Pokémon: Ano Sombrio escrita por Linkusu


Capítulo 16
Capítulo 15: Conflito sangrento.


Notas iniciais do capítulo

Sugestão de música: tocar do começo do capítulo até o final da batalha contra o homem de cabelos grisalhos - http://www.youtube.com/watch?v=7Xp1yDFc8rU
Demorou novamente, mas de galho em galho chegamos lá. O capítulo acabou ficando menor do que eu havia inicialmente previsto, mas acho que é melhor... Se fosse muito grande, provavelmente ficaria cansativo. De qualquer forma, boa leitura!



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–Ruffly, Garras Esmagadoras! (*Crush Claw)


Soltando um destemido grito de guerra, Ruffly avançou velozmente contra o oponente, que ainda não havia liberado seu Pokémon. Tendo utilizado o golpe Afiar Garras, meu Ruffly estava com seu ataque e precisão aumentados. Seja lá o que esse homem estava planejando, se recebesse um ataque direto, seria gravemente ferido. Humanos geralmente não são páreos contra Pokémons afinal de contas. Mas por algum motivo, seu sorriso de confiança não saia de seu rosto e ele continuava a andar em frente, vindo em minha direção.


–Golbat, Acrobacias. (*Acrobatics)


“Golbat?”, foi o que passou pela minha cabeça. “Mas onde”... Foi então que eu senti uma presença acima de mim e olhei para o teto o mais rápido possível. Não era meu oponente quem estava convencido demais, eu é que tinha baixado a guarda estupidamente. O Golbat de meu oponente caiu exatamente em cima de mim e me atacou diretamente. Dei um pulo para trás para minimizar o impacto do ataque, mas ainda assim, seu golpe foi o suficiente para rasgar minha camisa e fazer um corte horizontal em meu ombro.


–ARRRGH! – Eu coloquei minha mão direita sobre o ferimento. Eu estava sangrando. Minha roupa começava a tomar uma coloração vermelha lentamente, e a dor que me percorria era intensa. O corte havia sido profundo. – AAAAAAH! Meu... Ombro...! – Eu tentava conter meus urros de dor e cerrava meus dentes, mas era inútil. “Não posso permanecer nesse estado deplorável!”. Levantei-me lentamente e fui checar para ver se Ruffly havia atingido seu oponente, e... Para meu contentamento, eu não havia sido o único acertado! Ruffly havia enfincado suas garras nos braços do meu adversário, rasgando-lhe a pele e fazendo com que seu sangue jorrasse no chão. Como eu havia antecipado, já era tarde demais para ele escolher outro Pokémon para defende-lo da investida de Ruffly. Essa era minha chance. – Ruffly, continue seu ataque com a manobra aérea. Pup, derrube esse Golbat com o Giga Impacto!


Dei um passo para trás e joguei a pokébola de Pup na direção de Golbat, fazendo com que meu fiel pokémon se revelasse próximo ao seu adversário, já preparado para atacar. Havia um detalhe, porém... Nesse tempo em que eu havia treinado, meu Lillipup havia evoluído para um Herdier. Seu poder de fogo agora estava muito maior. Caso o ataque acertasse, seria o fim daquele Golbat levando em conta que seus leveis não fossem muito diferentes.

A imponente aura branca tomou conta do corpo de Pup. Ele avançou. Golbat também vôou em sua direção, com suas asas brilhando, pronto para executar um Ataque Aéreo. Os dois se colidiram. Senti um leve senso de deja vú... Era exatamente como daquela vez em que batalhei contra Bruce na sala de aula. Naquele dia, Pup se feriu gravemente e foi derrotado por Nidorino...


Mas não dessa vez. Eu jurei que jamais iria deixar aquilo se repetir. Todos os nossos dias de treino não foram em vão. E alcançando minhas expectativas, o resultado dessa vez foi diferente: era o Pokémon do adversário quem estava sendo arremessado para longe pelo golpe de Pup. Soltei um sorriso de triunfo. Golbat ricocheteou no teto e caiu no chão, desmaiado. Nós vencemos.


