Pokémon: Ano Sombrio escrita por Linkusu


Capítulo 8
Capítulo 8: Primeiro contato.




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                Rota oito, quinta-feira, aproximadamente às dez e meia da noite. É aqui onde estou, junto com Angelo e Clara, esperando Simon chegar. “Eu ainda não acredito que vocês conseguiram me arrastar até aqui a essa hora da noite!”, reclamava Clara que havia vindo a contragosto. Mesmo tendo dito anteriormente que não viria, estava preocupada com o bem-estar de seu irmão e por isso decidiu nos acompanhar. Provavelmente é o que as pessoas chamam de amor fraternal. A noite estava nublada e fria, por isso nós estávamos vestindo casacos. Pode me chamar de estranho, mas eu prefiro esse tipo de clima ao sol da manhã. Por algum motivo, a gelada brisa da noite acalma minha ansiedade ao bater no meu rosto.

                Depois de alguns minutos, Simon chega com um sorriso amarelado no rosto, aquele tipo de expressão “eu sei que cheguei tarde”.

                -Finalmente, hein. Já estava achando que você tinha se perdido. – Eu falei enquanto o cumprimentava com um aperto de mão.

                -Hehe, desculpem-me pelo atraso!

                -Só faz gordice mesmo! – Angelo brincou, fazendo com que soltássemos alguns risos.

                Saímos do ponto de encontro e fomos em direção ao cemitério de Lavender. Meu relógio de pulso marcava 22:50 quando chegamos lá. Desta vez aquele lugar parecia bem menos intimidador, provavelmente devido ao fato de eu estar acompanhado. Infelizmente, ao chegarmos no banco onde Luiz se sentava, não encontramos sequer uma sombra.

                -Estranho... – Eu indaguei enquanto colocava minha mão sobre o queixo. – Ele estava aqui quando eu vim na segunda-feira...

                -Talvez ele tenha ido embora mais cedo hoje? – Angelo ponderou.

                -Ótimo! Ninguém por aqui! Agora já podemos voltar né? – Clara falava com os braços cruzados e tremendo enquanto olhava temerosa para os lados.

                -Bom, se ele não está aqui, então deve estar na casa dele. Esses são os únicos lugares que ele frequenta. Sério, pessoa mais previsível não existe. – Angelo completou seu raciocínio para a decepção de sua irmã que só queria saber de voltar pra casa.

                -E você sabe onde ele mora? – Eu perguntei.

                -Quase todos em Lavender sabem, ele meio que se destaca com todas as esquisitices dele. – Ele respondeu bem-humorado. – E aí, quer dar uma conferida?

                Concordei com a ideia e nos dirigimos à casa de Luiz, chegando exatamente às 23:06. Era uma casa maior do que eu imaginava, diria até que parecia ser uma das mais luxuosas de Lavender. Mas a verdadeira surpresa veio quando tocamos a campainha e uma pessoa que eu não esperava ver ali abriu a porta.

                -Huh? O que vocês estão fazendo aqui a essa hora da noite...? – Era Bruce. Eu fiquei surpreso, pois em nossa batalha, Angelo havia dito que ele era de Viridian. Virei meu rosto para o lado, ainda envergonhado pelo meu comportamento lamentável naquela ocasião.

                -Ei, Bruce, parceiro, desculpe-nos encher seu saco tão tarde da noite, hehe! Só queríamos saber se o senhor Luiz tá em casa, queremos perguntar um negócio pra ele! – Simon respondeu por nós.

                -Meu avô? – Então Luiz é avô dele? Eu realmente não esperava por isso. Talvez isso explique porque Bruce está aqui em Lavender. – Ele não está em casa. Para falar a verdade, eu não o vejo desde ontem... Geralmente quando ele desaparece por esses períodos de tempo prolongados, ele fica vagando no cemitério ou nos arredores da torre de Lavender... Mas afinal de contas, o que vocês querem com meu avô?

                -Ah, bem, quanto a isso... – Simon ficou sem saber o que dizer, então tive que fazer uma improvisação.

                -É uma pesquisa. Estamos colhendo relatos sobre a síndrome de Lavender para descobrir se há uma conexão entre todos os casos. – Isso saiu tão naturalmente de minha boca que até eu fiquei assustado. Não é inteiramente uma mentira, mas mesmo assim.

