Pokémon: Ano Sombrio escrita por Linkusu


Capítulo 14
Capítulo Especial: Passado Sombrio...


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me pela demora para postar um capítulo novo. Como compensação, postarei este capítulo especial que é de uma fanfic que eu havia planejado, e que ocorreria antes dos acontecimentos do "Ano Sombrio". Não sei se chegarei a fazer a fic realmente ou se apenas farei alguns poucos capítulos especiais com partes do passado, mas de qualquer forma, fiquem com o capítulo e boa leitura!
Quanto ao capítulo 14, ainda esse mês(fevereiro) eu pretendo postá-lo, então, fiquem atentos!



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*25 anos antes de Ano Sombrio...*

“Ah... Hah... Ah...!”

Dentro da floresta, o garoto ofegava enquanto suas pernas se moviam o mais rápido possível. Não sabia para onde estava indo e isso pouco o interessava. A única coisa importante para ele naquele momento era fugir o mais rápido possível daquele local.

“Eu não quero morrer... Eu não quero morrer!”

Ele repetia essas palavras incessantemente em sua cabeça. Sons de explosões podiam ser ouvidos em locais próximos junto com os gritos de diversas pessoas diferentes. Gritos de guerra, gritos de vitória, gritos de morte, gritos de medo. O garoto ouvia tudo isso enquanto corria o mais rápido possível, passando pelos galhos das árvores, se arranhando, cortando o caminho cheio de mato com a sua faca. Em sua mão direita, ele segurava um broche contendo uma foto de sua família com toda sua força.

“Pai... Mãe... Irmão... Socorro!”

Ele gritava desesperadamente em sua cabeça enquanto seus olhos banhados pelo desespero procuravam o melhor caminho para trilhar sua escapatória. Mas quanto mais ele desbrava a floresta, mais ele tinha certeza: não havia escapatória. A partir do momento em que ele entrou naquele campo de batalha, só lhe sobraram duas escolhas: viver como um vitorioso, ou morrer como um derrotado.

“Electrode, explosão.”

Ele ouviu aquelas palavras e um arrepio lhe percorreu a espinha. Não houve sequer tempo para reagir. Rápido como um raio, o Pokémon circular se pôs em frente ao rapaz e causou um grande estrondo. Um barulho ensurdecedor fez com que um de seus tímpanos estourasse e, mesmo com a distância considerável entre ele e o Pokémon, foi arremessado para trás com seu braço esquerdo completamente devorado pela explosão, fazendo com que ele soltasse um grito de dor.

“AAAAAAHHHHHHH!! MALDITO!MALDITO!!”

Ele se debatia inutilmente no chão enquanto amaldiçoava seu inimigo. Um homem alto utilizando vestes militares saiu de seu esconderijo. Estivera camuflado na floresta apenas esperando pelo momento certo para escolher uma presa. Seus cabelos eram arrepiados e, apesar de muitos fios brancos, ainda era possível ver restos de sua cor amarela original. Aquele não era um adversário que aquele garoto gostaria de insultar. Aproximadamente entre 50 a 60 anos, aquele homem era um veterano de guerra, até mesmo o mais inexperiente dos soldados poderia notar sua aura superior.

“V-Vá embora! Me deixe em paz!”

O garoto urrou desesperadamente, jogando quatro pokébolas logo em seguida. Numa guerra como aquela não existem regras, cada um luta com tudo o que pode sendo guiado apenas pelo simples desejo de sobreviver. O homem, mestre em pokémons elétricos, sequer piscou com a ameaça de seu adversário.

“Uma criança... É apenas uma criança...”

Ele falava em um tom baixo enquanto olhava para aquele rapaz, que deveria ter 18 anos no máximo. Não havia ódio ou desejo de matar em seus olhos, apenas certa pena daquele pequeno ser que havia se envolvido em uma situação que lhe foi imposta. Mas mesmo assim, o veterano não recuava. Ele sabia que era seu trabalho dar um fim digno àquela “criança”.

“A-Ataquem ele!”

Tão grande era seu medo que o jovem treinador sequer conseguia pensar em comandos ou estratégias: agia apenas por puro instinto, como um animal encurralado. Seu adversário, por outro lado, era controlado até demais.