–Agora, Pup, vá ajudar o Ruffl...


Antes de poder terminar minha ordem, senti um aperto na minha garganta. Eu estava ficando sem ar, e meus pés não estavam mais tocando o chão. Quando olhei para baixo, lá estava aquele homem, de pé, me erguendo no ar enquanto me enforcava com seu braço direito. Aquilo era ridículo. Seu braço estava terrivelmente machucado e de sua testa escorria sangue. Ele também tinha alguns outros cortes espalhados pelo seu corpo, todos efetuados por Ruffly. Mas ainda assim, ele havia conseguido chegar até onde eu estava rapidamente, com força o suficiente para me erguer no ar e me matar a qualquer momento. Era como se seus ferimentos fossem meras inconveniências. Quem diabos é esse homem?!


–Se eu fosse vocês, eu não tentaria fazer nada. – Ele olhou para Ruffly e Pup com uma expressão de deboche. – Se eu quisesse, já poderia ter quebrado o pescoço dele, e então o treinador de vocês estaria morto. Querem ver?


Um soco direto no meu estômago. Pude sentir algo subir a minha gargante, me fazendo regurgitar. Era meu próprio sangue. Eu estava completamente sem ar. Tentava desesperadamente respirar, mas meu nariz e boca não me obedeciam. Minha mente queria apagar. Mas se eu apagasse naquele momento...!!

Eu não quero morrer.

Eu não quero morrer..

Eu não quero morrer...

Eu não quero morrer!


–AAAAHHH...! – Utilizando uma força herculiana, eu finalmente consegui inalar ar e recuperar o meu fôlego. Estava mais ofegante do que nunca, e só havia conseguido respirar pois meu inimigo me permitiu, diminuindo a força que estava exercendo sobre meu pescoço. Ele apenas observava enquanto eu pateticamente lutava pela minha vida.

–Eu avisei, não avisei? Que nossos níveis eram muito diferentes... Obviamente, eu não estava me referindo às nossas habilidades como treinador, haha. – Ele continuou com seu tom de sarcasmo. – Não mesmo. Nesse quesito, eu admito que você parece ser melhor do que eu. Afinal de contas, acho que não tenho o mesmo talento inato que vocês pessoas tem de escravizar outros seres vivos para suas próprias conveniências... Eu luto minhas próprias lutas, e cuido de meus problemas com minhas próprias mãos, diferente da sua laia. De nada adianta você ser o melhor treinador do mundo se não é capaz sequer de se defender sozinho. – Ele voltou a aumentar a força exercida no meu pescoço, me fazendo ficar com falta de ar novamente. – Retorne seus pokémons às suas pokébolas, ou eu irei matar você aqui e agora. Se você retorná-los, eu pouparei sua vida.


Eu estava começando a me desesperar. Meu corpo começava a se sentir frio pela perda de sangue. Eu estava sentindo o mesmo medo que havia sentido no dia em que me encontrei com o assassino de Lavender. Era como se a morte estivesse bem ao meu lado, sussurrando no meu ouvido. Sem pensar duas vezes, eu retornei Pup e Ruffly para suas pokébolas. O homem de cabelos grisalhos me jogou no chão violentamente, cumprindo sua palavra.


–Decepcionante. Você não tem o necessário para enfrentar o “fantasma”. – Ele disse enquanto me dava as costas e começava a andar de volta ao local onde ele estava no começo de nosso encontro. – Acho que depois desse pequeno confronto, já deixei a mensagem bem clara, não é? Não se meta conosco. Vá brincar de treinador Pokémon na sua escolinha e não se meta no assunto dos adultos.

–Espere! – Eu gritei, tentando fazê-lo parar. – O assassino... Como você o conhece?! Quem ele é, e porque ele está matando as pessoas? Por favor, me responda! – Eu estava me sentindo um completo lixo. Arrastando-me no chão, implorando por informações e misericórdia. Com a pouca força que ainda me restava, eu consegui me levantar, mantendo minha mão em cima do ferimento que Golbat havia desferido.

