O Preço de Amar Um Malfoy escrita por BlissG


Capítulo 22
Acho que você devia falar agora


Notas iniciais do capítulo

"Sabe, a vida é engraçada. Na vida, dizer a coisa certa no momento certo é mais que crucial. Na verdade, é tão crucial, que a maioria de nós começa a hesitar, a temer dizer a coisa errada no momento errado. Mas ultimamente, o que eu comecei a temer mais que isso, é deixar o momento passar sem dizer nada. Então há o momento para o silêncio e há o momento de esperar sua vez. Mas se você sabe como se sente, e sabe claramente o que precisa dizer, eu não acho que você deveria esperar. Eu acho que você deveria falar agora." (Taylor Swift)



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Fechou os olhos. Tentou ficar relaxada ao máximo, como seu instrutor havia lhe ensinado. O silêncio era absoluto ali, o que a fazia ficar muito agradecida. Já era difícil o suficiente com falatório de estudantes e professores na sua cabeça. Respirou fundo e relaxou os braços. Em seguida, juntou seus pulsos na altura do seu pescoço, mantendo as mãos juntas. Se concentrou ao máximo. Começou a afastar as mãos, ainda mantendo os pulsos unidos. O canto do seus lábios se levantou num meio sorriso quando viu a pequena chama ali.

Era muito tarde. Hermione calculava que já passavam da meia noite. Ela estava bem perto das fronteiras dos terrenos de Hogwarts, o mais longe do acampamento que tinha conseguido chegar. Tinha decidido ir praticar seus poderes naquela hora e naquele lugar justamente porque sabia que não haveria ninguém. Com todo o drama da gravidez, era difícil se concentrar com seus amigos e namorado observando cada movimento seu.

Não era a primeira vez que ela conseguia produzir fogo nas suas mãos mas era a primeira vez que fazia isso completamente sóbria. Estava tentando largar a dependência que tinha desenvolvido  na bebida para o controle dos seus poderes mas estava sendo muito difícil. Seu treinamento não rendia nem a metade comparado a quando tinha uma boa dose de álcool no seu organismo. Sem falar que ela se sentia muito fraca e cheia de dor. Aquele momento era um exemplo. Tinha se sentido um pouco zonza só de criar uma pequena chama nas suas mãos.

- Olha só se não é a minha aluna mais aplicada...

Ela não precisou se virar para saber quem se aproximava. Aquela voz tinha se tornado muito familiar para ela nos últimos dias. John parou ao seu lado.

- Depois de semanas de treino é ótimo saber que você evoluiu tanto. – ele falou cheio de sarcasmo, olhando para a mão dela – É o melhor que você pode fazer?

Hermione levantou os olhos para ele com raiva.

- Me olhar com cara feia não vai te ajudar a vencer essa guerra. – ele respondeu – Me deixe ver o que você pode fazer, Granger.

Ela soltou o ar dos pulmões e começou a separar seus pulsos lentamente, induzindo a pequena chama a crescer com o processo. Estava funcionando, mas na medida que ela formava uma imensa bola de fogo á sua frente, podia sentir sua cabeça prestes a explodir. A sua respiração começou a ficar entrecortada e ela lutou contra a dor que sentia para continuar aumentando o imenso globo vermelho e laranja á sua frente. A bola de fogo estava da sua altura quando a sua visão ficou nublada e ela começou a tombar para trás. John a segurou pela cintura antes de ela atingir o chão. A colocou sentada na neve. Hermione sentiu o mal estar passar após alguns segundos.

- Isso é tudo? – ele perguntou se sentando ao seu lado.

Ela revirou os olhos.

- Cala a boca, John. É inverno, está nevando. – falou ela, usando a primeira desculpa que lhe veio á mente - Como você quer que eu faça uma bola de fogo na neve?

- Faça uma bola de água, então. – ele falou em tom de desafio – E a transforme em gelo.

Ela suspirou, cansada.

- Só me deixe em paz, ok?

- Ótimo. Quando você tiver de lutar com Voldemort ou um dos comensais e começar a ficar cansada, diga para eles te deixarem em paz. Tenho certeza que eles vão te dar uns minutos até você recuperar o fôlego.

- Você é insuportável. – falou com raiva.

- Além disso, - ele continuou como se ela não tivesse dito nada – você sabe muito bem que isso não tem nada a ver com o clima, Granger. Então da próxima vez que você for arrumar uma desculpa para o seu progresso medíocre quando está completamente sóbria, eu sugiro que você invente algo em que eu possa acreditar.

Ela abriu a boca para falar mas estava surpresa demais para emitir qualquer som.

- O quê? Você pensava que eu não sabia do seu pequeno vício? – ele riu da ingenuidade dela – Por favor, quando você vai aprender a parar de me subestimar? Eu não nasci ontem, Hermione.

Ela bufou.

- Ótimo. O que você vai fazer agora? Me entregar para Dumbledore ou o quê?

Ele riu.

- Te entregar? Por Merlin, com quem você aprendeu a ser tão dramática? – ela continuava o olhando sem entender – Digamos que eu estaria sendo um tanto quanto hipócrita se te entregasse por beber. – dizendo isso, ele tirou uma garrafa prateada de dentro do bolso do casaco e ofereceu a ela. Hermione estava completamente sem palavras – Está servida?

Ela ainda o olhou por alguns segundos antes de pegar a pequena garrafa e a virar de uma vez só.

- Bem melhor, hum? – ele falou olhando as feições dela suavizarem – Eu sou seu instrutor, Hermione. Não seu professor da escola ou coisa do tipo. Não estou aqui pra te julgar nem te colocar de castigo.

- Mas não é errado usar a bebida para ter melhores resultados com os poderes? – perguntou.

Ele deu de ombros.

- Vá para uma clínica de reabilitação depois, se quiser, Granger. Mas por enquanto estamos em guerra. E na guerra, vale tudo.

***

 Pansy acordou um pouco atrasada para o café da manhã na segunda-feira. Por causa disso, não encontrou Hermione no quarto ao se levantar. Tomou seu banho e se vestiu, sem ânimo nenhum para encarar um dia inteiro de aulas.

