Quando Hermione saiu do banheiro naquela manhã, de roupa trocada e cabelo penteado, uma Pansy muito animada a esperava no quarto. O rádio da garota tocava uma música muito agitada e alta para aquele horário da manhã.

- O que foi?

- Estou te colocando no clima da festa de hoje á noite.

Hermione revirou os olhos.

- Pansy, você realmente acha que eu vou nessa festa?

- Ah, mas você tem que ir! – ela fez cara de cão sem dono.

- Por quê?

- Porque eu te comprei uma coisa.

Pansy pegou um pacote razoavelmente grande de cima da sua cama e entregou á Hermione.

- Abre e me diz o que acha.

Hermione pegou o pacote e olhou desconfiada para a sonserina.

- Abre logo, Granger. Não vai sair uma cobra daí de dentro nem nada do tipo.

Hermione riu e abriu o pacote. De lá de dentro saiu o vestido mais lindo e sexy que Hermione já tinha visto. Era um tomara-que-caia bem curto, preto e brilhante. Era aberto nas costas, com uma tira preta que ia fazendo zigue-zagues nas costas, até chegar ao final da espinha e amarrá-lo em um laço.

- Como ele é curto, é bom você usar com essa meia-calça. – Pansy jogou uma meia preta para Hermione – Senão, você vai ficar parecendo uma piranha.

 - Pansy! – Hermione a olhava surpresa - Por que você fez isso?

- Sei lá! – Pansy tirou o vestido da mão de Hermione e o encostou no corpo da garota, a empurrando para frente do espelho – Eu já tinha comprado o meu, mas eu vi esse na vitrine e achei que ele merecia ser usado em uma garota que tivesse o corpo digno dele. Então eu lembrei de você. Você tem um corpo invejável, Granger! Aposto que isso é uma das coisas que deixa Draco louco!

- Pansy... – Hermione se virou para a amiga – Eu amei o vestido, de verdade. Mas eu não estou mesmo afim de ir nessa festa... Me desculpe.

Pansy revirou os olhos.

- Ok. Mas fique com o vestido. Você vai ter outra oportunidade de usá-lo.

- Tudo bem. Obrigada.

Pansy deu de ombros.

- Não foi nada. Agora eu tenho que ir. Vou ajudar o pessoal a decorar o lugar da festa.

***

Mais tarde, Hermione foi até a barraca onde agora ficava o escritório de Dumbledore. O diretor tinha mandado um aluno do primeiro ano lhe dizer que queria vê-la.

- Bom dia, diretor. – disse Hermione entrando timidamente no lugar.

- Bom dia, srta. Granger. – ele disse da sua mesa – Pode se sentar.

Ele indicou com a mão a cadeira de frente para a sua sorrindo amigavelmente.

- Imagino que saiba o porquê de eu ter te chamado aqui... – ele começou.

- Falar sobre o ataque?

- Sim. – Dumbledore balançou a cabeça – Falar sobre o ataque.

Hermione suspirou.

 - O que o senhor quer saber?

- O que exatamente aconteceu naquela noite?

- Bom, eu estava correndo para onde os membros da Ordem e alguns alunos estavam lutando quando encontrei com Lúcio Malfoy, Bellatriz Lestrange e mais outros dois comensais que eu não conhecia. Eles me jogaram contra a parede. Eles estavam procurando por mim. Malfoy disse que me queria.

Dumbledore balançou a cabeça como quem já soubesse ou já desconfiasse disso.

- Draco apareceu em seguida. – continuou – E os destraiu um pouco de mim. Bellatriz tentou lançar um crucio em mim mas, eu não sei como, não me atingiu. Eu levantei o braço e o feitiço pareceu bater em uma espécie de escudo invisível. Sei que parece idiota mas...

- Não, não parece. Pode continuar.

- Lúcio me chamou para ir com eles. Disse que eu poderia ser muito poderosa, que eu não tinha idéia do quanto. Eles disseram que me matariam se eu não fosse com eles. Quando eu disse que não iria, eles tentaram mas Draco foi mais rápido. Ele me pegou e saiu voando pela janela. Não sei como ele fez isso. Se não fosse ele, eu estaria morta.

- Você e o sr. Malfoy ficaram bem íntimos durante o verão, não é, srta. Granger?