–Ora, não deveria ser óbvio o suficiente? – Ele parou e olhou na minha direção. – O assassino está mais próximo de você do que pode imaginar. Mas... Você já sabe disso, não é? – Ele deu um sorriso enquanto esperava a minha reação. O assassino está próximo de mim? Será que...?

–Então... Você é o assassino? – Eu o perguntei, um pouco desconfiado. Ele encolheu os ombros e deu um suspiro.

–Você é idiota ou tem problemas mentais? É óbvio que não sou eu. Se fosse, você já estaria morto ha muito tempo.

–Então... É alguém que eu conheço? – A hipótese que eu queria descartar, mas que de tempos em tempos sempre aparecia em minha cabeça.

–Quem sabe? Eu disse que ele estava próximo de você... Isso não quer dizer que você o conheça. Se ele está próximo de você, pode ser qualquer morador de Lavender ou Celadon. Pode ser alguém de sua escola... Talvez tenha o visto de relance... Ou talvez tenha falado muito pouco com ele para perceber algo de errado. As possibilidades são inúmeras, e você não está interpretando esse caso da maneira correta. – Ele falava enquanto olhava com indiferença para mim, mas suas palavras tinham o intuito de claramente mexer com a minha cabeça. Afinal de contas, eu o conheço ou não? – Sua visão é muito lógica, centrada e reta demais. Se quiser realmente resolver esse caso, precisa pensar fora da caixa. Infelizmente, você não parece estar à altura de seu adversário. Hehe...


Na verdade, talvez eu já tivesse chegado à resposta... Talvez, no fundo, eu apenas estivesse negando isso por saber que é a probabilidade mais óbvia.


–O assassino de Lavender... É James Vonruchi? – Eu perguntei, enquanto fixava-me nos olhos daquele homem.

–Quem sabe? – Ele apenas me respondeu indiferentemente outra vez. – De qualquer forma, não posso continuar aqui brincando com você. Tenho coisas mais importantes a fazer...

–Você não vai fazer nada em lugar algum!


Uma terceira voz surgiu repentinamente e pegou nós dois de surpresa. Alguém que estivera nos observando...!


*Interlúdio*

–Esse Pokémon... Onde você o conseguiu?


James Vonruchi perguntou ao seu adversário, enquanto tentava inutilmente manter a calma. Quem conseguiria numa situação daquelas? Nem mesmo um veterano de guerra poderia manter sua cabeça fria ao ver uma lenda bem na frente de seus olhos. O Pokémon que havia causado o inicio de toda a destruição naquele local, e o responsável por salvar a vida de Lancilotto, um Pokémon cujo qual o próprio James possuía um interesse em conhecer: Deoxys. Obviamente, essa não era exatamente a melhor circunstância que ele tinha em mente...


–Pequeno verme que se autoproclama um líder, será que agora a diferença entre um verdadeiro sangue azul e uma falsificação como você ficou clara? –Ele dá um sorriso de desprezo, olhando com satisfação para a expressão inquieta de seu oponente. Finalmente Lancilotto tinha saído de sua desvantagem para ganhar o controle da situação, e ele não cometeria o mesmo erro duas vezes.

–Como? Como você conseguiu adquirir esse Pokémon?

–E porque eu lhe responderia? Nesse momento, tudo que eu desejo é ver seu corpo sem vida estirado pelo chão!

–Quem são vocês afinal de conta, e o que querem com os orbes? E esses uniformes... Não são os uniformes da equipe rocket? Eles já haviam se separado há anos... Não há como vocês serem eles de fato. – James estava confuso com toda aquela situação. De fato a equipe rocket havia encerrado suas atividades há décadas, mas irrefutavelmente os uniformes que aquelas pessoas estavam usando remetia aos uniformes daquela equipe. Seriam apenas imitadores? Mas eles eram competentes demais para meros falsificadores... Aquelas pessoas eram altamente disciplinadas e treinadas, evidenciado pelo fato que estavam conseguindo manter uma luta contra todos os líderes de Kanto.