Estava se maquiando na penteadeira quando Draco entrou silenciosamente na barraca. Ela só percebeu a presença dele porque o viu através do seu reflexo no espelho.

- Não devia estar com a sua namorada ou alguma coisa do tipo? – perguntou sem se virar, enquanto passava batom.

- Não sei, pra falar a verdade. – o loiro se sentou na ponta da cama – Não a vi ontem o dia inteiro e não acho que hoje vai ser diferente. Hermione atingiu um nível completamente novo no jogo ‘Como Ignorar Draco Malfoy’.

- Bom, Granger é minha amiga agora. – falou Pansy – E ela tinha que me acompanhar já que eu atingi um nível completamente novo no jogo ‘Como Ignorar Lucas Mason’.

- Pansy... Sobre isso... Lucas se sente péssimo de ter te falado aquelas coisas... Foi no calor do momento, ele não estava pensando... Tenta entender.

A sonserina deu de ombros.

- Tanto faz, Draco.

O garoto ficou em silêncio por alguns minutos e Pansy continuou muito concentrada na sua maquiagem.

- Não entendo porque ela não me contou, sabe... – Draco murmurou. – Eu teria ficado do lado dela... Quer dizer, é assustador mas... Hermione e eu já passamos por coisas bem assustadoras. Acho que a gente podia encarar isso.

Pansy se virou para encará-lo pela primeira vez.

- Você é um ótimo namorado. Não é qualquer um que encararia uma situação dessas desse jeito.

- Ela podia pelo menos ter sido honesta comigo...

- Draco, - ela suspirou, sentindo seus olhos marejarem – tente entendê-la. Ela estava apavorada, entendeu? Pirando mesmo. Ela não tinha nem conseguido encarar a situação de frente. Ela estava achando que a qualquer momento acordaria de um sonho muito, muito ruim e descobriria que nada disso estava acontecendo. Como ela iria conseguir contar isso pra alguém?

Draco a olhava surpreso.

- Caramba. Deve ser por isso que você e Hermione ficaram amigas. Você parece entendê-la muito bem.

Pansy forçou um sorriso.

- É. – ela se virou de costas para ele novamente e voltou a dar atenção á seu rímel – Não se preocupe, Draco. Hermione vai te procurar quando estiver pronta.

Ele deu um sorriso triste para ela através do espelho e se levantou para sair.

- Mas – ele parou quando ela começou a falar – se você tem alguma coisa pra dizer a ela, então você deveria procurá-la.

- Não entendi. – ele falou.

Pansy revirou os olhos.

- Acho que você entendeu sim. – ela o olhou – Falar dos seus sentimentos para a sua namorada pode ser um desafio. Todo mundo sabe que sinceridade não é um dos fortes da sonserina, mas em casos como esse, vale o esforço.

- Eu já disse á ela que a amo, Pansy. Ela não acredita em mim.

- E com uma boa razão, não é? – ele a olhou irritado – Dá um jeito, Draco. Se vira. Arrume um modo de fazê-la acreditar.

- Eu não sei como, Pansy! – ele falou chateado – Não sei!

- Então trate de saber! Você só não pode guardar isso pra você e deixar Hermione pensar por mais tempo que os sentimentos dela não são correspondidos. Você não acha que já enrolou demais?

- Eu...

- Sabe o que é engraçado? Você vive falando mal do Potter, dizendo o quanto ele fez mal para Hermione sem corresponder os sentimentos dela, sem perceber que ela existia e se achando melhor que ele mas não consegue provar isso na hora que deve!

- Ah, agora você vai meter o Potter na história? – disse com raiva.

- Vou, Malfoy. Porque o Potter pelo menos demorou a corresponder a Hermione, mas quando descobriu que estava apaixonado por ela, não ficou escondendo dela como um menininho assustado. Ele foi lá e se declarou.

- Eu me declarei também! – ele quase gritou. Não suportava ser comparado ao Potter.

- Durante uma briga e no meio de um pub lotado de gente! – ela fingiu um suspiro – Fiquei até emocionada diante de tanto romantismo!

Os dois se encararam com os olhos faiscando por alguns segundos.

- Por que isso tudo? – ele perguntou – Por que tá sendo tão má sem motivo?!

- Porque eu estou cansada, Draco! Nós todos já temos problemas demais pra eu ficar assistindo você arrumando mais alguns! Por que não se esforça pra diminuir um pouco o drama dessa história, hein?

Ele saiu da barraca sem dizer mais nada.

Pansy não aguentou mais se segurar e chorou.

***

Hermione passou a manhã inteira pensando em Draco e na briga que os dois tiveram. Ela tinha o ignorado o domingo inteiro também, quando ele visivelmente queria conversar e esclarecer as coisas. Ela não queria continuar brigada com ele e tinha que admitir que o seu comportamento estava sendo bem infantil. Até a hora do almoço, ela tinha decidido que o procuraria e conversaria com ele.

Saiu da aula de aritmancia carregada de livros – coisa que não acontecia há muito tempo uma vez que a prioridade da vida dela estava sendo os poderes - e rumou para onde todos estavam indo: o refeitório. Acabou encontrando com Harry e Ron no caminho. Não deixou de se surpreender ao ver os dois juntos.

- Ei... – Rony falou – Olha se não é a Hermione parecendo muito com a sabe-tudo de antigamente.

Ela revirou os olhos se aproximando deles.

- Eu ainda sou a mesma de antes, Rony.

Os dois, vendo a dificuldade da garota em carregar o peso, pegaram os livros dela, cada um carregando um pouco.

- Obrigada. – ela disse – Meus braços já estavam doendo...

- Sem problemas, Hermione. – falou Harry pela primeira vez. Hermione não deixou de notar que essa era a primeira vez que eles se falavam depois que tudo tinha acontecido.  – Costumávamos fazer isso o tempo todo, lembra?

- É, mas eu meio que esperava não ter que fazer mais. – falou Rony – Isso não deveria ser o trabalho do seu namorado?