Hermione podia ter certeza que ficou muito vermelha naquele momento.

- É... Quer dizer, mais ou menos. Malfoy é meio difícil.

- Tenho certeza que é. – falou Dumbledore meio risonho, em seguida ele ficou sério e soltou um suspiro – Voldemort não vai desistir de você, srta. Hermione. Lúcio estava certo, depois daquela inesperada viagem á ilha, você voltou muito poderosa. Muito mais que Draco.

- Que droga... – murmurou Hermione.

- Isso pode ser uma benção, srta.

- Benção? – Hermione sentiu um pouco de revolta invadir seu peito - Me desculpe, professor, mas a única coisa que esses poderes me trouxeram até agora foram dor, de todos os tipos, e frustração. Eu... tenho que ser cuidadosa o tempo todo porque eu tenho medo de machucar alguém. É terrível.

- Bom, no momento esses poderes estão controlando você. Mas podemos dar um jeito nisso, se a senhorita assim desejar.

- Como?

- Você pode começar a ter aulas particulares de como controlá-los. Assim que aprender a fazer isso, vai poder ser de grande ajuda para o sr. Potter nessa guerra. Toda a dor vai passar. Aposto que se sente muito cansada, não é?

- Ah, sim. – Hermione suspirou – É como se eu carregasse um peso enorme comigo o tempo todo. Me sinto fraca, por mim passaria o dia inteiro na cama.

- Com o devido treinamento, tudo isso vai passar. O que a senhorita acha?

Hermione pensou por um instante.

- Se eu puder me livrar da dor, e ainda usar isso para ajudar o Harry, - ela deu de ombros – não vejo porquê não aceitar.

- Ótimo. – Dumbledore sorriu – Eu entrei em contato com um homem que estuda esse tipo de magia que Voldemort colocou em você. Se ele aceitar a minha proposta, logo você vai começar a ter as aulas.

- Ok. – Hermione se levantou – Obrigada.

Antes dela sair, Dumbledore lhe disse:

- Srta. Granger? – ela o olhou – A senhorita deveria ir se divertir com seus amigos hoje á noite.

Hermione apenas franziu o cenho antes de sair.

***

Quando Hermione voltou para a barraca, alguém a esperava.

- Luna?

A loira, que estava sentada confortavelmente no sofá roxo de Pansy, sorriu.

- Hermione. Não sabia que sua conversa com Dumbledore ia demorar tanto.

- Como você sabe que eu fui conversar com Dumbledore?

Luna apenas a olhou com seus imensos olhos brilhantes. Hermione esquecera completamente que Luna também tinha um certo poder.

- Ok. Pergunta idiota, deixa pra lá.

Luna sorriu.

- Mas então, o que faz aqui? – perguntou.

- Vim saber como você está depois de tudo que aconteceu.

- Eu estou levando. – respondeu – Como estão todos? – perguntou um pouco receosa - Me odiando muito?

- Não odiando, exatamente. Mas Gina e Rony estão com muita raiva sim. Harry está péssimo, nenhum dos dois fala com ele. Ele queria vir ver como você estava, mas eu disse a ele que era melhor vocês não se verem por enquanto, ou pode piorar as coisas.

- Tem razão. Que bom que ele não veio.

Luna olhava em volta, distraída.

- Você parece estar bem instalada aqui com Pansy. Vocês duas se dão muito bem, não é?

Hermione assentiu.

- Ela é uma boa amiga, por mais que você não acredite.

- Eu acredito. – Luna apontou com a cabeça para o vestido pendurado no armário – É um lindo presente.

Hermione sorriu levemente.

- Eu sei.

- Você devia ir na festa, Hermione. – disse a loira – Pode ser bom. Se divirta um pouco. Você merece.

Hermione suspirou.

- É. Talvez.

***

Quando a noite chegou, Hermione se viu sozinha no quarto. Pansy tinha se arrumado e saído, não sem antes insistir muito para que Hermione fosse com ela. Ficou no quarto lendo mas não estava conseguindo se concentrar. Será que Pansy tinha colocado algum feitiço no vestido? Ele parecia chamar Hermione lá do armário.

A garota bufou.

Tirou o vestido do cabide e o segurou, o encarando.

- Por que eu acho que vou me arrepender disso?

***

A festa mal tinha começado e já bombava.