–Hahahaha... Hora, mas o que exatamente define uma organização? Seu líder? Seu uniforme? Obviamente não, essas coisas são fúteis e dispensáveis. – Lancilotto mantinha sua atitude majestosa de alguém que está sob controle de tudo ao seu redor, e agora falava com seu oponente de uma maneira intimidante. – São os ideais que mantém uma organização unida. A forte vontade de inúmeras pessoas em alcançar um objetivo em comum, é isso que define uma organização. Pessoas são fáceis de lidar, vira-lata. Assuste-as suficientemente, faça com que elas percam suas posições de poder ou até mesmo mate-as a sangue frio. Mas ideais? Hahaha... Ideais não morrem. É impossível extinguir completamente uma mentalidade. Líderes apenas cumprem a sua função de unir várias pessoas por um ideal... Mesmo que ele morra ou seja detido, isso não significa que seus seguidores seguirão pelo mesmo caminho. Será que você entende o que isso significa?


Lancilotto falava suas palavras ácidas para James, que não fazia nada a não ser escutá-las em silêncio.


–Suas batalhas são inúteis. – Lancilotto continuou de onde havia parado após um momento de silêncio. – Mesmo que vocês resistam a nós aqui... Mesmo que vocês prendam nossa líder, enquanto houver uma pessoa sequer disposta a lutar por nossos ideais, é impossível nos erradica. Ideais conquistam novas pessoas, e as vezes até tomam novas formas, ressuscitando de uma maneira a se espalhar mais eficientemente. É por isso que conflitos como esse são inevitáveis. Aquilo que vocês consideram como o “mal” não pode ser completamente erradicado, isso é senso comum... Haha, até mesmo a definição de “mal” não é absoluta, tendo em vista que os vencedores são aqueles que escrevem a história. Se vocês fossem derrotados hoje aqui, quem seria visto como o “mal” pela história? Mas é claro... Eu suponho que alguém que já fora chamado de “ceifador” saiba muito bem do que estou falando, não é mesmo?

–Eu já estou cansado de sua lógica deturpada.


Com um estalar de dedos, Dick, o Gallade de James que havia descido sorrateiramente do topo do lustre enquanto os dois conversavam, se preparava para acertar o Corte Psíquico e arrancar a cabeça de Lancilotto. Teria a distração de James funcionado mais uma vez?

Para essa provocação... Lancilotto apenas respondeu com um sorriso de asco.


–Vira lata inútil, será que seu dono não lhe ensinou novos truques?


Já esperando um ataque vindo pelas costas, ele havia posicionado seu Ferrothorn para defende-lo. A lâmina psíquica de Dick colidiu furiosamente com a barreira erguida pela proteção de Ferrothorn, que repelia o ataque de seu oponente como se fosse uma brutal ventania arrastando um mísero inseto.


–Tsk... Como esse miserável conseguiu um Ferrothorn afinal de contas? Será que ele veio de Unova pra cá...? – James falava consigo mesmo, visivelmente nervoso. Havia perdido o controle da batalha, e isso poderia lhe custar caro.

–Um guerreiro de elite como eu não pode ser derrotado por animais que conhecem apenas um truque como você. Deoxys, Dragonite, Scizor, Gliscor... Acabem com esta patética batalha.


Os quatro pokémons avançaram ao comando de seu mestre.


–Christie, Holmes, Marlowe, Poirot, Wattson, estamos em vantagem numérica, se aproveitem disso e tentem encurralar os oponentes de modo a deixa-los indefesos!


Starmie, Metagross, Bronzong, Reuniclus e Wobbufet avançaram logo em seguida. O temível time do prestigiado líder psíquico de Cerulean atacava com todas as suas forças. Entretanto...


–HAHAHAHAHAHAHA! –Uma risada psicótica ecoou pelo salão. – Vantagem numérica? Você é mesmo idiota, cão da liga!

–Mas o que?!