- Rony! – ela deu um tapa no braço dele e riu – Não seja idiota!

- Isso é ótimo... – falou Harry, sarcástico - Vocês dois brigando, como nos velhos tempos...

Os três chegaram ao refeitório e encontraram Luna sentada na mesa da grifinória esperando por Rony. O ruivo se adiantou para ir falar com a namorada deixando Harry e Hermione sozinhos.

- Fiquei feliz em saber que vocês dois voltaram a ser amigos. – Hermione falou.

- Eu também. – ele disse parecendo aliviado – As coisas não estão exatamente como antes mas... acho que com o tempo tudo volta ao normal.

A garota sorriu.

- Isso é ótimo.

Harry a olhou.

- E você e o Malfoy? Como estão?

- Bem. – ela falou com a voz fraca.

- Hermione, isso não foi nada convincente.

- Ah, - ela deu de ombros – sabe como é o Malfoy, né? Nós brigamos de vez em quando. Normal.

- Bom saber que alguma coisa não mudou. – ele falou rindo mas Hermione não encarou como uma brincadeira. Ela achou que ele estava falando aquilo com um certo rancor, o que não passou despercebido por Harry. – Foi uma piada. – ele esclareceu.

- Oh! – ela arregalou os olhos e riu em seguida – Ok. – ela fez uma careta.

Os dois se encararam constrangidos.

- Cara, isso é estranho... – murmurou Harry.

- Harry, eu...

- Hermione, eu acho que a gente tem que esclarecer umas coisas. – ele disse – Eu não estou mais apaixonado por você.

- Ah, - ela respirou aliviada – isso é tão ótimo! – ela falou com tanto fervor que fez Harry arquear a sobrancelha – Quero dizer...

- Tudo bem, Hermione. – ele suspirou – Continuando, eu não tenho nada contra você namorar o Malfoy. Quer dizer, eu tenho porque é o Malfoy, não é? E não importa o que o pessoal da Ordem fala, eu não confio totalmente no cara. E acho que nunca vou. Por isso eu não gosto que você esteja com ele. Porque você é minha amiga, e eu amo você e não quero que se machuque. Mas por outro lado, eu sei que você está enfrentando alguns problemas bem sérios apesar de não saber muito bem do que se trata já que nós não estamos mais tão próximos, mas o Malfoy parece estar te ajudando muito com eles então por isso, eu não vou mais implicar com o namoro de vocês. Eu só quero que você fique bem. Mas também, se sinta a vontade para me pedir pra socar a cara dele, caso ele te faça alguma coisa, entendeu?

Ela ficou sem palavras por longos segundos.

- Obrigada, Harry. Significa muito pra mim.

Os dois hesitaram um pouco, mas em seguida deram um abraço muito apertado.

- Sempre conte comigo, Mione. Vou estar sempre aqui pra você, ok?

- Eu sei, Harry. Eu digo o mesmo.

- Ei, vocês! – falou Luna da mesa – Daqui a pouco o almoço acaba...

Harry começou a rumar para a mesa mas parou em seguida.

- Almoça com a gente hoje?

- Hum... Na verdade eu ia... – ela começou a procurar Draco com os olhos enquanto falava e acabou o encontrando no meio de um grupinho da sonserina. Lucas estava lá, assim como Taylor. Todos pareciam estar se divertindo muito. O loiro nem sequer parecia ter notado a presença da namorada – Quer saber? Vou almoçar com vocês hoje.

Ela seguiu o exemplo de Draco e foi se juntar aos seus velhos amigos, satisfeita de poder passar um tempo na presença deles, sem brigas nem discussões.

Parecia mesmo os velhos tempos.

***

A noite já tinha chegado quando Draco apareceu na barraca das garotas. Hermione estava tendo dificuldade para resolver um exercício de Runas e não se virou para olhá-lo quando sentiu sua presença.

- Se divertiu com seus amiguinhos? – foi como ele a cumprimentou.

- Na verdade, sim. – ela sorriu ainda sem desviar os olhos do dever, apenas para irritá-lo - Bastante. E você?

- Nem tanto. – ele a olhava - Eu estava me perguntando porquê minha namorada estava de agarramento com o ex dela.

- Mesmo? Não parecia. Você estava bem satisfeito rindo e jogando charme pra cima da Taylor.

- Hermione, você realmente não sabe nada sobre mim, não é? – ele tinha decidido que se ela queria ser insuportável e irritante, deveria lembrá-la quem era o rei daquele jogo - Eu não jogo charme. O charme exala em mim.

Ela finalmente o olhou parecendo especialmente irritada.

- Incrível... – murmurou.

- Então... – ele a olhou muito sério - agora você vai almoçar com o Potter todo dia ou o quê?

- E se eu quiser? – perguntou em tom de desafio - Eu costumava almoçar com eles todos os dias. Eles são meus amigos.

- Oh, certo. Dois amigos que são apaixonados por você, um que costumava fantasiar com você e outro que costumava beijar você. Isso não é ótimo?

- Você é ridículo. – ela bufou.

- Você costumava ser melhor nas réplicas, Hermione. Está perdendo a prática. – ele suspirou – De qualquer modo, eu não quero você andando com eles.

- Me desculpe, - ela falou com uma falsa educação - mas quando foi mesmo que eu te dei o direito de mandar em mim?

- Quando você aceitou meu pedido de namoro. – ele respondeu aquilo porque sinceramente não tinha mais nada o que dizer.

- Oh, então tinha algum tipo de contrato que eu esqueci de ler em que dizia que no momento que eu concordasse em namorar com você, você passaria a ter plenos direitos de mandar em mim? – continuou ela no mesmo tom.

- Sarcasmo não combina com você. – foi a resposta dele.

- Isso é uma pena. Porque eu tinha me esquecido disso, mas parece que você pelo menos não perdeu a prática, não é? Ser um idiota ainda combina muito bem com você.

Ele bufou.

- Ok. – ele respirou fundo e se sentou na cama dela - Hermione, vamos parar de brigar e falar sério sobre aquele assunto. A coisa do bebê.

