O Preço de Amar Um Malfoy escrita por BlissG


Capítulo 12
Fugir é querer se enganar


Notas iniciais do capítulo

E se você me perguntasse se eu o amo, eu mentiria...
Taylor Swift – I’d lie



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/154735/chapter/12

Hermione evitava a sala da monitoria-chefe desde que Malfoy e ela se separaram. Preferia usar a sala da monitoria junto com os outros monitores mas sabia que Malfoy não. Ele amava ter a sua própria sala. O fazia sentir importante.


Mas naquela tarde de segunda-feira ela tomou coragem e foi até lá falar com ele. Tomou coragem porque, sinceramente, conversar com Malfoy era sempre exaustivo e sempre acabava em discussão. Ainda mais com um assunto daqueles.


Abriu a porta de madeira da sala e deu de cara com ele a encarando, surpreso.


- Ora ora, quem é vivo sempre aparece... - ele estava sentado atrás da sua mesa. Se encostou nas costas da cadeira despreocupado – Cansou de tentar me evitar, Granger?


Ela suspirou e fechou a porta atrás de si.


- Vim falar pra você ficar longe de mim e do Harry. – ela falou cruzando os braços – Pára de ficar jogando na cara dele que a gente já ficou junto. Pára de ficar lembrando tudo o que aconteceu. Não é uma lembrança feliz. – ela conseguiu rirda situação – Não mesmo.


- O motivo pelo qual a gente se separou não é feliz. – ele estava, de repente, muito sério – Mas o tempo que passamos juntos...


- O que tem? – ela perguntou – Você mentiu o tempo todo! Por mais que tenham sido bons momentos, eu nunca vou me lembrar disso e sorrir porque isso vai estar sempre preso á lembrança de que foi tudo mentira!


- Quantas vezes eu vou ter que dizer pra você que não foi? – ele se levantou da sua cadeira violentamente e parou na frente dela segurando os seus braços – Por que você não acredita em mim?


- E você ainda pergunta??? – ela se desvencilhou dele.


- Hermione... Eu gostava de você... Eu... Gosto...


- Pára, Malfoy! Por que não guarda suas mentiras para a Taylor Rose? Diga elas a alguém que vá acreditar.


Ele suspirou.


- Taylor e eu... – ele começou – não vamos sair mais...


Hermione apenas o encarou querendo que ele dissesse o porquê sem que ela precisasse perguntar.


- Ela disse que não vai se deixar ser usada pra esquecer ninguém... Que eu deveria procurá-la só quando eu superasse você... – ele olhou nos olhos dela – Então eu acho que eu e ela não vamos nos ver por um tempo...


A grifinória não disse nada.


- Você deveria fazer o mesmo. – ele sugeriu agora com um leve sorriso – Usar Potter pra me esquecer não é uma boa idéia. Ele não se compara a mim.


- Tem razão, ele é bem melhor que você! E deixa de ser doido, garoto! Eu não estou usando o Harry pra esquecer você porque eu já era apaixonada por ele antes de me envolver com você! Se quer saber, foi exatamente o contrário! Eu usei você pra esquecer o Harry!


Ele se aproximou dela novamente com aquele sorriso. O sorriso que ele sabia que tinha um efeito sobre ela.


- E funcionou, não é? – ele colocou a mão na nuca dela e Hermione não pôde evitar estremecer com aquele contato. A mão gelada dele acariciando seus cabelos faziam uma corrente elétrica passar pelo corpo dela. Por mais que nunca fosse admitir, Hermione tinha sentido saudade daquele contato. – Mesmo agora, você não consegue parar de pensar em mim...


- Isso não é verdade... – ela sussurrou. Sua voz estava fraca. Na verdade, ela estava fraca. Queria dizer pra ele se afastar mas tudo que ela conseguia se lembrar era em como o cheiro dele era bom e em como a fazia se sentir tonta.


Ele colocou a outra mão na cintura dela e a puxou para mais perto lentamente, como para evitar que ela percebesse o que ele iria fazer e se afastasse. Aproximou seus rostos e a beijou. Aqui ele não agiu com cautela. Tinha sentido tanta falta de beijar Hermione que quando sentiu ela abrir a boca, dando passagem para a língua dele, ele a beijou como se fosse a última vez. Com paixão, com ardor. Seu coração surpreendentemente acelerou e cada parte do seu corpo se arrepiou quando ela passou os braços pelo pescoço dele e puxou levemente seus cabelos.


