O Preço de Amar Um Malfoy escrita por BlissG


Capítulo 17
Quando mais precisei - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Você precisa agora cuidar da sua vida como se fosse a minha, pois se você cair, cairei com você. (Steven Pressefield)



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Tinham esperado todos dormirem em todo o acampamento, inclusive os professores para se encontrarem embaixo de um carvalho, longe da “civilização”. Hermione levou cobertores e almofadas e Draco levara a comida. Forraram o chão com uma cobertor e jantaram ao ar livre enquanto tomavam um pouco de vinho que Draco também tinha levado. Em seguida deitaram confortavelmente e se cobriram, já que a noite era fria. Mas logo Hermione foi descobrir que o cobertor era desnecessário uma vez que ela tinha um cara como Draco a menos de dez centímetros de si. O pedaço grosso de pano foi dispensado quando o clima começou a esquentar.

Naquele momento, Draco estava por cima dela e eles se beijavam com paixão enquanto ela tentava se lembrar o que tinha dito para si mesma antes de sair do dormitório naquela noite, que não deveria acontecer nada além de alguns beijos porque não seria correto eles dormirem juntos agora, quando tinham acabado de voltar. Mas quem pensava no que era certo ou errado quando tinha a mão de Draco Malfoy passando furtivamente por baixo da sua blusa?

Eles continuaram se beijando por um bom tempo e não demorou muito para os beijos se estenderem a outras partes do corpo além da boca. Logo as peças de roupa começaram a sair e Hermione mal percebia. Ficava totalmente fora de si ao sentir o toque dele no seu corpo ao mesmo tempo que ansiava por poder tocar cada parte dele e senti-lo se arrepiar quando o fazia.

A blusa de Hermione já tinha sido jogada no chão, assim como a de Draco, quando a garota recobrou um pouco da razão.

— A gente devia parar aqui, Draco...

Ele parou de beijá-la, se afastando aos poucos como se doesse fazê-lo.

— Ok. – foi tudo que conseguiu dizer no momento.

No fundo ele queria que ela dissesse que não queria parar, que já estava pronta, como da vez em que eles quase transaram depois da festa. Mas sabia que aquilo dificilmente ia acontecer. Ela estava totalmente fora de si naquele dia da festa. Já tinham conversado sobre isso e ele sabia que Hermione não ficava bêbada, mas com certeza o álcool tinha algum efeito sobre ela.

Ele tentou reprimir um som exasperado enquanto saia de cima dela para deitar ao seu lado. Ser um cavalheiro enquanto namorava uma garota como Hermione, por quem – ainda por cima – estava completamente apaixonado, estava sendo mais difícil do que ele imaginava. Até porque ele nunca tentara ser um cavalheiro antes. Se a garota que ele estava não quisesse transar logo, ele costumava chutá-la imediatamente e procurar outra mais fácil.

— Me desculpe. – ela falou se virando para ficar de frente para ele.

— Você não tem que se desculpar. – ele se virou também e colocou uma franja que caía no olho da garota atrás de sua orelha – Eu te espero o tempo que precisar.

Ela sorriu levemente e o abraçou. Fechou os olhos enquanto sua cabeça estava encostada no peito dele, sentindo seu coração. Ele tocou seus cabelos e começou a brincar com eles. Aquilo a deixou sonolenta e logo ela estava dormindo.

Draco queria contar a verdade sobre o feitiço para ela. Podia dizer que conhecia Hermione o suficiente agora para saber que ela ainda se sentia desconfortável com o fato de achar que ele não a amava. Sabia que a sombra daquele feitiço a perturbava – assim como costumava perturbá-lo – e ele queria muito afastar aquilo para eles finalmente serem completamente felizes juntos. Queria dizer a ela e queria ouvir dela, ter certeza de que ela sentia o mesmo, mas tinha que admitir, pelo menos para si mesmo, que tinha medo da reação dela. Da última vez que ele tinha dito, não estava sendo completamente sincero apesar de ele próprio ter suas dúvidas. Não sabia se era o seu lado apaixonado falando mais alto – as pessoas sempre dizem que quando se está apaixonado, você geralmente não age com clareza - mas ás vezes tinha a impressão que o feitiço tinha sido quebrado muito antes daquela noite na ilha. Tinha a impressão de que o feitiço tinha sido quebrado por Hermione e ele não tinha percebido. Ele nunca tinha sentido aquilo antes, então como saber? A única coisa que ele sabia era que mesmo antes da ilha, ele já sentia algo muito forte pela grifinória. Se tivesse um modo de ter certeza...