                -Hum... Entendo. – Ele pareceu ter acreditado em minha enrolação. Comecei então a raciocinar sobre todas aquelas informações novas. Se Luiz era avô de Bruce, então o fato da mulher de cabelo rosa saber meu nome já não parecia mais tão sobrenatural assim, tendo em vista que ela poderia ter simplesmente perguntado a Bruce logo após nosso primeiro dia de aula. Ou ela poderia ter pedido para o próprio Luiz informa-la. Mas algumas coisas ainda pareciam estar fora de lugar...

                -Apenas mais uma pergunta: por acaso você já conversou ou viu seu avô falando com uma mulher de cabelo rosa?

                -Não... Para ser sincero, nunca vi meu avô falando direito com ninguém. Desde que um acidente aconteceu, ele se fechou muito com todo mundo, inclusive com a própria família... Mas agora que você tocou no assunto, eu me lembro de seu pai ter vindo aqui em casa na segunda-feira. Já era muito tarde, ele tocou a campainha para ver se meu avô estava aqui, e quando soube que não, ficou esperando pela chegada dele em frente à porta. Quando vovô chegou, eles conversaram por algum tempo...

                Meu pai?! Mas porque ele teria vindo aqui? Eu não entendo... Que assuntos ele teria para tratar com Luiz? Afinal de contas, o que ele anda fazendo nesses últimos dias? Sempre fica fora até madrugada... Tem algo muito estranho acontecendo por aqui, e eu não estou gostando nada disso. Tentei me recuperar do impacto que aquela notícia teve sobre mim para me recompor.

                -Obrigado. Era só isso que queríamos saber.

                -Certo... – Ele respondeu enquanto fechava a porta. Eu havia ficado tão imerso na conversa que, novamente, havia me esquecido de pedir desculpas pela batalha de segunda-feira. Mais uma vez eu teria que adiar isso.

                -Isso foi uma perda de tempo. – Clara disse enquanto íamos embora da casa de Luiz. – E eu não vou procurar esse cara nos arredores da torre, não mesmo, é perigoso demais! Por favor, podemos voltar agora, né? A gente procura esse cara de novo outro dia...

                -É... Eu não gosto disso, mas tenho que concordar com ela. Já está muito tarde pra ficar rondando Lavender, quem dirá então a torre. O problema é que é mais difícil achar o velho Luiz de manhã do que de noite... – Angelo coçava a cabeça, também querendo já voltar para casa.

                -Pra um cara previsível ele parece ser bem furtivo, hein. – Simon questionou a validade da afirmação que Angelo havia feito mais cedo.

                -Como eu iria saber?! Pra mim o velho Luiz é só o tio que fica parado no cemitério de noite!

                -Calma, não é culpa de vocês. Fui eu que os fiz perderem tempo à toa numa busca que foi inútil no fim das contas. Me desculpem. Vocês já podem ir pra casa se quiserem...

                -Ah... Quanto a isso... Er... – Simon parecia estar tendo dificuldades em perguntar algo. – Vocês podem me acompanhar pelo menos até a metade da Rota oito? Eu... Meio que estou com medo de voltar sozinho.

                -Que?! O que aconteceu com o papo de “meu pai cuida de mim”? – Eu perguntei.

                -Ele não me deixou sair, então eu tive que vir escondido... Foi mal!

                De qualquer forma, eu não podia culpa-lo. Lavender town à noite parecia o expresso do inferno. Nós concordamos em acompanha-lo até a entrada de Saffron. Enquanto andávamos, um vendaval cobria a cidade e fazia com que as folhas voassem por todos os locais. As árvores se balançavam violentamente enquanto o vento fazia sons tenebrosos ao bater sobre seus troncos, como uma canção macabra. Não havia sequer uma alma viva passando pelas calçadas, e apenas um ou dois carros apareciam de vez em quando nas pistas, rapidamente, como se estivessem fugindo para chegar logo em suas casas.

