- Vamos. – disse ela e me puxou pra fora do quarto.

- Ei ei ei. Não corre muito rápido. Já to usando uma roupa horrível, não vai me fazer ficar com o cabelo horrível também não é? – avisei a louca que estava correndo que nem uma retardada – me puxando junto com ela – pelo dormitório.

- Tenho que te apresentar para a Mi antes que a aula comece. – disse a louca.

- Quem? – perguntei.

- Michelle Russeau. Minha melhor amiga. – a louca me explicou.

- Ta, mas para de correr! – gritei enquanto ela me puxava.

Eu gritei, mas não adiantou nada, porque a louca me puxou até chegarmos na sala de aula.

- CONSEGUIMOS! – ela gritou e levantou as mãos - junto com uma das minhas que ela ainda segurava – e abriu um sorriso enorme.

Assim que ela abaixou as mãos – ainda sorrindo – tocou o sinal.

- Ah. – gemeu ela abaixando a cabeça fingindo estar chorando.

- Eu mato você. – olhei pra ela mortalmente.

- Por que ME matar? – perguntou ela confusa.

- POR QUÊ? VOCÊ AINDA PERGUNTA O PORQUÊ? – gritei.

- Não foi culpa minha que o sinal tocou. – ela disse cruzando os braços.

- Mas a culpa foi sua por termos corrido! – a acusei. Com razão, é claro.

- Tsc. – ela deu de ombros e foi se sentar.

Segui ela e sentei em um lugar vago atrás da louca.

- BOM DIA, CRIANÇAS! – gritou um professor de cabelos pretos, olhos castanhos e pele bem branca, chamando a atenção de todos. Crianças? Ah, o que eu fiz pra Deus? Hein? Eu to recebendo tudo isso agora por causa daquela vez que eu subornei a mulherzinha da loja não foi? Fala, foi não foi? Ah, eu to pensando sozinha. Viu? Já to ficando louca com essa mansão mal-assombrada.

- Bom dia professor Johnson. – disseram todos, menos eu, é claro.

- Buenos dias. – gritei depois que toda sala ficou em silêncio, fazendo com que todos olhassem pra mim. Ai ai. Já disse que adoro atenção?

- Hum. Vejo que temos uma aluna nova. E pelo jeito é espanhola, estou certo? – perguntou o que se acha mais adulto que eu.

- Não. Está errado. – disse e sorri.

- Cala a boca. – sussurrou Elizabeth virando-se para me encarar.

- Então, por favor, corrija-me. – disse o tal do Johnson. Que droga, queria que ele ficasse bravo.

- Eu não sou espanhola. – falei ainda com um sorriso meigo e fofo.

- Hum. Perdoe-me então. Pode se apresentar, por favor? – disse ele. Aff. Por que os ingleses tinham que ser tão certinhos? Isso chega a ser insuportavelmente chato!

- Meu nome é Samantha Abigail Pezzini. Tenho 16 anos e sou de Los Angeles, EUA.

- Ah. Uma americana então. Seja muito bem vinda Samantha. – respondeu o professor com uma cara engraçada. – Espero que goste da escola.

- Eu duvido muito. Essa escola não faz bem meu tipo, sabe? Sou mais escolas do tipo normal não do tipo medonha. – respondi e dei um sorriso irônico.

- Então sai da escola se está tão insatisfeita assim. – disse uma voz masculina fria e um pouco rouca. Tudo bem, uma voz super sexy, mas quem foi o infeliz que disse isso?

Rodeei meus olhos pela sala inteira e vi um garoto branco, de cabelos castanho-claros e olhos incrivelmente verdes me encarando friamente. Deduzi que esse seria o tal que respondeu.

- Acredite. Se eu pudesse, já teria saído querido. – respondi irônica e logo depois dando um sorrisinho cínico.

- Não vejo o porquê de não poder sair. Ninguém está te segurado. Se você quer tanto ir, vá. Garanto que ninguém vai atrás de você. – disse ele e deu uma piscada cínica.

Eu abri a boca para responder, mas fui impedida pelo professor.

- Chega vocês dois. Zac peça desculpas pela sua grosseria imediatamente. – avisou o professor em tom firme e frio.

- Desculpa por ter sido grosso com você. – se desculpou o tal do Zac. Eu sorri vitoriosa pra ele e abri a boca pra responder mas fui impedida novamente pelo professor.

- Peça desculpas também Samantha. – falou o professor olhando pra mim dessa vez.

- O que? Pelo quê? Eu não falei nada, foi ele que... – nem preciso falar que fui impedida de novo, certo?

- Desculpa. Por você ter sido grosso comigo. – disse e sorri.

- Samantha não me obrigue a te levar para a diretoria no primeiro dia de aula. – alertou o professor.

Que droga! Se eu tenho que provar pro meu pai que eu posso mudar para poder voltar pra L.A, então é isso o que eu vou fazer!

- Tudo bem. Me desculpa, Zac. – disse com a voz manhosa e fazendo cara de culpada. Só precisaria de alguns minutos até ele se comover e retirar a culpa de mim. Vamos lá... 1,2,3,4,5,6...

- Humpf. Tanto faz. – respondeu ele e se virou para frente. Humpf pra ele.

Olhei meiga para o professor e virei pra frente também.