O Preço de Amar Um Malfoy escrita por BlissG


Capítulo 11
Te diria que sinto sua falta, mas não sei como


Notas iniciais do capítulo

"Você era apimentado e maluco, tão frustrante, intoxicante, complicado... Me afastei por um erro e agora vou sentir falta de gritar e brigar e beijar na chuva, duas horas da manhã e eu xingando seu nome... "
The Way I Loved You – Taylor Swift



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/154735/chapter/11

Taylor Rose era uma das garotas mais interessantes da sonserina. Ela era bonita, simpática, engraçada e doce. Se você a comparasse com as outras garotas daquela casa, seria estranho porque a maioria das garotas sonserinas eram de um tipo só. Lindas, ricas e atiradas. Taylor era linda e rica mas não era atirada... Ela, na verdade,  era muito discreta (para uma sonserina), não era costume vê-la dando uns amassos em um cara. E ela era uma das poucas garotas da sonserina que nunca tinham ficado com Draco Malfoy. O loiro nunca quis se prender e temia que isso poderia acontecer se ficasse com uma garota como Taylor, e todos sabiam disso. Mas qual não foi a surpresa quando Draco a convidou para ir para Hogsmeade com ele naquela semana.



No sábado de manhã, todos estavam em frente á escola esperando liberarem as carruagens. Pansy ia se aproximando ao ver os cabelos platinados de Draco quando viu que Lucas estava com ele e com sua namorada, a Miller. Rose também estava com eles então era melhor ela se afastar antes que eles a vissem e ela fosse obrigada a ficar segurando vela.



Hermione, de longe, viu a amiga parada e se aproximou.



- Tá fazendo o quê aí, Pansy?



A sonserina suspirou e apontou para os dois casais de longe.



- Pensando num modo de não ficar de vela.



Hermione seguiu seu olhar e arregalou os olhos ao ver que Draco estava saindo com alguém. Sentiu um aperto no coração e uma reviravolta no estômago. Reconhecia aquela sensação. Ciúme.



Não sabia o nome da garota que estava com ele, mas ela era bonita. Era alta e magra, com cabelos loiros cacheados e olhos azuis. Suas roupas não eram chamativas mas percebia-se que eram de grife. Sua maquiagem não era exagerada assim como a das outras da sonserina, era na medida certa. Hermione percebeu com outra reviravolta no estômago que ela era perfeita. Voltou seu olhar para Pansy antes que eles percebessem que ela estava olhando.



- Ela não é páreo pra você. – disse Pansy rindo de lado ao ver a expressão da garota.



- O quê? – perguntou a grifinória, fazendo-se de desentendida.



- Draco gosta de você, Hermione. – disse revirando os olhos - Quer você acredite ou não. Se você quiser, pode ir até ele agora, pedir pra voltar e ele vai dizer que sim.



- Não sei do que você tá falando. – cruzou os braços – Eu tenho namorado, esqueceu? E eu tô mais do que feliz que o Malfoy está seguindo com a vida dele.



- Então aonde está seu namorado? – Pansy perguntou com uma voz irritantemente debochada.



- Harry está por aí. Nós não vamos poder passar o dia juntos como namorados porque Rony vai estar com a gente.



- Me conta uma novidade... – falou a sonserina entediada.



- O que quer dizer? – falou Hermione franzindo o cenho.



- Qual é, Hermione? – falou impaciente - Qual foi a última vez que você ficou com o Potter como namorados?



- Eu... – ela tentou se lembrar... é, realmente fazia muito tempo – Nós...



- Pra mim vocês continuam o que eram antes, se quer saber. – ela falou - Vocês dois só se convenceram de que eram namorados... Aposto que você nem sente falta de beijar ele!



Hermione bufou.



- Olha, não precisa descontar em mim o fato de você estar com raiva porque seu amorzinho está com outra garota, tá legal?



- Ás vezes você me irrita, sabia? – falou Pansy de modo agressivo.



