fora.

Alice sentava na minha frente e isso dava a chance de nós duas passar bilhetinhos durante a aula. Isso era raro, porque eu prestava atenção na aula e minhas notas nunca foram baixas de dez, nem as de Alice, pois eu sempre a ajudava quando tinha duvidas.

Ela jogou um bilhete para mim. Eu o abri me perguntando o que poderia ser tão urgente.

Ai, meu deus. Nos ainda temos que arranjar empregos. Como vamos ter tempo de organizar algo para você apresentar lá na frente? – Ângela.

Eu sei, era o nome de Ângela que estava ali. Isso era um plano meu e de Alice que sempre funcionou se o professor pegasse o bilhetinho. Nós fingíamos que o bilhete caiu em nossa mesa inesperadamente.

(Não vou dar mais detalhes de tal plano, pois papai do céu não gosta de alunos malvados).

Eu sei. E agora? - Mike

Joguei o bilhete para Alice, ela rapidamente escreveu e me mandou de volta.

Seduzir o professor. – Ângela.

Quando li trais palavras olhei para Alice.

Ela não estava mais sentada de costas para mim, e sim indo em direção à mesa do professor.

Ai não Alice! Eu não posso acreditar que ela vai fazer isso, não, não, não.

- Professor? – Chamou Alice, agora passando a mão no seu decote.

- Sim? – Respondeu Jasper, olhando para cima.

Ao ver Alice ali, com o decote praticamente raspando em seu nariz, ele se moveu um pouco pra trás e ficou ainda mais pálido.

- Eu queria lhe pedir um favorzinho – Quando Alice falou a ultima palavra, ela mordeu seus lábios.

- Ah... Um... Favor... Qualquer um, a...aluna. – Disse Jasper, engolindo em seco e tentando fixar seu olhar no rosto de Alice, e não em seu decote.

Baixinha assanhada!

- Você poderia adiar a dada das apresentações, e nos dar mais uma semana? – Perguntou a descarada.

Minha amiga colocou o dedo na boca e mordeu o mesmo.

- O que? É claro que não – Ao dizer tais palavras Jasper riu, achando aquilo uma piada.

A expressão de Alice mudou agora ela estava incrédula. Claro, a arte de seduzir não deu certo.

Ela mordeu seus dedos forte demais, foi ai que começou a sair sangue.

Ao ver o mesmo Jasper tapou a boca e arregalou seus olhos.

Eu fiquei um pouco tonta e tentei não pensar em sangue, e sim para a expressão tensa do professor.

- Sangue! – Gritou alguém que estava indo mostrar o caderno para o professor, e em seguida desmaiou.

Era Mike.

A campainha tocou e o professor saiu em disparada.

Alice pegou suas coisas da carteira e seguiu em direção ao banheiro.

Espera ai, ela nem ao menos se despediu de mim!

Fui em direção à minha amiga, preocupada com ela.

Ah, e ao passar pela mesa do professor, dei um chute no Mike.

Edward Cullen

- O que? – Perguntou Jacob seguindo em direção à nossa próxima aula.

- É isso que você ouviu. O que você acha que nos fazer uma união contra a Bella? - Repeti novamente.

- Você esta doido? Acha que a Bella não vai acabar comigo e com você no momento em que ela pensar que estamos fazendo isso? – Ele riu entrando no laboratório.

Fiquei em silencio ate eu e Jacob nos sentarmos à mesa na frente do professor.

 Bella ia mesmo acabar com minha raça, mas do que adiantava?! Eu já estava na lista rosa dela deste a vez em que recusei seu pedido.

- Ela já esta fazendo isso – Disse sorrindo ironicamente para ele.

- Ela esta fazendo isso com você! Não vou entrar nessa, nem pensar!

Jacob era tão cagão. 

Na aula anterior fiquei pensando no quanto Bella havia aprontado para mim, e no quanto ela poderia vir a aprontar.

Suspirei e dei de ombros, quem poderia me ajudar agora?

- Oi, Ed. – Disse uma voz feminina sentando-se ao meu lado.

Olhei para ver quem era.

