O Preço de Amar Um Malfoy escrita por BlissG


Capítulo 10
Garota estúpida, deveria saber


Notas iniciais do capítulo

Devia ter te contado desde o começo...
Mouth Shut – The Veronicas



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Então Harry e Hermione estavam namorando. Escondido, mas estavam.


Assim que Hermione saiu da ala hospitalar, eles decidiram namorar mas manter aquilo em segredo. Não podiam admitir o namoro por causa de Gina, que ainda estava se recuperando do fato de ter levado um fora de Harry e por causa de Rony que, até onde sabiam, gostava da Hermione. A garota se sentia mal pelos amigos, mas tinha estado apaixonada por Harry por tanto tempo, que sentia que seria um desperdício enorme se não desse uma chance para eles dois. Precisava sentir como se o tempo que passara apaixonada por ele tivesse valido a pena. E além do mais, depois de tudo que tinha acontecido com Malfoy, precisava aproveitar a sensação de estar com seu melhor amigo, alguém que nunca mentiria e que não partiria seu coração. Pelo menos não de propósito.


O único problema era o fato de terem que se esconder. Aquilo complicava um pouco as coisas porque eles dificilmente conseguiam ficar sozinhos para namorar.


Naquele momento, por exemplo, estavam sozinhos na beira do lago na hora do intervalo mas não podiam se beijar porque corria o risco de serem vistos por alguém.


- Sabe o que a gente devia fazer? – falou Harry.


- O quê? – perguntou Hermione.


- Pegar a cabana do Hagrid emprestada.


Ela riu.


- Poderia ser uma boa idéia!


- Mas aí teríamos que usá-lo como cúmplice!


- É, e sabemos da incapacidade do Hagrid em guardar segredos.


Ele acariciou seu rosto.


- Quero muito te beijar.


- É, mas aguente aí. – ela falou fazendo cara de má – Alguém pode ver.


Ele bufou.


- E além do mais, - ela completou – eu passei muito tempo querendo te beijar sem poder. Talvez isso sirva pra igualar um pouco as coisas.


Ele balançou a cabeça.


- Ainda não acredito que você passou todo esse tempo apaixonada por mim, sem dizer nada.


- Não queria perder sua amizade.


- Isso nunca iria acontecer, Mione. – falou carinhoso.


- Ainda nem acredito que isso é verdade. Quando acordei no dia seguinte á sua declaração, achei que tinha sido só mais um sonho. Demorei a acreditar que era real.


- É real. E prometo que vai ser pra sempre.


Ela sorriu. Que droga, queria mesmo poder beijá-lo.


- Posso te fazer uma pergunta? – ele falou, sério de repente.


Hermione sentiu seu coração apertar, sabendo o que viria.


- O que rolou entre você e o Malfoy?


Ela desviou o olhar.


Estava tentando adiar aquele momento, apesar de saber que ele chegaria. Teria que explicar para Harry o que ela teve com seu inimigo. Não era nem um pouco fácil. Ela não sabia o que dizer.


- Eu não sei o que dizer.


- Diga apenas a verdade.


Ok. Ela não podia mesmo dizer a verdade. Dizer que tinha aceitado ter um caso de verão com Malfoy não pegaria nada bem.


Ela abriu a boca várias vezes, mas nada saiu.


- Estou esperando, Hermione. – ele falou impaciente.


- Olha, eu não sei o que rolou. – ela começou, escolhendo bem as palavras – Eu sei que eu estava chateada de tanto esperar que você me notasse e... ele estava lá. E ele me notava. E ele não me parecia mais tão ruim como antes.


- Mas você esqueceu tudo que ele já te fez? – perguntou com raiva, mas tentando se controlar.


- Bom... – ela respirou fundo tentando lidar com o fato de que tinha acabado de descobrir que doía profundamente falar daquele assunto – por um momento, acho que sim. Mas depois de um tempo, ele mesmo fez questão de me lembrar.


- O que ele te fez?


- Ele mentiu, o que não é nenhuma novidade. – tentou parecer calma quando aquele assunto ainda fazia seu sangue ferver – De qualquer modo, a culpa foi minha. Ele não fez nada de surpreendente se você, diferente de mim, não se deixou enganar por ele. Mas eu prometi pra mim mesma que isso nunca mais vai se repetir. Eu nunca mais vou acreditar em uma palavra do Malfoy.