                Quando chegamos à rota oito, a situação não foi muito melhor. A ausência total de casas nos fazia sentir medo no menor sinal de barulho estranho ou movimento. Era como se fosse um local completamente diferente da pacífica rota oito das manhãs de quando vou para a escola. Estava mais para um cenário de filme de terror, completamente isolado da humanidade. Foi então que ouvimos um grito. Um grito agudo de desespero. Era a voz de uma garota, e estava vindo de dentro da mata. Clara também gritou logo em seguida por causa do susto que havia levado.

                -O que está acontecendo?! – Angelo perguntou enquanto olhava para a direção de onde o grito parecia ter vindo.

                -C-c-c-cara! Esquece isso, vamos embora! – Simon parecia mais preparado do que nunca para correr numa maratona. Meu coração também estava acelerado.

                -Não! Nós precisamos ver quem é! E se ela estiver precisando de ajuda?! – Angelo insistiu.

                -Eu disse! Eu disse que era uma má ideia! Vamos embora, pelo amor de deus! – Clara parecia a ponto de entrar em desespero.

                -Então é assim?! Vocês simplesmente vão virar as costas para uma pessoa que pode estar em perigo?! – Angelo gritou, abismado. – E se fossem vocês?! Já pensaram nisso?! Se ela sair nos noticiários, morta, vocês vão poder honestamente dizer que não tiveram culpa nenhuma?! Vamos lá, cara, você concorda comigo, não é? – Ele perguntou enquanto olhava para mim. Eu não sabia o que dizer. Poderia ser perigoso. Mas se eu recusasse ajudar aquela garota naquele momento, estaria agindo como um completo covarde na frente das pessoas que haviam concordado em me ajudar. Acho que no final das contas, era uma questão de honra.

                -Eu concordo, mas de que vale boas intenções se chegarmos lá e apenas atrapalharmos? Precisamos pensar antes de agir.

                -Eu sabia que podia contar com você! – Angelo falou aliviado.

                -Em primeiro lugar, algum de vocês trouxe um celular?

                Todos eles ficaram quietos, olhando uns para os outros. Eu não havia trazido o meu, pois, para falar a verdade, mal tinha tirado meu celular da bagagem. Com os acontecimentos dos últimos dias, eu simplesmente não me lembrei.

                -Eu deixei o meu carregando em casa... – Clara disse, ainda tremendo de medo. – E esse imbecil ta sem celular porque o dele caiu na privada!

                -Ei, agora a culpa é minha?! Foram aqueles amigos idiotas do Alberto que fizeram isso!

                -E eu estava tão preocupado em sair de casa sem ser notado que não trouxe nada comigo. – Simon também respondeu para meu desgosto. Magnífico. Quatro pessoas e nenhum celular. Essa é a coincidência mais trágica da minha vida. Ainda estávamos a uns 10 minutos de distância de Saffron, e até chegar lá já poderia ser tarde demais. Voltar para Lavender também não ajudaria em muita coisa, seria o mesmo que pedir ajuda a uma cidade fantasma.

                -Nesse caso, só nos resta analisar a situação. Vamos andar escondidos pelas árvores e ver o que aconteceu com a garota, rápido. Se não tiver sido nada demais, poderemos apenas voltar sem sermos percebidos. – Eu ordenei, já que essa era nossa única opção além de fugir.

                Fomos cortando caminho pelas árvores e o mato. Alguns pokémons selvagens nos observavam atentamente enquanto outros apenas permaneciam dormindo. O vento tornava a travessia ainda mais difícil, fazendo muitas folhas voarem em nossos rostos. Minha respiração já estava ofegante quando finalmente chegamos ao local de onde o grito tinha vindo. E quando chegamos... Vimos a cena que mais temíamos ver. A garota estava em pleno ar, rondada por uma aura azul, enquanto um pequeno Pokémon, aparentemente quadrupede, estava bem à frente dela. Atrás dos dois, uma pessoa observava aquela cena. Nós nos mantivemos em silêncio enquanto assistíamos aquilo detrás das árvores.