Os alunos da sonserina tinham feito juntado um dinheiro e comprado uma barraca-salão e a tinham instalado na floresta proibida. Não muito para dentro da floresta, aonde era mais perigoso, mas longe o suficiente para os professores não resolverem procurá-los.

A música tocava alta ali, mas não era possível ouvi-lá a não ser que você estivesse dentro da barraca. O lugar era muito grande. Tinha uma pista de dança redonda no meio, e próxima a ela havia um bar, com drinks que os garotos tinham contrabandeado de Hogsmeade na madrugada passada. Tinham subornado um elfo doméstico da cozinha para ficar no bar preparando as bebidas para eles e outros para servi-los. As luzes de néon davam um estilo ao lugar, fazendo com que ele parecesse mesmo um salão. Em vez de mesas para as pessoas sentarem, haviam sofás em forma de C por todo o salão, aonde as pessoas podiam sentar e conversar se quisessem. Era aonde Pansy, Lucas e Draco se encontravam naquele momento, junto com outros dois caras do time de quadribol.

- Essa noite eu vou escolher uma bem gostosa. – falava um deles, Josh.

- Só uma? – respondeu o outro – Eu vou pegar todas!!!

Todos riram.

- Se você conseguir pegar uma, Brian, - falou Pansy com um copo de bebida na mão – sinta-se satisfeito.

 - Sabe quem está linda? – falou Josh – A Taylor.

Todos olharam para a loira, que dançava na pista com as amigas.

- Por que não vai lá, Draco? – perguntou para o loiro - Vocês já tiveram um rolo, né?

- Mais tarde. – ele disse pegando mais bebida da bandeija de um elfo que passava por ali.

- Esquece a Taylor. – falou Brian – Olha só quem acabou de chegar.

Todos ficaram chocados ao ver Hermione. Tudo bem que ela costumava ser linda normalmente, mas tinha mais alguma coisa nela. Draco prendeu a respiração ao vê-la. Ela estava irresistivelmente sexy. Não tinha uma pessoa que não a olhasse naquele momento. Draco não gostou nem um pouco daquilo. Ela sorria timidamente enquanto ia na direção deles.

- Granger, - falou Brian quando ela se aproximou – você tem noção do quanto tá gostosa?

Hermione apenas o olhou e revirou os olhos.

- Você ficou melhor do que eu imaginei, Hermione. – falou Pansy sorrindo e olhando a amiga dos pés a cabeça.

Ela se sentou ao lado da sonserina e pegou uma bebida.

- O que te fez mudar de idéia?

Hermione deu de ombros enquanto bebia. Só na base de muito wisky de fogo para aguentar aquele bando de sonserinos falando dela. Quando acabou de beber aquela taça, chamou um elfo que passava ali perto e trocou por outra cheia.

- Isso não é água, Granger. – Hermione olhou para Malfoy pela primeira vez desde que tinha chegado – Quer se embebedar?

Ela levantou uma sombrancelha e cruzou as pernas, fazendo o vestido subir. Draco teve que prender a respiração pela segunda vez, Hermione estava mesmo irresistível. Tudo que ele pensava no momento era um jeito de tirá-la do alcance da visão daqueles marmanjos que estavam a comendo com os olhos e levá-la a um lugar em que eles pudessem ficar sozinhos.

- E se eu quiser, Malfoy? – ela respondeu - O que me impede?

- Bom, - ele se curvou e sussurrou no ouvido dela – nós sabemos o que acontece quando você fica bêbada, não é?

Ela tremeu com a proximidade dele e Pansy riu enquanto trocava um olhar cúmplice com Lucas. Sem dúvida nenhuma, aquela noite prometia para os dois.

- Pára de monopolizar a Granger, Malfoy. – Josh se levantou e esticou a mão para ela – Quer dançar, Hermione?

Ela estava pronta para dizer não e reclamar da audácia daquele sonserino que mal conhecia por lhe chamar pelo primeiro nome quando Malfoy a cortou.

- É claro que ela não quer dançar com você, seu idiota.

Hermione o olhou surpresa e riu de lado.

- Você virou meu porta-voz agora?

Malfou sorriu convencido.

- Eu te conheço, Hermione. Você não gosta desse tipo de música e com certeza não quer dançar com ele.