Grandes olhos azuis estavam me encaravam.

- Jane! – Reconheci, dando espaço para ela poder se sentar melhor.

A mesa era para três pessoas. Ainda bem, se não eu iria dar um chute no Jacob.

Foi quando a idéia me surgiu. É claro! Jane era a pessoa que poderia me ajudar. Afinal, Bella a odiava, e sem falar que Jane perdeu para ela na disputa de karaokê.

- Jane, eu queria te pedi uma coisa – Dei um meio sorriso.

Ela ficou olhando para os meus dentes.

- Qual? – Ela perguntou vibrada em mim.

Será que ela estava começando a gostar de mim?

Hm. Vou usar isso ao meu favor então.

- Você não gosta da Bella, não é? – Fiz uma pergunta obvia.

- Claro que não. – Ela logo respondeu.

- Então, preciso da sua ajuda.

- Ajuda?

Seus olhos se ergueram para fitar os meus.

- Quer juntar forças para... Acabar com a Bella?

Parecia que Jane havia levado um soco.

- Acabar com a Bella? – Perguntou novamente, incrédula.

- É. – Respondi, como se fosse a coisa mais fácil do mundo.

Ao tentar falar, ela caiu com tudo da mesa para o chão. Os poucos alunos que estavam ali nos olharam. Sem perder tempo, eu a ajudei a se levantar.

- Isso não vai ser fácil – Ela falou, se ajeitando na cadeira.

Quanta animação!

- Não.

- Tudo bem, e você quer começar por onde? – Perguntou.

- Primeiro, vou à igreja. Tenho que abandonar todas as regras para fazer isso.

Quando eu disse abandonar todas as regras, eram todas mesmo.

Bella Swan

A aula finalmente havia acabado, e agora eu e Alice estávamos estacionando o carro em minha garagem.

- Bella, é serio! – Alice disse, fechando a porta do meu porsche.

- Quanta besteira, Alice. Jasper não é um vampiro, essas coisas não existem! – Revirei os olhos.

Ela havia botado na cabeça que o nosso professor de matemática era um vampiro.

- Então porque ele ficou todo tenso quando viu o sangue?

- Vai ver que ele não gosta de ver sangue. Simples.

- Oh, não venha com essa.

Entrei dentro de casa e parei de discutir com a Alice. Eu a conhecia muito bem, e quando ela colocava algo na cabeça, era difícil de tirar. Como se já não bastasse ter que trabalhar; agora eu tinha que ouvi-la dizer que o nosso professor é um vampiro.

- Bella. – Chamou minha mãe sentada no sofá.

Quando olhei para ela sorrindo, torcendo para que ela desistisse da idéia de me colocar para trabalhar, as chances desapareceram.  Alice parou logo atrás de mim.

Em minha sala, estava meu pai e minha mãe sentados em um sofá. E no outro os pais de Alice.

Os pais de minha amiga eram estranhos. O pai dela era careca e negro, e sua mãe era uma japonesa.  Eu nunca vou entender de como Alice pode surgir no mundo, ela não tinha nada a ver com seus pais. Os nomes deles eram Fred e Mitico.

- Mamãe... Papai... – Disse Alice estampando um sorriso no rosto e indo em direção do sofá em que seus pais estavam.

Eu a imitei me sentando no meio de meus pais.

Ele nós olharam sérios.

- Bella, Alice. – Foi logo dizendo o pai de minha amiga, com sua voz super grossa.

- Nos achamos um emprego para vocês! – Minha mãe sorriu para mim, colocando sua mão em cima da minha.

- É? Isso... É... Ótimo – Eu disse, sorrindo amarelo.

- Qual emprego? – Alice perguntou, sorrindo.

- Pedreiras. – Meu pai respondeu secamente.

NÃO. ISSO NÃO PODE ESTAR ACONTECENDO COMIGO.

- O que? – Perguntei, fazendo o sorriso desaparecer de meu rosto.

- Pedreiras, minha filha. – Respondeu mamãe.

- Isso é uma piada? – Eu e Alice perguntamos juntas.