- Eu sinto tanto sua falta... – ele falou, se afastando para olhá-la e em seguida a beijando de novo – Termina com o Potter, Hermione... – usava a sua voz mais sedutora – Ele não é bom pra você.


Aquilo foi um banho de água fria para Hermione. Ela juntou toda a força que tinha e o empurrou assustada.


- Não! – ela tocou seus próprios lábios sem acreditar no que tinha acabado de acontecer – Você... Por que você fez isso???


- Eu? – ele riu – Eu não fiz nada sozinho!


Ela o olhou com raiva.


- Essa foi a última vez que isso aconteceu, entendeu? – ela apontou o dedo pra ele – Fica longe de mim e do Harry! Eu não vou deixar você estragar tudo de novo!


E dizendo isso ela saiu, batendo a porta.


***


Hermione correu até o banheiro feminino, aos prantos. As lágrimas desciam livremente pelo seu rosto e seu choro era mais que desesperado. Ela estava apavorada consigo mesma. Como tinha caído na lábia do Malfoy? De novo? Tinha traído o seu namorado! O garoto mais perfeito do mundo, que faria qualquer coisa por ela... a pessoa por quem ela tinha sido apaixonada por anos... Se ele descobrisse, estaria tudo acabado...


Ela entrou no banheiro e fechou a porta atrás de si, escorregando até o chão e chorando compulsivamente.


- Quem está aí?


Hermione levantou os olhos e encarou a Murta-Que-Geme flutuando na sua frente. Ótimo, como se ela já não estivesse mal o bastante.


- O que está fazendo aqui, Granger? – ela perguntou, cruzando os braços – De tantos banheiros que tem nesse castelo pra você chorar, você vem logo pro meu?


Hermione tentou controlar as lágrimas.


- Não deu muito tempo de pensar pra onde eu estava indo, sabe?


Murta fez uma cara de descaso e deu de ombros.


- O que foi? Problemas com o seu namoro perfeito?


A grifinória franziu o cenho.


- Como você...?


- Nós, - ela sorriu - fantasmas, sabemos de tudo...


Hermione tentou rir.


- Ótimo, se vocês sabem de tudo então e decidirem contar pro Harry... Eu tô ferrada... – murmurou para si mesma.


A fantasma franziu o cenho.


- O que você fez com o Harry, Granger? – ela perguntou com uma voz acusadora – Você não vai partir o coração dele, vai?


A garota mal podia acreditar que estava conversando com um fantasma.


- Eu não sei!


- Como você pôde???


- Eu não sei... – ela repetiu, agora com a voz fraca e chorosa.


- Ele é um garoto de ouro! Você sabe quantas garotas gostariam de estar no seu lugar? Como você pode causar mal há tanta gente?! Já não chega o que está fazendo com a sua suposta melhor amiga???


- Cala a boca! – Hermione gritou em meio ao choro – Eu não tenho culpa!


- Claro que tem!


E então Hermione se lembrou das palavras de Trelawney.


“Você é destruição, Hermione Granger”


Será que ela estava certa? Será que, sem perceber, ela estava destruindo tudo á sua volta aos poucos? Sua amizade com Rony e Gina, a amizade de Harry com Rony, sua amizade/namoro com Harry... Tudo indo por água abaixo por causa dela?


Aquele pensamento fez uma dor insuportável se instalar no seu peito e Murta ainda lançando acusações e xingamentos á ela, não ajudava nem um pouco.


E então aconteceu. Uma dor forte em sua cabeça fez ela se encolher ainda mais no chão e dar um grito alto e agudo. Ela escondeu seu rosto nas próprias pernas e por isso não viu o que aconteceu mas as janelas no alto do banheiro se quebraram e o vidro era apenas pó no piso. Os canos, inclusive os das privadas, que passavam por ali estouraram inundando tudo de uma forma surpreendente. A força da água fez as privadas saírem do lugar e bater de encontro as portas de madeira dos compartimentos do banheiro, fazendo elas se quebrarem e caírem no chão com um estrondo.


Hermione arregalou os olhos quando levantou a cabeça e viu o que tinha acontecido com o banheiro. Completamente destruído. Seu choro continuou, ainda mais forte.


A porta do banheiro se abriu e professora McGonagall entrou, com uma cara alarmada. Com certeza tinha ouvido o barulho do banheiro caindo aos pedaços.


Ela olhou em volta chocada e então percebeu Hermione encolhida no chão, seu rosto banhado em lágrimas.


