O Preço de Amar Um Malfoy escrita por BlissG


Capítulo 14
Mentira um dia escorre pelo ralo


Notas iniciais do capítulo

Elas eram basicamente irmãs, de qualquer forma. Elas certamente brigavam como se fossem.
— Gossip Girl



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Draco estava certo.

Quando eles finalmente acharam que seria seguro voltar para a escola, os comensais haviam desaparecido. Mas Hermione nem pensou em comensais quando voltou para os terrenos da escola. Seu queixo estava caído e ela nunca havia estado tão chocada. Será que estava tendo uma alucinação? Tinha levado uma pancada forte na cabeça, e o pano que estava estancando o sangue já estava muito encharcado.


- Malfoy? – ela perguntou para o loiro ao seu lado – O que é isso?


Ele tinha o mesmo semblante que ela.


- Não sei, Hermione...


Ela podia ver o castelo de longe. Ele estava destruído. Literalmente em pedaços. Era só o que faltava, os comensais tinham feito a questão de destruir Hogwarts. Parecia que tinham colocado fogo no castelo. E para fazer aquele estrago todo, só podia ser fogo mágico. Os estudantes estavam todos do lado de fora, alguns sentados em troncos de árvores, alguns montando barracas. Ela pôde ver ao longe Snape e Minerva tentando pôr ordem em tudo. Todos pareciam realmente abalados.


- Hermione!


Ela ouviu a voz dos seus amigos a chamarem em coro e se virou para vê-los correndo em sua direção.


- Você está bem? – perguntaram eles.


- O que aconteceu? – perguntou Rony – Onde você estava?


- O que esse idiota fez com você? – perguntou Harry, já puxando Draco pelo colarinho.


- Me solta agora, Potter!


- Ele não fez nada, Harry! – falou Hermione – Quer dizer, fez sim. Ele me salvou.


Harry o soltou.


- Hermione, - falou Gina observando o pano vermelho enrolado na cabeça da amiga – você precisa ir para a enfermaria!


- Que enfermaria? – perguntou Hermione como se a ruiva fosse louca – O castelo está aos pedaços.


- Dumbledore construiu uma barraca onde Madame Pomfrey está cuidando dos feridos. Você não está com dor?


Hermione levou a mão a cabeça.


- Morrendo... – murmurou.


- Então vamos para a enfermaria. – falou Rony – Vamos, Harry. Você briga com o Malfoy outra hora!


Os quatro se afastaram de Draco, guiando Hermione para a enfermaria.


Pelo que Hermione tinha entendido, enquanto Dumbledore consertava o estrago feito no castelo, todos iam dormir e ter aulas em barracas, como num enorme acampamento. Cada aluno dividiria uma barraca com outro colega, as refeições seriam feitas bem no centro do acampamento - ao ar livre mas com um feitiço que bloqueava a chuva ou qualquer oscilação do tempo - onde haviam mesas de madeira já colocadas no local. Apesar de a divisão de casas não ter sido mencionada pelos professores, os alunos continuavam bastante divididos. Havia uma área de barracas para cada casa e, olhando de longe, ficava fácil de identificar qual era qual.


Chegando a enfermaria, Hermione se surpreendeu com o quanto eles deviam ter tido que ampliar a barraca para fazer caber aquele bando de cama para atender tanta gente. O número de feridos daquela batalha tinha sido surpreendente. Quando Madame Pomfrey conseguiu atendê-la, fez um novo curativo, lhe deu uma poção e disse que ela deveria ir para a barraca e descansar que logo ficaria bem.


Então Hermione foi para a barraca de Gina. Suas coisas já estavam lá. Por sorte, Dumbledore e os professores conseguiram recuperar a maioria dos objetos que estavam no castelo mas ainda iria demorar uns quinze dias no minímo para que Dumbledore conseguisse tornar o castelo habitável novamente.


- Eu trouxe suas coisas para cá só para elas não ficarem rolando por aí. – falou Gina quando as duas entraram na barraca – Mas pelo que eu ouvi falar a Pansy está sozinha na barraca também então se você quiser ir ficar com ela, eu vou entender.