- Não, não é uma piada. E vocês vão começar amanha. Caso contrário, nós vamos mandar vocês duas para o acampamento militar de garotas. – Disse a mãe de Alice nos encarando.

ACAMPAMENTO MILITAR DE GAROTAS? Faça-me rir.

- Se vocês pensam que...

Eu ia chutar o pau da barraca ali mesmo, mas fui interrompida com as palavras de meu pai:

- Não, não estamos pensando. Estamos mandando. E vocês vão começar amanha na construção, comprem o que for necessário. Amanha, depois da escola, vocês duas vão trabalhar.

Senti as lagrimas começaram a sair de meus olhos. Quem sabe a chantagem emocional funcionasse.

- Eu, eu são tão nova! Mamãe, papai! Vocês não queriam que eu fosse medica?

- Vocês que escolherem isso. A decisão já esta tomada. Vocês podem ir comprar suas coisas, que irão pagar com o seu salário no final do mês.

Sem dizer mais nada, meus pais se despediram dos pais de Alice e subiram as escadas.

- Se comportem garotas – Disseram os pais de Alice, e deram um beijo na bochecha de sua filha.

- É hoje que te pego de jeito mulher – Ao dizer tais palavras, o pai de Alice deu um tapa na bunda de sua esposa.

- Ai, se acalma papaizinho! – Mitico sorriu maliciosamente e saio de minha casa, puxando seu marido pela gravata.

Quanta safadeza!

- Me desculpe Bella. – Alice disse revirando os olhos.

- Não foi nada, amiga. – Limpei as lagrimas de meus olhos.

Ficamos em silêncio.

Pedreiras? Era só o que me faltava.

- Eu, vou para a igreja daqui a pouco. Agente se encontra no Shopping, ta? – Sorri para Alice, ajeitando meus cabelos.

- Certo. Antes de eu ir ao Shopping vou passar na “Objetos Para Sacrifícios.”

- O que é isso?

- Uma loja. – Ela deu de ombros.

- E porque você quer objetos para sacrifícios? – Perguntei.

- Eu preciso deter o Jasper, se ele é um vampiro. Eu vou descobrir.

Pronto! Era só o que me faltava.

Quase que falei para ela parar com tal idéia, mas era em vão qualquer palavra que eu disse se sobre tal assunto.

Alice já tinha tomado sua decisão.

Edward Cullen

Eu estava na igreja.

Me confessando para um padre.

- Então, meu jovem. O que você quer dizer com “se é possível o demônio ter uma filha?”

Engoli em seco.

- Padre, eu conheci uma garota. E ela é muito, muito... Obsessiva.

- Olhe meu filho. As mulheres adoram tomar posse na hora do “vamos ver”.

O que ele quis dizer?

- Vamos ver?

- É. Mas sabe, sou apenas um padre inocente para te dizer certas coisas.

- Oh não padre! Não é isso que você esta pensando!

Suspirei.

- Ela quer acabar com a minha vida – Eu disse.

Tentei olhar para o rosto do padre, mas não dava. Ele estava dentro de uma capela. Seu rosto era ocultado pela pequena janela cheia de espirais desenhadas na madeira.

- Oh filho, mas por quê?

- É que bem. Digamos que eu não quero seguir as regras dela.

O padre ficou em silencio por vários minutos, ate que finalmente disse:

- Às vezes, as mulheres são um pouco exageradas quando não seguimos as regras delas sabe filho. Na época em que eu era novo, eu tinha uma namorada, seu nome era Charlotte. Oh filho, como ela quis me levar para o caminho do pecado...

O que ele estava falando? Era para discutirmos sobre o que eu deveria fazer, e não sobre o que ele tinha feito.

- Uma vez não tinha água quente no chuveiro , então, fervi a água na chaleira para podermos tomar um banho quente...

Mas agora o assunto era sério. Será que no fundo, Bella poderia ser uma garota humilde?

- Ela passou toda aquela água quente sobre meu corpo, mas estava muito quente e acabei queimando minha bund...

E se eu tentasse despertar uma Bella humilde e doce?