As vozes delas já estavam se alterando e algumas pessoas já tinham começado a olhar, inclusive Draco e Lucas, assim como suas respectivas acompanhantes.



- Eu te irrito? – falou Hermione apontando pra si mesma.



- É, você fica fugindo dos seus sentimentos o tempo todo! Por que não encara tudo de uma vez?



Hermione riu, cheia de ironia.



- Ah, isso vindo da garota que não se declara por medo! E depois quer vir falar de mim! Porque não encara o fato de estar apaixonada pelo seu melhor amigo de uma vez e acaba logo com essa história? Por medo! Depois vem me dizer que eu estou fugindo! Vai cuidar da sua vida, sua fujona!



Um silêncio absoluto reinou no pátio. Todos olhavam de Draco para Lucas chocados. Eles eram os garotos que Pansy mais andavam, seus melhores amigos. O cara a quem Hermione se referia só podia ser um dos dois.



Draco por sua vez olhava para Lucas, que tinha ficado mais pálido. Os dois sabiam que a história de Draco com Pansy já tinha acabado, não havia dúvidas sobre isso. Era óbvio que era ele.



Assim que Hermione acabou de dizer essas palavras, se arrependeu instantaneamente. O olhar perdido de Pansy demonstrava sua decepção com a amiga e quando a grifinória foi abrir a boca para se desculpar, a sonserina falou:



- Obrigada, Granger.



E voltou para dentro do castelo, deixando todos com idênticas caras de tacho.



***



Draco e Taylor estavam numa área mais reservada de um dos pubs mais caros de Hogsmeade. Já se beijavam há um tempo quando ela se afastou um pouco, sorrindo.



- Que foi? – ele perguntou.



- Preciso de ar. – ela o olhou – Você não?



Ele riu de lado.



- Tá na cara que você não me conhece mesmo.



- Como as garotas te aguentam??? – ela perguntou rindo ainda mais – Você era assim também com a Granger?



O sorriso que ele tinha até o momento murchou e ele ficou sério.



- Assunto delicado? – ela perguntou ao ver a mudança em sua face e ele não respondeu – Aquela garota realmente te pegou, né Draco?



- Ninguém conseguiu me pegar, Taylor. – ele revirou os olhos.



- Isso é o que você diz. – ela retrucou - Mas todo mundo via o jeito que você olhava pra ela. O jeito que você olha.



Ele bufou, impaciente.



- Como acabamos falando na Granger?



- Vai negar que está aqui comigo porque queria esquecê-la?



Ele suspirou.



- Não. Eu estou aqui para esquecê-la. E estava fazendo isso muito bem até você começar a falar dela! – reclamou com raiva.



- É... Mas eu não vou deixar você me usar pra isso. – ela sorriu – Não sou idiota igual a essas garotas com que você tá acostumado, Draco.



Ele riu de lado.



- Foi por isso que eu chamei você hoje, e não elas.



Ela deu de ombros.



- Pena que foi na hora errada, em um momento errado.



Ela pegou sua bolsa e se levantou.



- Me procura quando você tiver com essa história completamente resolvida, tá?



Ela se abaixou e lhe deu um selinho demorado.



- Pode deixar que eu vou, Taylor. – disse antes da garota se afastar.



***



Hermione o procurou pelo povoado inteiro. Estava quase desistindo quando o encontrou sentado no balcão do Três Vassouras, sozinho, tomando um copo generoso de wisky de fogo.



- Pensei que alunos não pudessem beber. – falou a grifinória se sentando ao seu lado.



- Eu já tenho 17 anos. – falou Lucas.



- Mas alunos não podem beber. – ela insistiu.



- Vai dar uma de monitora chefe pra cima de mim? – ele a olhou impaciente.



Hermione levantou os braços em sinal de rendimento.



- Tudo bem, prometo que vou te dar uma folga.



- Pode me dar uma folga indo embora. – ele falou em tom de sugestão.



- Não, isso não vai dar pra mim fazer. – ela fez uma pausa e o observou por uns segundos – Onde está sua namorada?



Ele tomou mais um gole da bebida e revirou os olhos.