- Não, Gina. – Hermione falou já se deitando na cama que imaginava ser dela – Eu não quero ir para a barraca da Pansy. Vou ficar aqui com a minha melhor amiga.


Gina sorriu feliz.


- Você pode não acreditar em mim, Gina, porque eu sei que a gente tem estado afastada ultimamente. Mas eu não deixei de gostar menos de você só porque sou amiga da Pansy agora. Nossa amizade continua sendo muito importante para mim.


- Pra mim também, Mi.


Hermione já ia pegar no sono quando Gina falou:


- Acho que você vai querer tomar um banho e colocar uma roupa limpa. Assim você vai poder descansar.


A morena se levantou e rumou para o pequeno banheiro da barraca.


- Tem razão. Eu tô tão cansada que nem estou pensando direito.


***

Quando Hermione acordou, já ia anoitecer. Devia estar realmente cansada comparado ao tanto que dormiu. Gina tinha saído então estava sozinha no quarto.

Hermione ainda estava se recuperando mentalmente de tudo que tinha acontecido. Não somente da invasão do dia anterior mas sim de tudo. De tudo que tinha acontecido desde que o verão começou. Mais precisamente, desde que ela tinha recebido a missão de ficar de olho em Malfoy. Desde aquele dia, a vida dela parecia estar descendo uma ladeira eterna. E o pior é que ela nunca parecia conseguir se recuperar. Quando achava que tudo ia ficar bem, quando começava a se reerguer de algo ruim, algo sempre vinha e a jogava no chão de novo. Tinha saudade da sua vida antiga, quando se preocupava com provas, brigava com Rony e Harry por copiarem sua lição, e se preocupava com os problemas de Harry, não com os seus próprios problemas. Sempre soube que seria uma peça importante naquela guerra, mas estava começando a pensar que seria mais importante do que sempre imaginou. Aqueles poderes que tinha recebido deviam significar alguma coisa. Nunca fora de acreditar em destino mas se aquele dom foi lhe dado, justo quando estavam prestes a entrar numa guerra, não devia ter sido por acaso. Só queria entender. Ela se sentia no escuro. Sempre gostou de saber das coisas, de entender tudo antes dos outros, mas parecia não haver respostas para aquelas perguntas que pairavam na sua mente. Nunca tinha se sentido tão sozinha, tão perdida em sua vida. Pensar nisso fez Hermione começar a chorar silenciosamente. Sabia que tinha vários pessoas com quem contar. Harry, Rony, Gina, Luna, Pansy, Lucas... até Draco... mas não conseguia afastar aquele sentimento. Aquele sentimento de que estava á mercê do destino. Sentia-se de cabeça para baixo, uma pessoa totalmente diferente de quem costumava ser, uma pessoa que parecia nunca tomar a decisão certa, nunca ir pelo caminho certo. Se sentia tão fora de controle. Tudo que queria era voltar a sentir a sua vida lhe pertencer novamente. Queria pensar que estava sonhando porque estava cansada daquela sensação. Parecia que tinha caído numa vida completamente diferente, uma vida que ela não queria, uma vida que não era sua. Trocaria qualquer coisa por apenas um pedido: voltar para sua vida antiga... Queria poder se levantar, ir até a biblioteca – ou o que tivesse restado dela – e ficar lá o tempo que fosse preciso até que encontrasse um livro com todas as respostas, um livro que lhe diria exatamente o que fazer para se sentir melhor. Aqueles poderes que ela parecia ter pareciam muito cruciais para a guerra pelo que os comensais tinham dado a entender na noite passada e como o centauro Phobos lhe falou na floresta proibida. Mas ela não sabia se podia dar conta daquela responsabilidade toda. Ela mal conhecia os poderes que tinha, provavelmente teria morrido na noite passada se não fosse a sorte que teve. Era apenas uma nascida trouxa. Como podia, de um dia para o outro, ter tantos poderes assim? Ela não queria aquilo. Nunca quis. Devia ter um jeito de, sei lá, tirar aquilo de dentro dela, não era possível. Era injusto ela ter poderes impostos a ela assim. Harry devia ter aqueles poderes. Ele faria melhor uso deles do que Hermione. Ele era um grande bruxo, ela sempre soube disso. A base dela sempre havia sido somente os livros, mais nada. Ela era apenas uma garota. Uma simples garota.