- É? – ela aceitou a mão estendida de Josh e se levantou – O que você acha disso, entendeu?

E foi para pista de dança, deixando um Draco furioso no sofá.

***

Draco estava sentado ainda naquele mesmo sofá desde que Hermione foi dançar. Já fazia uma hora. Uma hora também que Draco não via Hermione sem um copo de bebida na mão. Já tinha perdido a conta de quantas wisky de fogo ela tinha bebido. Áquela altura, ela provavelmente tinha dançado com a metade dos caras daquela festa. Ainda não tinha beijado nenhum mas não foi por falta de tentativas por parte dos garotos; ela simplesmente se esquivava quando eles se aproximavam demais, o que deixava Draco menos furioso. Um pouco menos. Pansy voltou rindo da pista de dança com Lucas.

- Hermione é tão mais divertida quando está bêbada! – falou ela.

Draco a olhou pela miléssima vez. Ela parecia mesmo estar se divertindo muito. Ele nunca tinha visto Hermione rir tanto.

- Draco, sai daí. – Lucas falou – Vai se divertir, Hermione não está fazendo nada demais.

- Por enquanto. – falou cruzando os braços, carrancudo.

Ele a observou pedir algo a um elfo que passava por ali e em seguida, o pobre ser levava para ela uma garrafa de firewisky.

Hermione ficou simplesmente dançando durante uns quinze minutos quando aconteceu o que Draco temia. Um sonserino do sétimo ano chamado Ben se aproximou dela e começou a dançar bem próximo á garota. Hermione levou na brincadeira e continuou dançando com seus corpos colados. Mas em um certo momento, o sonserino segurou sua cintura e tentou lhe beijar. A grifinória jogou o corpo para trás e se esquivou dele mas não conseguiu fazê-lo soltá-la. Um segundo depois e Draco estava lá, empurrando Ben para longe de Hermione.

- Cara! – o loiro falou alto, querendo que sua voz fosse ouvida apesar da música alta – Se controla, entendeu?

- Tá maluco, Draco? – ele se aproximou novamente – Ela não é sua namorada,vai arrumar uma garota pra você!

- Vai você arrumar uma garota, cara! Granger não é para o seu bico!

- Nem para o seu! – o loiro replicou.

- Por que não deixa ela decidir, então? – dizendo isso, ele empurrou o sonserino que o empurrou de volta.

Lucas se aproximou.

- Draco, vamos lá fora um pouco, ok? – falou para o amigo – Esfriar a cabeça.

- É, Draco... – Bem falou, fingindo uma voz amigável – Antes que todo mundo aqui pense que você caiu mesmo de amores pela sangue ruim...

Draco deu um passo a frente e pegou Ben tão de surpresa com um soco no seu nariz, que o sonserino foi parar no chão.

- Malfoy! Seu idiota! – gritou – Você me paga por isso!

Draco revirou os olhos e colocou o braço em volta de Hermione.

- Vamos, Granger!

- Não, Malfoy! – ela o afastou – Eu quero continuar dançando!

Malfoy respirou fundo.

- Legal, mas não vai! – ele a pegou pelo braço e a arrastou até onde Pansy estava rindo da cena toda.

- Quem diria que Draco seria tão protetor? – falou Lucas, vindo logo atrás deles.

- Protetor não! – falou Hermione fazendo bico e cruzando os braços – Um chato!

- Amanhã – ele a colocou sentada no sofá e tirou a garrafa de bebida da mão dela – você vai me agradecer por isso.

Ela fez uma careta e mostrou a língua para ele.

- Você costumava ser mais legal antigamente.

- E você costumava ser mais madura. – se sentou ao lado dela - E me desculpe se eu não quero te ver se esfregando em outros caras.

Ela se curvou para ele, seus rostos muito próximos.

- Por quê? Você quer que eu me esfregue só em você?

Hermione sorriu maliciosa e Draco se segurou para não agarrá-la.

Ela se afastou dele e se encostou no sofá.

- Ah, eu me sinto tão bem!

E se sentia mesmo. A bebida tinha feito um efeito incrível nela. Não estava completamente bêbada, tinha perfeita noção de tudo que estava fazendo. Gina tinha lhe dito que ela não era mais a mesma pessoa, e talvez não fosse mesmo. Talvez agora ela poderia ser uma Hermione mais feliz, que se divertia mais, que ria mais, menos ansiosa, menos preocupada. Alguém que não sofresse tanto com tudo que vinha acontecendo.