- Precisava me livrar dela por um tempo.



- E seu melhor amigo?



- Não nasci pra vela.



Hermione ignorou a pontada no seu coração e a vozinha que perguntava aonde e o quê Draco estava fazendo com aquela garota. Mas tentou afastar o pensamento, não estava ali pra falar daquilo.



- Eu só me pergunto... – ele começou – como eu nunca percebi. Quer dizer, olhando pra trás, me parece tão óbvio.



- É, vocês garotos podem ser muito obtusos de vez em quando. Quase sempre, pra falar a verdade. Eu percebi de cara, pelo jeito que ela olhava pra você.



Ele a olhou feio.



- Tudo bem que nós não somos amigos, Granger, mas pensei que uma garota como você viria até aqui pra me dizer palavras de apoio.



Ela reprimiu um sorriso.



- Me desculpa. – ela deu de ombros – A culpa não é inteira sua por não ter percebido. Quer dizer, não conscientemente. Seres humanos em geral são capazes de bloquear coisas que sabem que podem machucar. Ás vezes é preferível não ver.



- Eu... – ele hesitou – a magoei muito nesse tempo?



- Não vou mentir pra te fazer sentir melhor. – ela balançou a cabeça – Sim, magoou.



Ele soltou o ar dos pulmões e bebeu mais.



- Mas agora que você sabe a verdade... pode fazer dela a garota mais feliz...



- Eu não sei...



- Você não sente nada por ela? Nem atração?



- É claro que eu sinto. – ele revirou os olhos – Você já olhou pra ela? Ela é linda! E gostosa! Mas... ela era namorada do Draco! E é minha amiga! Como eu vou saber se não estou simplesmente confundindo os sentimentos? Já vi isso acontecer muitas vezes! Como se passa de amizade pra namoro?



Ele a olhou ansioso e Hermione percebeu que não era uma pergunta retórica.



- O quê? – ela perguntou confusa.



- Como sabe que você e o Potter não estão cometendo um erro?



Hermione foi pega de surpresa. Ela apenas olhou pra ele sem entender. Como nunca tinha pensado nisso?



- Eu não sei... Eu sou apaixonada pelo Harry há muito tempo...



Lucas olhou pra ela com um ar de riso.



- Ora, Granger... Não deveria querer cuidar de um relacionamento quando o seu está por um fio...



Ela franziu o cenho.



- Meu namoro não está por um fio! Não sei da onde vocês tiram isso! Você e Pansy se merecem mesmo!



Lucas a olhava enquanto sacudia a cabeça.



- Granger, Granger... sabe que eu até entendo você?



- Hã? – perguntou confusa.



- Se envolver com o Draco fez tudo na sua vidinha perfeita desandar. E de repente, você consegue que seu melhor amigo olhe pra você... mas então... é tarde demais porque você está apaixonada por outro.



- O quê? – ela arregalou os olhos – Claro que não! Eu sou apaixonada pelo Harry! Vocês são doidos!



- Não! Ao contrário de vocês grifinórios, nós sonserinos somos observadores!



- Ah, ótimo! – ela riu sarcástica – Isso vindo do cara que demorou séculos para descobrir que a amiga era apaixonada por ele! Se isso é ser observador, Lucas... Me desculpa mas eu tô muito feliz assim!



- Você sabe que eu estou certo, Granger. Seu namoro é um fracasso.



Hermione ia abrir a boca para dar uma resposta afiada quando alguém a cortou.



- Que bom que alguém além de mim percebeu isso!



Ela prendeu a respiração e se virou para encarar Malfoy com um sorriso presunçoso. Não estava com Taylor, graças a Merlin.



Hermione o olhou com o maior desprezo que conseguiu.



- Vocês são ótimos peritos de relacionamento, né? – ela falou – Um que não consegue enxergar e outro que não consegue amar. Depois querem falar de mim? Que legal.



Draco revirou os olhos.