Tinha que tomar coragem e contar a ela como se sentia. Mesmo correndo o risco de ela não acreditar, de achar que estava mentindo de novo. Mas se ela botasse na cabeça que ele estava mentindo e terminasse o namoro deles, ele não ia poder provar a ela o contrário a não ser que Snape imprestasse um pouco do seu estoque de veritasserum. Suspirou. Iria morrer de remorso se se declarasse e, por causa disso, estragasse tudo entre eles. Mas ela merecia saber a verdade, não merecia?

***

Hermione ficou surpresa em notar, ao entrar na barraca em que a professora Minerva havia instalado sua sala, que se havia diferenças daquele lugar comparado á sala que ela mantinha em Hogwarts, eram poucas. Com certeza impossíveis de serem vistas a olho nu.

A diretora da grifinória havia chamado a garota ali, dizendo que deveriam ter uma conversa. Hermione não tinha gostado muito do tom dela. Mas o que poderia haver de errado? A morena havia andado dentro das regras nos últimos dias. Quer dizer, para falar a verdade, ela tinha deixado todos pensarem que ela estava andando dentro das regras. Mas seu segredo podia vir a tona logo que Pansy notasse que as bebidas que mantinha em seu quarto estavam evaporando misteriosamente. Hermione devia arrumar um jeito de comprar outras e colocá-las no lugar antes que ela percebesse. Sabia que Pansy era sua amiga e que não era nenhuma santa ou coisa assim, mas Hermione sabia que ela mantinha um olho aberto com ela desde a festa. Se a sonserina descobrisse que a colega de dormitório estava bebendo com bastante frequência para controlar seus poderes, podia contar para Draco e o sonserino iria encher o seu saco. Tinha era que arrumar um jeito de contrabandiar bebidas para colocar no lugar das que havia pegado e para fazer seu próprio estoque, assim não precisaria mais pegar da sonserina. Mas ela nunca tinha contrabandeado nada para dentro do castelo antes, não podia correr o risco de ser pega. Precisava arrumar alguém que a ajudasse com isso.

Quando ela começou a pensar sobre isso, Minerva finalmente apareceu.

— Que bom que já chegou, srta Granger.

Hermione a observou andar até a sua cadeira atrás da mesa e se sentar.

— Há algum problema, professora?

Minerva analisou a garota.

— Não exatamente um problema. Como você está?

Hermione pestanejou achando aquilo estranho.

— Bem.

— Hermione, - Minerva suspirou – sei que está passando por muitas dificuldades desde que chegou a Hogwarts.

— Quem não sabe? – murmurou Hermione.

— Exatamente. Seus poderes... ninguém sabe exatamente o que são eles, ou até que ponto podem chegar. Então, nós professores tivemos uma conversa e decidimos que seria melhor para você se afastar do cargo de monitora-chefe permanentemente.

— O quê? – perguntou chocada – Vocês não podem tirar meu distintivo! Eu trabalhei duro para consegui-lo durante esses seis anos, ninguém merece mais do que eu!

— Ninguém duvida disso, srta. Mas nas condições atuais...

— Que condições atuais? – Hermione praticamente gritou – Eu estou ótima!

— Hoje. Agora. Por enquanto. Mas Merlin sabe o que pode acontecer a seguir... – Hermione cruzou os braços e fechou a cara – Entenda, querida. Estamos fazendo isso para ajudá-la. E ajudar Hogwarts. Pode ser sincera comigo e me dizer quantas vezes por dia se lembra que é monitora-chefe? O sr. Malfoy tem feito as suas obrigações e as dele, sem reclamar, por incrível que pareça. Mas coisas assim não podem ser encobertas por muito tempo.

Hermione deu de ombros. Era verdade que não vinha cumprindo com seus deveres. Se pensasse bem, veria que aquilo até era uma coisa boa. Ela não vinha conseguindo nem cuidar de si própria nos últimos tempos, com certeza não tinha tempo nem ânimo para cuidar de um castelo, dar detenção para alunos e etc. Mas ser monitora-chefe era uma coisa que sempre quis, mesmo que no fundo não se importasse mais com aquilo. Só que ela queria se importar, assim como queria que outras coisas que costumavam ser importantes voltassem a significar alguma coisa pra ela.

— Posso ao menos saber quem vocês escolheram para ficar no meu lugar?