                Estava muito escuro para identificar o Pokémon e a pessoa observando. Só podíamos enxergar a garota que estava rondada pela luz. Ela estava ficando cada vez mais pálida, e estava com a boca aberta, como se estivesse tentando gritar, mas nenhum som saia. Não havia dúvidas. O medo se apoderou de mim. Ali estava, bem na minha frente. Eu não podia vê-la, pois a sombra da noite mantinha sua identidade em segredo, mas a pessoa responsável pelos assassinatos recentes de Lavender Town... O assassino... Estava bem diante de mim!

                -O que vamos fazer?! – Angelo sussurrou.

                -Não há nada que possamos fazer! – Simon respondeu num tom igualmente baixo. – Se nós atacarmos, morreremos juntos com ela!

                -Então vocês vão simplesmente deixar ela morrer?! – Angelo tentava se controlar para não falar alto. Estávamos todos tensos com a situação.

                -Há uma alternativa... – Eu disse enquanto raciocinava e observava o campo. – Enquanto um de nós distrai o assassino atacando-o pela frente, os outros permanecem escondidos, se movendo para trás dele, indo escondidos pelas árvores para executar um ataque furtivo. Se derrubarmos o assassino, lidar com o pokémon fica mais fácil. Mas é muito arriscado...

                -Então é isso mesmo que nós vamos fazer! – Angelo falou e, logo em seguida, sem pensar duas vezes, pulou em direção ao local onde o assassino de Lavender estava e enviou seu Machop para atacar o Pokémon adversário.

                -Aquele idiota impulsivo! – Clara falou enquanto botava as mãos na cabeça.

                -Agora não tem mais jeito, não podemos deixar ele sozinho! – Simon disse enquanto se movia o mais rápido que podia por trás das árvores para chegar a um local onde fosse possível executar um ataque surpresa.

                -O que faremos?! – Clara me perguntou com um imensurável desespero em seus olhos.

                -Confie em mim. Vai dar tudo certo. – Eu tentei acalmá-la enquanto colocava minha mão sobre seus ombros, mas eu estava tão desesperado quanto ela. Ainda assim, precisava me manter calmo custe o que custar. Se agíssemos todos movidos pelo medo nada de bom iria acontecer, e eu sabia disso. Se eu quisesse achar uma chance para sairmos vivos daquela situação, precisava agir com calma e precisão.

                O ataque de Angelo fez com que o Pokémon do assassino perdesse a concentração, fazendo com que a garota que estava sendo erguida por ele caísse no chão. Porém, sem perder tempo, ele atacou Angelo e Machop com um ataque psíquico, fazendo ambos serem arremessados em direção a uma árvore. Logo em seguida, assim como combinado, Simon liberou seu Pokémon, um Raticate, fazendo-o atacar o assassino pelas costas enquanto ele se distraía com Angelo. Mas no final das contas, quem foi surpreendido fui eu. De dentro das árvores que estavam atrás do assassino, um chicote de vinha saiu e agarrou o Raticate, arremessando-o em Simon como se fosse um simples pedaço de papel. Os dois desmaiaram sem sequer saber o que havia os acertado.

                O assassino já havia previsto que algo assim poderia acontecer e havia escondido outro Pokémon no meio da floresta para protegê-lo caso algum imprevisto como esse ocorresse. Ele contra-atacou o meu plano perfeitamente sem sequer ter conhecimento prévio do que eu estava pensando. Eu fiquei completamente apavorado. Não havia mais nada que eu pudesse fazer, estava derrotado.

                Ele retomou de onde parou, mas agora, tinha duas novas vítimas: Simon e Angelo. Clara não aguentou mais.

                -ANGELO!!! SIMON!! – Ela gritou com todas as forças enquanto corria em direção ao assassino. – PIDGEOTTO, MEOWTH, POR FAVOR, ME AJUDEM! – Ela implorou aos seus Pokémons enquanto os arremessava na direção do assassino. Mas foi inútil. Com apenas um ataque, tanto ela quanto seus dois Pokémons foram nocauteados.

