Isabella Cullen

A realidade veio como uma mega liquidação imperdível e me pegou totalmente desprevenida. Isabella Cullen.

Aquilo não estava acontecendo. Aquele vestido só poderia ser uma fantasia alugada e aquela aliança comprada em uma lojinha qualquer. Sempre sonhei que meu casamento seria de arrasar e meu noivo podre de tão rico. Convenhamos, Edward nos levaria a falência de tanto pote de gel que passava no maldito cabelo.

Dei de costas para o espelho e encarei Edward, que estava usando apenas sua boxer preta.

– Olha aqui, eu não sei o que aconteceu. Mas, queridinho, vamos dar um jeito de descobrir e acabar com esse mal entendido. – Eu disse, passando as mãos nos cabelos.

– Se você ainda não percebeu, estamos casados! – Edward ergueu as mãos no ar e vi por esguelha algo esquisito em seu braço. Além da aliança em seu dedo.

– Ei, espera ai! – Fui em direção do Cullen e peguei seu braço com as mãos, deixando-o em meu campo de visão. E então eu vi.

Ai. Meu. Deus.

Acredite ou não, no braço de Edward, estava escrita a seguinte frase: Eu amo Isabella Swan.

– Me solta! – Falou em tom grosseiro e se afastou de mim. Seus olhos seguiram a direção dos meus e ele finalmente encarou a sua nova tatuagem no braço.

Bem, era mais do que esperado que um homem em sua mesma situação, ficasse furioso ou coisa parecida. Talvez até mesmo me perseguisse, querendo me bater. Porém, o Cullen colocou as mãos no alto da cabeça e desmaiou depois de ter ficado vários segundos encarando a tatuagem.

Revirei os olhos para o corpo caído inconsciente no chão e peguei a barra de meu longo vestido, para que eu pudesse me locomover sem esbarrar e cair. Varri o quarto com os olhos e encontrei uma porta. Fui em sua direção.

Levei a mão até a maçaneta e parei no meio do gesto quando percebi algo escrito em meu pulso.

– Ah, não.

E lá estavam as malditas palavras. Eu nunca, nunca, nunca cogitei na ideia de fazer uma tatuagem. Mas parecia que o destino tinha feito questão de contrariar todos os meus objetivos. E lá estava, a maldita tatuagem em meu pulso:

Eu amo Edward Cullen.

Alice Cullen/Missionária do Senhor/Irmã Fiel

Acordar foi a parte mais fácil.

Difícil foi ter caído na real e percebido que eu estava usando uma fantasia de chapeuzinho vermelho. Enquanto meu suposto professor estava vestido de lobo mau. E essa não era a pior parte.

Estávamos deitados na mesma cama. Em um quarto que eu nunca tinha visto. Eu até tentei me recordar dos momentos passados, mas tudo era um borrão. Sem falar que toda vez que eu tentava, minha cabeça doía.

Ai, minha santíssima.

Eu só podia ter lavado minha calçinha na manjedoura.

Jasper estava roncando feito doído. Aproveitei a oportunidade para dar no pé e deixar o cafajeste ali. Sorrateiramente, saí de cima da cama e fui de fininho até uma porta. Assim que a abri, olhei para os lados e me deparei com um extenso corredor.

Aonde eu tinha me metido?

– Mamãe, eu quero um biscoito molhado no leitinho quente. - Escutei o desgramado falar atrás de mim. Só podia estar sonhando.

Pronta para dar no pé, comecei a fechar a porta. Só que parei no meio do gesto quando escutei Jasper murmurar algo por de trás de meus ombros.

– Aquela tatuagem da Virgem Maria é linda.

Coloquei as mãos no meio das minhas pernas.

Como é que ele sabia?

ELE TINHA ROUBADO MINHA PUREZA.

Furiosa, me atirei na cama, pronta para meter porrada.

O problema era que eu não tinha calculado muito bem a distância, resultando em minha queda de cara no chão.

Eu definitivamente tinha dançando um funk na santa ceia.

Levantei do chão com um salto e um pouquinho tonta. Balancei a cabeça. E finalmente, me joguei em cima dele.

Bella Cullen

Eu quase desmaiei.

Porém, pensei melhor no assunto e avancei na direção de Edward. Se tinha alguém que tinha o direito de desmaiar por ali, esse alguém era eu. E se o Cullen realmente tinha se tornado meu marido, era sua obrigação agir como macho.

Quando cheguei perto o suficiente, o cutuquei com meu salto.

O viado levantou com um pulo. De inicio, olhou para os lados, atordoado. Até que seu olhar caiu em seu braço e seguiu até meu rosto. Seus olhos arregalaram-se.

Dei alguns passos para frente. Rapidamente, dei um tapa na cara do ordinário.

– Escuta aqui, seu Cullen de merda. Você não é o único que está com problemas aqui. Não é o único que acordou com uma tatuagem dizendo que ama a pessoa que mais odeia no mundo. Não é o único que tem dúvidas a respeito de onde está. Não é o único que não sabe o que aconteceu noite passada. - Dei de ombros, indignada. Suspirei. E acrescentei: - Então, pare de agir como uma moçinha.