- Então, passei o detergente em todo seu corpo...

Será que era possível?

- Seu pai chegou e eu tive que me jogar de uma janela. Eu cai encima de uma pobre velinha...

Espera ai! O que aquele padre estava falando?

Tossi para tentar tirar o padre dos seus devaneios, deu certo, pois ele parou de falar.

- Filho, vou buscar água benta para você. Vamos tentar tirar esse encosto da sua vida.

Eu o ouvi sair por de trás da capela.

Então era isso. Quem sabe uma água benta jogada em mim não poderia me livrar de Bella? Ou quem sabe eu poderia me vestir de baiana...

Ouvi passos em minha direção.

Ótimo, então era agora. O padre está voltando e tudo vai dar certo.

Olhei para trás.

Não era o padre.

Era uma mulher. Ela estava toda vestida de preto, espera! Eu conhecia esse vestido e...

NÃO PODE SER.

Isabella estava entrando na igreja.

Será que demônios poderiam pisar em solo sagrado?

Pensa Edward, pensa!

Ela não poderia me ver ali, de jeito nenhum.

Aliás, o que eu iria falar?

“Ah, estou aqui me confessando, para ver se consigo pedir a autorização do senhor se eu posso ou não me livrar de você.”

Sem perder tempo, sai do meu lugar e me joguei dentro capela.

Por um momento, pensei que ia ficar entalado lá dentro.

Sentei no pequeno banquinho que tinha ali. O lugar era minúsculo, como pode caber um banquinho lá? Ou melhor, como vou sair daqui?

Pude ouvir o barulho dos seus saltos se aproximando.

Não... Não...

Era difícil de ver se ela estava mesmo vindo em direção da capela.

As expirais de madeira atrapalhavam toda a minha visão.

Mas uma coisa, eu pude ver: Ela se sentou na frente da capela.

O que eu faço senhor?

Senti o cheiro do seu perfume. Era bom, mas do que adiantava se ela era azeda?

- Padre – Ela finalmente disse, sua voz soou amargurada.

Vamos lá Edward, não trave agora...

- Sim, minha filha – Falei, tentando disfarçar minha voz.

- Acho que estou sendo uma mulher pecadora.

- Mas isso é obvio! – Gritei.

OPS! NÃO EDWARD, CALE ESSA BOCA!

- Como assim isso é obvio? – Ela retrucou alterando sua voz.

Estava começando a ficar difícil de respirar ali dentro.

- Quero dizer – Abaixei meu tom de voz – Todos que vem aqui são pecadores.

Bati em minha própria testa.

- Eu não sou igual ás outras! – Ela alterou ainda mais seu tom de voz.

- Por favor, minha filha. Estamos na casa de deus. Não grite.

Ela ficou em silencio.

- Tudo bem, eu quero te perguntar uma coisa.

Por um momento, pensei em sair correndo dali, antes que eu acabasse me metendo em encrenca. Mas como a curiosidade falou mais alto perguntei:

- O que foi minha bondosa filha de deus?

- Você acha certo perseguir alguém, por não querer seguir suas regras?

Isso, minha chance!

- Isso é muito errado e pecador.

- É eu sei. E mais uma coisa, você acha que deus pode me mandar um castigo por tal proeza?

Definitivamente era minha chance.

- Claro que sim. Mas, minha filha, que tido de castigo? – Perguntei, agora percebendo o suor escorregando de meu rosto.

Ouvi ela suspirar.

- Olha padre, bem. Vou te falar uma coisa, muito importante, e quero que você mantenha em segredo, certo?

Pode deixar, vou manter em total segredo!

- Pode confiar em mim.

- Vou começar a trabalhar de pedreira, e acho que isso foi um castigo de deus.

Aquelas palavras me atingiram como um tapa. Tentei não rir, mas foi em vão. Pois quando percebi, eu estava rindo muito alto. No momento não me ocorreu de calar a boca ou ficar quieto, aquilo era tão inédito!

- Isabella Swan? A garota mais rica da escola vai começar a trabalhar de pedreira? – Perguntei, ainda rindo.