— Não vejo porquê não. A escolhida foi Taylor Rose.

O destino só podia estar de graça com a cara dela.

***

Hermione foi para a aula de poções com os nervos á flor da pele. Mal tinha se acertado com Draco e já tinha descoberto que a vadia da sonserina com quem ele andou dando uns amassos enquanto estavam brigados vai passar a ter uma convivência diária com o seu namorado. Queria controlar os ciúmes mas sabia que sentir aquilo era inevitável. Ela o amava, mesmo que ele não sentisse o mesmo, pensou cabisbaixa. Ele podia muito bem trocá-la pela sonserina linda e perfeita com quem iria passar grande parte do seu tempo agora.

Quando entrou na aula, viu o loiro sentado lá na frente, guardando o lugar para ela. Ele não gostava muito de se sentar na frente mas sabia que era o lugar preferido de Hermione então tinha passado a ficar por lá também. Um sorriso começou a nascer no seu rosto quando viu que a garota se aproximava mas logo foi substituído por uma expressão preocupada quando viu a cara de poucos amigos dela.

— Aconteceu alguma coisa? – perguntou ele quando ela se jogou ao seu lado.

Ela apenas o olhou com os olhos faíscando e começou a abrir a mochila e tirar seus livros sem dizer absolutamente nada. Tinha perfeita noção de que estava sendo irracional, é claro. Draco não tinha culpa nenhuma de que ela havia sido substituída pela Rose. Pela expressão perdida dele, nem mesmo devia saber da história. Mas Hermione não estava racional. Na verdade, sentia uma intensa raiva naquele momento. Uma raiva sobrenatural.

Pelo olhar de Hermione, Draco só podia ter certeza de uma coisa: o problema era com ele. Começou a repassar mentalmente todos os momentos que estiveram juntos naquele dia e na noite passada, em que pudesse ter feito alguma coisa que a irritasse. Nada lhe veio a mente. Desde que voltaram, ele tinha se comportado como um namorado de ouro. O que será que havia de errado?

— Hermione, - ele a chamou cautelosamente – você está bem?

— Não. – ela respondeu sem tirar os olhos do livro a sua frente.

— Quer me dizer o que aconteceu?

Ela o olhou tão irritada que Draco preferiu que ela não o tivesse feito.

— Por que você não pergunta pra sua amiguinha Taylor? – ela falou, suas palavras derramando sarcasmo – Tenho certeza que ela pode muito bem te explicar o que aconteceu.

Draco agora estava mais intrigado do que nunca.

— O que Taylor tem a ver com isso?

— Sabe o que a Minerva queria, Draco? – ela disse quase explodindo de raiva – Tirar o meu distintivo de monitora-chefe! – ele arregalou os olhos – Sim, ela tirou de mim uma coisa pela qual eu vinha esperando por anos! Eu admito que eu tenho estado um pouco relapsa com as minhas obrigações nas últimas semanas, mas ela poderia simplesmente ter vindo até mim e chamado minha atenção, para que eu pudesse me dedicar mais ao cargo! Mas não foi isso que ela fez, ela me afastou de cara, sem nem me dar uma outra oportunidade! E sabe quem está no meu lugar agora? É, a Rose.

— Sinto muito, Hermione. – ele passou os braços em volta da garota – Sei o quanto queria esse cargo.

— É. – foi tudo que ela disse.

— Mas... Olha, a McGonagall pode estar certa... Você já está passando por muita coisa para ainda ter que se preocupar com o fato de ser monitora. E Dumbledore não te disse que o seu professor particular que vai te ajudar com os poderes já está a caminho? Talvez você devesse só se focar nisso.

— Talvez... – murmurou cabisbaixa.

Hermione sabia que ele estava certo. Ela estava realmente ansiando por se dedicar ao controle dos seus poderes e aprendê-los a usar de forma que eles pudessem ter alguma utilidade na guerra. Não era exatamente aquilo que a estava encomodando e ela sabia disso. E Draco não demorou a desconfiar também.

— Isso não tem nada a ver com ser Taylor que vai ficar no seu lugar, né? – ele perguntou.

Ela desviou o olhar e se desvencilhou dele.

— Claro que não. – disse enquanto voltava a se focar nos seus livros. – Por quê a pergunta?

— Hermione... – ele começou mas ela o interrompeu.

— Draco, a aula já vai começar.

