O Preço de Amar Um Malfoy escrita por BlissG


Capítulo 36
Não se pode ignorar os danos


Notas iniciais do capítulo

N/A: Olá! :) Queria pedir pra vocês escutarem uma música enquanto estão lendo o capítulo, principalmente a última parte. Se chama Fix A Heart da Demi Lovato e é tão tão linda! *-* Não sei se vocês já conhecem ou tem no PC mas pra quem não tiver, tá ai um link: http://www.kboing.com.br/demi-lovato/1-1092960/
Fiquem com o PENÚLTIMO capítulo, people! XD



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“Eu preencho meu dia com lembranças dele. Eu lembro que ele costumava me olhar como se eu fosse seu tesouro mais valioso. Será que ele encontrou um novo tesouro? Não consigo parar de me perguntar se nós vamos conseguir encontrar nosso caminho de volta um para o outro. A estrada parece tão longa e minha cabeça está cheia de pensamentos sombrios. Sinto que nossa ligação fica mais fraca a cada dia e não há nada que eu possa fazer pra impedir isso.” (Dawson’s Creek)



Draco não achou que veria o dia em que trasgos passariam livremente pelos portões da mansão Malfoy mas Luna Lovegood era a pessoa mais louca que ele conhecia então não era tão estranho.


Eles demoraram bastante até conseguirem sair da ilha. Lucas tinha levado um bom tempo para acordar e eles não queriam submetê-lo a uma viagem por chave de portal sem terem certeza de que ele estava bem. Além dele, Rony também tinha estado desmaiado e todos eles estavam seriamente machucados. Sem falar que Luna não queria deixar os trasgos pra trás.


– Agora vocês esperam aqui, ok? – ela falou devagar e claramente para eles quando chegaram no pátio da mansão – Vou buscar algo para comerem.


Quando Draco abriu a porta da mansão e eles colocaram o pé no hall de entrada, foram abordados por Narcisa e Molly no mesmo instante.


– Crianças! – Molly puxou Rony e Gina e os deu um abraço sufocante (e doloroso) que durou um segundo, antes de lhes dar um tapa (mais doloroso ainda) – Aonde vocês estavam? Isso é jeito de sair no meio da noite? Se eu pudesse, colocaria TODOS vocês de castigo. – os olhos dela caíram em Hermione e ela pareceu extremamente emocionada – Mione, querida... – ela foi até a garota e a abraçou apertado – Você está viva...


Narcisa, que tinha acabado de abraçar Draco, se virou para a garota também.


– Nós desconfiamos quando todos eles não estavam aqui na manhã depois do seu... hum... enterro... que havia uma grande possibilidade de você estar viva. – quando Molly a soltou, Narcisa lhe deu um abraço também, menos fervoroso que a Sra. Weasley mas não menos confortador.


– Você vai ter que nos contar tudo que aconteceu. – disse Molly – Todos vocês.


– Muita coisa aconteceu, mãe. – disse Gina.


Narcisa e Molly trocaram um olhar preocupado, antes da ruiva dizer:


– Infelizmente, aqui também, querida.


– Nós precisamos muito de um médi-bruxo, mãe. – disse Rony, seus olhos caindo em Lucas que ainda estava muito fraco – Muito mesmo.


– Mas é claro! – Molly pareceu envergonhada em estar falando sem parar enquanto eles todos estavam machucados – Vou conseguir alguém de confiança.


Todos procuraram um lugar para se sentar ali no hall mesmo enquanto Molly saia rapidamente do cômodo.


Luna se aproximou furtivamente de Narcisa.


– Oi, sra. Malfoy... Eu provavelmente deveria te avisar... Tem um bando de trasgos no seu quintal...


Narcisa arregalou os olhos e tentou olhar pelas janelas de onde estava.


– O QUÊ?


Luna franziu o cenho e balançou a cabeça.


– Pois é...


*******


Algumas horas depois, assim que Madame Pomfrey tinha voltado para Hogwarts depois de cuidar de todos eles, Lupin e Moody fizeram questão de colocar-lhes a par de tudo que tinha acontecido (mesmo quando tudo que eles queriam na verdade era de uma boa noite de sono em uma cama pra variar, mas enfim...).


Como se fosse possível, as coisas que tinham acontecido enquanto os garotos estavam longe da sede da Ordem tinham sido tão ou mais assustadoras do que tudo que eles passaram naqueles poucos dias.


Pelo jeito, Voldemort tinha ficado com muita, muita raiva quando não conseguiu capturar Harry depois daquela comoção toda no castelo. E então, como se não bastasse, ele tinha voltado para o seu próprio castelo pra descobrir que os seus dois prisioneiros mais preciosos tinham conseguido fugir. Então, vendo a sua enorme desvantagem na situação toda, o Lord das Trevas resolve invadir Hogwarts. De novo. Só que dessa vez, com Dumbledore lá e tudo. Aparentemente, Voldemort queria de um jeito ou de outro, alguém extremamente poderoso para estar do seu lado na guerra porque durante a invasão, ele tinha feito questão de enfrentar Dumbledore cara a cara – o que tinha evitado a sua vida inteira – e, sabendo que não podia morrer porque ainda restava uma horcrux para ser destruída (a horcrux da ilha), ele levou a melhor sob Dumbledore, que acabou por ser sequestrado naquela noite.


Os comensais tinham se retirado com seu Lord no instante em que Dumbledore tinha sido derrotado, deixando dezenas de crianças feridas para trás.


– Então, - Lupin concluiu depois de jogar essa avalanche de informações nos recém-chegados – nós estamos planejando invadir o castelo de Voldemort. – ele olhou para Draco e Hermione – E nós estávamos na esperança que vocês possam nos levar até lá. – ele encarou os oito adolescentes á sua frente e vendo que nenhum deles reagia de modo nenhum, olhou para Moody.


– Olhem, crianças, nós sabemos que isso é muita informação e que pelo estado de vocês, já passaram por poucas e boas nesses últimos dias, mas nós precisamos fazer isso o mais rápido possível. – ele fez uma pausa – Amanhã. Nós...


– Amanhã? – Harry o interrompeu, quase cuspindo as palavras – Vocês ficaram loucos?


– Harry... – Lupin começou mas Draco o interrompeu.


– Potter tem razão. É loucura. Isso parece uma coisa que Lovegood ia querer fazer.


– Dumbledore está... – agora foi Rony quem o interrompeu.


– Eu estava também. – ele disse – E Draco e Hermione mais ainda!


– Vocês estão sendo egoístas e mimados! – Moody esbravejou. – Deixe Lupin terminar uma frase!


– Não, - Hermione exclamou – vocês é que estão pedindo demais! É muito cedo!


– Voldemort deixou bem claro que quanto mais demorássemos para ir atrás de Dumbledore, pior seria. – Lupin replicou – Tudo pode acabar amanhã!


– Sim, pra gente! – disse Pansy.


– Vocês pegaram as horcruxes? – Moody perguntou.


– Sim. Só falta destruí-la. – Harry respondeu.


– Então por que esperar?


– Eu não estou pronto! – Harry exclamou, tentando não soar como um garotinho assustado.


– Harry, você vem se preparando pra esse momento há anos... Você não vai estar mais preparado daqui há uma semana ou daqui há um mês do que está agora... E sinceramente? Não há como estar totalmente preparado pra isso. Eu não estaria pedindo isso pra você... pra todos vocês... se não soubesse que vocês podem fazer isso.


Depois disso, ninguém disse mais nada. Lupin se levantou e Moody fez o mesmo.


– Vou deixar vocês sozinhos por um tempo...


*******


– Aqui está. – Draco colocou a esmeralda em cima da mesa de centro da biblioteca da mansão, bem do lado de um dos dentes de basilisco restantes – Alguém quer fazer as honras?