“Magnezone, impeça aqueles pokémons”

Rapidamente obedecendo ao comando de seu mestre, Magnezone flutuou em direção aos dois pokémons metálicos que o garoto havia lançado no campo de batalha: Ferroseed e Durant. Usando sua habilidade natural como um Ímã Magnético, ele atraiu os pokémons metálicos para perto de si enquanto preparava um mortal Poder Oculto de tipo fogo. Já para lidar com os dois pokémons restantes, Ducklett e Heatmor, ele enviou seu segundo combatente.

“Electivire, Raio do Trovão.”

Faíscas saíam furiosamente do corpo daquele Pokémon que, com um sorriso quase sádico, olhava para suas duas vítimas. Aquilo sequer seria uma batalha, o resultado já estava óbvio antes mesmo dos golpes serem desferidos.

Um clarão tomou conta daquele lugar. O flamejante Poder Oculto de Magnezone evaporou as defesas de Ferroseed e Durant como se não fossem nada e os abateu ao chão, ferindo-os gravemente, sem sequer dá-los chances de revidar. O brilhante raio elétrico de Electivire cortou seu caminho pela floresta numa velocidade quase instantânea em direção a seus inimigos. O barulho de uma explosão tomou conta dos ouvidos daqueles que ali estavam, e no momento seguinte, Heatmor e Ducklett estavam no chão enquanto Electivire orgulhosamente olhava para seus adversários abatidos. Sequer sabiam o que tinha os acertado, havia sido rápido demais.

“P-Por favor...!! N-não me mate!”

O jovem suplicava com lágrimas em seus olhos. Mas aquele homem da guerra já sabia que não poderia atender às suas súplicas.

“Não é nada pessoal, garoto. Você apenas teve má sorte...”

Ao ouvir aquilo, a mente do garoto entrou em estado de frenesi. Seu corpo começou a se mover por vontade própria, correndo na direção oposta em que aquele homem estava, numa velocidade incrível.

“EU NÃO QUERO MORRER!”

Ele gritava enquanto segurava o broche com sua única mão restante. Esbarrava em árvores, tropeçava em raízes, se arranhava em galhos, fazia de tudo para despistar aquele homem... Não, aquela máquina de matar.

O veterano, porém, sequer moveu seus pés. Fechando seus olhos, como se já estivesse seguro da morte de seu inimigo, ele pronunciou apenas 3 palavras.

“Onda de Choque.”

De trás dele, um roedor amarelado, talvez tão experiente quanto seu próprio dono, se mostrou e rapidamente se pôs a sua frente. Seu corpo inteiro começou a brilhar e, nesse momento, já estava claro o que iria acontecer. “Ele nunca erra”.

Descarregando a energia que estava em seu corpo, Raichu lança uma onda de choque em direção à floresta. Seu inimigo já não estava mais ao alcance de sua visão, mas isso pouco importava. Uma vez que o alvo tenha sido escolhido, então já estava decidido: aquele alvo seria acertado. 100 acertos em 100 tentativas, a margem de erro era zero. A partir do momento em que aquele ataque havia sido ordenado, a sentença de morte daquele garoto já estava assinada. E não poderia ser diferente. Em uma questão de segundos, aquela onda com cheiro de morte alcançou o rapaz e, num instante, foi descarregada em cima dele.

“Eu... não quero... mo...rrer...”

Ele caiu no chão com seus olhos abertos, mas já não havia mais sinal de vida em seu olhar. Tendo sido arrastado para aquele local contra sua vontade, sua vida acabou da mesma maneira: abruptamente, sem escolha, sem compaixão. Uma existência incompleta que havia chegado ao seu fim não por querer, mas por assim ter sido decidido pelos seus “superiores”.

O homem de trajes militares e cabelo arrepiado se aproximou do cadáver. Não era como se ele quisesse fazer aquilo, não havia entrado no exército para matar inocentes, e sim para lutar pela sua pátria, enfrentar guerreiros tão convictos quanto ele. Mas não havia escolha, a partir do momento em que o primeiro ataque é ordenado no campo de batalha, não há mais volta. Porém, ao mesmo tempo, não sentia compaixão. Já havia tirado a vida de tantos outros semelhantes que já havia se acostumado. Aquele homem sabia que, a cada pessoa que ele matava, tirava de si uma parte de sua humanidade. Ele já havia matado tantos que, talvez, sequer tivesse mais traços de humanidade em seu corpo.