- Srta. Granger... O que houve?


Hermione não conseguia responder, ela só chorava enquanto uma pergunta pairava em sua mente:


O que estava acontecendo com ela?


***


Depois do que aconteceu na sala da monitoria, Draco saiu para dar uma volta pelos jardins de Hogwarts e tentar tirar Hermione da cabeça. Tinha que dar um jeito de reconquistá-la. Mas o que iria fazer? Ela estava obviamente vivendo um sonho, namorando o Potter. E estava tão imersa nesse sonho que não percebia que aquele namoro não estava certo. Eles não se amavam, não tinham a paixão que Draco e ela tinham.


Se surpreendeu quando viu Pansy sozinha, sentada em um dos bancos dos jardins.


Ele foi até lá.


- Ei! – ele se sentou ao lado dela e percebeu seu semblante triste – O que está fazendo aqui sozinha?


Ela deu de ombros.


- É tudo o que eu faço agora... Ficar por aí sozinha...


Draco revirou os olhos.


- Fala sério... Você tem á Hermione... e á mim... e... – ele fez uma pausa.


Ela riu, amarga.


- E a mais ninguém. Meus pais se foram... Lucas provavelmente nunca mais vai falar comigo...


- Isso não é verdade... Lucas... só precisa de um tempo...


Pansy olhou para o céu e seus olhos marejaram.


- Já sentiu como se você não fosse importante pra ninguém?


Ele suspirou.


- Você não tem motivos pra se sentir assim, Pansy... Sabe o quanto é importante pra mim... E pro Lucas... Sabe também o quanto se tornou importante pra Hermione.


Pansy olhou pra ele sem forças.


- Que isso, Parkinson? – ele a abraçou forte – Ainda precisamos de você pra muitas coisas.


***


E lá estava Hermione novamente, fadada a descansar no seu quarto a tarde inteira.


Se ela fosse Dumbledore, ela pensou, Hermione expulsaria ela de Hogwarts. Só o prejuízo que ela estava dando á eles esse ano...


Suspirou. Brincadeiras á parte, estava preocupada. Muito preocupada. O que todos aqueles poderes significavam? Como ela faria pra se controlar da próxima vez? Dumbledore tinha lhe dito que tudo ficaria bem mas e se ela machucasse alguém da próxima vez? Poderia acontecer, não poderia?


Estava tão distraída que só reparou que não estava mais sozinha quando Gina lhe chamou a atenção limpando a garganta. Devia ter sido a primeira a saber do que aconteceu, já que mais ninguém tinha aparecido desde que ela voltou pro quarto até agora.


- Oi... – ela deu um leve sorriso e se ajeitou na cama ao ver a amiga se aproximar.


- Oi... – Gina se sentou na cama dela – Você tá bem?


- Agora sim. – sem saber porquê, os olhos de Hermione começaram a marejar – E você?


- Eu? – Gina franziu o cenho – Mas foi você que teve problema.


- Isso não é verdade... – Gina desviou o olhar e seus olhos marejaram também – Que droga de amiga eu sou, não?


Uma lágrima solitária rolou pelo rosto da ruiva.


- Eu também não estou sendo das melhores.


- Eu senti sua falta.


- Eu também.


Gina se aproximou e as duas se abraçaram apertado.


- Me desculpa, Gina... – pediu Hermione, chorando novamente – Por tudo.


- Você não tem do que se desculpar, Hermione...


Mas Hermione sabia que tinha. Como contar pra sua melhor amiga que estava namorando o seu ex, por quem ela ainda era perdidamente apaixonada?


Nesse momento, a porta se abriu e Rony entrou. A garota sentiu uma outra crise de choro chegar quando viu seu amigo se aproximar preocupado.


- Hermione... Tudo bem?


Ela sorriu e esticou os braços para ser abraçada por ele. Fechou os olhos por um instante no abraço e depois abriu espaço para Rony se sentar com elas na cama.


- Que bom que vocês estão aqui.


E era verdade. Só então ela percebeu o quanto amava aqueles dois e o quanto os queria perto dela. Lugar aonde eles com certeza não estariam se soubessem a verdade. Não era justo que ela precisasse causar o sofrimento de pessoas que amava tanto para ter a sua própria felicidade. Era a coisa mais egoísta que poderia fazer.


E então a sua decisão estava tomada.


