Naruto - My Chance At Love (itachi) escrita por Mirytie
Notas iniciais do capítulo
Enjoy ^-^
- Quem és tu?
A pergunta foi simples, clara, direta e espetou o coração de Itachi como uma flecha.
Era óbvio que a tinham sedado com algum tipo de droga já que não sentia nenhum genjutsu nem via sinais de qualquer outro jutsu. Teria que a carregar no final de contas mas primeiro tinha de tratar do chefe da aldeia.
Entretanto, não tinha outra escolha a não ser deixá-la ali. Se eles dessem pela falta dela antes da conclusão do plano dariam o alarme, o que tornaria tudo muito mais difícil.
Com cuidado, afastou-se dela e voltou para sombra quando ouviu passos do outro lado da porta. Dois ninjas ligeiramente feridos entraram no quarto a conversar sobre a última missão, de que tinham acabado de voltar.
Mesmo quando se sentaram ao lado de Maiko e lhe pegaram nas mãos, continuaram como se não estivessem a fazer nada demais.
Provavelmente tinha sido assim desde do retorno dela, pensou Itachi. E isso deixava-o irritado, por alguma razão que ele desconhecia.
- Meu, esta droga que lhe deram é mesmo forte. – comentou um dos ninjas – Eles nem se importam que lhe possa estar a pôr em risco de vida.
- Eu ouvi dizer que a droga abranda-lhe de tal forma o coração e a atividade cerebral que, se ela se mexesse agora, provavelmente tinha um ataque cardíaco – disse o outro – Ela está praticamente em coma.
- Nem acredito que o chefe está a fazer isto à própria filha. – o primeiro ninja riu-se cruelmente – Mas se a droga fosse mais leve, o corpo dela desfazia-se dela, certo?
- Nem digas nada! Esta miúda é super esquisita. – disse o segundo – Que seja! Ao menos, assim ela não se queixa sempre que vem alguém para usá-la.
- Podes crer! Ela era mesmo irritante. – concordou o colega – Sempre a queixar-se que nós vínhamos aqui por tudo e por nada. Não é como se ela ficasse cansada.
- Era uma pirralha mimada. – disse o segundo – Lembras-te da primeira vez que a levamos connosco numa missão e ela começou a chorar quando matamos aquele tipo? Ela tinha para aí dez anos, não era?
- Hei, hei, olha! – exclamou o primeiro e beijou-a.
- Não devias fazer isso. – avisou o amigo, mas riu-se na mesma.
- Ela não se deve importar muito, agora. – disse o outro perversamente – Porque é que não tentas, também? Ias estar a fazer-lhe um favor. Afinal, ela tem dezoito anos e nunca teve um único namorado.
- Nem pensar. Não quero que o chefe me castigue. – foi a resposta do segundo
Mas Itachi viu que ele estava a pensar no assunto. Não podia deitar tudo a perder só porque aqueles dois o estavam a irritar…e tinham abusado de Maiko.
Até que o primeiro ninja sugeriu uma coisa que foi a última gota para o limite da paciência de Itachi:
- Porque é que não vimos mais tarde para brincar com ela. – disse o primeiro e começou-se a rir com o segundo.
Apesar de o segundo ninja ter levado o assunto como uma brincadeira, o segundou estava claramente a falar a sério. Por isso, antes que eles tivessem tempo de sair do quarto, Itachi encurralou-os.
Num segundo, cortou a garganta ao primeiro ninja e atirou o corpo para um canto. Quando olhou para o outro, ele já estava a tremer.
- Tu…tu és da Akatsuki. – disse o segundo declarando o óbvio – Como é que chegaste aqui?
- Vais levar-me ao teu chefe. – ordenou Itachi sem paciência para conversas fúteis – E vais dizer-me que tipo de droga é que deram à Maiko.
- Eu…
- Agora! – gritou Itachi.
- Eu não sei que tipo de droga é que lhe deram! – exclamou o ninja que tinha perdido toda a coragem de um instante para o outro – Por favor, não me mates!
- Fica onde estás. – avisou Itachi – Se te mexeres nem que seja um centímetro, vais ter o mesmo destino do teu amiguinho.
O ninja anuiu com a cabeça e observou Itachi enquanto ele tirava a capa e colocava-a nas costas de Maiko.