Harry pareceu satisfeito com isso. Hermione desviou o olhar para o lago tentando entender o que se passava no seu coração.


***


Hermione entrou no seu quarto aos suspiros por causa de Harry. Encostou na porta e desceu até estar sentada no chão tapando o rosto e sorrindo como uma típica garota apaixonada.


- O que está acontecendo?


A grifinória levou um susto absurdo quando encontrou Pansy escorada na porta do seu banheiro, de braços cruzados e com uma cara desconfiada.


- Do que você tá falando, garota? – Hermione levantou do chão e tentou disfarçar.


Pansy se aproximou.


- Porque você está que é só suspiros?


- Eu? – fez a cara mais surpresa que pôde – Claro que não! Impressão sua!


- Tá, pode parar de mentir! – Pansy sorriu – Tem homem na parada!


- O quê? – engasgou.


- Quem te viu, quem te vê, hein, Granger... Pra quem me chama de vadia, você tá aprendendo rapidinho, mal terminou com Draco e já partiu pra outra! – a olhou curiosa - Então, quem é?


Hermione suspirou. Não dava pra mentir pra ela.


- Ok. – ela se sentou na cama e Pansy a acompanhou – Mas você tem que me jurar que não vai contar para ninguém!


- Palavra de sonserina!


Hermione franziu o cenho.


- Isso vale alguma coisa?


- Fala logo, Hermione! – falou impaciente.


- Ok... Quando eu estava na ala hospitalar, o Harry...


- O POTTER???????????? – ela interrompeu a plenos pulmões.


- É. Harry Potter. – revirou os olhos – Então, ele foi lá e... – ela tentou conter um sorriso, em vão – se declarou...


Pansy estava de queixo caído.


- Sério???


- Sério... – Hermione sorriu abertamente – Estamos juntos! Tudo o que eu mais queria aconteceu...


Pansy ficou calada.


- Por que não está feliz por mim? – perguntou Hermione observando a reação da sonserina – Deveria estar.


- Não me entenda mal, Hermione... Eu estou feliz por você... Só estou... surpresa...


- Por quê? – perguntou confusa – Você é a última pessoa que deveria estar surpresa. Você sabe o quanto eu gosto do Harry.


- Eu só pensei que depois do Draco...


- Aaaah! Não vem me falar do Malfoy, hein! Tava demorando!


- Você não sentiu nada por ele?!


- Eu estava carente e iludida! – Hermione bufou e revirou os olhos – Que perda de tempo foi aquilo...


- Uma perda de tempo que te fez bem felizinha né não?


Hermione corou, mas ficou com raiva de Pansy. Por que ela estava falando aquelas coisas?


- Claro que não!


- Ah, tá! Granger, você pode até achar que tudo o que Draco sentiu, ou falou que sentiu, era mentira! Mas não venha querer me enganar e dizer que o que você sentiu não era! Não é você que está sobre a ação de um feitiço que te proíbe de amar, então porque alguém diria isso pra outra pessoa se não fosse verdade?


- Pessoas normais, Pansy, confundem sentimentos. Vai ver tudo que eu... senti – falou com dificuldade – pelo Draco era só o que eu sentia pelo Harry, voltado para a pessoa errada.


Pansy suspirou e se levantou.


- Eu não vou contar nada pra ninguém sobre esse namoro, Hermione. Eu sou sua amiga e estou feliz se você está feliz. Só espero que... você esteja certa do que está fazendo. Não se esqueça que Draco não tem um feitiço que impede os outros de amá-lo.


A sonserina saiu e deixou Hermione sozinha, pensativa.


***


Mais tarde, Pansy estava na aula de herbologia junto com a corvinal. Estava entre Draco e Lucas, cortando umas plantinhas idiotas que Sprout mandou mas Pansy estava com a cabeça longe. Draco não estava, obviamente, bem com o fato de estar longe de Hermione. Aquilo era mais claro que a água. Ele estava menos atento, menos feliz e até, por incrível que pareça, menos arrogante. Quando ele descobrisse que Hermione já tinha, supostamente, superado ele e que já estava com Potter, o cara que ele mais odeia... Bom, Pansy não sabia o que ele ia fazer mas não ia ser nada bom. E pra completar, ele ainda ia ficar com raiva dela. Sim, porque ele logo iria desconfiar que Pansy sabia. Ele não é nenhum idiota, por mais que Pansy estivesse mantendo a descrição, ela sabia que Draco sabia que ela tinha mantido a amizade com Hermione. Tinha horas que ela até achava que ele ia perguntar dela... aí depois ele vinha com uma pergunta totalmente idiota como “Qual é a próxima aula?” ou “Tem dever pra amanhã?”. Mas enfim, Pansy não podia contar pra ele que Hermione estava com o idiota do Potter, senão Hermione podia ficar com raiva dela e Pansy não queria isso. Nunca pensou que diria isso, mas gostava muito da grifinória...