Harry, Rony, Lucas, Pansy, Hermione, Gina e Luna estavam lá, sentados próximos dali, seja no chão, no sofá ou no parapeito da janela. Quando Draco disse isso, Luna se levantou.


– Eu quero.


Todos observaram quando ela se ajoelhou em frente a mesa e sem mais delongas, perfurou a pedra com o dente da cobra. Nada demais aconteceu, mas a pedra perdeu um pouco da sua cor.


– É isso. – ela sorriu de lado e olhou para os amigos – Agora só nos resta...


– Derrotar Voldemort. – Harry completou – Só ME resta derrotar Voldemort.


– Você não vai estar sozinho, Harry. – Rony disse – Todos nós vamos estar lá...


– Mas quem vai ter que fazer sou eu, Rony. A gente já sabia disso, não é?


– Se você já sabia, qual o seu problema, Potter? – Lucas perguntou.


– Como eu vou derrotar o maior bruxo das trevas de todos os tempos se nem Dumbledore conseguiu?


– Se você quer saber minha opinião, eu acho o velho superestimado. – Draco comentou, recebendo um olhar de repreensão de Hermione – O que? É a minha opinião!


– Você vai se sair bem, Harry. – Hermione falou – A única razão pra Dumbledore não ter conseguido, é que: primeiro, ele não era mortal até alguns momentos atrás e segundo, porque você tem razão, ninguém mais vai poder fazer isso. Mas Rony tem razão também, mesmo que não possamos fazer nada, nós vamos estar lá pra ajudar da maneira que pudermos. Nós já chegamos tão longe. Amanhã tudo isso acaba. Pra todos nós.


Eles ficaram em silêncio por alguns instantes, digerindo as palavras positivas de Hermione. Pansy foi quem quebrou o silêncio.


– E você, Luna? O que tem a dizer sobre amanhã?


Luna parecia mais pálida que o normal.


– Hermione tem razão. – ela falou – Tudo acaba amanhã.


Ela não disse mais nada e ninguém quis perguntar mais nada também. Algumas coisas é melhor você não saber.


*******


Quando Hermione voltou para o seu quarto, ela estava doida para tomar um banho, se jogar na cama e talvez, com um pouco de sorte, dormir por algumas hora.


Começou a mexer no seu armário á procura de uma roupa de dormir quando, sem querer, derrubou todos os seus livros da escola.


Soltou um suspiro de exasperação e deixou para arrumar tudo depois. Rumou para o banheiro e quando voltou para colocar tudo de volta no lugar, já estava com o corpo mais descansado e já com a roupa de dormir.


Se abaixou para começar a catar tudo do chão e na medida que ia colocando as coisas de volta no lugar, seu coração ia ficando cada vez mais apertado ao se lembrar que talvez nunca mais iria usar aqueles livros. Lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto antes que pudesse perceber. Devia estar mesmo com os nervos á flor da pele.


Alguém bateu na porta e limpando as lágrimas, ela foi atender.


Era Draco.


– Ei, Hermi... – ele parou ao olhar para o rosto dela – Por que você está chorando?


Ela balançou a cabeça.


– Não é nada, - ela se afastou da porta e sentou na ponta da cama - eu só estava olhando uns livros da escola...


Ele franziu o cenho enquanto entrava no quarto e fechava a porta atrás de si.


– Desde quando livros te fazem chorar? Não deveria ser a reação exatamente oposta?


Ela deu um sorriso triste.


– Os livros da escola me fizeram lembrar que eu não sou exatamente bem vinda lá...


– Ah... – ele se sentou ao seu lado. Só Hermione para pensar nos seus problemas acadêmicos no dia anterior a batalha da vida deles – Mas você não deveria estar pensando assim.


– Como eu deveria estar pensando?


– Você deveria estar pensando que uma vez que você tiver usado seus poderes pra derrotar o lord, tudo vai ser diferente. E Dumbledore seria louco em não te aceitar de volta.


– Eu não posso esperar que eles me tratem diferente.


– Mas eles deveriam! – ele replicou – Você com certeza é diferente, Hermione. E eles seriam loucos em não te dar uma formação. Uma vez que Voldemort estiver morto e Dumbledore finalmente morrer de algum tipo de coisa de gente velha demais, você vai ser a bruxa mais poderosa do mundo.


– Isso não me agrada nenhum pouco... – ela falou.


– Por quê não? – ele parecia surpreso – Parece incrível!


– Parece uma coisa que atrai muita confusão... – ela falou – Quando isso tudo acabar, eu só quero viver uma vida tranquila e feliz.


– Eu diria que isso é muito entediante mas já que eu vou estar nessa vida, isso é impossível.


Ela sorriu.


– Viu? - ele se aproximou mais e acariciou o rosto dela – Assim é bem melhor...


Ele se inclinou e a beijou. No começo docemente, apenas um roçar de lábios. Mas então ele mordeu levemente seu lábio inferior, acariciou seus lábios pedindo passagem com a língua e em seguida, explorou sua boca de forma lenta e sedutora. Hermione acariciou a nuca dele levemente enquanto sentia-o a deitando na cama devagar.


– Draco... – ela murmurou quando ele começou a beijar seu pescoço.


– Humm?


– Nós não deveríamos estar fazendo isso... Amanhã...


– Nós podemos morrer, eu sei. – ele sussurrou – Você quer que eu pare?


Ela suspirou.


– Não... - Suas mãos desceram e ao encontrar a bainha da camiseta dele, começou a levantá-la. Draco se afastou para terminar de tirá-la e voltou a beijá-la com mais fervor depois disso.


A mão dele começou a subir pela sua perna, acariciando a parte interna das suas coxas e com isso levantou sua roupa recém colocada.


Draco ficou de joelhos na cama, com o olhar fixo no de Hermione enquanto ele tirava sua camisola. Com um movimento só ele se livrou do resto das suas próprias roupas e Hermione teria rido do afobamento dele se não tivesse sentindo uma onda de desejo tomar conta dela ao ver a sua óbvia excitação. Ele fez então com que ela se sentasse na cama, agora apenas de calçinha, e se posicionou entre as coxas da garota, antes de se inclinar e devorar a boca dela com a sua.


Hermione lançou seus braços sobre os ombros dele, acariciando sua nuca enquanto retribuía o beijo voraz com o mesmo entusiasmo. Draco pressionou-se contra ela propositalmente e Hermione gemeu na boca dele ao sentir a rigidez dele contra a fina e única peça de roupa que usava.


Instintivamente, afastou mais as pernas, convidando-o a se aproximar ainda mais. Deixou sua cabeça pender para trás enquanto ele corria os lábios pelo seu pescoço e tomava seus seios nas mãos. Ela pressionou seu corpo com mais força contra o dele e ao contrário do que esperava, Draco mudou de posição e abaixou a cabeça para alcançar seus seios.


Hermione não pôde desviar o olhar dele. Os olhos de Draco brilhavam de desejo enquanto ele corria a ponta da sua língua lentamente sobre o mamilo, antes de tomá-lo na boca tanto quanto podia. Ela se sentiu enfeitiçada enquanto ele continuava, enlouquecendo-a de prazer. Lambendo-a e então sugando-a suavemente até que ela gemesse de desejo quando o fez com mais força. Fechou os olhos, arqueando o corpo contra o dele, sentindo uma onda de calor inundá-la e ansiando para que Draco lhe desse o prazer que só ele podia lhe dar.


Então ele afastou-se levemente e fazendo-a deitar, traçou uma linha de beijos a partir do umbigo, se obrigando a parar ali por um tempo sabendo que aquilo iria enlouquece-la. E foi o que aconteceu. Ele quase deu um sorriso triunfante quando a ouviu gemer de antecipação quando segurou seus quadris com força e continuou a descer, finalmente tirando sua calçinha.


Hermione arqueou as costas, segurando o colchão da cama com força, desejando que aquela sensação não passasse nunca mais, desejando Draco com tudo o que tinha. Queria sentir ele dentro de si. O desejo que sentia era tão intenso que ela achou que enlouqueceria se ele não a penetrasse.