- Coisa do bebê? - ela repetiu furiosa.

- Você está grávida ou não? – perguntou, indo direto ao assunto.

Ela o observou por alguns segundos e em seguida cruzou os braços.

- Eu estou. – respondeu - Feliz em saber a verdade?

Ele fechou os olhos e respirou fundo, se sentindo um pouco tonto.

- Ei, mas peraí... - ela fez uma cara de dúvida - Você não é o único que pode ser pai dessa criança. De acordo com você mesmo, nós temos mais três outras opções. Rony, Harry e é claro, não vamos esquecer do John. Como eu transei com vocês quatro no último mês, fica difícil saber de quem é o bebê então nós vamos ter que esperar ele nascer pra ver se ele vai nascer ruivo, com uma cicatriz ou com tatuagens. Se for seu, nós não vamos ter a menor dúvida. Ele já vai ser completamente arrogante e mimado desde o primeiro segundo de vida.

Dizendo isso, ela saiu batendo a porta e o deixando sozinho no quarto.

Parece que ela não tinha perdido tanto a prática, afinal.

***

Mais tarde, quando chegou a hora em que Hermione geralmente ia treinar, a raiva que a garota estava sentindo de Draco ainda não tinha diminuído nem um pouco. Na verdade, se ela tivesse que dizer que alguma coisa naquele sentimento tinha mudado, ela diria que a raiva só tinha aumentado. Flashbacks passavam o tempo inteiro na cabeça dela, ficava lembrando da arrogância dele e de como podia ser irritante quando queria. As brigas deles tinham se tornado muito frequentes nos últimos dias e parecia que ficavam cada dia mais sérias. Se continuasse assim, ela não sabia o que poderia acontecer com eles. Ou até sabia, mas não queria pensar nisso.

Foi para o treino pensando em tudo aquilo e quando chegou, conjurou o saco de pancada apesar de saber que eles iriam focar na parte mental naquele dia ao invés da física, mas ela realmente precisava descontar a raiva em alguma coisa e se não poderia ser naquele rostinho branquelo que Draco amava tanto, teria que ser naquele saco mesmo.

- Parece que estamos afiados hoje… - ela ouviu a voz de John – O que será que te deu essa inspiração toda para uma boa luta contra o saco de pancada?

Ela olhou para seu instrutor.

- Tente brigar com Draco Malfoy e aturar ele sendo um completo idiota. – respondeu – Te dá inspiração pra vencer um trasgo numa luta de braço.

Ele sorriu.

- Seria um prazer pra mim brigar com seu namoradinho. Vou seguir o seu conselho assim que eu puder.

Ela respirou fundo e largou o saco de pancada para se sentar no chão de forma indiana. Colocou as duas mãos no rosto e se segurou para não começar a chorar ali mesmo, na frente de John. Ele com certeza diria que ela estava sendo fraca ou qualquer coisa do tipo.

John a observou por alguns segundos antes de se sentar no chão também, bem frente da garota.

- O que você está fazendo com esse cara, Hermione? – ele perguntou parecendo realmente curioso – O que você vê nele, afinal?

Ela teve que rir.

- O que eu vejo nele? – arqueou uma sobrancelha – Você já olhou pra ele? Tudo bem que você é homem mas não é uma coisa que passa despercebida... Ele é um gato!

- Então é por isso? – ele perguntou um pouco surpreso – Não pensei que você fosse do tipo de garota que tratasse isso como uma prioridade...

Ela suspirou.

- Não, não é por isso. – ela respondeu séria dessa vez.

- Eu não entendo. – ele falou – Você sempre foi a melhor amiga de Harry Potter e é de conhecimento geral que aqueles dois se odeiam. Você é uma grifinória, ele é sonserino. Você é da Ordem e ele é filho de um comensal. Como você acabou namorando Draco Malfoy? Não acha errado?

- Não. – ela respondeu começando a se irritar – Eu acho que é perfeitamente certo. Acredite, eu sei que ele não é perfeito. E eu conheço cada defeito dele, por menor que seja. Eu sei que ele é um garotinho mimado, egoísta e irritante. Mas aquele garotinho mimado ficou do meu lado quando ninguém mais estava, no momento em que eu mais precisei. Ele é meu porto seguro. – ela deu de ombros – E eu o amo. E provavelmente sempre vou amar.

- Você só tem 17 anos. O seu “sempre” significa intensidade, não tempo. E a intensidade passa. Você só não pode deixar isso ficar no seu caminho na guerra.

- “Isso” é o meu amor pelo Draco. E o que eu faço ou deixo de fazer, é problema meu. Se eu quiser me atirar na frente do Draco em uma batalha, isso só diz respeito a mim.

Ele a olhou duvidoso.

- Você não seria tão estúpida...

Ela não respondeu, apenas o olhou.

Ele riu e balançou a cabeça negativamente, como se ela tivesse dito uma coisa absurda.

- Tudo bem, - ele falou – vamos parar de falar dessas coisas inúteis. Acabei de decidir que vou te ensinar uma coisa diferente hoje. Vou te ensinar a usar Imperius.

- Hã? – falou horrorizada – Você vai me ensinar uma maldição imperdoável?

- Não. – ele sorriu - Me deixe explicar e apenas ouça. Esse poder que você tem pode te ajudar a influenciar as pessoas. Como uma maldição Imperius, mas mais suavemente e sem o uso da varinha. Você pode fazer com que elas façam o que você quiser. Não é fácil, é claro, mas costumava ser. Esse feitiço que Voldemort colocou em você aflora seus poderes. E antigamente, há muitos séculos atrás, praticamente 80% da população bruxa podia fazer esse tipo de coisa. Era muito usado em trouxas ou abortos, apesar de ser uma prática ilegal. Mas com o tempo, esse poder foi ficando esquecido. Tem que ter muita força de vontade para usá-lo e era complicado porque todos tinham muito medo do ministério, ele costumava ser muito poderoso. Azkaban já foi muito pior e sombria do que é hoje. Então, só bruxos realmente mal intencionados usavam essa prática. Com o tempo, isso desapareceu completamente e a maldição Imperius foi criada para substituí-la. Mas mesmo assim, Imperius pode ser muito mais eficaz se souber ser usada.