Snape tinha entrado na sala de aula com seu típico mal humor. Mandou que eles abrissem o livro na página 507 e começou a explicar sobre o Veritasserum. Depois disso, falou para todos pegarem seus ingredientes e começarem a prepará-la ali, o que era um absurdo já que aquela era uma das poções mais difíceis e longas de serem feitas, somente para especialistas. É claro que não adiantava discutir com Snape sobre isso então todos simplesmente fizeram o que ele estava falando.

Hermione pegou os ingredientes e se pôs atrás do caldeirão tentando se concentrar na poção mas não conseguia.  Tudo que pensava era que tinha perdido a única coisa da sua vida que ainda a ligava a garota de antes. O medo que vinha sentindo tanto ultimamente e que, de alguma forma, Draco afastou voltara naquele momento e ela não sabia onde ia parar se continuasse daquele jeito.

Foi uma grande surpresa quando, ao adicionar o último ingrediente á poção, esta começara a borbulhar e crescer de um jeito assustador. Tudo que Hermione viu foi o líquido verde musgo vir em sua direção antes de dar um passo para trás e ver tudo acontecer em visão panorâmica. A poção se espalhara por toda a sala enquanto Hermione sentia o teto tocar as suas costas. Ela levou as mãos á boca, apavorada, quando percebeu o que estava acontecendo. O líquido quente teria ido com tudo para cima dela, se num impulso ela não tivesse se elevado e ficado da altura do teto.

— Hermione... – Draco olhava para ela prevendo o que aconteceria em seguida – Fica calma...

Mas não adiantou muita coisa. Foi uma questão de segundos até ela entrar em pânico e, com um grito, cair do teto de dez metros da sala de poções, de mal jeito, batendo a cabeça e meio que abrindo espaguete no chão ensopado de poção.

O silêncio reinou na sala.

Snape olhava para a bagunça com uma cara de profundo aborrecimento. Para completar, não parecia estar nem um pouco preocupado com o estado de Hermione. Todos olhavam para a garota chocados. Draco foi até ela e se abaixou ao seu lado.

— Hermione, você está bem?

Ela não se moveu. Simplesmente resmungou algo que Draco achou ser uma afirmativa.

Rony e Harry se aproximaram também, assim como Lucas e Pansy. Os grifinórios ainda não se falavam mas pensaram na mesma coisa naquele momento: socorrer Hermione.

Os garotos começaram a falar ao mesmo tempo, perguntando o que tinha acontecido, como aquilo aconteceu e falando mais um monte de coisas que irritaram Draco profundamente.

— Dá para o testa rachada e o pobretão calarem a boca???

Hermione apenas continuou lá estirada, em sã consciência mas sem realmente ter forças para levantar, se perguntando porquê motivo ela ainda ficava surpresa com aquele tipo de coisa. Devia viver a sua vida esperando que algo daquele tipo acontecesse...

Em um certo momento, sentiu que Draco a pegou no colo e a levou para a ala hospitalar. Ainda podia ouvir as vozes preocupadas de Harry, Rony, Lucas e Pansy por perto. Fechou os olhos e tentou esquecer de tudo.

***

Hermione ia ficar bem, foi o que Madame Pomfrey tinha dito. A batida na cabeça tinha sido muito forte então ela estava usando um pano na cabeça, que mais parecia uma bandana e também estava com a perna direita engessada. Era triste dizer que a mulher já estava tão acostumada com a presença de Hermione por ali, que quando ela entrava pelas portas duplas, seja sendo carregada ou se arrastando por conta própria, ela nem mesmo se surpreendia. Pela cara dela, Hermione podia jurar que talvez ela estivesse planejando fazer uma carteirinha para a grifinória, que a permitisse ter algum tipo de privilégio no atendimento ou perguntar a Dumbledore se a garota não podia simplesmente trazer sua bagagem e se mudar para a enfermaria. Sinceramente, se aquilo a ajudasse de alguma forma, Hermione não iria se opor a nenhuma das idéias.

Quando ela foi liberada para voltar ao dormitório e se viu dispensada de todas as aulas enquanto seu namorado e seus amigos ainda tinham um dia todo pela frente, Hermione simplesmente se jogou na cama e ficou deitada lá com o estoque de bebida da Pansy como companhia. Quando um sono começou a bater, resultado dos medicamentos misturado ao álcool, ela guardou todas as garrafas e copos e dormiu.