Não estava prestando atenção no que estava cortando, então acabou cortando o dedo.


- Mas que droga! – ela soltou a faca e a plantinha e encarou seu dedo sangrando.


- Presta atenção no que tá fazendo e pára de viajar, garota! – falou Lucas de um lado dela.


- Cala a boca!


- Deixa eu ver. – Draco segurou a mão dela e pegou sua varinha – Pode doer um pouco.


Pansy deixou que ele cuidasse do seu dedo. Draco tinha aprendido vários truques de médi-bruxaria com sua mãe, era muito bom nisso. Sempre que eles se machucavam, não precisavam perder tempo indo até a enfermaria porque Draco cuidava disso.


Mas não foi isso que aconteceu.


Pansy fechou os olhos para ficar mais fácil suportar a pequena dor que sentia enquanto o machucado ia ser curado mas, em vez de uma pequena dor, ela sentiu toda a sua mão arder e doer. Abriu os olhos para ver o pequeno corte ser transformado em uma ferida que cobria toda a sua mão enquanto a dor só aumentava.


- Cara, - Lucas olhou para Draco – o que você fez?


Pansy encarava sua mão chocada enquanto seus olhos começaram a lacrimejar.


- Eu... Eu não sei... – o loiro falou – O de sempre...


- Professora! – exclamou Lucas e a professora finalmente viu o que ocorria.


- Senhorita Parkinson, o que houve?


- Vou levá-la para a enfermaria, professora. – falou Lucas puxando Pansy sala á fora.


Draco ainda ficou encarando a porta da estufa, por onde os amigos saíram, chocado consigo mesmo.


***


A enfermeira cuidou da mão de Pansy em questão de poucos minutos. Lucas chegou a pensar que o corte poderia ter sido mais profundo do que parecia, por isso Draco não tinha conseguido curar mas não... A enfermeira fez tudo que ele tinha feito mas com apenas uma diferença, tinha sido com sucesso.


Quando saíram da enfermaria os corredores estavam vazios porque ainda era horário de aula. Estavam conversando sobre o que tinha levado Draco a se sair tão mal num feitiço que ele sempre teve facilidade quando Lucas notou algo.


- Hey, aqueles dali não são Potter e Granger? – ele apontava para os jardins e Pansy seguiu seu dedo com o olhar. Eram os dois. A sonserina pestanejou.


- É, porque não voltamos pra aula? – ela empurrou Lucas em direção ás estufas.


- Tá maluca? Voltar para aquela aula horrível? – ele olhava para os dois no jardim com estranheza – Não acredito que a certinha da Granger está matando aula... Mas o que levaria eles a fazerem isso?


A resposta veio em seguida. Os dois se beijaram.


- Ferrou... – murmurou Pansy para ela mesma enquanto Lucas fazia um som de surpresa.


- Eles... A Granger... – ele piscou rápido – ELES ESTÃO NAMORANDO ESCONDIDO???


- Lucas, sem escândalo! A Hermione é livre e desempedida e...


- E VOCÊ SABIA DISSO? – perguntou mais surpreso ainda. – E NÃO CONTOU PRO DRACO?


Pansy suspirou.


- Eu prometi pra Hermione que não ia contar!


- Ah, claro! Agora você é mais leal á sua até-ontem-inimiga, do que ao seu melhor amigo?


- Eu... não podia contar... – ela falou – Hermione... guarda coisas sobre mim, ok? E além do mais, isso só faria Draco sofrer...


- Isso faria ele acordar pra vida! – ele exclamou – Quando Draco ver que Granger seguiu em frente, ele vai seguir também!


- Não, não vai não! Eu conheço ele! Vai ficar triste!


- Não, você não conhece, Malfoy triste? Até parece! Ele vai ficar morto de raiva!