Hermione ficou uns segundos em silêncio depois que ele terminou de falar tentando assimilar todas aquelas informações.

- Então – ela falou finalmente – você quer me ensinar a usar isso.

- Sim. – ele respondeu – É muito difícil pegar a prática, eu levei cerca de dois anos... Mas nós não sabemos quanto tempo essa guerra vai demorar, e quanto antes você começar a treinar, mais rápido você vai pegar a prática.

- Mas é ilegal! – ela exclamou.

- Não, não é. A maldição Imperius é. Essa prática nem existe mais.

- Se você quer me ensinar, existe. – ela replicou – E você disse que costumava ser.

- Granger, vamos encarar isso dessa forma. – ele se aproximou – Usar o seu poder para isso é tão certo quanto usar bebida para te ajudar a controlar os poderes. E você não parece ter um problema com isso.

Ela ficou em silêncio por alguns segundos.

- Não é a mesma coisa.

Ele revirou os olhos.

- Claro que é. – ela ainda parecia hesitante – Vamos lá, Granger! Você quer ajudar Potter a vencer essa guerra ou não? Vale tudo, lembra?

Ela bufou.

- Se é tão difícil assim, eu duvido que você consiga usar isso tão bem ao ponto de poder me ensinar!

Ele a olhou impaciente.

- Você quer que eu te mostre?

- Sim, eu quero. – respondeu ela num tom desafiador.

Ele se aproximou dela e sussurrou:

- Foi você que pediu...

Hermione não percebeu quando ele deu um rápido sorriso malicioso.

John ficou sério e olhou no fundo dos olhos castanhos da garota. Hermione não sabia porquê, mas não conseguia desviar o olhar. Se sentiu nua diante do olhar dele. Logo se viu incapaz de piscar, falar ou mesmo se mexer. Parecia que sua vida dependia daquele olhar na sua frente. Então John piscou. E de repente a vida dela não dependia mais do olhar dele, mais sim dele. Ela sentiu com todas as suas forças que se não o beijasse naquele momento, ela morreria naquele momento. E então ela o fez. Se curvou para frente e o beijou.

John se sentiu triunfante quando sentiu a língua dela invadir a sua boca. Ele a segurou firme pela cintura e a jogou com brutalidade no chão duro do ringue em que estavam e continuou a beijá-la com fervor. Cobriu seu corpo com o dela, sentindo-a corresponder na mesma intensidade. Desceu para beijar seu pescoço e a ouviu gemer quando ele mordiscou a sua pele. O som que ela omitiu fez algo crescer dentro dele. Naquele momento, John sentiu um prazer tão grande ao sentir Hermione lhe tocar que perdeu o controle sobre tudo. Passou a pensar só nela e no quanto a queria.

No mesmo instante, Hermione sentiu como se algo fosse desligado dentro dela. Como se uma corrente elétrica estivesse passando pelo seu corpo como cordas e a prendendo. De repente foi como se a energia tivesse acabado e ela finalmente pudesse se soltar da sua prisão.

- Merlin! – ela o empurrou com toda força e se levantou do chão tão rápido que se sentiu tonta – O QUE VOCÊ FEZ? – ela gritou para ele, que ainda estava sentado no chão parecendo numa mistura de emoções. Aquilo a surpreendeu um pouco. Era raro ver alguma coisa no rosto de John que não fosse raiva, ironia ou sarcasmo.  – RESPONDE, O QUE VOCÊ FEZ COMIGO?

Ele sorriu.

- A mesma coisa que você fez comigo...

- Não! – ela tentou se acalmar e colocar a cabeça para pensar mas estava muito furiosa para isso. E assustada. – Aquilo não foi normal. Eu estava fora de mim. Eu nunca ia te beijar por livre e espontânea vontade...

- Foi você que disse para eu te mostrar, Hermione. – ele ainda tinha coragem de se fazer de inocente – E você pareceu gostar muito...

- Argh!

Vendo que era impossível falar qualquer coisa com ele, Hermione saiu do ringue e da barraca o mais rápido que pôde.

John a observou sair em silêncio, e quando viu que ela já tinha ido embora, voltou a se deitar no ringue com um sorriso maior que a cara.

- É, Malfoy... Eu cuidaria melhor dela se fosse você...

***

Quando Pansy viu Hermione entrando no quarto, franziu o cenho.

- Pensei que você e Draco estavam brigados. – ela riu – Mas acho que vocês já se entenderam porque você está parecendo que veio de um bom amasso... Eu vou parar de tentar acompanhar essa história de vocês... Briga, faz as pazes, briga de novo... É muito complicado pra...

- Pansy. – Hermione fechou a porta e se voltou para a amiga parecendo que ia desabar no choro – Eu não estava com o Draco.

Os olhos de Pansy se arregalaram tanto que pareciam que iam sair pulando pelo quarto a qualquer instante.

- Como é? – a sonserina encarou a amiga chocada – Como assim? Com quem você estava?

Hermione se sentou na cama tentando se recuperar do que tinha acontecido em menos de dez minutos.

- Com John...

- O QUÊ? VOCÊ TÁ MALUCA, GAROTA? – Pansy se aproximou dela e a chacoalhou com força – VOCÊ TRAIU O DRACO? O QUE DEU EM VOCÊ?

- Shhh! – Hermione se afastou dela sussurrando – Fala baixo! E eu não traí o Draco, ok? – ela parou para pensar – Tecnicamente.

Pansy respirou fundo e se sentou ao lado da amiga.

- Tudo bem. Dá pra me dizer o que aconteceu?!

- Eu não sei! – a grifinória exclamou – Ele me disse que ia me ensinar uma técnica de persuasão, para influenciar as pessoas a fazer o que eu quisesse. E eu disse ok. Aí quando eu vi, eu queria beijar ele. Queria muito. Parecia que minha vida dependia disso. E eu o beijei. E ele correspondeu.