Quando acordou novamente, já estava de noite. Não tinha imaginado que iria dormir tanto. Mas sabia que poderia continuar dormindo se não tivesse ouvido uma música calma tocando no cômodo.

Ela se virou lentamente na cama devido a cama engessada e deu de cara com Draco arrumando uma mesa de jantar.

Ela franziu o cenho.

— Tá fazendo o quê?

— Um presente para você. – ele respondeu simplesmente.

O quarto estava todo escuro, a não ser pelas velas que estavam no candelabro da mesa. A música vinha do rádio que tinha sido instalado em cima da penteadeira que ela dividia com Pansy e a comida parecia muito apetitosa para alguém que tinha passado horas somente á base de... bem, de álcool.

— Hum... Jantar á luz de velas... – ela disse enquanto se sentava lentamente na cama – Por acaso o senhor está tentando me seduzir, Malfoy?

— Que droga, Granger... – ele se aproximou e esticou a mão para ela – Descobriu meu segredo...

Ela o olhou com uma sobrancelha erguida.

— Você sabe que eu não posso andar, não é?

Ele revirou os olhos.

— Você não muda, Granger... Sempre estragando o clima...

Como ela não aceitou sua mão, ele a segurou pela cintura e a levantou. Hermione esperou sentir a dor de quando seu pé tocasse o chão mas isso nunca veio a acontecer. Draco a segurava firmemente pela cintura enquanto os dois flutuavam a uns três centímetros do chão.

— Isso parece melhor quando você faz. – ela murmurou olhando para os seus pés.

Ele riu levemente e começou a se movimentar lentamente ao som da música.

Hermione passou os braços em volta do pescoço dele e escorou seu queixo no ombro do loiro, fechando os olhos enquanto apenas o deixava conduzi-la.

Seus olhos se encheram de lágrimas ao perceber o que ele estava fazendo. Draco devia ter imaginado que ela provavelmente estaria muito mal depois do que tinha acontecido – como ela sempre ficava depois de uma crise de poderes – e preparou aquilo para fazê-la se sentir melhor. Agora ela estava ali nos braços dele em vez de estar no meio de uma crise de lamentação pelo seu estado, que era o que ela provavelmente começaria a fazer assim que acordasse. Ele não demorou a sentir a umidade no seu ombro.

— Ei... – ele a afastou um pouco só para olhá-la – Você está bem?

— Eu estou ótima. – ela acariciou o rosto dele levemente – Não sei o que dizer para te agradecer por isso.

Ela queria dizer que o amava mais que tudo naquele momento, mas não queria estragar tudo falando de sentimentos que sabia que ele não correspondia.

— Você não precisa me agradecer. – ele a beijou levemente – Eu que tenho que te agradecer por me deixar ficar aqui, cuidando de você.

Ela sorriu exultante, amando-o mais do que nunca.

***

As semanas passavam rápido para Hermione e Draco. Sem os poderes incomodando a garota – pelo menos depois do incidente da aula de poção-, os dias e as noites eram mais que perfeitos para o casal. É claro que não estava tudo realmente certo na vida de Hermione. Pior do que seu relacionamento com Harry e Rony se limitar a leves acenos de cabeça quando se cruzavam nas aulas como se eles fossem meros conhecidos, era Gina que uma vez fora sua melhor amiga e agora nem olhava para sua cara. Além disso, a grifinória sabia o motivo pelo qual seus poderes não incomodavam mais. Ela estava tomando o devido cuidado para tomar uma boa dose de álcool por dia e impedir que mais incidentes acontecessem. Tinha parado de roubar do estoque de Pansy e passara a comprar de um grupo de corvinais do sétimo ano que vendiam escondido no dormitório. Ela tinha ouvido falar que sonserinos faziam o mesmo mas não queria correr o risco de algum colega de Draco contar para ele que sua namorada comprara whisky de fogo. Fora isso, o namoro ia perfeitamente bem. Os dois raramente brigavam e, quando o faziam, os dois sabiam exatamente o que fazer para acabar logo com aquela besteira.

 As melhores horas do dia para Hermione era quando eles podiam ficar sozinhos depois das aulas ou depois da monitoria dele, no seu quarto. Era aquilo que faziam naquele momento.