- O que está acontecendo com você? – Draco perguntou.

Pansy fez sinal para Lucas e os dois saíram, os deixando a sós.

Hermione deu de ombros.

- Só estou diferente. – ela respondeu – Melhor.

- Não, não está melhor. – ele falou – Está pior. Essa não é você.

- Como você pode saber?

- Eu conheço você, Hermione. – ele tirou uma mecha do cabelo dela que caía nos seus olhos – Você não é assim.

- Você tá errado. – ela se aproximou mais dele e beijou seu pescoço, em seguida mordiscou sua orelha, o que fez Draco se arrepiar – Eu quero ser assim agora. E você deveria estar feliz, sabe...

- Por quê? – ele perguntou num sussurro.

- Porque essa Hermione – ela se arrastou para o colo dele, se sentando de frente para o loiro – talvez você possa ter.

Ela o beijou com fervor e Draco não pôde resistir, simplesmente correspondeu com entusiasmo. O vestido dela subiu completamente enquanto ela estava em cima dele, e Draco acariciou as suas coxas com as mãos, chegando até o traseiro da garota e o segurando-a firme ali, grudando mais ainda seus corpos. A meia calça não o deixava sentir a pele dela, então ele a rasgou como se rasgasse papel. Hermione tombou a cabeça quando Draco afastou os longos cabelos da garota para mordiscar-lhe o pescoço, a fazendo gemer baixinho no ouvido dele. Ela sentiu o volume das calças dele crescer e cravou as unhas nas costas dele, o arranhando e apertando enquanto ele continuava beijando e sugando seu pescoço e ombros nus.

- Vamos sair daqui. – ela falou se levantando e o puxando pela mão.

Parecia que ela tinha lido a sua mente e realizado o maior desejo dele desde que a viu naquela noite. Os dois foram aos beijos até a barraca de Draco e quando entraram e ele trancou a porta, não perderam tempo.

Os dois foram se beijando e andando aos tropeços até a cama. Draco a deitou no colchão e se afastou somente para tirar a camisa o mais rápido que pôde. Em seguida, se deitou também, cobrindo o corpo dela com o seu e voltando a beijá-la ardentemente ao mesmo tempo que passava a mão pelas suas coxas. Ele se sentou na cama, a colocando no seu colo com uma habilidade admirável e tirou o vestido da garota tão rápido que ela mal percebeu.

Hermione se curvou beijando e sugando o pescoço de Draco e ele fechou os olhos enquanto sentia a boca quente dela o tocar, causando-lhe arrepios. Começou a mordiscar sensualmente sua orelha, deixando-o excitadíssimo. O loiro colocou as mãos nas costas da garota e desabotoou seu sutiã, deixando escapar um gemido de satisfação quando viu seus seios nus. Provocou os mamilos com dedos habilidosos, antes de inclinar a cabeça e usar a boca para continuar provocando-a. Com um gemido rouco, ele explorou seus seios e o toque da língua de Draco nessa carícia sensual e enlouquecedora fez Hermione tremer, enquanto fechava os olhos e sentia um prazer indescritível tomar conta de cada parte do seu ser.

Draco, com as mãos nos seus traseiros, a puxou para mais perto, como se aquilo fosse possível, fazendo-a sentir-lhe sua ereção. Hermione enlaçou suas pernas ao redor da cintura dele com força, aproximando ainda mais suas intimidades e levando Draco a loucura.

Ele a deitou na cama de novo, tirando as próprias calças em seguida e ficando somente de cueca.

Ele voltou a beijá-la com uma lentidão excruciante que fez Hermione achar que iria explodir. Ter a plena noção de que haviam só dois finos tecidos impedindo-os de consumar o ato só fazia a excitação deles aumentar a cada segundo, e seus corpos quentes em contato também contribuía para todo e qualquer tipo de pensamento racional abandonar suas mentes. Draco explorou o interior da boca de Hermione sedutoramente e enquanto sua mão acariciava seu corpo até chegar a borda de sua calcinha. A morena sentiu-o começar a puxar a peça, mas em seguida Draco se afastou de repente dela, interrompendo o beijo bruscamente. Ele parecia ter levado um choque enquanto se sentava na cama, o mais longe possível dela, e respirava com dificuldade.