Enquanto olhava para aquele corpo, rapidamente seus sentidos o alertaram do perigo. Já havia passado por tantas situações de vida ou morte que conseguia sentir o cheiro de intuito assassino a quilômetros de distância. Deu um salto para trás, desviando de alguém que havia tentado ataca-lo de surpresa com uma faca. Apesar da idade, seus reflexos eram dignos de alguém que já havia passado por tantas batalhas. Como um raio que abate tudo em seu caminho, ele deu um chute certeiro no estômago daquele novo adversário que o atacara repentinamente, fazendo-o rolar alguns metros pelo chão. “Outra criança... Esses Unovianos estão mesmo desesperados”, o militar falou e, sem dar tempo de reação, lançou sua ordem:

“Onda de Choque.”

O roedor que trazia consigo o cheiro de morte preparou novamente o golpe que decidiria o destino daquele novo adversário e, com a certeza de seu triunfo, lançou o ataque. O veterano sequer precisava olhar: o resultado já era óbvio. Fechou os olhos e esperou pelo inevitável desfecho. “Ele nunca erra”.

Um som de algo sendo eletrocutado pôde ser escutado. Certo de sua vitória, o veterano abriu novamente seus olhos, mas aquilo que o esperava era uma surpresa total. Arregalando seus olhos como jamais havia antes, de sua boca saíram palavras de surpresa. “Mas o que...!?

“Não se mova, raio da morte de Vermillion. Essa batalha já foi decidida por sua própria arrogância.”

Em seu pescoço, o homem pôde sentir uma fria lâmina envolvendo-o. Era um Scyther que estava bem atrás dele, pronto para arrancar sua cabeça a qualquer momento. O homem rapidamente entendeu a situação. Na frente do seu adversário que deveria ter sido acertado pelo infalível golpe de seu Raichu, estava um Rhydon. “Pará-raios” era a habilidade daquele Rhydon. Não é que o golpe de seu Raichu tenha errado: ele não tinha chances de acertar para começo de conversa, pois seu alvo não poderia ser outro. Com um Rhydon daqueles em campo, qualquer ataque elétrico seria automaticamente redirecionado para seu chifre. Sabendo disso, aquele misterioso treinador já havia preparado seus dois pokémons para encurralar seu adversário num ataque-relâmpago. Em 5 segundos, já estava tudo acabado. O veterano que jamais havia perdido em um campo de batalha havia sido completamente derrotado.

Levantando seus braços e compreendendo sua situação, o militar esboçou um sorriso em seu rosto.

“Meu nome é Surge. Coronel Surge. Mas provavelmente vocês Unovianos devem me conhecer melhor pela patente de Tenente.”

“Eu já sei quem você é, e é exatamente por isso que eu estava lhe observando.”

“Você analisou minhas táticas e armou uma contra estratégia para me derrotar o mais rápido possível. Impressionante!”

"É... Eu apenas não esperava que o grande raio de Vermillion gostasse de matar oponentes indefesos."

"Ha,ha,ha. O que eu posso fazer? A partir do momento em que ele pisou no campo de batalha, não havia mais escapatória. Não... Desde o momento em que ele nasceu esse já era seu destino. A liberdade é uma ilusão, garoto. No final das contas, todos estão submissos às vontades de seus superiores."

O coronel falava com um sorriso em seu rosto. Ele se sentia humilhado por aquela derrota, mas, ao mesmo tempo, não podia conter sua ansiedade. Havia muito tempo desde que não sentia aquela sensação de adrenalina percorrendo seu corpo, aquela sensação que o fazia se sentir mais vivo do que nunca. Era, acima de tudo, por aquilo que ele lutava e punha sua vida em jogo. Ele encarou aquele formidável adversário, olhando diretamente em seus olhos. Apesar de ter sido posto em cheque, Surge não se sentia intimidado. E era aquela falta de medo que preocupava seu oponente.

“Diga-me, garoto... E isso é tudo que eu te peço: deixe-me saber o nome daquele que me derrotou.”

Surge perguntou, ainda sorrindo confiantemente, pelo nome de seu adversário. O rapaz o fitou com olhos frios enquanto seus cabelos negros balançavam com a brisa daquele vento cheio de sangue e, com uma voz firme e destemida, deu a resposta.

“James Vonruchi."


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Notas finais do capítulo

Capítulo 14 sai algum dia de fevereiro, fiquem atentos.
E digam o que acharam dessa pequena prequel com a história do pai de Neil. Obrigado!



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