Não tinham percebido, mas Hermione e Harry tinham ouvido sua discussão e se aproximaram. Quer dizer, Hermione se aproximou, Harry só veio em seu encalço.


- O que vocês estão fazendo aqui? – ela perguntou.


- Pensei que seu namoro fosse escondido, Hermione! – falou Pansy para a amiga – Sabe o que isso significa? Á noite, dentro de uma armário de vassouras ou de uma sala vazia, onde ninguém pode ver! E não no meio do horário de aula, no jardim, quando sonserinos que adoram matar aula possam ver e contar pra Draco!


- E qual o problema do Malfoy saber, Parkinson? – perguntou Harry com raiva.


- Ah, cala a boca, Potter! – exclamou Pansy.


- Pansy, não fala assim com o Harry! – falou Hermione.


- Ah, vai te catar, Parkinson!


- Harry, olha como fala com a Pansy! – falou Hermione.


- E você, hein, Granger... – falou Lucas – Quem diria... pra quem dizia que gostava tanto do Draco... – ela corou e Harry sentiu uma pontada de ciúme – Espera só o Malfoy saber...


- Eu saber o quê? – era Draco que vinha no fim do corredor.


- Ui... – falou Pansy.


Hermione sentiu um sobressalto no seu coração quando o viu. Era a primeira vez que o via cara a cara desde que terminaram, e a situação não era das melhores.


- Draco... – começou Lucas mas foi cortado por Pansy.


- Ai, MINHA MÃO! – gritava ela.


- O que tem sua mão? – perguntou Draco segurando a mão dela.


- EU NÃO SEI, ACHO QUE AQUELA MULHER NÃO CUIDOU DELA DIREITO!


Lucas observava tudo balançando a cabeça negativamente. Draco parecia realmente preocupado – devia estar se sentindo culpado – enquanto ela mentia descaradamente.


Ela o convenceu a levá-la novamente á enfermaria, e Lucas não teve outra alternativa a não ser ir junto.


Quando os três se afastaram, Hermione suspirou aliviada. Pelo menos quando Lucas contasse pra Draco, ela não estaria por perto e isso não geraria uma discussão instantânea com Harry.


- Hermione, - chamou o moreno – por que Malfoy não pode saber que a gente está junto?


Ela o encarou e reparou no seu tom de ciúme.


- Ué, Harry... – se fez de desentendida – o trato não é ninguém saber?


- Mas... – ela o interrompeu.


- Vamos, Harry... – o puxou pela mão – a sineta já vai tocar.


***


- E então? – Draco perguntou para os dois, que estavam de frente pra ele.


Era hora do almoço. Pansy e Lucas se entreolharam.


- E então o quê? – perguntou Pansy.


- O que vocês estavam fazendo com o Potter e a Hermione naquela hora? Vocês ainda não me contaram do que estavam falando quando Lucas disse: “Espera só o Malfoy saber...”


Pansy suspirou. Sabia que não adiantava mais, Lucas iria contar.


- É o seguinte, cara. – ele começou – Não sei se isso vai te interessar, acho que sim. Ou não mais, sei lá. Só achei que você deveria saber. Potter e Granger estão juntos. Eu tinha acabado de ver os dois aos beijos naquela hora.


Draco arregalou os olhos sentindo seu sangue ferver e olhou num instinto para a mesa da grifinória, assim como Pansy e Lucas, onde Potter conversava com Hermione animadamente. Surpreendentemente, o copo de suco de abóbora que estava na mão do grifinório explodiu fazendo Weasley, Hermione e todos os grifinórios que estavam próximos pularem de susto. Ninguém reparou que fora ele, a não ser a própria Hermione, que se virou para eles lentamente, provavelmente em um instinto. Draco sabia que ela sabia que fora ele.


Hermione se sentiu mal por Draco ter descoberto. Não queria admitir, mas o que Pansy lhe falou não saiu de sua cabeça. O que Draco sentiu por ela podia até não ser real... mas e o que ela sentiu por ele? Tinha simplesmente desaparecido? Um flashback de tudo que eles viveram no verão passou pela sua mente e ela se sentiu um pouco tonta.


Seus olhares se encontraram e o que se seguiu surpreendeu a todos. Do teto enfeitiçado do salão principal, ouviu-se uma trovoada fazendo o salão todo pular de susto e os professores olharem com estranheza para o teto.