Pansy parecia ainda mais chocada que antes.

- Então Draco tinha razão o tempo todo. E todo mundo achando que era só coisa da cabeça dele... John está mesmo afim de você.

- Claro que não! Ele só fez isso por fazer.

- Ah tá! – ela revirou os olhos – Hermione, dá pra se tocar? Ele podia ter mandado você escalar a parede, pular pela janela ou até mesmo plantar bananeira! Mas não. Ele quis que você beijasse ele.

Hermione ficou em silêncio por um tempo.

- Eu tô me sentindo tão culpada agora... a pior das criaturas...

- Não seja dramática... A culpa não foi sua. Você nunca faria isso em sã consciência. – aquilo não pareceu ajudar Hermione em nada e uma idéia logo passou pela cabeça de Pansy – A não ser...

Hermione a olhou.

- A não ser o quê?

Pansy a olhava desconfiada.

- A não ser que você tenha gostado...

- O quê? – perguntou uma voz esganiçada – Claro que não!

- Você gostou! – Pansy exclamou como se tivesse descoberto um novo feitiço – É claro, senão não estaria tão culpada!

- Não, Pansy! Pára com isso! Você mesma falou: não foi minha culpa!

- Pode não ter sido sua culpa, mas eu acho que você sentiu prazer.

- Não!

Pansy bufou.

- Pelo amor de Deus, Hermione! Eu não sou uma santa aqui, ok? E nem vou contar nada pra ninguém! Dá pra admitir?

- Eu nem tive tempo pra pensar nisso, ok? Eu estava fora de mim! E depois, eu estava com muita, muita raiva! – ela suspirou, se sentindo a pessoa mais horrível do planeta. Não acreditava que tinha beijado um cara que não era o Malfoy. - Não sei o que eu faço, Pansy. Se eu contar pro Draco...

- Nem sonhe com isso. – avisou a amiga – Draco não vai aceitar ser o traído. Ele sempre foi aquele que ajuda a trair.

- Mas eu não traí ele! – Hermione praticamente gritou.

- Ok! Eu sei! – Pansy gritou de volta, impaciente – Mas eu acho que vai demorar um pouco até você conseguir convencer o Draco disso!

- Você acha que ele vai terminar comigo? – perguntou temerosa.

- Acho que não. Mas ele vai querer fazer um barraco com o John. E já deu pra perceber que esse John é bem esquentadinho. – ela deu um sorriso malicioso – Em todos os sentidos possíveis.

Hermione fez uma careta e bateu na garota com uma almofada que estava ali perto.

- Sua pervertida!

Pansy riu.

- De qualquer jeito, se Malfoy quiser arrumar uma briga com John, me parece que o seu instrutor safadinho vai ficar muito agradecido. Eu particularmente tenho a impressão de que John olha pra Draco como se estivesse prestes a pular no pescoço dele a qualquer instante.

- Não é só impressão. – falou Hermione.

- Então. Não diga nada para o Draco e ele nunca vai ficar sabendo. Guarda esse segredo e nos poupe da Terceira Guerra Mundial.

A garota já ia saindo da barraca quando Hermione a chamou.

- Pansy... Sobre aquele assunto... Draco e eu brigamos por isso...

- Não se preocupa. – Pansy deu um sorriso triste – Tudo vai se resolver ainda hoje.

***

Algumas horas depois, Hermione se surpreendeu quando recebeu uma coruja de Draco pedindo que ela se encontrasse com ele dali há quinze minutos no lago. Já era por volta da meia noite e fazia muito frio, ela estava pronta para ir para a cama e considerou seriamente a idéia de não ir, mas achou que as coisas já estavam complicadas demais sem ela dar um bolo nele.

Foi em direção ao lago no horário marcado.

- Draco, por que me chamou aqui? - Hermione se aproximou perguntando.

- Boa noite pra você também, Hermione. - ele se curvou e beijou seus lábios lentamente - Como está?

Hermione o olhou surpresa por alguns segundos. Fazia um tempo que os dois não faziam nada além de brigar, então aquele carinho todo a deixou desconfiada. Especialmente depois da última briga que tiveram.

- O que você quer? – ela perguntou confusa.

Ele suspirou e procurou sua mão, entrelaçando seus dedos nos dela. Ela ainda estava com o pé atrás com ele, mas não se afastou.

- Por que você acha que eu sempre tenho que querer alguma coisa?

- Eu não sei... – ela deu de ombros – Talvez porque seja assim que a maioria das coisas funcionam pra você?

Ele revirou os olhos.

- Não é mais desse jeito... você sabe disso...

- Não sei não... – ela falou finalmente se afastando.

Ele bufou, começando a ficar impaciente.

- Por que você quer brigar? – ele perguntou.

- O quê?

- Você tá tentando brigar comigo. – ele pestanejou – Quero saber porquê.

Ela deu de ombros de novo.

- É o que a gente faz, não é? – ela parecia triste.

- É cansativo... – ele falou.

Ela assentiu, concordando.

- Eu sei.

- Que tal tentar não fazer? Pelo menos por um tempo...

Ela riu.

- Eu não acho que a gente seja capaz...

- Podemos tentar.

Ela sorriu de lado.

- Foi pra isso que me chamou aqui? Uma trégua? Se quer ficar bem comigo de novo, acho que também valeria tentar um pedido de desculpas...

Ele a olhou.

- Me desculpe por ter sido um idiota com você ultimamente. É só que... ás vezes eu não sei como lidar com essas coisas. – ele desviou o olhar – Eu nunca tive que lidar com essas coisas...

Ela parecia confusa.

- Peraí, que coisas? Eu perdi alguma parte dessa conversa? Não tô entendendo...

- Hermione, eu não te chamei aqui só pra te pedir desculpas. – ele fez uma pausa – Eu precisava te dizer uma coisa que eu tenho escondido de você por um tempo...

- O quê? – ela começou a ficar nervosa e sua mente começou a imaginar vários cenários, um pior do que o outro – Tem alguma coisa a ver com a guerra? Alguém está perigo?