Quando James percebeu sobre o que seu adversário estava falando, já era tarde demais. As impiedosas chamas da execução vinham em sua direção... O mesmo truque ele havia usado contra seu adversário tinha sido virado contra ele próprio. Como pudera se descuidar tanto num momento decisivo? Mas não haviam dúvidas... Aquele seria o seu fim. Enquanto o calor em suas costas aumentava, em sua mente tudo que lhe restavam eram dúvidas e arrependimentos...


*Fim de Interlúdio*

–Você não irá fazer nada em lugar algum! Se quiser mexer com um de nós, vai ter de mexer com todos nós!

–Angelo?!


A pessoa que eu menos esperava ver naquele momento apareceu bem diante de meus olhos, com seus três pokémons acompanhando-o fora de suas pokébolas. Bem atrás dele, pude ver outras pessoas correndo em minha direção.


–Simon? Clara? Catarine? O que vocês estão fazendo aqui?! Vocês tem que fugir o mais rápido possível desse lugar!

–M-mas não podemos abandonar você! – Mesmo estando visivelmente assustado, Simon recolhia toda sua coragem para falar. –Mesmo que tenhamos q-q-que enfrentar esses caras! Afinal de contas, se não fosse por você, teríamos morrido naquela noite, lembra?!

–Não interprete isso da maneira errada... Estou apenas pagando minha dívida. – Catarine falou com sua usual frieza.

–Pessoal... – Eu não sabia o que falar naquele momento. Mas tendo em vista o rumo que as coisas tomariam dali em diante, talvez “corram” fosse uma boa escolha de palavras.

–Mas que incômodo... Vocês parecem Zubats, sempre andam em bandos. Ai, ai... O que eu faço com vocês?

–Talvez você devesse nos contar o que sabe? – Angelo disse, desafiando o homem de cabelos brancos.

–Ah, mas é claro. Quem sabe eu te sirva um pouco de chá junto? Aceitam biscoitos também? – Com um sorriso malicioso no rosto, ele respondeu novamente com seu ácido sarcasmo. – Saibam a posição de vocês. Perto do grande esquema das coisas, vocês não passam de míseras formigas.

–Grande esquema? E o que seria isso? – Eu perguntei, intrigado pela afirmação dele.

–Ops... Acho que eu falei demais. – Ele encolheu os ombros e soltou uma breve risada, como se tivesse deixado alguma informação escapar casualmente. – Apenas esqueçam que eu disse alguma coisa.

–Do que você está falando, Ultor? Essas crianças já sabem demais. O único destino possível a elas é a morte.


Uma voz feminina que até então não estava lá se pronuncia. Olhando para trás, o homem de cabelos brancos avista uma mulher de cabelos curtos e negros atrás dele, e prontamente reverencia sua chegada.


–Eu estive esperando pela vossa chegada, senhorita Nyx.



*Interlúdio*


O ataque de chamas que chegava cada vez mais próximo de suas costas certamente seria certeiro. Enquanto James L. Vonruchi esperava por sua morte, entretanto, o destino parecia guardar sua vida com mãos de aço.


–Abaixe-se, James!


Ouvindo aquela voz familiar no meio do tumulto, o homem que havia estado em dezenas de campos de batalha obedeceu aos comandos que lhe foram dados instintivamente, abaixando no momento em que um disparo de água veio à direção dele, combatendo o ataque de chamas que há poucos momentos atrás estava prestes a atingi-lo.


–Huh? – Confuso quanto à quem havia sido o responsável por neutralizar seu ataque, Lancilotto olhou para trás e avistou um homem com uma extravagante bengala branca com adornos dourados, uma pokébola prateada em seu topo, e segurando ela o senhor utilizando uma pomposa vestimenta azul escura. O prestigiado chefe da delegacia de polícia de Lavender havia chegado para resgatar seu companheiro de longa data. Lancilotto observou-o em silêncio por alguns segundos, fechou seus olhos e falou arrogantemente. – Oh... Parece que outra marionete da liga pokémon acaba de chegar. Isso já está começando a ficar problemático.