Pensei que ele fosse dar na louca e agir feito uma moça, dando inicio a uma discussão. Ao invés disso, engoliu em seco, como se um dos vibradores de Alice estivesse entalado em sua garganta.

– O problema, é que você está pavorosa com esse vestido de noiva. - Disse, rouco.

Eu não esperava por aquelas palavras.

A primeira coisa que uma mulher espera de seu noivo, ao vê-la com o vestido de noiva, é um elogio. Mas não foi isso que aconteceu. Não foi isso que estava nos meus planos. Eu ainda me lembrava das vezes que eu e Alice brincávamos de casamento.

Alice está vestindo um dos ternos do meu pai, que fica largo nela. Enquanto eu estou trajado um dos vestidos branco de ano novo de minha mãe. Temos pouco menos de dez anos cada uma, o que indica que não havíamos nos tornando "moçinhas." A primeira vez que Alice menstruo, ela sai gritando pela casa que um dos seus órgãos explodiu. E que o senhor estava levando-a para torna-la sua fiel mulher.

Uma bíblia está aberta no chão, bem na nossa frente. Em nossa imaginação, havia um padre ali.

– Eu, Isabella Swan, aceito me casar com Alico. - Eu digo, de frente para minha amiga. Ela está um pouco engraçada, com uma barba desenhada na cara.

– Alico? Eu não gostei desse nome. - Alice; ou melhor, Alico, reclama.

– O.k. E você prefere que nome?

– Alice.

– Mas esse não é um nome de homem.

– Mas por que eu tenho que ser o homem?

– Ue, ninguém mandou você ter essa cara de macho.

– O quê???

– Você sabe o que mais? - Jogo meu buque no chão. - Eu vou fugir desse casamento.

– Não ouse me deixar em pleno altar, Patricia. - Ela diz.

– Patricia? Meu nome é Bella.

– Aham!!!!!!!!! Então você reclama do meu nome, mas eu não posso dar um para você?

– Patricia não tem absolutamente nada haver comigo!

– Pode ser Danúbia, então?

– Pior ainda. Que tal... Barbie?

– Bella, você nem é loira!

– Mas quando eu crescer, eu vou ser, o.k?

Alice solta um riso alto. Sai lagrimas de seus olhos de tanto que ela chora. De rir.

– Ai, Bella. Você loira vai parecer uma calopsita!

– Sua vadia! - Avanço na sua direção, pegando-a pelos cabelos. - Eu vou arrancar esses cabelos da sua cabeça!

Belos tempos em que eu e Alice brigávamos. Quero dizer, brincávamos.

Edward ainda estava me olhando com aqueles olhos, todo apavorado. Tentei encontrar qualquer coisa em minha mente que o agredisse verbalmente, mas não encontrei nada.

Surpreendo-me, lágrimas inundaram minhas bochechas e comecei a chorar feito criança.

Edward Cullen

Bella estava chorado feito uma bezerra desmamada.

Como se já não fosse ruim o fato de eu acordar ao seu lado. E não como inimigo. E sim como marido. Ah, cara. Eu nem sabia onde estávamos, a não ser em um quarto. E onde seria esse quarto? Seria em Phoenix?

Os gritos de Bella me tiraram de meus devaneios.

– Olha, calma. - Comecei a dizer, mas foi em vão.

Seus olhos estavam inundados de lágrimas. Aquilo realmente me deixou surpreso, pois Bella jamais demonstrava qualquer tipo de fragilidade.

Sorrateiramente, fui me aproximando,abrindo meus braços para um abraço.

– Se afaste! - Ela gritou. Dei um pulo e alguns passos para trás.

– Ah, você deve estar olhando para as minhas coxas grandes! - Bella gritou. Levou a mão até a coxa que estava escondida no meio das camadas de tecido e a levantou. Percebi que ela apertava a pele sem piedade. - Oh, mas para que ter piedade de uma pobre mulher? Ah, já sei! - Bateu com a mão na sua barriga. - Por que respeitar uma mulher pançuda?

Aquilo me deixou sem reação. Bella estava tendo um... Ataque de flacidez?

Uma batida na porta acabou com o momento dramático de Bella. Em um gesto aleatório, olhei na direção do estrondo. A chorona fez a mesma coisa, calando-se,

Acredite ou não, meu irmão estava parado na porta.

Emmett estava usando um vestido de noiva. Santo Cristo. Ele estava muito engraçado! Um véu cobria sua cabeça. E aquilo era demais. Eu estava pronto para começar a rir, até que percebi que em seus olhos haviam... Lágrimas?

– Emmett? - Certifiquei-me.

– EDWARD! VOCÊ NEM VAI ACREDITAR...EU...EU...CASEI! AH, MEU DEUS, EU QUEIMEI MINHA ROSCA! - Gritou, desesperado. Percebi que estava segurando um buque de rosas.

Pronto para começar a fazer perguntas para meu irmão, parei no meio do gesto quando um homem grande e negro apareceu atrás dele.

– O que está acontecendo, amor? - A voz grossa ecoou no local.

Bella riu.

Emmett chorou ainda mais.

O negão envolveu o ombro do meu irmão, cobrindo praticamente todo região com os dedos largos.

E eu me perguntei onde foi que errei.