Estava numa luta interna. Queria tanto Hermione que chegava a doer. Literalmente. Vê-la dançando com outros caras e se insinuando o tinha matado porque ele queria justamente aquilo que tinha naquele momento. A queria única e exclusivamente para ele. Mas não queria exatamente daquele jeito. Queria que ela o aceitasse de volta, que eles namorassem e aí sim eles dormiriam juntos. Ele a faria esquecer completamente o fato de que não era mais virgem. Queria que ela tivesse uma primeira vez da qual gostaria de lembrar. E aquele não era o caso.

Ele se levantou da cama.

- Draco! – ela o olhou completamente surpresa – O que você tá fazendo? Volte aqui!

- Não, Hermione. – ele falou com a voz fraca.

Ela o olhou chocada.

- O quê?

- Hoje não. – nem ele parecia muito convencido do que dizia - Você está fora de si!

- Não estou! – ele começou a rumar para o banheiro – Não estou. – ela repetiu para enfatizar e fazê-lo voltar.

- Não vou fazer nada que você possa se arrepender ou não se lembrar amanhã. Eu quero muito isso. – ele suspirou, ainda com dificuldades de respirar – Merlin, você não imagina como eu quero isso... – por um momento ele parecia que ia mudar de idéia, então completou - mas não vou me aproveitar de você. Não vou.

- Você não está se aproveitando de mim! Eu quero também! – ela se levantou e se aproximou dele novamente, o abraçando pela cintura e ficando na ponta dos pés para beijá-lo – Eu quero você!

Ela o beijou sedutoramente, brincando com a língua na boca dele e terminou o beijo dando uma mordida de leve no seu lábio inferior, o fazendo estremecer.

- Eu também quero você! – ele a abraçou também e se deixou levar novamente quando sentiu os seios rigídos dela tocarem seu peito.

Ela voltou a beijá-lo e o empurrou para a cama novamente, deitando por cima dele e esfregando seus corpo propositalmente ao dele. Draco se esqueceu completamente do que dizia antes e aproveitou as carícias dela. Mas quando trocaram de posições, ele se afastou, se sentando na beirada da cama.

- Hermione... – ele falou – Eu estou me esforçando pra ser o cara bonzinho aqui, ok? Não faça as coisas ficarem mais difíceis do que já são!

- Draco... – ela murmurou, o abraçando por trás mas ele se levantou antes que suas peles se encostassem novamente e ele se deixasse levar mais uma vez.

 – Eu quero você direito! – ele puxou um lençol da cama e colocou em volta dela, tirando o corpo da garota do seu campo de visão - Não vou fazer com você o mesmo que aquele trouxa fez!

Hermione mal podia acreditar que estava tentando convencer Draco Malfoy a transar com ela. Em algum lugar no fundo da sua mente, sabia que ele estava certo.

Ele entrou no banheiro e fechou a porta atrás de si como se estivesse fugindo de alguma coisa. Hermione franziu o cenho. Como se estivesse fugindo dela.

***

No dia seguinte, Hermione acordou muito cedo. Draco estava dormindo ao seu lado na cama apenas com a calça do pijama enquanto ela tinha adormecido com a camiseta dele. Ela se lembrou da noite passada com pesar. Ele tinha sido um cavalheiro enquanto ela tinha se comportado como uma vadia. Parecia até que eles tinham trocado de lugar.

Ela se levantou, querendo sair o mais rápido possível dali. Começou a catar as roupas espalhadas pelo chão na ponta dos pés e saiu em direção a barraca que dividia com Pansy, agradecendo mentalmente por ainda ser cedo e não ter ninguém para vê-la saindo furtivamente do quarto de Draco, com as roupas dele e as suas em um bolo nas suas mãos.

Entrou na sua barraca tentando fazer o mínimo de barulho possível.

- Olha se não é a minha amiga bêbada de ontem a noite.

Hermione levou um susto ao ver Pansy perfeitamente vestida, sentada de pernas cruzadas no seu sofá roxo, com um copo na mão.

- Pansy! Nunca mais faça isso!

- Quem não deve não teme, querida... – ela olhou Hermione de cima a baixo – E pelo que estou vendo, você está devendo muito nessa adorável manhã.