Ela ficou triste por perceber isso. Achava que amava Harry mais do que qualquer outra coisa no mundo. Mas não valia a pena. Via isso agora. Estar com ele escondido, com toda aquela culpa, não valia a pena. Ela tinha coisas mais importantes. E apesar de ser uma droga quando ela não estava com ele, era uma droga maior ainda quando ela estava com ele. Tudo parecia errado. E não era pra ser assim, era pra ser certo. Ela tentaria fazer as coisas certas dali em diante.


***


Naquela noite, Hermione estava no seu quarto, já recuperada, escovando os cabelos e pensando em como falaria com Harry. Suspirou. Só de pensar naquilo, parecia que uma faca afiada passava pelo seu peito cortando seu coração em dois. O que diria pra ele, Merlin?


Ouviu batidas na porta. Qual não foi a sua surpresa ao dar de cara com Draco e Lucas ali.


- O que vocês querem? – perguntou na defensiva.


- Pansy está aí? – foi Lucas quem perguntou com um tom de pânico que fez Hermione se assustar.


- Não. Eu não vejo Pansy desde de manhã. – eles se entreolharam preocupados – O que aconteceu?


- Nós não sabemos. – foi Draco quem respondeu – Achamos uma carta assinada por comensais da morte no quarto dela. Mas sinal nenhum de Pansy.


- Hã? Comensais da morte? O que dizia a carta?


- O que a gente já desconfiava. – falou Lucas – Que os pais dela estavam mortos.


Hermione arregalou os olhos.


- Mas por quê eles fariam questão de dizer isso á ela? – perguntou a grifinória.


- Um aviso. – falou Draco com um tom sombrio.


- Tem idéia de onde ela possa estar? – perguntou Lucas.


- Não. Idéia nenhuma.


- Já procuramos no castelo inteiro! – falou Lucas apavorado.


- Ela pode ter tentado sair... – falou Hermione quando uma idéia lhe veio na cabeça.


Draco balançou a cabeça, indicando que aquela idéia também lhe ocorreu.


- Mas o único caminho que não  é vigiado é pela floresta proibida! – os dois olharam para Lucas e ele arregalou os olhos – Pansy não seria doida!


- Ela não deve estar bem. – falou Draco.


- Ela não vai conseguir sair! – Lucas disse – Vai ser morta na floresta!


- Então vamos encontrá-la antes!


Os dois se olharam e já iam dar meia volta e sair correndo quando...


- EI! – Hermione gritou – Eu vou também!


- Hermione, você não... – começou Draco.


- Eu vou! – ela o cortou – Ela é minha amiga também!


Ele ia rebater mas Lucas foi mais rápido:


- Draco, deixe Granger ir. Ela tem razão. E Pansy pode precisar dela.


Draco suspirou derrotado e os três rumaram para a floresta proibida.


Por ser noite, por ser uma floresta e pelo inverno estar se aproximando, o frio era indescritível. Por mais que estivessem andando há algum tempo, Hermione quase não estava conseguindo aguentar. Os garotos estavam bem agasalhados mas ela tinha saído de repente, só estava com um casaco fino que não estava adiantando de nada. Pelo contrário, parecia estar fazendo ainda mais frio.


- Quer meu casaco? – perguntou Draco.


- Não. – ela falou, tentando impedir que seus dentes rangessem – Eu tô legal.


- Você tá tremendo. – ele falou sem nem acreditar no orgulho dela.


- Eu tô bem. – ela olhou em volta enquanto ouvia Lucas gritar o nome de Pansy mais uma vez – Eu acho que a gente devia se separar.


- O quê? – perguntou Draco.


- Dá pra gente achá-la mais rápido! – falou Hermione.


- Eu também pensei nisso. – disse Lucas.


Draco olhou para ele irritado. Tudo bem Hermione ter idéias suicidas, ele tinha passado um tempo com ela, sabia que ela não tinha muita noção de perigo, mas ele?


- Se um de nós for atacado, por... sei lá, alguma coisa... nós precisamos estar juntos! – ele falou tentando trazer os dois á razão.


- Se ficarmos juntos, não vamos achar Pansy tão cedo! – ela falou – Se algum de nós entrar em perigo, nós mandamos um sinal com a varinha! É melhor assim.


- Também acho. – falou Lucas.


- Mas eu não.


- Bom, é dois contra um então nós ganhamos. – falou Hermione querendo acabar logo com esse assunto – Eu vou por ali. Tchau pra vocês.