- Não! – ele respirou fundo – Nada a ver com a guerra!

Os dois se encararam. Hermione esperou por longos segundos enquanto Malfoy parecia estar numa guerra interna.

- Então...? Você vai falar ou não? Tá me deixando muito nervosa!

- Acho que quem deveria estar nervoso aqui sou eu... - ele murmurou.

- Por quê? - ela perguntou começando a se preocupar.

- É meio complicado...

Ela pensou em alguma coisa que ele pudesse querer dizer a ela e que fosse complicado e só conseguiu lembrar de uma coisa.

- Ah, Merlin... - sentiu seu coração doer - Você tá terminando comigo?

- O quê? - ele riu - Claro que não!

Ela soltou o ar dos pulmões e levou a mão que ele não segurava ao seu peito.

- Que susto!

- Você é uma boba mesmo, Granger... - ele tirou uma mecha de cabelo da testa dela e acariciou seu rosto – Acha mesmo que eu iria terminar com você? E mesmo que algum dia a gente se separasse, por escolha sua, eu sempre iria te aceitar de volta. Porque com certeza você só iria terminar comigo em algum surto de loucura e ninguém tem culpa de ser uma grifinória com a mente fora do lugar.

- Você é estúpido. – ela falou séria e ele riu. Era incrível que ela fosse completamente ciente disso, e continuasse querendo ficar com ele. Continuasse o amando.

- Hermione... - ele ficou sério e segurou o rosto da garota, fazendo-a olhar bem nos seus olhos - Eu preciso te dizer isso, porque já está me sufocando e eu preciso muito que você acredite em mim. Você promete que vai acreditar em mim? - ele se sentiu um pouco idiota ao perguntar isso mas decidiu não se importar.

- Eu vou. - ela respondeu - Me diz logo o que é. Tenho certeza que o que for, a gente vai resolver junto.

Ele fechou os olhos e a beijou novamente. Foi um beijo rápido mas cheio de sentimento.

- Eu te amo, Hermione. Amo tudo em você. Sua teimosia... Me deixa louco ás vezes... E a gente briga muito. A gente briga até quando está concordando ás vezes... Mas eu amo as nossas brigas porque me lembra que você é a única pessoa no mundo que responde á altura ás minhas implicâncias. E a sua inteligência... Wow, eu costumava odiar tanto a sua inteligência... Mas agora eu fico muito orgulhoso. Principalmente porque me faz perceber que a próxima geração de Malfoy’s vai ser brilhante... Juntando nossas belezas e inteligência? Nossos filhos vão ser ninjas! E nem me deixe começar a falar da sua beleza... Cara, ás vezes eu queria que você fosse um pouquinho menos linda. É irritante ás vezes, sério! Ás vezes eu te acho mais bonita que eu... O que é surreal porque eu nunca achei que eu fosse achar uma garota mais bonita que eu! E... eu amo a sua lealdade... e o fato de que você é uma amiga incrível... você ficou amiga da Pansy, por Merlin! E vamos combinar, Hermione... Tem que ser uma santa pra aturar aqueles grifinórios... E seus amigos... eu odeio eles... mas eu amo o fato de você não ter deixado isso ficar no nosso caminho. E no verão, você disse que não me odiava... que ‘seu coração não funcionava desse jeito’, aquela foi a primeira vez que eu admirei você. E eu amo que você tenha me feito gostar do verão. Porque sério, eu odiava. A minha vida inteira, o inverno foi minha estação preferida mas você me fez mudar de opinião e agora eu anseio pelo dia em que toda essa coisa de guerra vai ter acabado e nós dois vamos poder passar inúmeros verões...

Draco não pôde terminar a frase porque Hermione o beijou. Ele foi pego completamente de surpresa mas não demorou muito a entender o que estava acontecendo e passou os braços em volta da cintura da garota, a abraçando com tanta firmeza que tirou os pés dela do chão.

Quando se afastaram, Draco viu que Hermione tinha os olhos marejados.

- Me desculpe, eu não estava planejando fazer um discurso. Esse beijo quer dizer que você acredita em mim ou que você queria que eu calasse a boca?

Ela parecia que ia começar a chorar a qualquer momento, o que deixou Draco nervoso.

- Você tem certeza? – ela disse depois de alguns segundos em silêncio.

Ele revirou os olhos.

- O que você acha? Claro que eu tenho, Hermione!

Ela não sabia o que pensar. Ele tinha dito coisas maravilhosas e ela tinha acreditado, mas a última coisa que ela queria era se iludir.

- Eu não posso ter dúvidas? Eu ouvi o seu pai falar... Que você não podia amar... E eu pesquisei sobre isso, esses tipos de feitiços são muito difíceis de ser quebrados... A não ser que sejam feitos de forma errada, o que eu acho muito difícil de alguma coisa vinda do seu pai...

- O único feitiço que não pode ser desfeito é a maldição da morte, Hermione. – ela parecia num conflito de emoções. Draco a conhecia o suficiente para saber que ela acreditava nele, mas como sempre, estava deixando seu cérebro falar mais alto que as emoções. O irritou perceber que até aquilo ele amava nela – Esse feitiço é difícil, mas não é impossível... E foi Dumbledore quem me disse isso.

Aquilo prendeu a atenção dela.

- Dumbledore?

- Sim. - ele falou - Dumbledore me chamou no escritório dele depois que voltamos da ilha e me disse que o feitiço que me impede de amar e o feitiço que o Lord colocou em mim são ambos muito fortes. E uma pessoa não pode ficar com os dois ao mesmo tempo. É um ou outro.

O coração dela batia acelerado agora.

- E você... Você está com o feitiço de Voldemort. - falou ela estupidamente.

- Obviamente... - ele assentiu a observando.

Ela olhava para o nada com os olhos marejados.

- Então... – ela olhou para o chão, incapaz de conter as lágrimas agora - você me ama?

- É o que eu estou tentando te dizer desde o começo. - falou ele – Você acredita em mim agora?