Hermione sentiu a respiração quente dele se aproximar da sua intimidade e não pôde conter um gemido quando sentiu sua língua começar a acariciá-la, ás vezes com firmeza, ás vezes com suavidade, levando-a para mais perto do clímax.


Parecia que eles tinham pressionado o botão de câmera lenta. Seus gemidos se tornaram ainda mais intensos quando seu corpo começou a sacudir, tomado pelas convulsões de prazer. A língua dele não parou de investir contra ela nenhum segundo, prolongando e intensificando seu orgasmo.


Hermione sentiu todo seu corpo enfraquecer. Draco a tomou em seus braços, beijando cada parte do rosto dela, cobrindo seu corpo suavemente com o dele. Ao olhar nos olhos dele, viu a chama do desejo ainda mais forte do que antes e se mexeu embaixo dele, e o virou, fazendo com que ele deitasse de costas, e montou sobre ele.


– Chega de esperar, não é? – ela sussurrou.


Ele assentiu e gemeu quando sentiu-se preencher o corpo quente dela.


Ela começou a se mover lentamente e ele lutou contra a vontade de fechar os olhos, aproveitando cada milésimo de segundo dentro dela. Ao invés disso, se concentrou nela, seu rosto corado e seus olhos brilhando de desejo enquanto se movia.


Ele tentou se sentar e a puxou mais para si e Hermione, percebendo sua intenção, se inclinou e pousou suas mãos nos ombros dele enquanto levava um mamilo até sua boca, ofegando quando ele o sugou mais uma vez.


O seio dela enrijeceu na boca dele e Hermione aumentou o ritmo. Draco estava usando toda a sua força de vontade para se segurar mas aquilo tudo era intenso demais e ele sabia que logo logo aquele momento acabaria. Respirar estava se tornando um desafio quando, de repente, ela parou.


Ele parou as carícias no seio dela para olhá-la e a garota sorriu ao deixar-se abaixar no colo dele, fazendo-o entrar nela mais completamente. Ele se deixou encostar na cama depois disso. Merlin, ela era tão quente e apertada. Quando ela começou a mover seus quadris circulamente e excruciarmente devagar, ele gemeu alto e não aguentando mais aquela tortura, a puxou pela cintura, assumindo o topo novamente.


Ela parecia surpresa mas extremamente satisfeita quando ele, segurando as coxas dela com firmeza, começou a investir rápido contra ela. De novo e de novo. Enroscou suas pernas na cintura dele, o fazendo penetrar-lhe mais fundo, o que fez Draco perder qualquer gota de controle que ainda tinha e aumentar mais ainda o ritmo para um completamente selvagem. Hermione levou uma mão ao rosto suado enquanto a outra procurava qualquer coisa em que pudesse se segurar. Tinha chegado a um nível de prazer tão grande que era impossível parar de gemer mesmo que tentasse.


Draco podia ver pela expressão dela que estava prestes a atingir o clímax de novo e se curvou, tomando os lábios dela com os seus e então ela convulcionou novamente sob ele e o segurou com força, completamente perdida no prazer.


Ele sabia que não ia poder se segurar mais mas fez o possível, querendo prolongar aquele momento ao máximo. Continuou a se mover dentro dela, perdido nos sons sensuais que ela emitia.


– Eu te amo. – ele terminou a frase com um gemido.


Ela gemeu o nome dele e ele perdeu a batalha. Seu corpo inteiro tremeu e ele teve o orgasmo mais intenso da sua vida. Cada parte do seu ser o sentiu. Um prazer avassalador que o levou ao êxtase e então a uma felicidade cálida.


Draco fez de tudo para não despencar em cima dela e se jogou ao seu lado, exausto.


– Eu te amo também. – ela sussurrou.


Ele passou os braços em volta dela e a puxou para mais perto e nem cinco minutos depois, os dois tinham adormecido.


*******


No dia seguinte, Sra. Weasley ajudou os elfos da mansão Malfoy a fazerem o melhor café da manhã de todos os tempos. A sala de jantar estava lotada e apesar da mesa ser quilométrica, ainda faltou lugar para algumas pessoas sentarem.


Mesmo com toda a comida e de todas as pessoas, nem metade do que havia feito tinha sido ingerido. Ninguém estava no clima de comer. Nem Ron conseguiu terminar a porção de panquecas que colocou no seu prato.


– O que nós vamos fazer quando chegarmos lá? – Gina perguntou.


– Não sei. – Lupin respondeu – Vamos ter que resolver lá, acho. Esperamos que todos as criaturas mágicas que conseguimos convencer a lutar conosco estejam lá. – e então ele olhou para Luna – Além dos trasgos de Luna, é claro.


A loira sorriu abertamente.


– De nada, Lupin.


O homem franziu o cenho e Draco falou:


– Alguém deveria entrar no castelo e tentar libertar os prisioneiros lá embaixo. – ele falou – Alguns deles podem querer lutar contra o Lord. Eu sei que muitos ali vão adorar se vingar de todos os maus tratos que sofreram na mão dos comensais.


– Bem pensado, Malfoy. – Olho-Tonto elogiou – Já pensou em ser auror?


Draco riu.


– O dia em que eu decidir trabalhar para o ministério, Olho-Tonto, você pode me internar.


O café da manhã logo foi retirado e todos eles foram para o pátio da frente da mansão. Haviam chaves de portal que os levariam o mais perto possível do castelo de Voldemort. Depois disso, seguiriam a pé.


Enquanto esperavam sua vez de pegarem a chave do portal, Draco se aproximou de Hermione, que estava mordendo tanto os lábios que eles provavelmente começariam a sangrar a qualquer minuto.


Ele a puxou pela cintura e a fez parar, cobrindo a boca dela com a sua. Foi um beijo rápido, mas que fez os nervos de Hermione se acalmarem consideravelmente.


– Você tá bem? – ele perguntou ao se afastar.


– Um pouco melhor agora. – ela respondeu – E você?


– Tá brincando? Eu ainda estou no céu por causa da noite passada.


Ela corou quando percebeu o quão alto ele falou.


– Fala baixo, Draco!


Ele sorriu maliciosamente.


– Fala sério, Hermione... – ele riu, mas abaixou o tom de voz - Você não acha que eles não sabem? Nós não fomos exatamente silenciosos noite passada...


O queixo de Hermione caiu e ela arregalou os olhos.


– O quê?


Ao ver a expressão dela ele começou a rir e só parou quando ela lhe deu um tapa.


– Ei!


– Não acredito nisso, Draco!


Ele revirou os olhos.


– Eu estou brincando, ok? Todos os cômodos da mansão tem feitiços que... hum... previnem esse tipo de coisa...


Ao invés de parecer aliviada, ela pareceu com mais raiva ainda e voltou a batê-lo.


– Isso é hora pra brincadeiras?


Ele sorriu e colocou as mãos nos ombros dela, a massageando.


– Serviu pra te distrair um pouco, não foi?


Ela pareceu pensar em uma coisa.


– Peraí, por que sua casa teria esse tipo de feitiço?


Ele pareceu um pouco enojado.


– Bom, meus pais não eram do tipo silenciosos também...


– Eca! – ela compartilhou a expressão no rosto dele – Mas o feitiço não deveria se restringir ao quarto deles, se fosse assim?


– É, - ele falou, meio contrariado - se eles se restringissem ao quarto deles também...


– Eca! – ela balançou a cabeça, como tentando se livrar de uma imagem mental – Muita informação!


Ele concordou.


– Nem fala...


A vez deles de pegar a chave de portal chegou e logo todos eles estavam rumando para o Castelo. Eles demoraram a chegar lá, mas mesmo assim pareceu muito antes que o desejado.


E ao chegar lá, viram que o circo já estava todo armado ao redor do lugar.


– O que é aquilo?