E ela se afastou, como se estivesse pronta pra passear no bosque.


- Granger! – chamou Malfoy tentando usar sua voz mais indiferente – Não tente enfrentar nada sozinha, entendeu? Não quero perder tempo com você também.


Ela revirou os olhos.


- Cala a boca, Malfoy.


***


Estava quase amanhecendo. E Hermione estava seriamente preocupada com Pansy. Aonde ela tinha se enfiado? Estava bem? Estava... viva? Pensou em como a amiga deveria estar mal com a certeza da morte dos pais. Tudo bem que ela já imaginava que eles deveriam estar mortos mas é claro que ela ainda tinha esperança de eles serem encontrados vivos. Quem não teria?


- PANSY! – gritou mais uma vez.


Um barulho nas árvores foi ouvido. Hermione estancou. Empunhou ainda mais a varinha.


Outro barulho. A garota parou e começou a rodar lentamente. Hermione tentou respirar normalmente apesar de seu coração parecer que ia sair pela boca. Tentou se acalmar também. Ela não sabia de que lado o que quer que fosse estava.


- Quem está aí?


E então a criatura apareceu.


Centauros. Uma dezena. E todos posicionados como tivessem ensaiado. Com flechas.


Flechas apontadas para ela.


- O que você faz aqui? – perguntou um deles.


- Estou procurando uma amiga. – explicou Hermione tentando não entrar em pânico.


- Alunos não devem entrar na floresta. – continuou - Especialmente á noite.


- Acredite – ela falou – eu não entraria aqui se não fosse extremamente necessário.


- Está falando mal da nossa floresta? – falou outro, parecendo extremamente irritado – Estamos cansados de vocês bruxos, sempre se achando tão superiores, entrarem em nossos domínios sem serem convidados.


Ele atirou consecutivas flechas em questão de um segundo e Hermione pareceu ver em câmera lenta aquelas coisas afiadas virem em sua direção. Mas elas não chegaram a atingi-lá. A garota apenas sentiu algo aquecer dentro de sim e de repente, as flechas estavam pegando fogo no ar, ao mesmo tempo.


Os centauros fizeram um barulho de choque.


- Como você fez isso? – perguntou o primeiro. Que era muito mais educado que o das flechas, diga-se de passagem.


- Eu fiz isso? – ela encarou o lugar onde as flechas estavam no ar, as cinzas haviam sido levadas pelo vento – Eu não sei. Tenho feito muitas coisas que eu não tenho idéia ultimamente. – ela falou com sinceridade.


Houve um instante de silêncio, então o mesmo centauro continuou.


- Permita-me perguntar seu nome?


- Hermione Granger. O seu?


- Phobos. – ele se aproximou, destacando-se dos outros centauros – A srta. vai estar nessa guerra?


- Vou. – ela respondeu balançando a cabeça.


- De que lado?


Hermione se surpreendeu com a pergunta.


- Do lado de Harry Potter, é claro.


- Sempre? – ele perguntou.


- E pra sempre. – ela afirmou, sem nem saber porquê estava assegurando áquilo a um centauro – Independente do que aconteça.


Ele fez um aceno, mas aquilo também parecia uma... reverência.


- Mantenha isso em mente, srta. E nunca desista do lado que escolheu. Por mais que queira fazer isso em momentos difíceis. Se lembre disso. Não importa aonde ou como esteja, mantenha-se fiel aos seus amigos.


Hermione respirou fundo.


- Eu vou.


- Sabemos onde está sua amiga. – ele falou – Ela foi atacada.


- Ela está bem?


- Ela está viva.


Hermione pestanejou.


- Pode me levar até ela? – ela pediu – Por favor?


Ele pareceu assentir.


- Acompanhe-me.


E então saiu correndo.


- Ei! – ela chamou um pouco irritada, no que ele retornou – Como espera que eu faça isso?


Ele a olhou como se ela fosse louca.


- Use seus poderes. – falou – Apenas corra.


E então ele próprio começou a correr.


O que ela poderia fazer? Seguiu o conselho dele.


Tentou correr o mais rápido que pôde e acompanhá-lo mas nunca tinha sido muito boa nisso.


E então algo surpreendente aconteceu.


Seus pés não tocavam mais o chão. Ela se sentiu levitar, mas não muito alto, apenas á uns trinta centímentos do chão. Tudo o que passou pela sua cabeça naquele momento foi: UAU! E parecia que o quanto mais ela deitava seu corpo para frente, mais rápido ela ia. UAU! Não demorou muito para estar andando lado a lado com Phobos. Incrível.