Alguém bateu na porta.


- Hermione, tá decente? – ouviu a voz de Pansy do lado de fora – Sou eu com os garotos.


Ela limpou as lágrimas que banhavam seu rosto e falou:


- Pode entrar.


Pansy entrou na frente, seguida por Draco e Lucas e seu semblante mudou assim que olhou para a amiga.


- Mione, você tá chorando? – ela se aproximou da sua cama e se sentou na ponta – Você ainda tá com dor?


- Não. – ela falou fungando – Só tô... sei lá, muito emotiva por causa de tudo que tá acontecendo. Só isso.


Draco a observou. Ela estava um caco. Ele não podia imaginar o quanto tudo que vinha acontecendo devia estar sendo horrível para ela. Era difícil para ele também, mas sabia que era mil vezes mais para Hermione. Ele meio que a admirava. Ela era muito forte por encarar todos aqueles problemas de frente. Qualquer outra pessoa se afastaria e fugiria dos próprios fantasmas. Olhando para ela ali deitada naquela cama, ele queria tanto poder abraçá-la e dizer que tudo iria ficar bem, que ele não iria deixar mais ninguém machucá-la. Mesmo sabendo que aquela era uma promessa furada, ele faria de tudo para cumpri-la. Queria tanto que ela o permitisse chegar perto de novo, como antes... Mais que antes... Não a decepcionaria daquela vez. Mas não podia, tinha pisado na bola e agora era a vez do Potter. Maldito Potter.


- Você está bem? – o loiro perguntou – Sua cabeça dói?


- Não. – ela respondeu - Madame Pomfrey me deu uma poção que está funcionando muito bem, graças a Merlin. Ela disse que eu vou ficar boa logo.


- Que bom. – Pansy sorriu – Porque eu tenho uma coisa que vai melhorar seu astral.


- Sério? – Hermione duvidava muito que alguma coisa pudesse melhorar seu astral no momento – O que é?


Pansy tirou do bolso do casaco um envelope de cor preta com detalhes prata. Hermione sabia o que era antes de abrir. Uma festa da sonserina.


- Vocês vão fazer uma festa depois de tudo que aconteceu?


Lucas riu.


- Esqueceu com quem está falando, Granger? Nós somos sonserinos, tudo é motivo para festa.


- Ah, me desculpe, erro meu. – ela revirou os olhos – Mas vocês estão deixando passar um detalhe. Eu não sou sonserina.


- É, mas não se preocupa, Hermione.  – disse Pansy – Com algum esforço você chega lá.


- Credo. – ela fingiu se arrepiar – Olha, agradeço o convite, mas vocês não acharam realmente que eu iria, né?


- Eu te disse. – falou Lucas para Pansy.


- Não vou insistir. – falou a garota – Mas fique com o convite, ok? Caso mude de idéia. Vai ser amanhã.


- Ok. – Hermione pegou o convite e colocou-o na gaveta do criado-mudo – Mas não me esperem lá, ok?


Pansy riu.


- Eu não vou.


Os dois foram para a porta mas Draco continuou parado no quarto.


- Você não vem, Draco? – perguntou Lucas.


- Já vou.


Os dois saíram e ele ficou a sós com Hermione.


- Você está bem mesmo? – perguntou ele.


- Estou. – ela tentou não sorrir com a preocupação dele – Mais umas horas entrevada nessa cama e vou estar pronta para outro ataque de comensais.


- Nossa. – ele franziu o cenho - Pansy tem razão, mais um pouco e você se torna sonserina.


Ela deu de ombros.


- Você sabe o que dizem, me diga com quem andas que eu te direi quem és.


Ele riu.


- Draco, - ela o encarou, ficando sério -  eu quero te agradecer. Você salvou minha vida. Muito obrigada.


Ele deu de ombros como se não fosse nada.


- Por você, a qualquer momento...


Aquilo a fez dar um leve sorriso. Ele continuou.


- E de qualquer maneira, eu não te fiz nenhum favor pra você me agradecer. Eu não sei o que seria de mim se acontecesse alguma coisa com você.