- Não precisa ser um expert pra dizer que seu namoro está fadado ao fracasso, Granger. Afinal, quem consegue namorar o Potter depois de ter tido do bom e do melhor? Ou seja, eu?



- Qualquer pessoa que tenha um pouco de amor próprio e que queira ser amada, Malfoy. Você sabe que Harry, ou qualquer garoto de Hogwarts, pode dar pra nós garotas uma coisa que você não pode e que é a coisa mais importante do mundo! – ela sorriu enfezada – Já contou pra sua nova amiguinha da sua incapacidade ou vai enganar ela também?



- Isso é ciúmes? – ele perguntou sorrindo.



- Não, só acho que nós garotas temos que nos defender.



- Aposto que Taylor não quer ser defendida de mim! – ele falou com um sorriso safado.



Ela bufou.



- Você é nojento!



- Hermione! – o sangue dela gelou ao olhar pra porta e ver Harry entrando e vindo na direção deles com uma cara de poucos amigos.



- É hoje... – Lucas murmurou.



Ela se afastou dos sonserinos e foi em direção ao namorado.



- O que você está fazendo com eles? – Draco ouviu Potter perguntar.



- Se eu fosse você cuidava mais da sua namorada, Potter. – ele riu do seu jeito mais irritante – Todos nós sabemos da necessidade que ela tem de ficar perto de mim.



Harry ia se aproximar de Malfoy, pronto pra começar uma briga ali, mas Hermione o puxou.



- Harry... Vamos... Não dá atenção, ele só quer te irritar.



Os dois apenas se olharam por alguns segundos e Draco teve inveja da proximidade e do acordo silencioso que eles pareciam fazer. Harry e Hermione nunca tinham precisado de muitas palavras pra se entender.



Ela apenas segurou na mão dele e o encaminhou para fora do bar.



Draco bufou e se sentou ao lado de Lucas.



- Vou precisar te acompanhar na bebida, cara.



***



Pansy estava sentada numa lanchonete em Hogsmeade, devorando uma enorme taça de sorvete quando Hermione se aproximou dela. A grifinória mantinha os braços cruzados e não precisava ser um expert em linguagem corporal para dizer o quanto ela estava arrependida.



Pansy levantou os olhos para ela assim que ela parou na sua frente, de pé.



- Me desculpa, amiga... - ela sussurrou - Não tem palavras pra dizer o quanto eu tô arrependida. Juro que se tivesse um vira-tempo, eu voltaria e calaria a minha boca na base da porrada.



Pansy deu de ombros.



- Esquece isso, Hermione...



- Não... - ela puxou a cadeira e se sentou de frente para a sonserina - Eu sei o que sentiria se Harry tivesse ficado sabendo desse jeito que eu era apaixonada por ele. Se eu fosse você, eu não me perdoaria.



Os olhos de Pansy estavam marejados mas ela sorriu.



- Que bom que você não sou eu, então. - ela pestanejou e uma lágrima solitária rolou - Eu te provoquei falando do seu namoro. Não tinha esse direito. Você só ficou com raiva e...



- Não! Não foi porque eu estava com raiva! Eu nunca... nem com raiva... diria isso... As palavras simplesmente saíram. Não foi de caso pensado, eu juro!  



- Tudo bem. Só... esquece essa história, tá bom?



As duas ficaram em silêncio por alguns segundos.



- O que você vai fazer agora?



Pansy suspirou.



- Não sei... O que eu sei é que... minha amizade com Lucas acabou agora...



- Claro que não! - Hermione disse - Quando Harry soube que eu sempre fui apaixonada por ele, ele me disse que eu não deveria ter escondido algo assim dele... Que nossa amizade não teria acabado se eu tivesse contado...



Pansy riu.



- Você é tão ingênua ás vezes, Hermione... Não sei se percebeu, mas há uma diferença bem acentuada entre o Lucas e o Potter.



Hermione revirou os olhos.



- Só acho que vocês deveriam conversar...



- Ele tem namorada.



- Ele não gosta dela.



- Quem é você pra dizer isso com tanta certeza? Você nem o conhece direito!