- NÃO PODE SER! EU CONHEÇO ESSA VOZ! – Ela gritou e venho na direção da entrada da capela.

Ops! Foge Edward, foge!

Quando eu estava pronto para dar no pé dali, a cortina da capela se abriu e de lá apareceu Bella, com uma expressão assassina no rosto.

- Como você... AH NÃO EDWARD, EU VOU ACABAR COM VOCÊ! EU VOU É CHUTAR O PAU DA BARRACA! – Ela gritou, e venho em minha direção pronta para me encher de tapas.

Foi quando aconteceu o inesperado:

Ela escorregou dali e caiu bem encima de mim. Como se fosse automático, eu passei as minhas mãos ao redor da sua cintura. O que você acabou de fazer, seu idiota? Perguntei para mim mesmo.

As mãos de Isabella estavam encima de minha barriga, por um momento, pensei em ter sentido meu corpo estremecer, mas isso foi engano, não foi? Seus olhos verdes estavam fitando os meus. O cheiro do seu perfume doce me atingiu em cheio.

Esqueci de respirar, e aposto que ela também. Ficamos em silencio por vários minutos, ate que ela finalmente perguntou:

- Vo...Você não vai contar para ninguém, vai?

Parecia que aqueles olhos estavam me forçando a dizer “Não”, quase que eu falei. Mas me lembrei de tudo que ela havia feito, e a raiva começou a percorrer por meu corpo.

- Acha que não? – Retruquei, erguendo uma sobrancelha.

A sua expressão mudou: antes o que parecia uma Bella tão doce, agora era aquela patricinha que eu havia conhecido na festa. Suas unhas apertaram a minha barriga.

- Eu acho que você está esquecendo a foto que tenho de você e do Mike na sua cama, não esta? – Um sorriso brotou em seu rosto.

Ah, então ela queria me enfrentar?

Apertei minhas mãos em sua cintura.

- Vamos fazer uma troca, eu não conto a ninguém, e você não mostra aquela foto a absolutamente ninguém, tirando Alice. Então, o que acha? – Dei um meio sorriso para ela.

- Feito – Ela disse sorrindo ironicamente.

Ficamos em silencio novamente.

Pude sentir meu corpo mais quente e o de Bella também.

- Lembre-se: Enquanto eu for uma vadia pedreira, você vai ser o novato que gosta de homens.

Ao dizer tais palavras, ela passou as mãos em seus lábios e depois passou a mesma nos meus.

Quis respondê-la do jeito que em que merecia, mas não deu tempo, pois Bella saio da capela.

Voltei a respirar. Como eu havia me esquecido de respirar?

E o melhor:

O que havia rolado entre eu e Bella?

Alice Brandon

A loja “Objetos para sacrifícios” era um pouco assustadora, confesso.

Era toda preta e um cheiro que me lembrava ha morte estava plantado no ar. Havia grandes prateleiras cheias de objetos super estranhos. Eu podia jurar que tinha visto um olho em algumas delas.

Ai meu pai, aonde eu fui me meter?

- Sim? – Perguntou um japonês que estava atrás do balcão.

Alice, não vá falhar agora. Você é a única que pode deter Jasper!

Peguei a folha que eu havia imprimido na internet que estava dentro da minha bolsa. Na folha, tinha os objetos que eu precisava para fazer o sacrifício.

- Eu preciso dos seguintes objetos: Uma estaca de prata, um colar de alho e outro de cebola, uma perna de aranha – Parei de falar por um momento, e me surpreendi ao ver os objetos em cima do balcão, então, continuei a falar – um fio de cabelo de gente morta, um papel higiênico de banheiro de rodoviária, balas de sal, um colar com uma cruz preta, sal grosso e uma camisa usada por gente morta.

Suspirei.

Olhei para o balcão, e todos os objetos que pedi estavam ali. Ufa! Ainda bem, foi difícil achar esse ritual da internet. Sorri para ele e perguntei:

- Quanto custa?

Ele uniu as sobrancelhas.

- Você quer tudo isso, mas... Não se esqueceu de uma coisa?