E então começara a chover. Sim, chover. Se alguém tivesse olhado para as janelas, teria visto do lado de fora o sol fraco de início de novembro. Mas não importava. O que importava era que naquele momento estava chovendo no salão principal, deixando todos em estado de choque e encharcados. Todos, com exceção de duas pessoas. Hermione e Draco continuavam com seus olhares grudados e secos.


Os professores tentavam fazer parar de chover com vários feitiços que não estavam servindo para nada, enquanto algumas garotas se escondiam embaixo das mesas para não molhar o cabelo. A confusão era total.


Foi então que Hermione sentiu uma fraqueza tomar conta de cada parte do seu ser e ela caiu da cadeira, desmaiada.


Havia parado de chover.


***


Draco estava na sala de Dumbledore, conversando com McGonagal.


- Eu já falei milhares de vezes. – falou ele entendiado – Eu não sei o que aconteceu.


- O senhor não fez nada? – ela perguntou desconfiada.


- Não! – falou irritado - É isso que eu estou dizendo desde o começo, se não reparou!


- Olha o respeito, senhor Malfoy!


Nesse momento, a porta se abriu e Dumbledore entrou, sendo seguido por uma Hermione pálida e parecendo muito fraca no seu encalço.


Dumbledore se sentou, parecendo perdido em pensamentos na sua cadeira e Hermione sentou na cadeira de frente á mesa do diretor, ao lado de Draco. Ela parecia cansada e soltou um suspiro de alívio quando encostou na cadeira, como se estivesse esperando por muito tempo por isso, o que Draco estranhou já que, pelo que ele sabia, ela estava esse tempo todo em que ele estava sendo apurrinhado pela McGonagal, desmaiada na enfermaria.


Draco não parava de se perguntar. Se fora os dois mesmo que fizeram isso, sabe-se lá como, porque ela estava com uma aparência tão horrível e tinha até desmaiado quando ele se sentia tão... bem?


- Sr. Malfoy e srta. Granger... – falou Dumbledore – Vocês fazem alguma idéia de como fizeram o que fizeram?


Os dois balançaram a cabeça negativamente.


- Foi o que eu imaginei... – falou ele serenamente – Como alunos do sétimo ano podem estar cientes  e desregularizar uma magia tão antiga que em poucas vezes em centenas de anos teve algum problema? – era uma pergunta retórica, Draco esperava – Me digam, o que vocês se lembram de terem feito?


Draco olhou para Hermione mas ela não o olhava.


- Nós só nos olhamos... – respondeu ela com uma voz fraca.


Dumbledore franziu o cenho.


- E o que vocês sentiram?


Hermione empalideceu mais ainda, se é que isso era possível.


- O que... sentimos? – ela gaguejou.


- Sim. Qual emoção?


- Raiva. – foi Draco que respondeu prontamente – Muita, muita raiva.


Hermione o olhou pela primeira vez desde que entrara naquela sala.


- E você, srta. Granger?


Hermione pestanejou.


- Eu não sei... – ela falou – Acho que eu estava triste.


Draco franziu o cenho e a olhou novamente.


- Vocês tem tido algum problemas com suas habilidades em magia?


Hermione negou com a cabeça e Draco afirmou.


- Eu só tenho tido sonhos... – falou Hermione – sobre a guerra... mas eu sempre tive... só que agora eles parecem mais reais.


- E tudo isso vem acontecendo depois que vocês estiveram naquela ilha?


Silêncio. Nenhum dos dois tinha pensado nisso.


- Havia uma magia muito forte naquela ilha. – falou Dumbledore parecendo pensativo – Agora vocês emanam essa magia. Principalmente você, srta. Granger.


Hermione se assustou.


- Por que eu?


- Foi você que o raio atingiu, srta. – falou ela – Não foi por acaso. É um feitiço muito poderoso, e não creio que Riddle tenha planejado algo pequeno para os senhores. Ou devo dizer, para o senhor Malfoy.


- Eu? – Draco se assustou – Não... eu não estou mais do lado dele...


- Eu sei disso, você sabe disso mas... Voldemort sempre teve grandes planos pra você... desde que nasceu.


- O que vamos fazer agora, Alvo? – perguntara Minerva.


Dumbledore apenas os encarou por alguns segundos.


- Agora só nos resta esperar...


Os quatro ficaram em silêncio até que Dumbledore o cortou.


- Minerva, por que não acompanha a srta. Granger até seu quarto?