Hermione respirou fundo.



- Bom, eu sou Hermione Granger. Uma grifinória que com certeza não tem nada a ver com o Lucas. Mas eu tenho mesmo que te lembrar quem você é? Você é Pansy Parkinson, lembra? Você consegue as coisas que você quer. Você pode mudar de atitude nesse momento e agir como a garota que eu sempre pensei que você fosse e pegar o Lucas pra você. Mas por algum motivo, você simplesmente continua aqui se lamentando... Qual é o problema?



Pansy bufou.



- Chega, Hermione. É uma guerra perdida, sempre foi. - ela se levantou - Vamos voltar pra Hogwarts, num aguento mais esse povoado!



***



Narcisa estava realmente feliz em estar ali com seu único filho. Desde antes do verão que não tinha a oportunidade de conversar com ele então era ótimo. Mas desde o primeiro momento que o vira, percebeu que havia algo de errado. E só pelo seu olhar, podia ver o que era.



- E então, Draco? – perguntou ela quando ele acabara de lhe contar sobre como ele tinha ajudado a fazer chover em Hogwarts.



Draco olhou para ela como quem espera uma explicação.



- Então o quê, mãe? – perguntou ele quando percebeu que a explicação não viria.



- Vai me dizer o porquê dessa tristeza ou eu vou ter que adivinhar?



Draco pestanejou.



- Tristeza? – ele perguntou como se ela fosse louca – Que tristeza, mãe? Eu, hein... – ele deu uma jogada típica de cabelo e bebeu um gole da sua cerveja amanteigada – Tô ótimo!



Narcisa franziu o cenho.



- Draco... Sei que não está. Sou sua mãe, te conheço muito bem e nunca te vi assim. Por que não me diz o que aconteceu?



- Mas não aconteceu nada! – ele falou.



Narcisa suspirou.



- É uma garota, não é? – Draco, surpreendentemente, corou – Pode me dizer, não há problema nenhum... Eu sei muito bem que você não é nenhum santo e nem nunca foi!



- MÃE! – ele exclamou corando mais ainda.



Narcisa sorriu e Draco respirou fundo.



- Dumbledore... – ele começou, hesitante – disse que o Lorde pode ter colocado um feitiço em mim e... na Granger... que foi um feitiço muito poderoso...



- É... Ele me escreveu uma carta falando sobre isso. – Narcisa falou – Não sei o que ele quer com isso. – ela suspirou – Na verdade, posso imaginar, mas com certeza não estava nos planos dele que a amiga de Harry Potter fosse mais atingida que você.



- É... E Dumbledore disse que... uma pessoa não iria aguentar ter dois feitiços poderosos ao mesmo tempo. Que um tem que dar lugar ao outro.



Narcisa balançou a cabeça.



- Você está se referindo ao feitiço que te impede de se apaixonar...



Draco corou levemente de novo.



- É...



Narcisa perguntou delicadamente:



- Você está se apaixonando por alguém?



Draco ficou em silêncio por um tempo, batucou na mesa, bebeu cerveja amanteigada e finalmente encarou a mãe.



- Não sei, quero dizer...



Mas foi interrompido.



- Ohhhhhhhhhhhhhhhhhhh. Meu filho tá apaixonado! – ela se esticou na mesa e apertou sua bochecha – Que bonitinho!



- Mãe, por favor! – Draco se afastou do aperto da sua mãe – Facilita as coisas!



Narcisa estava com um sorriso maior do que a cara. Não podia deixar de se sentir feliz, afinal, nunca apoiara essa idéia maluca de Lúcio. Como assim, impedir seu próprio filho de amar? Já não bastava ele ser um Malfoy, e, sendo um Malfoy, ser difícil de agradar, convencido, interesseiro e mais aquele outros bandos de defeitos que só pode existir em uma única pessoa se ela for um Malfoy?



- Quem é?



- Não vou dizer! – não podia dizer que era a Hermione. Tudo bem que sua mãe agora fazia parte da Ordem mas o preconceito contra nascido-trouxas estava muito enraizado nas suas veias, não sabia como ela reagiria.