Eles olharam para cima e se surpreenderam ao ver a forma de uma pessoa em uma das torres do castelo. O que chamou a atenção de todos foi que no alto da torre não havia paredes e sim grades, exatamente como uma jaula. Olhando com atenção, era fácil identificar de quem se tratava.


– Dumbledore... – Harry murmurou.


– Isso é loucura. – Hermione franziu o cenho – O que ele tá tramando?


Alguns membros da Ordem que estavam mais a frente, incluindo Lupin, Moody e Kingsley, tentaram lançar feitiços para destruir as grades da torre, que aparentavam ser de ferro. Mas os feitiços pareciam bater em um escudo invisível antes mesmo de chegar perto das grades.


– Isso não vai adiantar nada... – Draco falou, soando quase entediado – É besteira achar que um simples feitiço vai libertá-lo de lá.


Antes mesmo do loiro terminar de falar, as portas do castelo se abriram e de lá saiu... bom, a palavra certa seria um exército, Hermione pensou, se aquela palavra não soasse assustadora demais... Mas então ela pensou: o que naquela situação não era terrivelmente assustador?


Havia todo tipo de criatura mágica misturada ali junto com os comensais. Gigantes, centauros, dementadores... Era verdade que a Ordem tinha conseguido trazer para o seu lado uma boa parte das criaturas mágicas, mas aparentemente uma parte maior ainda tinha ficado do lado das trevas.


Então Voldemort em pessoa apareceu:


– Eu estava me perguntando quando vocês apareceriam... – ele falou, seu tom foi normal mas fez-se ouvir por todo o lugar.


– Ele é o mesmo... – Hermione ouviu Rony murmurar – Eu esperava que ele parecesse mais fraco...


– Eu ainda estou vivo, Weasley, mesmo que os pedaços da minha alma não estejam. – ele respondeu, como se o ruivo tivesse falado com ele – E planejo continuar assim...


E então o primeiro feitiço foi lançado contra a Ordem da Fênix e o caos reinou.


Hermione viu os dois lados da guerra avançarem contra si e se sentiu inútil. Não inútil exatamente, ela sabia muito bem que os poderes dela podiam ser cruciais para aquela batalha mas naquele momento, ela não soube o que fazer. Ela sabia que podia fazer algo grande, mas o quê?


Bellatriz foi a primeira a se manifestar e lançou um feitiço em Draco ao qual ele retaliou. Luna foi atacada por um grupo de centauros que por algum motivo pareciam ter visto um alvo na garota. E Rony avançou para tentar passar para dentro do castelo. Pansy, Gina e Lucas foram com ele então Hermione pensava que eles tinham ido libertar as pessoas que estavam presas no castelo, assim como Draco tinha sugerido. E Harry estava lutando contra Voldemort, e o bruxo das trevas não parecia estar tendo nenhuma facilidade com ele. Hermione teria sentido orgulho do seu amigo se não tivesse sido chamada atenção pela voz de Moody.


– Nós precisamos tirar Dumbledore de lá.


– Nós não vamos conseguir tirá-lo por magia... – Lupin respondeu.


Eles andavam em direção ao castelo e Hermione os seguiu lentamente, sabendo muito bem que o que quer que Voldemort estivesse planejando para manter Dumbledore ali, não era nada bom. E pelo tom deles, Lupin e Moody pensavam o mesmo.


– Nós podemos ter uma chance, talvez, se conseguirmos derrubar o castelo, Lupin. – Moody respondeu – Ele não vai demorar a...


Então Hermione se assustou ao ouvir vários gritos de dor ao mesmo tempo. Olhando em volta, diversos membros da Ordem da Fênix que ela viu estarem levando a melhor nas lutas caíram no chão urrando de dor e levando suas mãos a cabeça, incluindo Draco, Harry e Luna. Por um instinto, ela olhou para cima e viu as mãos de Dumbledore estendidas para eles. Ela entendeu o que Voldemort pretendia no mesmo segundo.


E não demorou muito para entender o que precisava fazer. Reunindo todas as suas forças e tentando ignorar as risadas mescladas de Voldemort e de Bellatriz, que zombavam de Harry e Draco caídos no chão a apenas alguns metros de distância dela, Hermione se abaixou e tocando a terra solta do chão, concentrou todos os seus poderes naquilo. Um instante depois, o chão tinha começado a tremer.


**********


A razão pela qual Luna tinha caído no chão foi que Voldemort estava usando Dumbledore como uma marionete, fazendo-o derrubar aqueles que estivessem levando vantagem contra seus partidários. A razão pela qual Luna tinha permanecido no chão foi que ao ser atingida pelo feitiço de Dumbledore, ela tinha caído por cima de um dos centauros com o qual estava lutando e na mesma hora começou a ter milhares de visões ao mesmo tempo. Visões terríveis.


Apenas uma pequena parte da sua mente sabia que as coisas que estava vendo não faziam parte da realidade atual. Aquelas visões a tinham pego completamente de surpresa, coisa que nunca tinha acontecido antes. Pelo menos não nos últimos tempos. Nos últimos tempos, ela tinha desejado, ansiado por todas as visões que teve. Cada uma delas. Nenhuma delas tinham aparecido na sua mente completamente indesejada como agora. No momento, tudo que ela precisava era de calma pra distinguir o que era real.


Só que calma era a última coisa que ela tinha naquele momento. Então ela só conseguia gritar. Quando o chão começou a tremer e rachar embaixo de si, ela só sentiu vagamente como todo o seu corpo sacudia junto com a terra ao seu redor e como as pedras espalhadas pelo chão batiam fortemente contra si, lhe causando ferimentos. Ela gritou por ajuda mas a pessoa mais próxima dela era Harry, que estava se levantando do chão, completamente em desvantagem enquanto lutava contra Voldemort em pessoa.


Ela também só sentiu vagamente quando foi arrastada pelo chão, sendo levada para longe dali.


**********


Para a sua infelicidade, Lucas não tinha conseguido descer até o porão com os outros. Eles estavam passando pela hall de entrada do castelo quando Lúcio Malfoy tinha aparecido no caminho deles e então Lucas tinha feito uma coisa completamente descaracterística: ele tinha falado para os outros seguirem em frente e se deixou ficar para trás para duelar com o pai do seu melhor amigo.


Ele provavelmente estava passando muito tempo com os grifinórios e é claro que o fato de ter conseguido matar uma quimera pouco mais de 24 horas atrás impulsionava seu lado corajoso recém descoberto. Ter conseguido achar o ponto fraco da quimera havia sido um acidente mas quem estava pensando nisso?


Tinha começado a lutar contra Lúcio Malfoy e infelizmente, o cara tinha treinado ele e Draco para enfrentar duelos então ele conhecia todos os seus truques de luta, o que nunca era uma coisa boa. Lucas estava tentando manter o controle da luta mas a verdade era que estava mais se defendendo do que atacando.


Até que a coisa mais estranha aconteceu: o chão começou a tremer e as paredes do castelo a cair. E aquilo não podia ser nenhum truque de Voldemort porque Malfoy parecia tão alarmado quanto Lucas.


Outro parede caiu bem próximo ao homem, levantando uma nuvem de poeira que tornou impossível ver um palmo na frente do seu nariz e um segundo depois, Lúcio tinha desaparecido.


Ele olhou em volta preocupado. O lugar estava caindo aos pedaços.


Ele estava prestes a fazer exatamente o que Lúcio Malfoy tinha feito e sair dali o mais rápido possível mas então se lembrou dos grifinórios e de Pansy e suas pernas o guiaram para o caminho que eles tinham tomado minutos antes.


Ele não podia deixar que eles fossem soterrados no porão daquele lugar.


Correu o mais rápido que conseguiu até aonde achava que ficavam as selas e seguiu o caminho contrário de vários homens que passavam por ali correndo, provavelmente recém libertos. Quando chegou lá, o terremoto havia parado.