Draco mal tinha chegado da sua última aula e eles já estavam deitados no sofá de Pansy, se beijando loucamente. Hermione tinha aberto os botões da camisa do loiro revelando o peitoral que tanto adorava. Se virou ficando em cima dele e mordiscou seu lábio inferior, descendo para beijar seu pescoço em seguida. Draco acariciou a parte interna da coxa da garota, subindo lentamente a mão enquanto deixava um caminho de fogo na pele da morena. A mão dele começou a subir em direção ao traseiro da grifinória, levantando a saia e a fazendo se arrepiar toda. Ela mordeu seu pescoço para extravazar o que sentiu quando ele apertou sua nádega direita levemente. Voltaram a se beijar na boca enquanto Draco ainda explorava o corpo da garota com a mão, enfiando a mão que não estava massageando seu traseiro embaixo da blusa dela. Como Hermione não podia fazer o mesmo com o sonserino já que usava suas mãos para evitar cair no sofá, tudo o que fazia era soltar leves gemidos durante os beijos enquanto ele tocava em pontos sensíveis.

— Então é isso que vocês fazem enquanto o senhor deveria estar na monitoria, não é?

Hermione fez menção de se levantar ao ouvir a voz da garota mas Draco a prendeu contra seu corpo, a segurando firmemente pela cintura e voltando a beijá-la.

— Draco... – ela murmurou.

— Só ignora ela... – ele disse.

Pansy revirou os olhos.

— Olha, eu não sou muito fã de voyeurismo não, ok?

— Então se manda. – falou Draco com os lábios pressionados contra os de Hermione. 

— Taylor está te procurando feito louca para começar a monitoria. – a sonserina informou.

Hermione se afastou dele.

— Vai de uma vez, Draco...

— Peraí, Hermione... – ele murmurou tentando puxá-la de novo, mas dessa vez a garota não permitiu.

— Vai de uma vez antes que eu tenha que ouvir a palavra ‘Taylor’ de novo, ok? – ela se levantou, fechando os botões da blusa do uniforme.

— Ok. – ele se levantou a contra-gosto – Eu vou lá, então.

Hermione o acompanhou até a porta e beijou seu lábios, pretendendo que aquele fosse um beijo casto mas Draco o aprofundou, tirando-a do chão enquanto Hermione acariciava os cabelos loiros dele.

— Te vejo depois. – ele falou olhando-a com um olhar significativo.

— Ok. Se comporte, ouviu? – ele sabia que ela estava se referindo a Taylor.

— Hermione, por que você fala esse tipo de coisa? – ele fez a maior cara de anjo que poderia - Não sabe que eu sou o garoto mais comportado de Hogwarts?

— Sério? Quando mudaram o significado de comportado no dicionário?

Ele deu um sorriso safado típico e se afastou.

Hermione fechou a porta e olhou para Pansy sonhadora.

— Vocês dois estão quase lá, não estão?

A grifinória foi se deitar na própria cama. Sabia do que a amiga falava. Ela e Draco ainda não tinham transado mas se continuasse do jeito que estavam, não demoraria muito.

Pansy riu quando Hermione não respondeu.

— Draco deve estar subindo pelas paredes... E pelo que eu vi aqui, não só ele, né?

Hermione riu.

— O que eu posso fazer, Pansy? Não sou santa e estou com o cara mais gostoso de Hogwarts!

— Não estou julgando. – falou Pansy divertida. – Vocês dois estão muito bem juntos, sabia?

— Estamos. – suspirou – Fazemos dois meses na próxima semana.

— E Taylor? Tem dado trabalho?

— Não. – Hermione deu de ombros – Ela claramente é caidinha por ele mas não parece que vai tentar alguma coisa enquanto ele estiver comigo.

— E você não tem ciúmes nenhum em pensar de que ele fica sozinho com ela?

— Pra falar a verdade, eu tento não pensar nisso. Não posso andar grudada nele, vigiando-o pra cima e pra baixo. Não quero enlouquecer pensando no que eles estão fazendo, senão minha mente vai começar a inventar coisas e eu vou virar uma neurótica.

— Você tem razão. – Pansy sorriu – E de qualquer forma, Draco não te trairia.

— Isso eu não posso ter certeza... – falou receosa.

Pansy a olhou incrédula.

— Você tá doida? Ele é louco por você!

— Pode ser... Mas a carne é fraca, não é?

— Não subestima ele... – ela falou – Ele nunca estragaria as coisas com você de novo. Você deveria confiar nele.

Hermione não respondeu. Draco vinha sendo perfeito, mas como confiar totalmente numa pessoa que já mentiu outras vezes?

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Notas finais do capítulo

O capítulo continua, pessoal! =)



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