- Ok! – ela sorriu sabendo que ficaria sabendo de um jeito ou de outro – Mas me diga, ela gosta de você também?



Draco suspirou.



- Gostava, eu acho... mas eu... fiz besteira...



- O que você fez? – ela perguntou.



- Eu... – ele corou – disse que a amava... – Narcisa ia soltar outra exclamação quando Draco a completou – antes do feitiço ser quebrado.



- Mas você...?



- Não. Quer dizer, eu não sei se eu a amava... acho que não... Eu só... Sabia que ia perdê-la pra sempre se não dissesse. Não que ela seja daquelas garotas que precisasse ouvir. – ele se apressou em defendê-la – Mas ela... É uma daquelas garotas que... merecem mais. Você entende?



Narcisa balançou a cabeça.



- Entendo.



- Então, ela descobriu que eu não a amava e me mandou ficar longe dela e agora está com outro idiota. E eu não consigo tirá-la da minha cabeça! Não adianta sair com outras garotas, não adianta ir pra festas, nada adianta! – ele tomou outro gole de cerveja amanteigada, frustrado – Ás vezes eu só quero sacudí-la e obrigá-la a ficar comigo!



Narcisa suspirou.



- Bom, isso é exatamente o que um Malfoy faria...



Draco respirou fundo.



- Tem horas que eu queria simplesmente não fazer parte dessa família.



- Eu também. – falou Narcisa, num suspiro – Mas enfim... Draco, nós sabemos que Lúcio nunca foi um bom pai pra você e que nunca te ensinou nada que prestasse, mas na verdade, sim, ele te ensinou algo bom... Te ensinou a lutar pelo que você quer. E você aprendeu isso muito bem. Então eu acho que você deveria se empenhar em reconquistá-la. Não acho que você tenha essa fama toda á toa.



Draco riu.



- Mas, me diga, como ela descobriu sobre o feitiço? Você não contaria...



- Não... – ele suspirou e decidiu contar a verdade, ela o tinha apoiado tanto – Meu pai contou quando a gente foi em missão para o Orfanato...



O queixo de Narcisa caiu.



- Draco, é a Granger?



Draco arregalou os olhos ao perceber o deslize que tinha cometido.



- Você está gostando da melhor amiga de Harry Potter?



- Melhor dizendo, da namorada de Harry Potter. – falou Draco, amargo.



Para surpresa de Draco, Narcisa riu.



- Eu deveria ter imaginado que você nunca se interessaria de verdade por uma garota que estivesse ao seu alcance...



Draco franziu o cenho.



- Então, você não se importa que ela seja... quem ela é?



- Claro que não, Draco. Só quero que seja feliz. E quero que me prometa que assim que conseguir reconquistá-la, você vai marcar um almoço pra nós duas nos conhecermos!



Draco fez uma careta. Do jeito que as coisas estavam indo, era meio impossível que ele conseguisse Hermione de volta. Principalmente agora que ela estava no namoro dos sonhos com o Santo Potter. Sendo assim, aquele almoço viria, muito provavelmente, a nunca acontecer.



Ele sorriu para a mãe.



- Tudo bem, mãe. Eu prometo.



***



No domingo após a visita a Hogsmeade, Hermione estava disposta a provar pra si mesma que seu namoro com Harry era sim tudo o que ela sempre sonhou, que eles não estavam confundindo as coisas e que seu namoro não estava mesmo fadado ao fracasso. Muito pelo contrário.



Mandou um bilhete para ele se encontrarem no domingo á noite no corredor principal do quarto andar e se produziu o máximo que pôde, sem parecer uma árvore de natal. Colocou uma calça jeans preta colada, botas de cano alto sem salto e uma bata rosa. Seus cabelos desciam até quase a cintura em cachos castanhos perfeitos.



Rumou para o corredor e quando chegou, Harry já estava lá.



Ele a olhou de cima á baixo.



- Que dia é hoje?