**********


Assim que aquela dor insuportável na cabeça de Draco passou, o chão tinha começado a tremer.


Péssimo sinal.


Ele se sentou lentamente, ainda sentindo o seu corpo reagir áquela dor terrível. O chão ainda tremia então ele precisou fazer um esforço absurdo para se colocar de pé. Suas pernas não lhe obedeceram e ele caiu sentado novamente. Olhou freneticamente para os lados procurando sua querida tia mas ela não estava no seu campo de visão. Devia ter dado o duelo por ganho quando ele caiu no chão. Viu Potter com extrema dificuldade lutando contra Voldemort, parecendo estar fazendo um esforço absurdo só para ficar de pé.


Draco não era o único que estava assustado com aquele terremoto repentino. Dava pra ouvir gritos de toda parte e as pessoas pareciam fazer de tudo para se afastar do castelo e ficar o mais longe possível dele. Bastou uma olhada para a fortaleza de concreto na sua frente pra entender. O lugar ia, aos poucos, caindo aos pedaços.


De repente, tudo parou e ele, que estava começando a entender o objetivo de derrubar o lugar, olhou em volta pra saber o que tinha acontecido. E foi então que viu a cena que fez seu coração afundar. Hermione nas mãos de Voldemort. Literalmente nas mãos de Voldemort. O Lord das Trevas parecia furioso enquanto tinha uma das suas mãos apertando o pescoço dela, suas unhas finas arranhando a garganta da morena. O rosto dela estava vermelho, Hermione estava completamente impossibilitada de respirar.


Draco viu Potter jogado no chão a alguns metros de distância. A sorte dele era que Voldemort parecia ter voltado toda a sua fúria para Hermione porque senão O Escolhido já estaria morto há muito tempo.


– Potter... – Draco chamou, tentando não causar muito alarde – Potter! Hermione...


Harry olhou para Draco meio desnorteado e seguiu seu olhar, parecendo apavorado ao ver a situação em que a amiga se encontrava, mas o loiro viu as condições do grifinório e percebeu que ele estava pior do que ele.


Draco tentou se aproximar se arrastando, tentando reunir suas forças para ajudar Hermione, e na medida que ia chegando mais perto, podia ouvir Voldemort:


– Granger, Granger... – ele dizia – Você não tem noção do quanto me deu trabalho nesse último ano, não é? Meu ódio por você foi crescendo tão vagarosamente... Aos poucos, você e Potter foram destruindo cada um dos meus planos... Todas as armadilhas que eu fiz pra vocês não foram aviso o suficiente de que deveriam ficar longe, não é? Você não sabe qual vai ser o meu prazer ao te matar com as minhas próprias mãos... – Draco viu com pavor quando uma faca terrivelmente afiada apareceu na mão de Voldemort que não estava trancada em volta do pescoço de Hermione – E nenhuma maldição pra você... Você não merece nada disso... Você não merece nem morrer desse jeito...


Uma onda de adrenalida atingiu Draco quando ele viu a faca se aproximando rapidamente da barriga de Hermione e impulsionando seu corpo pra frente, ele voou até a garota e a puxando pela cintura, a tirou do alcance de Voldemort.


Se não estivesse tão distraído pelo medo, Draco teria ouvido o grunhido de dor que Hermione soltou segundos antes de ele libertá-la do aperto do bruxo.


– Hermione, - ele se abaixou com ela no chão – você está bem?


Ele olhou confuso para os olhos marejados dela e seu coração perdeu uma batida quando a viu levantando lentamente a mão ensaguentada. A mão que estava na barriga dela. E aonde agora estava a faca que Voldemort tinha conjurado.


– Hermione...


Ele a deitou completamente no chão e só estava vagamente ciente de que Voldemort ia atacá-los de novo quando Harry lhe lançou um feitiço e voltou a lutar contra o Lord das Trevas.


– Eu estou bem... – ela murmurou.


– Não, você não tá! – ele falou, sentindo seus olhos arderem – Você foi esfaqueada... Eu preciso te levar daqui! Você tá perdendo muito sangue...


Ela balançou a cabeça negativamente e com as mãos cobertas de sangue, tocou o chão, fazendo-o tremer novamente.


– Não! – ele exclamou, afastando sua mão da terra e a impedindo de continuar – Você precisa ficar quieta! Se você se esforçar agora...


Então um feitiço o atingiu fazendo-o cair por cima de Hermione, fazendo a garota gritar de dor.


– Ora ora, Malfoy... – ele se levantou ao ouvir a voz de Belatriz – Perdendo seu amorzinho?


– Fica longe, Bellatriz!


Ela sorriu debilmente.


– Vai sonhando, Malfoy...


Ela lançou outro feitiço e ele foi rápido o suficiente para conseguir repelí-lo. E ela lançou outro e outro e logo Draco teve que começar a se defender também. Se envolveu numa luta com Lestrange quando a garota que amava estava com uma faca encravada na barriga.


E dessa vez quando ele sentiu o chão voltar a tremer, não pôde fazer nada pra impedir.


**********


– Por que vocês estão demorando tanto? – Lucas exclamou ao encontrar Pansy, Rony e Gina, cada um na porta de uma das poucas selas que ainda não haviam sido abertas.


– Nós estamos tendo um pouco mais de dificuldade do que o esperado em abrir as portas, se não percebeu, Lucas... – Pansy respondeu ao abrir uma outra sela e passar para fazer o mesmo na do lado.


– O castelo está caindo aos pedaços! – Lucas falou – Não sentiram o terremoto? Nós vamos ficar soterrados!


– Então nos ajude e saíremos mais rápido! – Rony replicou.


Estavam quase na última sela quando o terremoto recomeçou. E parecia mais forte do que nunca porque não demorou muito e pedras de todos os tamanhos começaram a cair do teto. Gina conseguiu se esquivar de uma que estava prestes a atingí-la e quando viu outra caindo aonde Pansy estava, exclamou:


– Cuidado!


A sonserina estava entertida demais tentando abrir uma das selas que não pôde ser rápida o suficiente e a pedra caiu na sua cabeça, a derrubando no chão.


– Pansy!


Lucas e os outros se aproximaram da garota que, por um milagre, não havia desmaiado.


– Você está bem? – Rony perguntou enquanto Lucas tentava colocá-la sentada.


– Pra falar a verdade... – ela colocou a mão no lado da sua cabeça que latejava e quando a trouxe de volta ao seu campo de visão, ela estava coberta de sangue – Acho que não...


O terremoto não parava. Muito pelo contrário, parecia ficar mais forte a cada segundo que se passava. Quando mais pedras começaram a cair do teto, Gina criou um escudo e os quatro se encolheram ali embaixo.


Horas pareceram se passar aonde tudo que ouviram era o barulho das pedras batendo no enorme metal sob eles. Quando fez-se o silêncio, Gina tentou puxar o pedaço de metal para que eles pudessem sair.


– Está preso. – ela falou, franzindo o cenho.


A ruiva sacou sua varinha e já ia fazer um feitiço para tirá-lo de cima deles quando Lucas segurou seu braço.


– Se você tirar isso de cima da gente, ruiva, essas pedras vão nos esmagar. Nós estamos presos aqui.


**********


Bellatriz Lestrange era um pé no saco.


Todos os comensais eram, na verdade, mais alguma coisa em Bellatriz a tornava especial. Podia ser a voz irritante, o deboche, as risadas escandalosas entre o lançamento de um feitiço e de outro ou a sua lealdade cega a Voldemort. Ou tudo combinado, Draco não tinha certeza. A única coisa que ele tinha certeza era de que ela era um verdadeiro pé no saco.


– Parece que a Ordem da Fênix te treinou muito bem, Draco... – ela falou, ao perceber que não estava tendo tanta facilidade em derrotá-lo quanto esperava.