- Ajuda-me a pô-la às costas. – disse Itachi virando-se para o ninja que parecia confuso.
Sem saber porquê, obedeceu-lhe. Podia tê-lo ataca-lo enquanto ele estava de costas mas, ao olhar para o amigo morto, no chão, decidiu fazer apenas o que ele lhe disse. Afinal, não estava à altura de um Akatsuki.
Em todo o caso, se eles dessem pela falta da miúda, dariam o alarme e ele tinha mais hipóteses de ser salvo.
Itachi também sabia disso mas não podia deixá-la ali com todos aqueles ninjas depravados sempre a entrar e a sair do quarto dela.
- Agora pega no teu amigo e põe-no onde a Maiko estava. – disse Itachi já com Maiko às costas. Estava a ficar com pouco tempo para acabar a missão mas aquela parte era importante. Depois do ninja ter posto o corpo sem vida do colega em cima da cama, ele fez o genjutsu que iria levar os outros a crer que ele era a Maiko.
- Agora vais-me levar até ao pai dela. – disse Itachi – E nada de brincadeiras. Mesmo com a Maiko às costas, consigo ser melhor do que tu.
O ninja não duvidava disso mas havia muitos ANBUs a proteger a casa principal e ele não conseguiria passar por eles todos.
Com o distanciamento de um metro entre eles, começaram a correr.
…
A casa principal não ficava muito longe da casa onde Maiko passava os dias mas era muito maior e estava rodeada por ninjas.
- Para! – ordenou Itachi vendo o ninja parar imediatamente – Tens autorização para entrar ali?
- Quando são assuntos relacionados com a Maiko. – respondeu o ninja – Mas são muito cuidadosos.
- Há algum ponto cego na guarda por onde possamos entrar? – perguntou Itachi.
- Não que eu conheça. – disse o ninja – Mas talvez consiga entrar na mudança de turno.
Itachi não sabia se ele estava a mentir ou não mas não lhe restava muito tempo. Não tinha outra opção a não ser acreditar no que ele estava a dizer. Para além disso, não sabia quanto tempo é que Maiko aguentaria se continuasse assim.
- Se for por aquela janela, chegará diretamente aos aposentos do chefe. – disse o ninja apontando para uma janela no segundo andar – Lá dentro, não entra ninguém para além do chefe. Nem sequer ANBUs.
Isso era uma boa notícia, pensou Itachi. Mas ainda não era o suficiente para o deixar descansado.
- Tu vens comigo. – exigiu Itachi para o ninja.
- Eu não posso ir contigo! – exclamou o ninja – Se o chefe me vir vai pensar que eu o traí e vai-me matar!
- Estou a ver. – disse Itachi como se tivesse compreendido – Queres morrer agora, então?
O ninja estava a tremer da cabeça aos pés. Aquele homem tinha acabado de matar o seu companheiro à sua frente e tinha a certeza que teria o mesmo fim assim que ele não precisasse mais da sua ajuda.
Ainda a tremer, o ninja concordou em ajudá-lo e esperaram até à troca de turnos para entrarem pela janela.
O lugar estava escuro, por isso ainda demorou um bocado a conseguir habituar-se mas, quando conseguiu discernir a divisão, viu que era o quarto do chefe. E o homem em questão estava a dormir sossegadamente na sua cama.
Matar não o chegaria, pensou Itachi enquanto pousava Maiko no chão, encostada à parede.
- Tens que me dar cobertura, agora. – sussurrou Itachi ao ouvido dela, mesmo sabendo que ela não iria fazê-lo – Não vás a lado nenhum.
Itachi virou-se para o ninja atrás de si e deu-lhe sinal para caminhar à sua frente. Tinha sorte por o chefe estar a dormir. Hipnose seria a maneira mais eficaz para fazer aquilo, e também a maneira mais rápida. No entanto, ele estaria vulnerável durante o processo e não poderia fazer nada se ele acordasse a meio por isso, teria de confiar no ninja outra vez, e acreditar que ele não sabia da sua vulnerabilidade.
- Se vires que ele está a acordar, quero que uses isto. – disse Itachi entregando-lhe um soporífico – Se tentares usá-lo em mim ou fizeres o que quer que seja, vais estar morto antes de conseguires gritar por ajuda.