                Eu engoli a seco. Sem a menor dificuldade, aquela pessoa havia derrotado três treinadores sem ao menos se mexer do lugar para revelar sua identidade. Eu comecei a ficar tonto de tão rápido que estava respirando. O completo desespero esfaqueava minha alma e me rasgava de dentro para fora. Mesmo com um plano não havia nada que eu pudesse fazer. Eu estava completamente indefeso. Só me restavam duas opções: assistir meus amigos morrerem ou morrer junto com eles. O que eu faço!? Eu não quero morrer! Mas eu também não quero fugir! Se eu fizer isso, estarei traindo as pessoas que haviam concordado em me ajudar! Era MINHA culpa eles estarem naquela situação em primeiro lugar! Mas valeria mesmo a pena gastar a minha vida a toa ali?! Pense, Neil! Pense! Deve haver alguma outra solução!

                -PARADO AÍ! – Eu não podia simplesmente recuar. Era tudo ou nada. Vida ou morte. Sucesso ou falha eterna. Estava na hora de decidir tudo com minha ultima jogada. Ou melhor... Meu ultimo blefe. – Está tudo acabado! Eu já liguei para a polícia e a mídia local a alguns minutos, eles vão chegar a qualquer momento! Desista e retorne seus pokémons se não quiser sair machucado!

                Ele parou por um instante e deu um passo para trás. Eu havia conseguido fazê-lo recuar. Um silêncio mortal tomou conta do campo. Eu olhava para ele simulando fúria em meus olhos, tentando não deixar meu medo transparecer. Aquela figura misteriosa cuja face eu não conseguia ver não soltava sequer um ruído e parecia olhar em minha direção. Eu estava finalmente cara a cara com o assassino de Lavender. O vento assoprava violentamente, fazendo meus cabelos se esvoaçarem no ar enquanto os galhos das árvores pareciam querer me atacar. A sinfonia macabra dos ventos continuava enquanto nós dois nos encarávamos naquela atmosfera pesada.

                -Se você não vai me obedecer, então terei que atrasá-lo até que os outros cheguem aqui! – Eu disse imponentemente. – Pup, Ruffly, hora do show!

                Ao saírem das pokébolas, dei meu comando de ataque imediatamente e apenas observei. “Fuja! Fuja de uma vez por todas!” eu gritava essas palavras dentro de minha cabeça. Meus pokémons avançaram. Ruffly voava em direção ao assassino enquanto cortava com dificuldade o ar causado por aquela ventania enquanto Pup ia pelo solo, sendo punido pelos milhares pedaços de terra e folhas que voavam em sua direção. “Fuja! Vá embora daqui!”, eu continuava a recitar o mantra, sabendo que se ele permanecesse, todos nós iríamos morrer. A cada centímetro que meus pokémons percorriam eu podia ouvir meu coração batendo cada vez mais rápido. “FUJA!”, eu desesperadamente torcia enquanto ficava cada vez mais tenso. O Pokémon daquela figura misteriosa avançou, fazendo seu primeiro movimento desde que eu havia aparecido. Um brilho azul tomou conta dos olhos daquela besta quadrúpede assassina. Um brilho azul e congelante que me encarava como se fosse a própria morte. Senti meu coração bater na minha garganta. Uma grande luz envolveu o campo de batalha fazendo com que eu fechasse meus olhos. Eu já não sabia mais o que esperar. Dentro de meu subconsciente, talvez eu já estivesse convencido de que aquele seria o local de minha morte. Coloquei meu braço na frente de meu rosto e esperei pelo pior...

                Quando percebi que o brilho havia cessado, abaixei meu braço e abri os olhos lentamente. O pior não havia acontecido. Angelo se recompunha aos poucos da batalha enquanto se levantava. Simon abria seus olhos vagarosamente enquanto olhava para os lados, ainda absorvendo o que acabara de acontecer. Clara punha sua mão direita na cabeça enquanto tentava se erguer novamente. A vítima do assassino continuava inconsciente no chão, sem que nenhum de nós soubesse se ela estava viva ou morta. Eu soltei um suspiro de alívio e caí no chão, exausto, com as pernas ainda bambas. De alguma forma... Nós havíamos conseguido. Nós sobrevivemos!...

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Notas finais do capítulo

"[...]Eu estarei observando todos os seus movimentos. A cada beco sombrio, eu estarei lá, pronto para devorar sua alma.[...] Não há para onde correr, Neil. Você não pode se esconder de mim. HAHAHAHA!"
Capítulo 9: O Aviso.
Estréia: 30 de Setembro.



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