Ele não respondeu. Não queria entrar no jogo dela e começar um papo furado que com certeza não ia acabar muito bem. Todo cuidado era pouco. Se tinha uma coisa que tinha aprendido, era que você nunca sabia pra que buraco Belatriz estava te levando até você se ver preso nele.


– Oh, desse jeito você parte meu coração... – ela falou depois de se defender de um feitiço que Draco havia lançado – Tentando me matar e me ignorando ao mesmo tempo? É assim que se trata a família? Por que não descansamos um pouco?


Como resposta Draco lançou uns cinco feitiços nela, um atrás do outro. Ela bufou em fúria e repeliu um por um, balançando a varinha como se manuseasse uma espada num torneio de esgrima.


– Quer parar? - ela disse, mais num tom de aviso do que fazendo uma pergunta.


Ele continuou lhe lançando feitiços sem parar durante vários minutos e observando a fúria da mulher crescer na medida em que ela se defendia de todos. Se acostumou tanto com aquele ritmo que não percebeu quando ela mesma lhe lançou um feitiço e não conseguiu assimilar rápido o suficiente para repelí-lo.


– Incarcerous!


A próxima coisa que sabia é que tinha cordas o prendendo de todos os jeitos possíveis.


Bellatriz fingiu um suspiro de alivio.


– Finalmente! – ela sorriu debilmente – Bem melhor, huh?


Draco estava com muita raiva por ter sido tão estúpido ao ponto de se deixar aprisionar mas quando percebeu que Belatriz tinha usado um feitiço tão simples contra ele, ficou desconfiado também. Ela provavelmente estava planejando uma longa sessão de Crucio’s agora. Era o feitiço preferido dela. Só que estava muito enganada se achava que Draco ia ficar parado enquanto ela o torturava.


– Agora... – ela se aproximou andando calmamente, como se não tivesse dezenas de pessoas lutando em volta deles e ela tivesse todo o tempo do mundo. Draco percebeu que, não muito longe deles, Potter tinha conseguido recuperar o controle do duelo com Voldemort. – Eu acabei de ter uma ótima idéia!


– O que você quer? – ele perguntou, tentando soar entediado.


– Oh, agora nós estamos falando, não é? – ela segurou o queixo dele e fez um bico como se falasse com um bebê – Olhe pra você! Todo crescido e se achando esperto! Que rostinho mais lindo!


Draco tentou se desvencilhar dela tanto quanto as cordas amarradas no seu corpo lhe permitiam.


– Como eu ia dizendo... Minha mais nova criação é muito... como eu posso dizer? – ela fingiu pensar por um instante – Espirituosa, vamos colocar assim... Ela faz você reviver o pior sentimento que você já sentiu na vida! Não é brilhante?!


Draco continuou a encarando com o rosto livre de qualquer emoção. Era só o rosto, mas ela não precisava saber disso.


– Infelizmente, eu ainda não tive a oportunidade de experimentar... Melhor: de praticar esse feitiço. E cá estamos nós, nessa ocasião perfeita! É quase como se fosse predestinado!


– Você é doente! – Draco disse com nojo.


– Oh, pode apostar nisso! – e então apontou sua varinha para o loiro e exclamou: - Last Pessimum Affectu!


Draco não sabia o que estava esperando, mas com certeza não era aquilo. E se olhasse para Bellatriz veria pela expressão dela que parecia tão surpresa quanto ele. Só de olhar pra ela você podia perceber que ela estava meio que esperando que ele caísse no chão, se contorcendo aos berros mas não foi isso que aconteceu.


Draco se sentiu sim enfraquecer mas não fisicamente.


No instante em que as palavras saíram da boca de Bellatriz, ele sentiu uma instantânea falta de ar e teve que se esforçar mais para respirar. De repente estava com vontade de vomitar e parecia que o chão tinha se aberto aos seus pés e ele estivesse caindo.


Draco demorou a reconhecer aquele sentimento. Aquela sensação de que tinha atingido o fundo do poço. Quando havia sentido aquilo antes? Ninguém tinha lhe lançado nenhum feitiço que o deixasse daquele jeito, então o que era? Mas foi ao sentir aquela dor terrível no peito, como se uma rachadura estivesse se abrindo lenta e dolorosamente no seu coração que o reconheceu.


Bellatriz com certeza não tinha sido muito específica ao criar o feitiço que trazia á tona a “pior sensação” já sentida. Há duas formas de se sentir dor. Mas é claro que ela não saberia disso.


Embora ele não estivesse nem um pouco a fim de reviver tudo o que sentiu quando Hermione foi embora, sabia que podia lidar com isso.


Lutar com o coração partido era sua especialidade.


– Parece que seu feitiço não saiu como você queria...


Bellatriz estava desconfiada.


– O que você sentiu?


Draco sorriu.


– Você adoraria saber, não é?


Um segundo depois ele se desfez das cordas que o prendiam e se aproximou dela na medida em que a mulher levantava mais sua varinha.


– Eu pensaria bem no seu próximo passo agora se fosse você, Draco...


Ele parou na sua frente, de modo que a ponta da varinha dela tocava seu peito.


– E eu aceitaria seu próprio conselho, se fosse você...


Ela bradou um feitiço no mesmo instante em que Draco segurou a ponta da sua varinha, a deixando completamente surpresa ao ver que absolutamente nada aconteceu. Era como se o feitiço tivesse ficado preso no pedaço de madeira.


Draco olhou para ela e não havia como descrever a tamanha satisfação ao ver um brilho de medo passar pelos olhos da bruxa. O brilho ficou mais forte quando sua varinha começou a congelar e Draco arqueou uma sobrancelha:


– Algum problema, tia?


Ela tentou puxar a varinha da mão dele mas ele segurou com mais força e se concentrou mais no que estava fazendo. Também tinha feito seu dever de casa, e ela não era a única que estava doida pra praticar uma magia recém-descoberta.


Aos poucos o gelo subiu para o braço dela e então Draco finalmente soltou sua varinha, sabendo que ela não podia mais se mover. Alcançou seus ombros e todo o tronco, as pernas e por fim a cabeça. Logo Draco estava encarando a figura congelada de Bellatriz Lestrange.


– Uma morte comum é pouco pra você, tia Bella...


Com um balançar da sua mão ele a afastou de si, a mandando para o mais longe que pôde. Não queria olhar nem mais um pouco para aqueles olhos vidrados lhe encarando.


Pôde olhar em volta pela primeira vez desde que começara a lutar com Bellatriz e o fez. Viu o castelo caído aos pedaços na sua frente, várias crateras no chão e ao longe, Potter conseguindo desarmar o Lord das Trevas. Só uma parte do seu cérebro absorveu aquela informação já que logo depois seus olhos caíram sobre Hermione.


Os sentimentos que Bellatriz o fez sentir já haviam passado mas a lembrança deles estava viva na mente de Draco... Ele quase tinha se esquecido deles e se lembrar naquele momento, quando menos esperava, tinha sido como ser acordado por um choque elétrico. Quase tinha esquecido do fato de que a pior coisa que tinha sentido não havia sido causada pelo seu pai ou por Voldemort ou por nenhum dos seus inimigos... Tinha sido causado pela pessoa que mais amava no mundo.


Pelo canto dos olhos, Draco viu uma figura com cabelos loiros iguais aos seus e antes que pudesse fazer qualquer coisa, sentiu-se sendo atirado para trás antes de tudo escurecer.


**********


A primeira coisa que Hermione sentiu ao abrir os olhos foi uma dor de cabeça do outro mundo. E não ajudou nada quando ouviu a voz alta de Pansy perto demais:


– Ela acordou!


Hermione ouvir uma movimentação a sua volta e olhou para o lado, só para descobrir que aquilo também não colaborava com sua dor.


– Pansy? – ela murmurou.


– Eu estou aqui. – ela sentiu alguém segurar sua mão levemente e então outras pessoas apareceram no seu campo de visão. Demorou um segundo para sua visão entrar em foco mas eram Rony, Gina e Lucas. E todos eles sorriam abertamente.