Ainda tinha mais coisas?

- Que coisas? – Perguntei, pensando que teria mais prejuízo.

- Bem, você deveria ter um galo preto! – Ele me surpreendeu ao dizer tais palavras.

- Um galo preto?

- É. O galo preto não deixa nenhum tipo de ser do mal entrar na sua casa. E te dá muita sorte!

Nossa, eu nunca tinha ouvido falar disso. Bem, se era para manter meus amigos e minha família protegida, tudo bem!

- Aonde vou encontrar um galo preto? – Perguntei.

- Eu tenho um galo preto, espera ai!

O japonês entrou na porta que estava atrás dele e a fechou.

Mesmo fechada, eu podia ouvir o que ele falava:

- Mulher tira o galo do sacrifício, achamos um comprador!

- Quem iria querer comprar um galo preto?

Alguém que quer manter sua família a salvo. Nossa, será que essa mulher é tão burra que fica caindo no papo dos outros, assim tão fácil? Afe!

A porta se abriu e de lá saiu o japonês com um grande galo preto em seu colo. E quando digo que o galo era grande, era grande mesmo!  E muito, muito preto. A única coisa que não era preta era sua crista, que era vermelha.

- É um galo de briga? – Perguntei um pouco assustada.

- Claro que é! Queria que um galo que te protege do mal fosse como?

Ele me entregou o galo e eu logo o coloquei no chão.

 Eu o segurei com uma coleira rosa que o japonês me mandou colocar naquele galo monstruoso.

- Quanto custa?

- Trinta reais.

Quando eu o paguei, juro que o ouvi murmurar “Estou livre do galo.”

Nossa que gente sem educação!

Uma mulher saiu da porta de trás do balcão, e ela não tinha um braço. Coitada!

- Como você perdeu um braço? – Perguntei piedosa.

- O galo me arrancou quando tentei colocar ele na panela – Ela respondeu.

Nossa esse galo tem força não é? Garanto que é que vai ser um bom guardião pra minha família.

Dei um tchau para o casal e sai da loja, quando fechei a porta os japoneses se abraçaram e abriram uma garrafa de champanhe.

Fui em direção do meu carro.

- Sabe – Fui falando com o galo que alcançava a minha cintura – Vou te chamar de Bartolomeu, o que acha? – Sorri.

O galo não disse nada, apenas ficou me olhando em silencio enquanto todos que passavam na garagem ficavam olhando para o Bartolomeu. Nossa! Que povo invejoso.

Desliguei o alarme do meu carro e abri a porta de trás, colocando o galo e em seguidas as compras.

Ao abrir a porta da frente me deparei com uma cena um tanto incomum:

O galo passou para o banco da frente ao lado do meu.

- Você é rapidinho, eim Bartolomeu!

Coloquei meus óculos, sentei no meu lugar, fechei as portas, coloquei o sinto – e no Bartolomeu também – liguei o motor do carro.

Bartolomeu colocou suas patas encima do botão e abriu o vidro.

Eu apertei o botão para fechar, quem ele pensava que era?

Ele pousou suas patinhas no botão do seu lado, abrindo a janela novamente.

Suspirei.

- Tudo bem Bartolomeu, apenas dessa vez.

E assim, sai em direção ao Shopping com meu novo galo de briga colocando a cabeça pra fora do carro, só pra sentir um ventinho. Quem disse que cachorros são os únicos?


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês tenham gostado!
No próximo capitulo a Bella e Alice vão trabalhar de pedreiras! Já sabe que isso não vai dar certo, não é?
Ate o próximo capitulo!

Nota da Beta: Gente. Acho que esse foi o melhor capítulo até agora, ou pelo menos o mais engraçado; eu não consigo mais parar de rir. Sir Bartolomeu é muito digno, não é? Eu realmente não sei da onde surgem essas idéias malucas, talvez elas venham do topete do Ruan, vai saber... Também estou muito orgulhosa do meu melhor amigo, e pela Alice ter sido inspirada em mim (deixem eu me achar um pouco n).

P.s: Não esqueçam de comentar!