Hermione ficou em silêncio por um tempo.


- Por que está sendo tão gentil comigo ultimamente?


Ele se aproximou e se sentou ao lado dela. Segurou sua mão machucada.


- Porque eu estou cansado de ficar repetindo o quanto eu gosto de você e o quanto eu quero que a gente fique junto, Hermione. Porque falando você não acredita, então eu fico na esperança de que você, não sei, perceba... Perceba o quanto você se tornou importante pra mim. Perceba que se você me deixasse... eu cuidaria de você, iria fazer de tudo para nada de ruim te acontecer de novo. Mas nada que eu faça parece suficiente pra te provar isso. – ele parecia tão sincero que Hermione sentiu seu coração amolecer – Me diga o que fazer, Hermione. Me diz o que fazer pra você voltar pra mim.


Ele parecia tão sincero que Hermione teve vontade de chorar. Seu coração apertou naquele momento. A força dos sentimentos que ele causava nela nunca a paravam de surpreender.


Os olhos dela estavam marejados quando ela respondeu:


- Ás vezes eu até quero acreditar em você. Mas eu não posso. Não depois de você ter me magoado, omitindo pra mim uma coisa tão importante quando eu te dei o benefício da dúvida e achei que você estava sendo honesto comigo como eu estava sendo honesta com você. – ela desviou o olhar - Me desculpe, mas eu acho que nós estamos melhor como estamos agora.


- Mas, Hermione...


- Draco. – ela o interrompeu – Você precisa ir embora agora. Não posso me cansar.


Na verdade, ela queria que ele fosse embora logo porque assim ela ia poder voltar a chorar quietinha no seu canto, sem ninguém para ver nem perguntar o porquê do seu estado.


- Mas...


- Por favor.


Ele suspirou e se levantou enquanto ela se ajeitava na cama, deitando de lado, de costas para ele. Quando ouviu a porta se fechar, recomeçou a chorar. Com mais intensidade e por mais motivos dessa vez. Nada doía mais do que amar alguém que não te ama. Porque ela o amava, via isso com clareza agora. Como via também que eles não tinham futuro nenhum juntos. Nunca teriam.

***

No dia seguinte, pela manhã, Hermione acordou se sentindo um pouco melhor. Tomou um banho e se vestiu apropriadamente para sair da barraca mas, para ser sincera, não estava com a mínima vontade. Imaginava que o boato de que a invasão de comensais tinha sido única e exclusivamente para pegá-la, viva ou morta, já tivesse sido espalhado e todos deviam estar comentando. Sair da barraca para comer alguma coisa parecia atrativo porque ela estava morrendo de fome mas, por outro lado, a última coisa que precisava era de um bando de gente cochichando ao seu respeito ou fazendo perguntas.


Se deitou na cama novamente e tinha começado a ler um livro qualquer quando Harry apareceu. E, para sua felicidade, trazia uma bandeija de café-da-manhã.


- Harry! – ela sorriu quando ele colocou a bandeija na sua frente – Você leu a minha mente!


Ela começou a comer o café da manhã caprichado com vontade e sem cerimônia.


- Nossa, pensei que estivesse com fome mas nem tanta.


- Você nem imagina. Correr risco de vida e quase morrer dá fome.


Harry riu.


- Ei! De todas as pessoas desse castelo, acredite... eu imagino.


- Oh! É mesmo!


- Bem vindo ao clube! – ele falou.


Ela riu.


- Nós somos deprimentes.


Quando Hermione acabou de comer, eles ficaram conversando.


- Como você está? – ele perguntou – Com tudo que tem acontecido...


Ela suspirou.


- Tentando me manter forte.


Ele balançou a cabeça, como se entendesse. E Hermione percebeu que ele devia mesmo entender muito bem.


- Como você consegue? – ela perguntou – Sabe, toda a pressão... Como você não enlouqueceu ainda? Porque, sinceramente, eu sinto que vou a qualquer momento.


Ele sorriu.


- Eu não sei, Hermione. Mas ter vocês sempre do meu lado me ajudou muito. Por isso eu quero que saiba que nada mudou entre a gente, entendeu? Mesmo que nós não estejamos namorando mais, eu vou estar aqui por você, tá bom? Sempre que você precisar.