Aos poucos, tudo foi voltando para sua mente.


– O que aconteceu? – ela perguntou, tentando se sentar – Vocês estão bem? Aonde estamos? A última coisa que eu lembro...


Gina a interrompeu.


– Nós estamos bem. – ela falou – Estamos no St. Mungus. – seu sorriso pareceu aumentar – Está tudo acabado, Hermione. Nós vencemos.


Hermione só piscou.


– O quê?


– Não se sinta mal. – Lucas falou – Nós não vimos nada também. Ficamos presos na parte de baixo do castelo, que você fez questão de derrubar, por falar nisso, e perdemos tudo. Só ficamos sabendo do que aconteceu quando a Ordem se lembrou da nossa existência e nos fez o favor de tirar de lá.


– Vocês estão falando sério? – ela murmurou, confusa.


– Estamos, Hermione. – Rony falou – Harry derrotou Voldemort. Ele está morto.


– Aonde Harry está?


– Ele ficou muito machucado. – Gina respondeu – Mas vai ficar bem. Os médi-bruxos deram uma poção para dor pra ele que parece que vai deixá-lo desacordado por um tempo.


– E Draco? – ela perguntou, olhando em volta – Onde ele está?


– Ele está bem. – Pansy falou – Está recebendo alta nesse instante. Ele passou muito tempo desacordado também. Parece que o feitiço que Lúcio lançou nele era pra matar...


– O quê? – ela ficou mais confusa ainda – Como assim? Lúcio tentou matar Draco? E quanto tempo eu fiquei desacordada?


– Hermione, a batalha foi há quatro dias. – Gina falou suavemente – Parece que quando Malfoy viu que Voldemort estava sendo derrotado, ele tentou matar o filho...


– Draco diz que não se importa com isso. – Pansy falou – Mas é o pai dele. Eu imagino que seja difícil...


– Por que ele faria isso?


Ninguém respondeu, mas Hermione tinha a resposta. Quando Lúcio viu que Hermione e o resto da Ordem iria sobreviver, ele tentou matar seu filho. A tentativa final de impedir que o nome da família fosse manchado.


– Só tem uma coisa... – Gina falou delicadamente.


– O que? – Hermione perguntou assustada.


– Luna. – foi Rony quem respondeu.


Pela expressão deles, Hermione esperou o pior, completamente pega de surpresa. Luna tinha sido a última pessoa com quem se preocupar. Não porque não amasse a garota. De jeito nenhum. Mas por causa dos poderes dela, era impossível que qualquer coisa a pegasse de surpresa. O fato de poder antecipar cada ataque, sempre avisando a eles quando alguma coisa de ruim estava prestes a acontecer, a tinha tornado completamente destemida e forte aos olhos de Hermione.


– O que aconteceu? – perguntou ela.


– Ela estava desaparecida até hoje de manhã... – Gina falou.


– Por quatro dias? – Hermione franziu o cenho – Aonde ela estava?


– Ninguém sabe. – Rony respondeu, parecendo extremamente preocupado – Eles nem nos deixam falar com ela.


– Ela não estava em condição de falar, Weasley. – Lucas falou, soando estranhamente amigável.


– Como assim?


– Ela apareceu aqui carregada por centauros, Hermione. – Gina explicou – Foi tão estranho. Parece que alguns dos centauros aliados de Voldemort a levaram durante a batalha e eles a salvaram.


– Isso não parece estranho. – Hermione respondeu – Por que eles não a salvariam se pudesse?


– Estranho foi o jeito que ela estava. – Pansy exclamou fazendo uma careta – Lovegood é louca mas ela parecia realmente estar tendo um surto.


– Pansy! – Gina exclamou.


– É verdade! – Pansy replicou e se voltou para Hermione – Eu nunca vi uma pessoa tremer tanto. Ela estava com os olhos sem foco, exatamente como quando está tendo uma visão. Era como se ela estivesse tendo visões sem parar. E pela cara dela, não estava vendo unicórnios rosas saltitantes.


– Eles estão fazendo exames nela desde então.


Hermione ficou em silêncio, se sentindo sobrecarregada com todas aquelas informações e meio incapaz de absorver tudo aquilo.


Eles haviam ganhado a guerra há quatro dias. E mesmo assim, ninguém estava fazendo festas em comemoração. Simplesmente porque os dois lados tiveram perdas. Ela sabia que várias pessoas da Ordem da Fênix haviam morrido e imaginava que os últimos dias em que havia estado acordada haviam sido cheios de funerais e lágrimas.


Havia repórteres por todo o canto, doidos por depoimentos dos “heróis da guerra” como eles se dirigiam aos oito adolescentes que destruíram as horcruxes do Lord Voldemort e ajudaram Harry Potter a derrotá-lo. Dumbledore também se encontrava no hospital em um estado extremamente delicado, o que só alimentava a ansia dos jornalistas por informações e os estava estimulando a montar acampamento fora do St. Mungus desde o dia seguinte a batalha.


Enquanto isso, o ministério estava a todo vapor. O trabalho dos aurores estava só começando já que vários comensais conseguiram fugir. Lúcio Malfoy não havia sido encontrado e nem o corpo congelado de Bellatriz Lestrange. Entre outros.


Alguns minutos depois, uma médi-bruxa chegou e pediu para eles a deixarem descansar, e ela não reclamou quando eles lhe deram uma poção do sono. Estava exausta, sua cabeça parecia que ia explodir e sabia que só não estava sentindo o enorme ferimento que deveria ter na barriga por causa da quantidade de remédios que eles deviam ter lhe dado. A médi-bruxa lhe disse, depois que ela tomou a poção do sono, que tinha sorte de não ter morrido, e que se esforçar daquele jeito enquanto estava sangrando tinha sido um enorme erro mas Hermione a ignorou, sabendo que ela não sabia do que estava falando. Mesmo que tivesse morrido, ainda não teria sido um erro se o mundo bruxo que ela deixasse para trás fosse livre da existência de Voldemort. Esse foi seu último pensamento antes de dormir por horas.


Quando acordou novamente, ficou feliz ao encarar Draco sentado na ponta da sua cama.


– Ei... – ela sorriu fracamente.


Ele se aproximou.


– Como está se sentindo? Você tá bem?


– Eu estou melhor... – ela respondeu. E estava mesmo. Sua cabeça já não doía mais e se sentia muito mais descansada do que antes - E você?


– Estou bem... – ele respondeu – Meu pai não é tão poderoso quanto pensa, então...


Hermione o encarou tristemente.


– Eu sinto muito.


Ele deu de ombros.


– O que esperar de Lúcio Malfoy, não é?


Um silêncio estranho caiu entre eles e Hermione percebeu, com uma apreensão crescente que ela não sabia de onde vinha, que Draco não olhava nos olhos dela.


– Você quer me dizer alguma coisa?


Ele a olhou surpreso e ela apenas o encarou, sabendo que o que quer que ele estivesse querendo falar, não era nada bom.


– Como você...?


– Eu ainda te conheço muito bem, Draco Malfoy... – ela falou, desviando o olhar.


Ele parecia extremamente infeliz e de repente ela já sabia aonde aquilo ia acabar.


– Eu sinto muito...


– Não peça desculpas pelo que você não está arrependido, Draco. – ela falou, de repente soando mais dura do que pretendia.


– Como assim? – ele parecia confuso.


– Quando nós estávamos na floresta, você se desculpou e disse que nada importava mais, mas não era verdade, era?


– Eu achei que sim... – ele respondeu - Mas muita coisa aconteceu pra não importar mais... Muita coisa aconteceu há muito pouco tempo...


– Eu pensei que nós tínhamos dito que íamos tentar colocar isso pra trás... – ela falou com a voz embargada.