Ela sorriu e lhe deu um beijo de tirar o fôlego.



- Nenhum especial, por quê?



- Você está linda!



E então um flash veio na cabeça de Hermione, como num filme. A voz de Draco veio nítida na sua mente:



“Está linda, Hermione... Não que você já não seja linda mas...”



Ela verdadeiramente sentiu uma vontade profunda de chorar. Ela estava ali, sozinha com seu namorado, e Draco lhe vinha na cabeça? Como isso é possível?



- Hermione? – Harry a olhou preocupado, deveria ter visto algo de estranho no seu rosto – Tudo bem?



Ela se encostou na parede e escorregou até o chão, de repente se esquecendo do objetivo de ter chamado Harry ali.



- Mione... – ele se abaixou ao lado dela.



- Harry... – ela o olhou de repente cheia de dúvidas – Será que a gente não está cometendo um erro?



Ele a olhou parecendo surpreso.



- Como assim?



- Eu não sei... mas... Você tem certeza do que sente por mim? E se você só estiver, sei lá, confundindo os sentimentos? E se a gente estiver colocando muita coisa em risco, como nossa amizade com Rony ou a minha amizade com a Gina, por nada?



- Por nada? – ele a olhou irritado – Você acha que nosso namoro é nada?



- Não! Não foi isso que eu quis dizer! Eu só...



- Se deixou induzir pelo que a Pansy falou. – ele completou quando ela não o fez – Tá passando tempo demais com essa garota.



- “Essa garota” é minha amiga!



- Ela faz mal pra você! Na verdade, aquela época em que você esteve andando com os sonserinos fez mal pra você!



Ela revirou os olhos.



- Isso já passou, tá legal?



Eles ficaram em silêncio por um tempo. Hermione não acreditava que tinha acabado brigando com ele quando tudo que queria era passar um tempo com seu namorado.



- Pensei que você me amasse... – ele falou, parecendo magoado.



Ela respirou fundo.



- Eu te amo, Harry...



- Então por que essas dúvidas? Você pergunta de mim mas parece que você é que não tem certeza.



- Eu amo você, Harry. Isso é tudo que eu realmente sei.



- Ótimo, então. Porque eu te amo também.



Ele a beijou e não havia mais o que discutir. Hermione se perdeu no beijo dele. Não importava quantas vezes ele a beijasse, ou quanto tempo passasse, aquilo sempre acontecia. Ela se esquecia de tudo quando ele a beijava.



Ele a puxou pela cintura fazendo com que ela ficasse sentada no seu colo e Hermione sentiu todas as dúvidas se esvaírem quando ele a segurou firme como se para impedi-lá de ir embora. Como se ela pudesse pensar em alguma coisa além dele naquele momento. Harry beijava bem. Meu Deus, como beijava... Era impossível não se derreter nos braços dele... E que braços! Nunca tinha reparado em como aconteceu, mas Harry não era mais o menininho magricela. Hermione finalmente pôde ver uma utilidade para o quadribol...



- Que lindo...



Os dois se afastaram na mesma hora assustados para dar de cara com Malfoy olhando para eles com a cara de mais puro nojo.



Hermione se sentiu a criatura mais idiota do mundo. Como pôde esquecer que aquele dia era o dia da monitoria do Malfoy? Mas aí recriminou esse pensamento. Qual era o problema de Malfoy vê-la com o seu namorado? Era perfeitamente normal!



Os dois se levantaram. Hermione muito vermelha e Harry com uma cara de poucos amigos.



- Pensei que soubessem que alunos não podem ficar fora das suas salas comunais depois das dez! E que amassos nos corredores são proibidos!



Hermione olhou para Draco direito pela primeira vez. As maçãs do rosto dele estavam vermelhas e o olhar dele parecia... Ela estava vendo coisas ou ele parecia decepcionado? Merlin...



- Cem pontos a menos para a grifinória!



- O QUÊ? – exclamaram os dois em uníssono.



- De cada um!