- Obrigada, Harry. Eu estou aqui por você também.

Os dois se abraçaram. Hermione sentiu-se agradecida por Harry ser seu amigo, e por saber que ele não estava chateado com ela por ter terminado o namoro nem nada disso.


Teria sido um momento para selarem sua amizade para sempre. Teria sido porque eles se deixaram levar pelo momento. Talvez Harry estivesse carente e se sentindo sozinho porque quando eles se separaram, ao invés de simplesmente se afastar como deveriam, Harry a beijou. E talvez Hermione estivesse sentindo o mesmo que ele, porque quando sentiu os lábios de Harry nos seus, ela correspondeu ao beijo.


Hermione se sentiu estranha. Por mais que soubesse que não era mais apaixonada por Harry, beijá-lo ainda tinha uma sensação boa. Não podia dizer que quando sentiu suas línguas se tocarem, seu corpo inteiro tremeu e se arrepiou como acontecia quando um certo loiro a beijava. Mas era meio confortador, a fazia se sentir aquecida de alguma maneira. O beijo durou o máximo que eles conseguiram fazer durar. Porque os dois sabiam que não haveria outro beijo, não haveria carícias nem algo a mais. Era o último beijo. Depois disso eles iriam simplesmente voltar a ser melhores amigos, porque era isso que eles deveriam ser. Só se separaram quando a necessidade de respirar foi mais forte.


Hermione deu um pequeno sorriso quando Harry a olhou.


- Hermione, eu...


- Eu sei, Harry. – ela pestanejou – Eu também.


***


Depois que Harry saiu, Hermione voltou a ler seu livro quietinha, deitada na cama. Estranhou o fato de Gina não ter voltado para a barraca depois do café, nem depois do almoço, nem depois do jantar. Gina ficou horas fora, o que era estranho para ela. Onde será que estaria esse tempo todo? Quando escureceu, Hermione se sentou na cama, dizendo a si mesma que se Gina não chegasse em uma hora, ela sairía para procurá-la. Já estava seriamente preocupada. Um tempo depois, quando estava prestes a escalar a grifinória inteira para ir atrás da amiga, a ruiva apareceu.


- Gina, - ela falou franzindo o cenho – tá tarde. O que houve?


Ela não respondeu. Olhando bem para ela, Hermione percebeu que ela parecia ter chorado muito.


- Tá tudo bem, Gi? O que aconteceu?


Uma lágrima solitária rolou pelo rosto de Gina.


- Sabe o que aconteceu, Hermione? – ela falou e Hermione se surpreendeu com seu tom. Ela parecia furiosa. – Eu vou te dizer o que aconteceu. Eu descobri que minha melhor amiga namorou o cara por quem eu sou apaixonada desde sempre pelas minhas costas.


Hermione se levantou completamente chocada.


- Gina... Como...?


- Como eu descobri? – ela parecia tremer de raiva – Não foi porque minha suposta amiga me contou, não é? – ela respirou fundo e passou a mão na cabeça, tentando se acalmar – Como você acha que eu descobri? Eu vi vocês mais cedo. Na minha barraca! Eu só vi o beijo, é claro. Não queria esperar pra ver o que ia acontecer depois!


- Não ia acontecer nada, Gina! Eu juro! Não significou nada! – falava Hermione tentando se aproximar – Nós terminamos! Terminamos justamente porque sabíamos que ia machucar você se a gente continuasse...


- Oh, me desculpe se eu atrapalhei a felicidade do casal! – Gina se afastou bruscamente – Não chega perto de mim!


Então era isso. O mundo de Hermione tinha finalmente ido por água abaixo. E ela achando que não poderia ficar pior.


- Gina, ouça... Me desculpa, eu sei que eu sou...


- Uma péssima amiga. – Gina imitou a voz dela maldosamente – E blá blá blá. Quer saber, Hermione? Eu tô cansada de você ficar repetindo isso pra mim e dizendo como eu sou importante para você e como nossa amizade significa tanto pra você... E nunca me demonstrando isso! Desde o verão, você é uma pessoa completamente diferente do que era. Completamente diferente da garota de antes. Aquela garota costumava ser minha melhor amiga... – Gina olhou para ela com desprezo – Você... Eu nem sei quem você é, quem você se tornou... Eu tenho nojo de você!