– Eu sei. – ele respirou fundo – Quando eu estava lutando contra Bellatriz, ela me lançou um feitiço de tortura que faz você reviver a pior coisa que você passou nos últimos meses... Provavelmente ela achou que ia me fazer reviver algum momento durante a busca das horcruxes ou até mesmo quando Rabicho me torturou no castelo... Ela ficou muito surpresa, e eu também, quando não foi exatamente isso o que aconteceu... Eu revivi o momento em que você foi embora.


Hermione desviou o olhar e mordeu o lábio. Lutou contra as lágrimas na medida que tudo parecia se encaixar na sua cabeça. Parecia que era impossível ser completamente feliz por ali.


– Isso acabou sendo uma coisa boa pra mim porque eu consegui derrotá-la no final das contas... Mas, ao mesmo tempo, eu estou me sentindo fraco... – ele continuou – Porque a pior sensação pra mim foi aquele momento... A dor que eu senti ao imaginar você com ele... Ao perceber que você tinha me trocado por ele...


Lágrimas começavam a descer uma por uma enquanto ela balançava a cabeça veemente.


– Não era assim... Não foi pra isso que eu procurei o John! Não era minha intenção me envolver com ele... Eu nem estava pensando nisso! – ela se esforçou pra dizer entre as lágrimas. – Não acredito que nós estamos falando nesse assunto, eu pensei que nós estávamos bem! Mais que bem!


– Eu também pensei! Me desculpe, Hermione... – ele tentou falar, se sentindo terrível por colocar os dois de novo naquela situação depois de tudo que tinham passado.


– Eu te disse pra parar! – ela exclamou, apesar de sua voz quase não sair – Não é você que deveria estar se desculpando...


– Você também não... – ele murmurou.


– Tem razão. – ela concordou – Porque eu já fiz isso, não é? Milhões de vezes. Eu me desculpei por cometer erros. Por todos eles. Me desculpei por coisas que eu nem acho mais que foram minha culpa! Eu tenho 17 anos e fiz coisas estúpidas, ok? Mas em algum momento você vai ter que parar de me culpar e me dizer como eu conserto isso. – ela parou pra respirar fundo e o encarou – Não vai?


– Eu não estou te culpando...


– Sim, você está! – ela replicou – É exatamente isso que você está fazendo nesse momento e você nem percebe, Draco... – ela chorava tanto que quase não conseguia mais falar – E mesmo antes, quando você não estava falando essas coisas, você estava me culpando nas pequenas coisas... Como com o tom que você usava pra falar comigo de vez enquando, com o jeito que me olhava... Como agora, por exemplo... Você não consegue nem olhar nos meus olhos!


– Hermione...


Ela não o deixou falar.


– Sabe o que parece? Parece que você tá fazendo isso de propósito! Que você deixou eu achar que nós poderíamos ser felizes de novo, aumentando minhas esperanças, pra depois tentar me machucar. Como eu machuquei você.


– Eu não quero que você pense isso, Hermione! – ele se apressou em dizer – Eu nunca faria nada pra te magoar de propósito!


– Então o que você quer que eu pense, Draco?


– Eu não sei! – ele exclamou – Nem eu sei o que pensar também... Eu...


Ele não terminou a frase. Não tinha mais nada o que dizer. De repente lhe ocorreu que ele estava inconscientemente machucando Hermione e fazendo ela reviver tudo aquilo porque Bellatriz o tinha feito reviver tudo aquilo. Ele percebeu como aquilo parecia um castigo diante dos olhos dela. Era uma coisa muito horrível e muito sonserina de se fazer. Mesmo assim, não havia nada que ele pudesse fazer pra evitar aquilo. Era como se, agora que a guerra acabou, todos os problemas que eles tinham e que ele facilmente colocou de lado quando estavam fugindo ou lutando ou muito ocupados tentando ficar vivos tivessem se tornado gigantescos nos últimos quatro dias.


– Eu não sou a única a culpar, sabe... – ela falou, o tirando de seus pensamentos.


– O que você quer dizer com isso?


– Eu quero dizer que na noite em que eu fui embora, você sabia que eu não estava bem e você não fez nada pra me impedir. – o tom que ela usou o fez perceber que ela tinha pensado muito naquilo.


Mas talvez era disso que eles precisavam. Ele tinha razão, o passado era esmagador demais pra ser simplesmente esquecido. Talvez o que eles precisavam era colocar pra fora.


– Como você ousa colocar a culpa em mim? – ele replicou – Você foi embora com outro cara, Hermione! O que você queria que eu fizesse?


–Eu não sei, Draco, talvez eu queira que você seja menos hipócrita!


– Hipócrita?!


– É, hipócrita! Porque você age como se eu tivesse jogado tudo pela janela, e eu admito: eu estraguei muito, muito mesmo as coisas... mas você não fez nada pra consertá-las, você desistiu! E você sempre dizia que me amava e que nada ia nos separar mas você me deixou nos separar... Você fez todas essas promessas mas não defendeu o que a gente tinha! Então você as quebrou também!


– Eu não queria quebrar! – ele ficou surpreso ao perceber que não tinha argumentos. Ela podia estar dizendo aquelas coisas com raiva mas tinha um pouco de razão. – Eu ia defender!


– Então por que não defendeu? – ela perguntou. – Por que não podia lutar por mim mais uma vez?


– Porque... – ele hesitou e continuou a falar, encarando o chão – Porque eu nunca pensei que ia ter que defender a gente de você.


E aquilo era a mais pura verdade. E Draco achava que no fundo, sempre soube disso... mas admitir aquilo não mudava os fatos... Ele e Hermione... Ele a amava mais que tudo... E vê-la chorando daquele jeito, com seu coração partido tão transparente naquela cama, ele estava sentindo seu próprio coração se partir... Mas ele não se via com ela agora... Ele precisava de tempo. E foi isso que disse pra ela.


– Eu só preciso de um tempo... – ele falou – Nós dois precisamos...


Ela deu de ombros mais uma vez.


– Faça o que quiser, Draco.


Aquela não era a resposta que ele esperava. Ele não se moveu, apenas ficou olhando pra ela.


– Pode sair, por favor? Eu quero muito ficar sozinha agora.


Sem dizer mais nada, ele saiu.


Eu devo ter segurado a sua mão tão forte
Que você não teve vontade de lutar
Imagino que você precise de mais tempo pra se curar
(...)
Por favor, não aumente minhas esperanças
Baby, me diga, como você pôde ser tão cruel?
É como se estivesse espalhando sal nas minhas feridas...



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Notas finais do capítulo

N/A: Por favor, não me odeiem por separar o Draco e a Hermione mais uma vez.
Desculpem pela demora com o capítulo! Eu pretendia postar na semana passada mas acabei ficando sem tempo porque eu tive que resolver umas coisas e fui chamada pra trabalhar na eleição! =/
Então, esse foi o penúltimo capítulo! Pelo menos é o que creio eu. O último capítulo está ficando absurdamente grande e eu realmente gostaria de separá-lo mas não acho que vai dar já que eu não consigo imaginar um ponto em que eu possa parti-lo sem ficar estranho.
Ah, eu tenho mania de digitar o nome da fic no twitter e ás vezes eu vejo algumas pessoas comentando sobre a fic, fazendo de mim uma autora muito feliz. XD Quem quiser me seguir, eu sigo todo mundo de volta, é só se identificar. Meu twitter está no meu perfil, assim como meu face também. Sintam-se a vontade pra me adicionar, é só se identificar.
Eu já comecei a escrever a outra dramione que eu mencionei com vocês então eu ACHO que a fic vai estar on antes do que vocês pensam... o/ Estou muito ansiosa pra saber o que vocês vão achar!
Muito obrigada pelos comentários, pessoal!
Eu não vou prometer que o próximo capítulo vai vir logo porque acho que tem uma força do universo que me impede de postar quando eu planejo! Então só vou falar que eu PRETENDO postar logo.
Comentem! XD
Inté!