Isabella Swan

Na escola, a caminho da sala de aula, compartilhei toda indignação com Alice:

– Da para acreditar? - Fui falando, atropelando todas as palavras de tanta descrença - Emmett e Edward? Em uma entrevista? Melhor molho da cidade?! Ah, me poupe.

– Aham .... – Ela concordou e por um momento notei certo tédio em sua voz.

– Se alguém era para ser entrevistado nessa essa cidade inteira, esse alguém era eu! Ele é apenas um novato. A diva aqui sou eu.

– Com toda certeza ...

– É serio, acho que vou me matar.

– Claro ...

Ao ouvir que Alice concordou com o que tinha acabado de falar (Ninguém queria ver uma diva morta), percebi que algo havia de errado com a garota. Testando-a, comecei a falar um monte de abobrinhas que me vieram à mente.

– O espírito santo me visitou ontem a noite e adivinha? Estou grávida!

– Amém...

– Me vesti de diabinha e fui para a igreja?

– Que benção ...

– Tudo bem, você vai me contar o que esta acontecendo com você? - Perguntei para Alice, pronto para começar a estapear sua cara ali mesmo. A garota estava parecendo um zumbi, e olha que eu já tinha superado a existência deles a muito tempo, nem pensar que vou esconder meu spray anti alienígenas novamente de baixo do travesseiro.

Um longo silencio permaneceu entre nós duas e parei de andar. Ao ver que Alice fez o mesmo, fiz careta para ela, forçando a barra para que ela desabafasse de uma vez.

– O assunto é serio e você não vai acreditar em mim. - Ela finalmente falou seca, antes de suspirar.

– Claro que vou acreditar em você! - Alice era a minha melhor amiga, como ela podia não confiar em mim? O que ela poderia dizer que eu iria pensar que era mentira? Eu nunca duvidaria de minha melhor amig...

– Jasper é um vampiro. – Disse, interrompendo meus pensamentos.

– Claro que não é! - Discordei, não conseguindo deixar minha boca fechada.

– Quer saber? Não vou discutir isso com você - Ela quase gritou, enquanto algumas pessoas paravam no corredor e paravam ao escutar a voz alterada de minha amiga - Eu sei o que ele é e não vou desistir de enfiar uma estaca em seu peito, entendeu?

E antes que eu pudesse discordar novamente, ela saiu da minha frente e segui seu caminho rumo à sala de aula.

Olhei ao redor e encontrei algumas pessoas paradas, me olhando como se suas mentes estivessem dizendo: '' Essa garota é louca'' ou '' Quem precisa disso, vamos chutar sua bunda para o espaço e mandá-la direto para outro planeta, junto com seus parentes estranhos'' ou '' Nossa! Quem viu aquele filme com aquela atriz famosa, ela apareceu pelada!''.

Eu estava pronta para subir em cima do tamanco e arma o barraco ali mesm, usando o argumento que o diretor era meu pai e também que eu era podre de rica e ia acabar com a vida de todo mundo. Em vez disso, ajeitei minha bolsa em meus ombros e disse: - Ela estava falando do peru que comprou! Bando de gente que não tem o que fazer. Eu heim.

Depois, sai e fui correndo atrás de Alice, só que no meio do caminho encontrei Edward conversando com Jane na frente do banheiro masculino e na mesma hora me encostei-me à parede, aonde os dois não me viriam.

– Então, agente precisa de sua ajuda para entrar no restaurante e invadir a salinha que tem todas as fitas de vídeos. - Edward foi planejando habilmente, enquanto usava sua voz mais sedutora, mais um pouco e eu iria jurar que ele era uma daquelas vadias que fazia coisas pecadoras por telefone.

Sim, sei como é voz, já que uma vez Alice perdeu em uma aposta e teve que ligar para lá, dizendo que era um homem chamado Ricardo e tudo mais. Só que o plano foi para água a baixo assim que ela desmaiou no meio da conversa.

– E porque vocês querem fazer isso? – Jane perguntou e pelo pouco que eu pude enxergar, ela estava muito concentrada na boca de sapo de Edward.

– Porque bem, ah, hm ... - Edward foi encontrando as palavras certas, obviamente querendo ocultar o que iria fazer no restaurante – Ah, desisto. Precisamos pegar a fita para nos lembrar quais eram os ingredientes que colocamos dentro do molho. Na mesma noite que encontrei a Bella com um tal de Brandon.

Algo realmente despertou minha atenção e mergulhei em uma maré de preocupações.

Já pensou se Edward mostrasse as filmagens de nós dois trancados no mesmo banheiro? O que as pessoas iriam pensar de mim? O que Brandon iria pensar de mim? O que o galo de Alice iria pensar de mim? Ah, dane-se o galo. Já pensou se Alice descobrisse ou meus pais?! E se Edward fosse mesmo meu irmão? Ah meu Deus, eu não queria ir presa por dar alguns pegas no próprio irmão de jeito nenhum. Além de tudo, a minha reputação estava em jogo: Eu iria ser motivo de piada por me entregar facilmente pelo novato e quem iria ser rei do pedaço seria Edward. Ah não, o desgraçado não iria roubar a minha fama.

Rápida como uma diva, atravessei o pequeno espaço que me afastava de Edward e do verme. Assim que os dois me viram e param de conversar, estampei na cara o sorriso mais sínico do mundo.