Ela o olhou com o rosto encharcado e balbuciou em meio ás lágrimas:

- Meu coração acreditou em você quando falou das nossas brigas... – e dizendo isso ela acabou com a pequena distância que havia entre eles e o abraçou, encostando a cabeça no seu peito.

- Hey, - ele a abraçou também, mas não conseguia parar de rir. Não tinha percebido como o fardo de esconder aquilo dela tinha se tornado pesado – eu digo que te amo e você chora.

Ela se afastou e lhe deu um soco no ombro.

- Para de rir de mim, seu idiota!

Ele continuou rindo.

- Ok. O que esse ombro fez pra você? – ele falou, apontando para a parte do corpo a que se referia.

- Estúpido. – ela falou, tentando se recompor e limpando as lágrimas.

- Ah, é... – ele a puxou de volta para o abraço – Amo quando você me bate e quando me xinga.

- Eu amo você também... – ela falou, o beijando novamente. – Eu te amo, eu te amo, eu te amo. – falou entre beijos.

- Que bom. – ele a olhou sério agora – Hermione... me ouça... Eu não me importo se o primeiro Malfoy-ninja vai chegar agora ou daqui há dez anos, ok? Contanto que eu tenha você, nós podemos resolver todo o resto...

- Draco... – ela o interrompeu se afastando do abraço dele – Eu não tô grávida...

- Hã? – ele a olhou confuso – Você disse que estava grávida!

Ela ficou um pouco envergonhada.

- Porque eu estava com raiva de você. – ela murmurou – Eu não estou grávida. Pansy está.

Ele arregalou os olhos e ficou em silêncio por alguns instantes, tentando entender o que estava acontecendo.

- Então... Era verdade o que ela disse no pub.

- É. Mas Lucas foi tão rude com ela que eu decidi dizer que era eu, para dar mais tempo para ela processar a idéia e contar pra ele com calma.

- E você nem pensou em me dizer isso... – ele falou.

- Eu ia dizer... – ela explicou – Mas, como eu disse... eu estava com raiva...

Ele quase riu. Hermione era inacreditável.

- O que é tão engraçado? – ela perguntou reparando na expressão dele.

- Você. – ele respondeu – Você é uma pessoa terrível quando está com raiva. Eu deveria me lembrar disso e não acreditar em nada do que você diz quando está furiosa.

Ela sorriu.

- Lembre-se que você ama isso...

Ele se aproximou e a beijou.

- Eu amo...


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Notas finais do capítulo

N/A: Olá, pessoal! Esse capítulo ficou enoooorme! Ele demorou a vir mais que o prometido porque eu mudei totalmente a cena em que o Draco conta a verdade para a Mione. Eu não estava muito feliz com aquela parte porque não tinha nenhum pouco da emoção que tem agora... Espero que tenham gostado! =) Essa coisa de influenciar as pessoas sem varinha, eu meio que me inspirei em Vampire Academy... E sim, isso tem um propósito, não foi só pra John ter um motivo pra beijar a Hermione... falando nisso, espero que não me mandem muitas maldições imperdoáveis por ter deixado a Hermione beijar o John... #medo. Mantenham na mente de vocês que eu tenho que ficar viva pra continuar a fic... então, sem avadas... E tenho que estar em condições de digitar, então crucios estão fora de questão também... rsrsrs... Então... Draco contou pra Hermione sobre o feitiço e o mistério da gravidez foi revelado então está na hora de novos problemas surgirem... rsrs! Algo me diz que o próximo capítulo vai dar o que falar... e o que vem depois do próximo mais aindaaaa. Aaaah, #ansiosaaa! Acho que nenhum de vocês, de todas as suposições que eu li até agora, sequer mencionaram que o que está por vir poderia acontecer maaas eu estava relendo a fic esses dias e há uma dica perdida no meio de um desses 21 capítulos postados até agora que eu nem lembrava de ter colocado! ;-) Então, comentem bastanteeeee pra eu poder me animar de postar logooo!!!
Eu estava pensando com os meus botões ultimamente, e acho que vou colocar uma lista das músicas que me ajudam a escrever a fic no mesmo capítulo que está o trailer. Porque tipo, eu acho que a maioria das pessoas aqui gosta muito de música pelo que eu vejo nos comentários... E apesar de não estar nos capítulos, na minha cabeça essa fic está muito relacionada com várias músicas. Eu tenho uma playlist no meu PC e no Ipod, chamada PAM (o Preço de Amar um Malfoy) que eu ouço quando quero inspiração. Então, vou colocar essa lista de músicas depois do trailer (que é no "primeiro" capítulo da fic) pra quem quiser ouvir, ou pelo menos dar uma olhadinha pra ver se conhece alguma música. Porque ás vezes, eu tenho uma música, por exemplo, que é muito importante pra fic, e talvez essa seja a música preferida de algum de vocês e vocês nem sabem, então eu gostaria de compartilhar isso com vocês. Algumas eu já falei aqui, como Dear John da Taylor Swift ou When It Rains, do Paramore... E não sei se eu já mencionei aqui, mas boa parte da idéia da fic surgiu quando eu estava assistindo Vampire Diaries, a Elena tinha acabado de descobrir que o Stefan era vampiro e começou a tocar Down do Jason Walker. Quando o episódio acabou, eu corri pra baixar essa música e fiquei ouvindo ela sem parar, aí eu comecei a escrever a fic sem pretensão nenhuma de postar aqui na floreios, até porque eu tinha outra fic aqui que não era muito acessada e tal's... mas eu estava me divertindo muito escrevendo a fic, aí eu coloquei só o trailer só pra ver o que as pessoas iam falar, e muita gente se interessou, então eu continuei postando... e tudo surgiu de uma música... Então logo logo vou colocar aqui... Espero saber o que vocês vão achar das músicas! =)
Então, isso é tudo pessoal! Acabei falando demais de novo... Obrigada a quem comentou, a quem votou... E a quem ainda lê as minhas notas, porque vamos combinar... rsrs! E sejam bem vindos, leitores novos!
bjooos ;-*



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