- Tudo bem. Vamos, querida... – Minerva saiu com Hermione, que parecia triste em se levantar.


Malfoy encarou Dumbledore, que o encarava com um meio sorriso.


- O quê? – perguntou o loiro assustado com o olhar do velho.


- Parece que finalmente conseguiu o que mais queria, sr. Malfoy...


Draco continuou o encarando.


- Dá pra explicar? – perguntou achando realmente que aquele velho tinha ficado doido de vez. Como ele sabia o que ele mais queria?


- Ninguém pode suportar dois feitiços tão poderosos em um corpo, Draco. Um tem que dar lugar ao outro.


Draco arregalou os olhos.


***


Mais tarde, Draco e Lucas estavam deitados no salão comunal da sonserina quando Pansy chegou.


- Você está com raiva de mim? – ela perguntou pra Draco.


Ele balançou a cabeça negativamente.


- Tá tudo bem, Pansy. Queria que você tivesse me dito antes mas... eu entendo porque não quis contar. Sei que Hermione e você ficaram muito amigas.


Ela sorriu e o abraçou.


- Você é incrível.


Ela se afastou e o olhou.


- Ei, você está super bem! – ela o encarou com estranheza – Tem certeza que não está sentindo nada?


Draco franziu o cenho.


- Por quê? – Pansy hesitou – Fala, Pansy!


- Ah! – ela deu de ombros - É que eu acabei de vir do quarto da Hermione e ela está um caco! Desde que ela veio da conversa com Dumbledore, ela só fez dormir e acordar pra dizer que estava com dores de cabeça!


Draco arregalou os olhos e não pôde evitar perguntar.


- Ela vai ficar bem?


- Minerva disse que sim. Que ela só precisa recuperar as forças. Potter está... – ela parou.


- Cuidando dela? – Draco completou, com uma voz amarga.


- É. – Pansy encolheu os ombros. – Está. – ela observou a expressão de Draco – Como você tá?


- Com raiva. – ele disse – Não sei como a Granger pôde ir correndo para o Potter que nem um cachorrinho assim que ele a quis. – ele deu de ombros – Mas problema é dela! Vou pegar minha vassoura! Vá pegar a sua, Lucas! Temos treino de quadribol agora!


***


Em uma das vezes que Hermione acordou, era Harry que estava lá sozinho. Ele sorriu ao vê-la de olhos abertos e segurou sua mão.


- Você está melhor?


Ela deu um sorriso fraco.


- Quase 100%.


- O que foi que aconteceu, hein? – ele perguntou preocupado – Foi culpa do Malfoy, não foi?


Hermione suspirou.


- Acho que dessa vez não, Harry. Por mais que o Malfoy tenha participado, quem praticamente inundou o salão principal fui eu. Tanto que quando eu fiquei inconsciente, tudo acabou. Dumbledore disse que foi aquela ilha... – ela balançou negativamente – Queria dar uma de Luna Lovegood, ás vezes, e poder ver o futuro, sabe? Se eu soubesse que isso tudo iria acontecer, teria feito de tudo pra convencer Lupin a não me dar a droga da missão de cuidar do Malfoy.


- E se tudo fosse diferente? – Harry perguntou – E se... você e Malfoy tivessem dado certo e ele nunca tivesse mentido e nada disso tivesse acontecido? Ainda ia querer estar comigo ou com ele?


- O quê? – ela perguntou assustada.


- E se quando eu tivesse ido me declarar, você ainda estivesse com ele? – perguntou cauteloso - O que você faria?


Ela apenas o encarou por alguns segundos.


- Harry...


- Preciso que me responda, Hermione. Porque... se você ainda gosta do Malfoy, nada disso vale a pena. Nós não valemos a pena.


- É claro que valemos a pena! – ela exclamou – Harry, eu te amo. Mesmo quando eu estava com o Malfoy, eu... pensava em você... – “menos”, ela se lembrou, “mas pensava” – até Malfoy sabia disso.


- Ele sabia que você gostava de mim? – perguntou sorrindo.


- Sabia... Ele não gostava muito disso. – ela soltou uma risada ao se lembrar de Malfoy com ciúmes e Harry arqueou uma sobrancelha – Enfim. – ela ficou séria ao perceber que dera bandeira – Eu sempre te amei. Estar com você agora... é um sonho que virou realidade.


Ele sorriu e a beijou.