–Calado. Um moleque como você deveria abaixar a cabeça antes de mencionar o nome da liga ou ao se dirigir a mim. – O impune Edward Vaan Wolfgang olhou em direção à James para se certificar de que ele estava bem. Ao vê-lo se levantando do chão com nada mais do que apenas alguns arranhões, ele soltou um suspiro de alívio e voltou-se novamente ao treinador de cabelos dourados. – Mas que desgraça! Não posso acreditar que alguns rebeldes sem causa como vocês arruinaram este evento sob a minha supervisão. É melhor que você esteja preparado para lidar com as consequências disso, garoto.

–Lidar com as consequências? HAHAHAHAHAHA! Isso não irá acontecer. Se eu tivesse de batalhar com vocês dois aqui, eu teria de lutar a sério... Infelizmente, eu não irei dar este tipo de privilégio à meras marionetes.

–Você realmente acha que pode escapar das mãos da justiça? Não seja prepotente, moleque.

–Acho? Não, eu tenho certeza. – Lancilotto aproximou-se de seu Deoxys enquanto continuava a falar. – Foi um passa tempo razoável, mas está na hora de eu me retirar. Terei de deixar o resto com aqueles dois. Hehehe... – Lancilotto olhou para James uma ultima vez antes de se retirar. – Eu mal posso esperar para ver o momento em que todo o seu mundo desabará bem na frente de você... Não, de todos vocês. Mas não temam... No final das contas, vocês nos agradecerão também. Ou ao menos, aqueles que conseguirem sobreviver... Hahahaha! Vamos embora daqui, Deoxys. – Dando sua ordem final, uma forte luz branca envolveu a ele e todos os seus Pokémons, e no momento seguinte, eles já não estavam mais lá.


*Fim de Interlúdio*

–Ei... Será que essa é...? – Simon perguntou enquanto olhava para a mulher que havia acabado de chegar. Ela havia sido a mesma mulher que havia roubado as duas orbes... Sem dúvidas, era ela a mente por trás dessa invasão ao museu.


Obviamente, essa não era uma situação muito boa para nós. Se nosso oponente fosse apenas o homem de cabelos brancos, poderíamos derrotá-lo, mas com ela presente também, mesmo que uníssemos todos os nossos pokémons, provavelmente ainda assim correríamos o risco de estarmos em desvantagem.


–Vamos sair daqui. – Eu disse em um tom baixo para apenas o nosso grupo ouvir. – É arriscado demais continuar e batalhar com eles dois juntos.

–Mas e se eles nos seguirem? – Clara perguntou, também em tom baixo.

–Nesse caso, é só nos assegurarmos de que eles não saberão para onde estamos indo.


Ao falar isso, eu retirei uma pokébola de meu bolso e olhei na direção dos dois membros da equipe desconhecida. A mulher ao qual o homem de cabelos grisalhos havia se referenciado pelo nome “Nyx” estava olhando para nós com uma expressão de indiferença, enquanto também segurava uma pokébola em sua mão direita.


–Então, ao invés de fugir, você decidiu lutar? Quanta ousadia. Não que seus resultados fossem ser muito melhores caso decidissem escapar...

–Ei, Neil...! – Angelo falou com preocupação, tentando manter um tom baixo o suficiente para que os dois adversários não ouvissem. – Não me diga que você pretende se usar de isca?!

–Sem essa, não podemos ir sem você! – Simon consentiu.

–Me usar de isca? – Eu dei um sorriso confiante. – Não... Eu tenho outra coisa em mente.


Encarando a líder nos olhos, eu me recordei dos eventos daquela manhã, antes de partir para Pewter. “Leve isso com você”, meu pai me disse quando eu estava prestes a sair de casa, me entregando uma pokébola que continha um de seus próprios pokémons. “Pode ser que você precise...”.

Estava na hora de usar meu trunfo secreto.



Continua...


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando desses ultimos capítulos. Mudei o foco para ação neste pequeno arco, mas é porque foi necessário dar uma agitada nas coisas. Para os que preferem o estilo de mistério, em breve a fic voltará às suas raízes sombrias quando a história do assassino voltar ao foco, o que será logo logo. Aguardem.



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