Ela própria se olhou e percebeu o que Pansy estava pensando.

- Quê? Não! Não é nada disso que você está pensando.

- Sei...

- Estou falando sério! – Hermione se sentou na ponta da cama, ficando de frente para Pansy.

A sonserina sorria maliciosamente quando recomeçou a falar:

- Você está me dizendo que você estava se agarrando ontem na festa com Draco Malfoy, que vocês saíram de lá quase arrancando as roupas um do outro, que você passou a noite no quarto dele, que você voltou de manhãzinha com as suas roupas na mão e vestindo as roupas dele e que não aconteceu nada? Quem você acha que eu sou? Uma lufa-lufa ou o quê?

Hermione suspirou.

- Não estou dizendo que não aconteceu nada. – respondeu – Nós chegamos bem perto. – ela se lembrou do quão perto chegaram e se arrepiou ao lembrar da sensação do corpo de Draco junto com o seu. – Muito perto. – suspirou sentindo um calor súbito – Mas Draco parou na hora.

- Draco parou na hora??? – Pansy se engasgou com o que quer que estivesse bebendo.

- Não exatamente na hora, sua pervertida.

- Ah! – ela riu - Eu que sou a pervertida aqui?

Hermione ficou vermelha.

- Bom, resumindo a história, nós não fomos até o fim!

- Hum... – ela continuou bebendo do copo – Ele ao menos sabe que você e o Potter terminaram?

Hermione a encarou.

- Ué, você não contou?

Pansy a olhou como se ela tivesse enlouquecido.

- Eu não. Pensei que fosse segredo.

- Não era! Quer dizer, sei lá... – ela deu de ombros – a essa altura ele já deve imaginar que sim, de qualquer jeito.

- Ou não. – ela riu – Ele pode estar desfrutando o fato de estar ajudando a namorada do Potter a colocar chifre nele.

- Draco não pensaria  assim. – ela recebeu um olhar cético de Pansy e suspirou – Tem razão, ele deve estar se achando o gostosão. – ela observou Pansy tomar outro gole da bebida e franziu o cenho – O que é isso, afinal?

- Poção para curar ressaca. Como você bebeu mais que eu, achei que ia precisar também. – ela apontou com o próprio copo para uma garrafa com um conteúdo duvidoso em cima da escrivaninha.

- Mas eu não estou com ressaca. – falou Hermione só agora se dando conta daquilo.

- Não é possível! Você bebeu mais que eu! E eu estou quase morrendo de dor de cabeça! Por que você acha que eu estou acordada á essa hora? Acordei pra vomitar!

- Você dormiu? Pensei que ia passar a noite toda acordada com Lucas. Por falar nisso, - ela olhou em volta o procurando – pensei que ele estaria aqui.

- Ele não dormiu aqui. Ficou um pouco e depois foi para o quarto de Brian descansar, já que você e Draco estavam no dele, né?

- Por que isso?

- Amanhã tem quadribol. Então, os meninos do time vão tirar a manhã para descansar e vão treinar no final da tarde. Ordens de Draco. – ela pareceu se tocar de algo – Que não cumpriu a própria ordem, por falar nisso.

Hermione revirou os olhos.

- Agora para de enrolar e toma aquela poção, Hermione! Não é possível que não esteja de ressaca!

- Não sei como, mas eu não estou mesmo!

Ela se sentia normal. Quer dizer, o normal dos últimos dias. Uma leve dor de cabeça e uma fraqueza que sabia ser por causa dos malditos poderes. Engraçado que na noite passada, sob o efeito da bebida, não tinha sentido aquilo. Será que...?

- Se você diz... Eu vou tomar banho e você vai depois de mim, ok? – falou Pansy se levantando e indo para o banheiro.

Hermione se viu sozinha no quarto e teve uma idéia de repente. Foi até o armário de Pansy e abriu uma gaveta embutida, onde ela sabia que a garota guardava bebidas para “casos de emergência”, como a sonserina mesma dizia. Hermione pegou uma garrafa e tomou um gole generoso, em seguida a guardou rapidamente. Parou no meio do quarto enquanto sentia como se um peso fosse tirado das suas costas e se sentia leve novamente, como na noite anterior.

Sorriu levemente. Aquilo bem que podia funcionar.