Á essa altura Hermione já chorava copiosamente diante das palavras da amiga.


- A Hermione que eu conheci nunca se envolveria com um Malfoy, nunca ficaria amiga de sonserinos, ela nunca se tornaria um deles. Ela nunca magoaria meu irmão, namorando um cara que destruiu nossa família! Nunca me magoaria, namorando o Harry, sabendo o quanto eu o amava, o quanto ele era importante para mim.


- Eu ainda... – falou entre as lágrimas – Ainda sou eu, Gina.


- Não é não. Sabe, entre ter uma amiga traíra e não ter uma amiga, eu prefiro a segunda opção.


- Gina, por favor, me deixa explicar.


- Nossa amizade acabou, Hermione.


A porta da barraca se abriu e Harry e Rony entraram afobados.


- Nós ouvimos gritos. – disse Rony – O que foi que aconteceu?


Hermione não respondeu. Apenas sacou a varinha e começou a colocar todas as suas coisas rapidamente dentro da mala.


- Por que você não pergunta para o seu amiguinho, Rony? – disse Gina se sentando na ponta da cama – Talvez ele te diga com quem ele tem andado dando uns amassos por aí...


Harry rapidamente entendeu o que estava acontecendo. E, pela sua cara, Rony também.


Hermione pegou sua mala e saiu. Não queria ficar ali para ver o que iria acontecer.


***


A porta da barraca de Pansy estava destrancada. Hermione entrou, andando lentamente. Largou a mala no meio do quarto e se sentou de modo indiano na cama. Pansy estava no banheiro e veio ver quem invadia seu quarto. Arregalou os olhos ao ver Hermione se sentar na sua cama de cara enchada, quase passando mal de tanto chorar.


- Se importa se eu ficar aqui? – a voz da morena quase não saiu – Gina descobriu tudo.


- Claro que não me importo. – respondeu.


Houve um momento de silêncio, onde Pansy só encarou Hermione aos prantos.


- Ela foi horrível comigo. Disse coisas terríveis.


Pansy revirou os olhos.


- Não importa o que ela disse. Você sabe que não é verdade. Ela que se dane.


Ela se afastou e quando voltou, estava com uma escova na mão e se sentou atrás de Hermione, começando a pentear seu cabelo.


- Seu cabelo está horrível. Há quanto tempo não o pentia?


- Há muito tempo.


- Me fala se doer.


Por um momento Hermione fechou os olhos. Por um milésimo de segundo, não pensou na sua amizade recém-acabada com Gina, nem no que Rony estaria pensando dela ou nos seus sentimentos por Draco ou nos seus poderes. Só estava respirando, desfrutando o puxão suave da escova do cabelo.

- Não dói. É bom.


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Notas finais do capítulo

N/A: Oi, gente!

Capítulo um pouco mais curto que os outros, então eu prometo que o próximo vem bem mais rápido! E no próximo tem feesta! =) Então, Gina descobriu tudo e foi bem malvada com a Hermione. O que vocês acharam? Eu mesma, relendo o capítulo, fiquei triste pela morena. Esse final, então... Imaginem a cena... Triste. (aff, acho que tô meia sentimental...) Enfim, Hermione tá passando por uma barra... E vou falar, a tendência é piorar... Mas uma coisa boa vai acontecer antes que tudo fique feio de vez pro lado dela. Adivinhem o que é? :-P

Bom, eu agora entrei de férias e vou permanecer de férias até agosto, graças a Deus. Então eu espero poder terminar de vez essa fic nessas férias e, quem sabe, começar uma outra que eu pretendo escrever há séeeculos! Minha cabeça tá borbulhando de idéias já, e eu preciso colocar essas idéias pra fora o mais rápido possíveeeel!

Enfim, vou ficando por aqui. Muito obrigada pra quem tá lendo, votando e comentando! Fico mais feliz a cada novo comentário!

Beijooos



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