O ninja anuiu com a cabeça.
Sabia que não conseguiria enfrentar aquele oponente, mas o seu chefe conseguiria. Ele era um dos ninjas mais fortes na aldeia. Por isso, mesmo antes de Itachi começar a fazer a hipnose, o ninja já tinha acordado o chefe.
Em dois segundos, Itachi estava a ser mandado contra a parede e o ninja tinha sido morto pelo seu próprio salvador.
Itachi olhou para o homem cruel.
Tinha os mesmos olhos de Maiko. A cara parecia tirada de um livro onde o vilão era a personagem principal. Não parecia mais forte que Itachi mas sabia usar as fraquezas do oponente.
- Quem és tu? – perguntou Eikichi levantando-se.
Já que não estava a usar a capa que o identificava como um membro da Akatsuki, Itachi achou que aquela pergunta era justificável.
- O meu nome é Itachi, da Akatsuki. – apresentou-se ele – E estou aqui para levar a sua filha.
O riso de Eikichi arrepiou Itachi. Estava a falar da segurança da filha dele e ele não parecia minimamente preocupado.
- E porque é que estão a fazer isso? – perguntou Eikichi calmamente – Tenho a certeza que podem arranjar outros curandeiros que não deem tanto trabalho.
- A Maiko é especial. – foi a resposta automática de Itachi e o chefe conseguiu perceber que ela não era particularmente importante para a Akatsuki, mas sim para ele.
As gargalhadas dele eram ainda mais cruéis que as anteriores.
- Estás apaixonado por ela? – aquilo era mais uma insinuação do que uma pergunta – Não sabes no que te estás a meter. Ela é só uma pirralha nojenta.
- Ela é sua filha. – lembrou Itachi olhando para Maiko que continuava no mesmo sitio. Quase já nem a conseguia ouvir a respirar – Como é que pôde fazer isto?
- Tens algum direito a falar? – perguntou Eikichi – Senhor Itachi Uchiha que assassinou o seu próprio clã numa noite.
Itachi não conseguiu contrariar aquilo.
- Quem é que mataste, naquela altura? – perguntou o chefe – O teu pai? A tua mãe? A tua anterior namorada…?
- Já chega…pai.
Os dois homens olharam ao mesmo tempo para Maiko. Ela continuava no chão, na mesma posição e continuava a olhar para o chão, como se não tivesse força suficiente para olhar para cima, mas tinha sido ela a falar.
- Bolas! A droga deve estar a perder o efeito. – murmurou Eikichi.
Maiko não sabia muito bem o que se estava a passar. Depois de ser raptada não se lembrava de muito mais. Só de acordar ali e ficar chocada com as palavras que o pai estava a atirar a Itachi.
- Estás bem? – perguntou Itachi acocorando-se imediatamente em frente a Maiko – O que é que sentes?
- Custa…a respirar. – respondeu Maiko – E tenho…frio.
Cuidadosamente, apertou a capa que tinha posto às costas dela.
- Não te preocupes. – pediu Itachi afagando-lhe o cabelo – Vamos para casa não tarda nada.
Itachi endireitou-se e confrontou Eikichi.
- Quero que deixe a Maiko em paz, com a Akatsuki. – disse Itachi.
- Com a Akatsuki? Que tipo de pai seria eu? – brincou Eikichi – Nem pensar. Porque achas que faria isso? És um idiota?
Itachi começou a usar o mangekyou sharingan e apontou os olhos para Eikichi. Este não parecia minimamente assustado…até Itachi o empurrar contra a parede. Aquilo que ia fazer era a solução extrema mas era a sua única opção, agora.
Consistia em entrar na mente do sujeito e convencê-lo de uma certa ideia. Naquele caso, queria convencê-lo que a filha tinha sido morta pela Akatsuki e não raptada.
Estranhando o silêncio, Maiko olhou para cima depois de muito esforço mas só via as costas de Itachi e, passado um bocado, o seu pai a cair ao chão, inconsciente.
Quando Itachi se voltou para ela, dois fios de sangue escorria do olho dele como se fossem lágrimas vermelhas. Ele aproximou-se dela e esticou-lhe a mão.
- Está na hora de ir para casa.
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