Pov Edward’s

Carlisle e Bella estavam há algum tempo no escritório de Carlisle conversando, eu sabia a essência dessa conversa: era como as coisas ficariam agora. Tentei não ouvir muito por que não queria me meter, a escolha é plenamente delas.

Enquanto isso, os outros estavam na sala se divertindo com as brincadeiras de Emmett e Renesmee. Era impressionante como minha família aceitou com facilidade a história das duas, até mesmo Alice, eu pensei que ela pediria ao mínimo uma prova de que aquilo tudo era verdade.

Eu não podia confiar cegamente como Alice fez, tanto tempo vivendo dependente de confirmar verdades nas mentes das pessoas que não poder ler a mente de Bella ou Renesmee me deixava frustado.

Dedilhei meus dedos pelo piano sem me concentrar realmente em alguma musica, mas parei ao notar que Carlisle e Bella desciam as escadas.

Todos também fizeram silencio e encaramos os dois.

– Bom... Eu tive uma conversa com a Bella – Carlisle apontou para a mesma – E ela concordou em passar um período aqui conosco até decidirem que decisão irão tomar.

– Legal! – Renesmee se animou – Eu só tenho uma pergunta. Tem alguma lanchonete por perto?

– Lanchonete? – perguntei incrédulo.

– É que faz muito tempo que eu não como nada – ela sorriu tímida.

– Se quiser, eu posso fazer um lanche para você querida – disse Esme sorrindo. Ela estava feliz simplesmente por ter uma pessoa em casa com necessidades humanas, ou perto disso.

– Tudo bem – ela seguiu Esme feliz até a cozinha.

Carlisle precisava cumprir seu horário no hospital então teve que se retirar. Jasper chamou Emmett para uma luta, meio que uma aposta, lá fora, Rosalie e Alice foram junto assistir. Chamaram Bella, mas ela não aceitou.

Eu ainda estava sentado de frente ao meu piano e olhei para o meio da sala onde Bella estava parada sem esboçar reação alguma.

Observei-a com mais curiosidade.

Definitivamente ela era uma das vampirar mais lindas que eu já tinha visto, se não a mais linda delas. Seu cabelo cor de mogno fazia o contraste com o seu rosto pálido, uma característica vampiresca, seu corpo era milimetricamente perfeito.

Mas não foi o que me chamou mais atenção.

De alguma maneira ela me parecia... Vulnerável, como se precisasse ser protegida apesar de toda aquela força que ela demonstrava.

– Está tudo bem?

– Como? – ela olhou para mim confusa.

Não entendi o porquê da confusão, minha intenção tinha sido bem clara.

Ela sorriu para mim.

– Eu só achei estranha a preocupação.

Dei de ombros.

– Você tem uma ligação forte com Alice – isso eu não podia negar – Seja lá qual seja a história.

Ela ergueu as sobrancelhas.

– Você não acredita em mim?

Levantei do piano e a encarei.

– Acho que preciso, no mínimo, de uma prova concreta.

Ela olhou para mim realmente aborrecida.

– Por que acha que tenho que provar alguma coisa a você?

– Por que Alice está vulnerável por não saber de seu passado, ela provavelmente irá acreditar na primeira história que contarem.

Ela avançou para mim irritada.

– O que eu ganharia mentindo para ela?

– Eu não sei, é esse o problema – disse a encarando sem piscar.

Ela retribuiu meu olhar e depois olhou para o chão.

– Não tenho como te provar nada, a única coisa que posso falar é o que vivi. Se você pudesse entrar na minha mente... – ela riu sarcasticamente.

– Esse é outro problema, eu não consigo entrar na sua ou na da sua irmã.

Ela olhou para mim sem acreditar.

– Você consegue ler mentes?

Confirmei com a cabeça.

– Uau! – ela sorriu.

Eu ri involuntariamente.

– É uma coisa útil ás vezes.

– Ás vezes – ela repetiu, compreendendo.

De repente ela olhou para o piano em que eu estava apoiado a encarando.

– Você toca? – ela apontou.

– Depende para quem você pergunta – brinquei.

Ela rolou os olhos e veio até mim.

– Aposto que toca de maneira excelente.

Olhei para ela e sorri indo me sentar mais uma vez no piano.

– Vem, senta.

Ela ergueu as sobrancelhas.

– Eu não vou chamar novamente.

Ela riu e se sentou ao meu lado.

– Posso pelo menos saber o seu nome, já que você conhece a minha história inteira?

Eu ri, concordando com a cabeça.

– Edward.

Ela sorriu olhando para as teclas do piando.

Pov Jasper’s

Passei pela porta da varanda e encontrei minha pequena empoleirada na grade, olhando para a lua. Me apoiei na grade, ao lado dela.

– Como está lidando com tudo isso?

Ela sorriu para mim.

– Acho que acabei de ganhar duas irmãs.

– Então você acredita mesmo? É outro universo, Alie.

Ela riu.

– Adoro quando me chama assim.

Eu também ri.

– Está fugindo do assunto.

Ela suspirou.

– Eu senti uma ligação, eu não sei explicar muito bem, mas é como se eu já estivesse esperando por isso, só esperando...

Ela me encarou.

– Acho que vou baixar a guarda, Bella e Nessie não teriam motivos para me fazer mal, ao contrario, eu sinto que dias melhores virão.

– Você sente? Não viu nada ainda? Que tipo de vidente você é? – brinquei.

Ela pulou graciosamente da grade e se colocou na minha frente.

– Até os mais fortes merecem um descanso, ás vezes.

Eu ri incrédulo.

Pov Edward’s

Observar Bella rindo dessa maneira me deu uma incrível vontade de rir. Ela riu alto, apesar do que está fazendo era errado.

– Não deveria escutar a conversa dos outros dessa maneira.

Ela olhou para mim sem conseguir esconder sua felicidade.

– Desculpe, mas eu estou tão feliz que Alice está aceitando a história tão fácil. Ela sempre foi meio desconfiada, entende?

– Entendo, ela é minha irmã há 50 anos.

Ela olhou para mim, a compreensão se espalhando em seu rosto. Não entendi o motivo.

– Agora eu entendi o motivo da sua desconfiança, Edward Cullen. Você está com ciúmes da sua irmã!

Fechei a cara.

– Não estou com ciúmes, acho que é mais uma forma de proteção, você é a desconhecida aqui, não se esqueça.

– Ai!

Eu ri alto dessa vez.

– Como se alguma coisa que eu dissesse lhe magoasse de alguma maneira.

Ela olhou para as teclas do piano sem ver. Fazia horas que estávamos aqui ma sala, ela até tentou tocar alguma coisa, mas não teve muito sucesso.

– De você provavelmente não.

Vi que ela se referia a Alice, era óbvio que ela estava com medo de uma rejeição futura. Não sei o que me levou a fazer isso, provavelmente o desespero que ela tentava esconder em seu rosto, mas eu passei o braço por sua cintura e a apertei em meu peito.

A princípio senti seu corpo tenso, mas depois ela relaxou e olhou pra mim.

– Não se preocupe com isso, você mesmo ouviu a conversa de Alice, ela não vai abrir mão de vocês agora.

– Obrigada Edward. – ela sorriu para mim.

– Pelo quê?

– Por que, apesar da desconfiança, você me apóia.

– Ao que parece sim.

Ela riu.