- Ah, que ótimo! – Harry o olhou, seus olhos brilhando de raiva – Agora eu tenho que aturar você tirando pontos da minha casa??? Justo você, Malfoy?!



- É, Potter! Porque eu sou o monitor-chefe! E você! – ele apontou para Hermione – Você também é! Deveria dar o exemplo!



- Tudo bem, Malfoy. – ela disse simplesmente – Dá próxima vez, eu e Harry vamos para o meu quarto!



Ele ficou visivelmente sem palavras e Harry riu.



- Gostou, Malfoy?



Draco não demorou para se recuperar. Cruzou os braços e surpreendentemente... sorriu.



- Que isso, Granger? Pensei que o seu quarto fosse território exclusivamente nosso!



Então, é isso. Draco passou oficialmente dos limites. O jeito que ele disse aquilo e o tom que usou para falar “nosso” fez o efeito que ele queria. A imagem de Draco e Hermione na cama dela atingiu Harry, como um tiro. E quem poderia culpá-lo por dar um soco bem dado na cara do Malfoy?



Hermione levou ás mãos a boca quando viu o nariz do loiro sangrar e então a confusão estava armada. Malfoy avançou para cima de Harry e os dois foram parar engalfinhados no chão, numa luta idiota. Hermione ficou encarando os dois, chocada, até perceber que deveria ser ela a pessoa a colocar um fim naquilo antes que alguém se machucasse de verdade.



Pegou sua varinha e lançou um feitiço que fez com que cada um fosse parar encostados na parede, em lados opostos. Correu para o meio dos dois quando viu que eles já iam se avançar de novo.



- Harry! – ela exclamou colocando a mão no peito do garoto – Não vê que ele só falou aquilo pra te irritar???



Harry olhou para ela assombrado.



- Você transou com ele, Hermione?



- O quê? – ela mal podia acreditar que ele estava lhe perguntando aquilo – Mas é claro que não!!!



Malfoy riu.



- Isso não quer dizer que não tenhamos usado a cama dela pra outras coisas!



Harry ia avançar pra Malfoy mais uma vez mas Hermione lhe impediu.



- Harry! Pára de dar ouvidos pra ele! E Malfoy, – ela lhe olhou e ele lhe deu um sorriso quase saudoso, como se lembrando dos tempos que tinham passado juntos. Hermione podia negar qualquer coisa que tinha dito á Malfoy na época em que eles estavam tendo um caso, mas uma coisa ainda era verdade, ele era inacreditável. Ela quase riu. – cala a boca!



Malfoy deu de ombros.



- Você pode me odiar por isso, Potter. Mas não vai deixar de ser verdade. O que eu e Hermione tivemos, vocês nunca vão ter.



E dizendo isso, ele se afastou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

N/A: Olá, pessoal! :D

Eu tô me achando tão sumida ultimamente, parece que faz séculos que eu não posto! Mil desculpas por isso! Eu leio os comentários e entro aqui na floreios quase todo dia, mas é que as coisas estão bastante corridas pra mim!

Bom, eu espero aproveitar esse feriado para escrever um capítulo ou dois... Faz séculos que eu não escrevo nada novo e eu sinto muita falta disso! Enquanto isso, idéias novas só ficam chegando na minha cabeça, de Dramiones e até de uma R/Hr que eu gostaria MUITO de escrever, mas a falta de tempo é grande. =/ E eu também não quero começar a escrever uma fic nova, porque eu posso me desanimar com essa e eu não quero que isso aconteça porque eu gosto tanto de escrever o Preço de Amar Um Malfoy e ainda tem TANTA coisa pra acontecer. Eu não sei oq vcx estão achando (e é por isso que eu preciso que vocês comentem) mas essa parte da fic é meio parada. Principalmente em comparação com as coisas que estão por vir!

Então, vou parar por aqui que isso já tá virando um discurso!

Muito obrigada pelos comentários, eles dão MUITO ânimo! Aproveitem e comentem bastante nesse capítulo pra mim escrever bastante no feriado, ok?

BjuX e Até a Próxima!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Preço de Amar Um Malfoy" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.