– Eu estava passando por aqui nesse belo dia e adivinhem? - Parei de falar e ao não ouvir nenhuma palavra dos dois, respondi: - Encontrei dois vermezinhos armando um plano. E adivinhem? Vou participar do plano e se isso não acontecer, conto para todo mundo que Edward e a anta de seu irmão não sabem a receita.

Edward ficou calado por um longo tempo, ate que suspirou e me olhou com certo desanimo.

– Você fica de guarda. - Disse seco, apontando para mim - Me encontre no restaurante as 23h. Tchau.

Ainda me olhando com cara de quem rasgou uma nota de 100 dólares, Edward saiu dali o mais rápido que pode, deixando eu e o verme frente a frente.

– Essa foi fácil. - Murmurei vitoriosa, erguendo uma sobrancelha ao perceber que Jane continuava a me encarar – Porque ainda esta me olhando? Quer uma nota de 50 dólares para parar de me olhar ou será que mando alguém virar sua cara para o lado? - Perguntei, olhando para minhas unhas a procura de alguma imperfeição.

– Você não se cansa? Sério, não sei quem é pior. Se é você ou o Diabo. - Xingou, ainda me encarando.

– Queridinha, quem parece o diabo aqui é você - Retruquei, olhando para suas calças jeans rasgada e para sua blusa de alguma banda de rock da qual eu não conhecia. – E com certeza sou pior que o próprio Judas.

E antes que ela pudesse dizer mais alguma besteira, lhe dei as costas e segui meu caminho, sabendo que essa noite seria uma espiã.

Eu precisava de Alice e seu poder divino urgentemente

Edward Cullen

Ao entrar na sala de aula, sentei em meu lugar no fundo da sala e deixei minha mochila cair por de baixo de meus pés.

Porque ela precisava ser tão .... tão ... parecida com a filha do diabo? É serio, o demônio tem que se preocupar seriamente com seu cargo, ou Isabella iria tomá-lo.

Não entendi porque raios de motivo ela queria participar de meu plano, como se já não bastasse ter que cuidar de Emmett, agora tinha uma patricinha em minhas mãos. Ah cara, seriamos pegos no flagrante.

Nunca pensei que iria me meter em uma furada dessas! Poxa, será que é pedir demais ser um novato ignorado por todo mundo na escola? Era bem melhor ser ignorado por todo mundo a ter que passar por tudo que estava me acontecendo agora.

O melhor molho? Nunca pensei que isso existia! Sem demora, mamãe me ligaria e sem duvidas alguma diria para mim que estava com orgulho e todas essas coisas. Era uma questão de tempo para que papai ligasse para mamãe e lhe contasse as novidades.

Distraído, olhei para meu braço e me dei conta de que ainda estava usando a tala. Fazia tanto tempo que mal tinha me lembrado que eu convivia diariamente com aquilo. Em pensar que quebrei a mão protegendo a maldita. Ainda bem que mais tarde já tinha hora marcada no hospital para tirar aquilo de meu braço, era só esperar o horário de aula terminar.

Como se uma luz tivesse piscado em minha cabeça, uma idéia me surgiu e um sorriso escapou de meus lábios: E se quando eu estivesse saindo do Hospital, mandasse uma mensagem de celular para Bella, dizendo que esqueci de avisá-la que Jane, Eu e Emmett marcamos de nos encontrar em um lugar que não fosse a cena do crime para planejar direito o plano? É claro!

Agora, era so pensar no lugar ....

Aonde Bella iria que ficaria totalmente perdida?

Como se um ser divino tivesse surrado em meu ouvido, o lugar me surgiu e comecei a rir sozinho ao imaginar a patricinha naquele lugar: Na rua Dangerous Fumes 69, o mais perigoso e mais freqüentado por gente pobre e perigosa em Phoenix inteira.

Era isso!

Espero que Bella saia viva de lá e aprenda a nunca meter o nariz aonde não era chamada.

Alice Cullen

Já se passavam das 21h da noite e eu estava na frente da casa de Jasper.

Bellita havia me ligado mais de três vezes e quando finalmente atendi, ela disse que estava indo no bairro Dangerous Fumes 69. Primeiramente, gritei com ela e a chamei de louca. Quem em sã consciência iria naquele bairro? Bem, não adiantou falar nada, pois ela gritou comigo no mesmo tom de voz e disse que iria com ou sem a minha companhia, mas que estava decepcionada ao saber que não poderia contar comigo.

Qual é! Sou uma filha de Deus, não vou para aquele lugar aonde um monte de gente perigosa se desviou do caminho do meu Senhor.

No final, eu e Bella brigamos e desliguei o telefone na cara dela, já que não me falou os motivos que a levarão ate lá. Tem tantos lugares mais saudáveis para se freqüentar: A igreja, o convento e todos esses lugares abençoados.

Ao ver que as luzes da casa de Jasper se desligarão, desci do carro e ao ligar o alarme do mesmo.

Enchendo meus pulmões de ar, Ajeitei meu cinto do qual um monte de estacas estavam prezas. Passei as mãos em meu casaco que estava cheio de alho e segurei fortemente a cruz que eu havia roubado da igreja (por um bom caso). A cruz era um pouco grande, mas Jasper era do tipo vampiro fortão, umas sete estacas no peito acabariam de uma vez com ele.

Segura de mim mesma, segui caminho rumo a sua casa, aonde eu invadiria e mataria ele.

Amém.