- Te amo, Hermione.


***


Naquele dia, em especial, Draco estava um fracasso no quadribol.


- O pomo passou na sua frente cinco vezes! – dizia o capitão pra ele – CINCO VEZES E VOCÊ NÃO VIU!


- Foi mal, eu estava distraído! Não vai acontecer de novo!


- Por que você não vai pro vestiário, Malfoy? Esfria a cabeça, ok?


Draco foi para o vestiário da sonserina bufando e quando entrou, deu um chute no armário, nervoso.


- Cara, o que foi? – perguntou Lucas.


- Eu estou com ódio, Lucas! – ele falou dando contínuos chutes no armário – Eu só quero pegar o Potter e bater tanto nele que ele vai ficar com tantas cicatrizes que ninguém mais vai poder achar a que Você-Sabe-Quem deixou!


- Malfoy... – começou Lucas, cauteloso - É só a Granger... Você odiava ela...


- Eu sei. – ele se sentou num banco, frustrado – Mas eu não consigo tirá-la da minha cabeça. Fico lembrando da gente junto na casa dela e... – ele olhou pro amigo – Eu passei várias férias ótimas com a minha família! Fomos na Austrália, fomos em Nova York, fomos em Paris mas... as férias que eu passei com ela foram... as melhores da minha vida!


Lucas se sentou ao lado do amigo.


- Não sei o que dizer, cara... Eu não tenho um feitiço que me impede de amar e nunca senti isso! Imagina se você não tivesse...


Draco ficou em silêncio. Não tinha contado pra ninguém que o feitiço da ilha tinha quebrado o que seu pai lhe colocou. Estava tentando lidar com aquilo sozinho. O que isso significava, afinal? Se ele contasse pra Hermione a verdade, será que ela voltaria pra ele? Queria ter certeza do que sentia por ela antes mas vê-la com o Potter o estava matando... E olha que ele nem tinha visto os dois se beijando... E esperava nunca ver, achava que quebraria a cara do Potter por tocar em Hermione... Mas saber que eles estavam juntos...


- Tive uma idéia! – falou Lucas tirando-o de seus pensamentos – Por que você não sai com alguém?


- Ah... Eu já tentei ficar com umas garotas na festa e não deu certo, Lucas...


- Não! Eu digo, sair mesmo, entendeu? Tipo, em Hogsmeade! Tem passeio no próximo fim de semana!


- Eu combinei de almoçar com a minha mãe...


- Vocês podem passar só a manhã juntos.


Draco pensou um pouco. Parecia uma idéia não muito ruim. Talvez só precisasse de uma garota legal pra esquecer Hermione...


- Quer que eu arrume alguém pra você?


Draco encarou o amigo como quem estava com sérios problemas.


- Tá de zuação com a minha cara, né não? Desde quando Draco Malfoy precisa de ajuda pra arrumar uma garota, seu idiota?


Lucas riu.


- Ah, sei lá, Draco! – ela deu um empurrão no amigo – A Granger te deixou todo abaladinho aí!


- Cala a boca, Lucas! – Draco deu um soco de brincadeira no amigo – Eu ainda sou Draco Malfoy, o cara mais gostoso dessa escola!


- Ah, fala sério! Como se elas preferissem você a mim...


- Sempre preferiram.


- Isso é o que você pensa...


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Notas finais do capítulo

N/A: Olá pessoal! Como andam? Eu ando muito morta. :D Rs! Começei a faculdade na outra semana e o trote tirou o meu coro! Quase não tenho tido tempo de escrever... :-( Vocês viram o quanto eu sou boazinha nesse capítulo? Tudo bem que eu juntei o Harry e a Hermione, e só pelos comentários eu vi que vocês não vão gostar nada disso, mas eu deixei vocês descobrirem bem rápido que o feitiço tinha sido quebrado. Mas como nada é muito fácil, agora Draco e Hermione vão ter problemas com o outro feitiço. Principalmente a Hermione. Ela vai ter problemas muito sérios mesmo. Aguarde e verão. Ainda tem TANTA coisa pra acontecer que vocês nem imaginam... Ainda vão haver muitas reviravoltas nessa história.

Bom, por hoje é só, comentem bastante que assim eu posto logo o próximo capítulo, ok? As atualizações só dependem dos comentários, eu tenho alguns capítulos prontos já. Só fico esperando vocês comentarem.

BjuX



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