E assustador.


Conseguiu parar quando ele parou mas acabou se desequilibrando com a parada repentina e caiu com tudo no chão úmido.


- A senhorita está bem?


Ela se levantou, sem graça.


- Ótima.


Ele apontou com a cabeça.


- Sua amiga.


Hermione olhou para onde ele estava mostrando e seu coração doeu. Pansy estava precariamente escorada em uma árvore, sua perna sangrava.


- Pansy. – ela correu até ela – O que aconteceu com você?


- Hermione... – sua voz saiu muito fraca – é você?


- Sou eu. – ela pegou a mão da amiga e a segurou como para provar que estava mesmo ali – Vim te buscar. O que te atacou?


- Lobisomem. – ela falou – Foi horrível.


Hermione estava de olhos arregalados.


- Como você sobreviveu?


- Consegui fugir. – ela deu um risinho – Ele não era muito inteligente.


Hermione também sorriu mas balançou a cabeça.


- Você ainda consegue brincar?


Pansy apenas suspirou.


- Vamos embora daqui.


Ela pegou sua varinha e apontou para o céu, fazendo um sinal. Em seguida se virou para Phobos.


- Muito obrigada. – ela falou verdadeiramente grata – Não tem palavras pra dizer o quanto eu estou agradecida.


Ele fez outra reverência.


- A senhorita pode decidir essa guerra. Use seus poderes com sabedoria. E não esqueça dos centauros.


Hermione não sabia do que ele estava falando mas ele não devia estar mentindo.


- Eu não vou esquecer.


Ele saiu e as garotas ainda esperaram sozinhas por alguns minutos até Draco e Lucas aparecerem.


- Hermione! – Draco veio correndo, quase tropeçando na raiz de uma árvore – Pansy! Vocês estão bem?


- Estamos. – Hermione respondeu – Pansy está machucada, mas vai ficar bem.


Lucas apareceu correndo também, e foi logo se abaixando ao lado de Pansy. Hermione lhe deu espaço.


- Sua louca! Aonde você estava com a cabeça?


- Não sei. – foi a resposta fraca da sonserina.


- Vamos deixar as discussões pra depois, ok? Vamos só... dar o fora daqui.


- Boa idéia.


Os quatro rumaram para fora da floresta proibida. Lucas teve que levar Pansy no colo mas não foi um sacrifício. Nenhum dos dois reclamou. Foram andando alguns metros á frente, deixando Draco e Hermione pra trás.


- É... – ela falou observando o casal que conversava – Acho que dessa vez eles se acertam.


Draco sorriu.


- Tomara.


Hermione se abraçou. Agora que toda a adrenalina tinha passado o frio tinha voltado.


Draco tirou seu casaco e lhe entregou.


- Toma, Hermione.


- Eu não quero.


Ele revirou os olhos.


- Dá pra não ser tão orgulhosa pelo menos uma vez na sua vida? Você está congelando.


Ela bufou, mas aceitou o casaco. O cheiro de Draco estava empregnado nele, como era de se esperar. Hermione teve que lutar contra si mesma para não suspirar.


- Você vai perder as forças, sabia? – ele falou.


- O quê? – ela perguntou confusa.


- Você vai perder as forças de tanto resistir á mim.


Ela tentou não rir.


- Isso não vai acontecer tão cedo. – ela falou – Eu sou muito forte. Minhas forças não acabam rápido e eu vou lutar contra qualquer parte do meu corpo que se sinta atraída por você.


- Eu sei que suas forças não acabam rápido. – ele deu um sorriso triste – E isso é que me desanima. Ainda vai demorar.


Ela mal podia acreditar que estava tendo aquela conversa com ele.


- Pra minha sorte, você vai desistir antes disso.


- Se eu fosse você, não contava com isso. – ele sorriu – Eu nunca vou desistir de você, Hermione. Eu vou esperar o tempo que for. Até você perceber que sou eu o cara certo pra você. Eu e ninguém mais.


Hermione não sabia mais o que dizer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo


N/A: Olá pessoal!

Capítulo veio rápido dessa vez! Isso porque vocês comentaram bastante, então eu resolvi postar logo! Muito obrigada! É muito bom entrar aqui na floreios e ver os comentários de vocês. Adoro saber que vocês estão gostanto dessa fic tanto quanto eu gosto de escrevê-la.