Pokémon: Ano Sombrio escrita por Linkusu


Capítulo 13
Capítulo 13: Pânico em Pewter, a batalha de Avalon


Notas iniciais do capítulo

Recomendo utilizar essa música para o INTERLÚDIO: http://www.youtube.com/watch?v=b2xQjkC49VE
E essa música quando o Neil falar "Eu senti um calafrio percorrer as minhas costas. Não havi dúvidas...": http://www.youtube.com/watch?v=0MF1AAwZEbk
Nenhuma dessas músicas me pertence, seus direitos são de seus devidos autores. São apenas sugestões para ajudar a melhorar a experiência.



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~Interlúdio~

                Região de Kanto, na pequena e obscura cidade de Lavender, os assassinatos do misterioso “assassino fantasma” não foram os primeiros acontecimentos estranhos a sondarem aquele local.

                Sempre encoberta em mistérios e presságios negros, o clima sinistro de morte inerente à cidade de Lavender sempre foi algo que espantava aqueles que a olhavam tanto por dentro quanto por fora... Ainda assim, há aqueles que aprenderam a aprecia-la por sua beleza destorcida, sua atmosfera cadavérica e as assombrações que pintam aquela cidade de roxo.

                A sangrenta inauguração... A torre mal assombrada... A chacina... Os desaparecimentos... Os assassinatos bizarros... Seriam eles mitos decorrentes de uma população apavorada, ou uma maldição eternamente encravada em um lugar onde a amarga e seca névoa do terror esconde seus segredos?

                Angelo, um comum morador daquela cidade até aquele fatídico dia, e sua irmã Clara...

                Simon, um morador de Saffron, ainda assim, intimamente ligado à Lavender...

                Catarine, a garota cujo qual a vontade de viver foi sugada para fora de si por aquela cidade...

                E, finalmente, Neil... O estrangeiro indesejado. O garoto que se meteu em assuntos que não eram de sua conta. A pessoa que deve ser aniquilada.

                Seriam eles os heróis destinados a salvar aquela trágica cidade, ou estaria a situação já fora de controle? Tantos anos de tortura e desgraça poderiam realmente ser apagados dessa forma?

                Ou seriam eles... Apenas mais vítimas do ominoso destino fardado às pessoas daquele local amaldiçoado?

                No topo de Lavender, a desconcertante torre abandonada observa seus cidadãos, empoeirada pelo tempo. Uma de suas rachaduras forma um sorriso macabro em sua construção, como se ela já soubesse que tipo de acontecimentos tomariam conta daquele lugar nos próximos meses. Uma testemunha silenciosa, ela continuava rindo junto com os fantasmas que nela habitavam. Seriam todos engolidos pelo mar de sangue ou a salvação ainda estava aos seus alcances?

                Dia 4 de Março... Foi quando as cortinas daquele trágico espetáculo começaram a se abrir, ao mesmo tempo em que a porta em direção à salvação se fechava. Talvez já fosse tarde demais para escapar...

~Fim do Interlúdio~

                Algumas semanas se passaram desde que eu entrei como um ajudante de meio-período para a força policial de Saffron e tive minha “festa de boas-vindas”. Infelizmente, meu trabalho estava se provando menos útil do que eu imaginava. Desde que eu entrei na polícia tudo que pude descobrir foram algumas poucas informações, apenas meros detalhes, do caso do assassino fantasma. Por exemplo, eu descobri que a falta de rastros e evidências por parte do assassino se devem ao fato dele cometer o assassinato em um local diferente de onde ele abandona os corpos, o que de fato faz sentido. Inclusive, me espantei por não ter pensado nessa possibilidade mais cedo... Isso significa que depois de matar Catarine, ele provavelmente moveria o corpo dela para algum outro lugar. Se é assim, deve haver algum tipo de pista no “real” local do assassinato, não é?

                Com isso em minha mente, eu voltei um dia para o local onde eu, Clara, Angelo e Simon havíamos encontrado o assassino e inspecionei vorazmente em busca de qualquer coisa que pudesse me levar até ele. Infelizmente, tudo que eu achei foi um brinco que pertencia a Catarine, cujo qual eu devolvi para ela depois. Se havia alguma coisa ali, com certeza o culpado já havia usado seu tempo para limpar todos os rastros. Ou foi isso que eu pensei à primeira vista. Quando eu resolvi olhar pelos arredores do local, eu achei algo no mínimo... Intrigante. Era uma foto, mas não uma foto qualquer: era uma foto de Mary L. Vonruchi e uma outra pessoa ao lado dela. Sim, Mary L. Vonruchi, a primeira vítima do assassino e aman-... Segunda esposa de meu pai. O que aquilo poderia significar? Peguei a foto com cuidado usando uma luva que eu havia levado comigo para o local e a coloquei dentro de um pequeno saco plástico para preservar a evidência.

                Pensei em entregar a foto diretamente para a polícia e manda-los checar por digitais, mas... Considerando novamente, vi que não era uma boa ideia. Além da possibilidade de eles me questionarem, havia a chance de que aquela foto... Pertencesse a uma certa pessoa próxima a mim, que me parecia cada vez mais suspeita. Desde que ele deixou de voltar tarde para casa e retornou ao ginásio, a corrente de assassinatos subitamente parou. Seria apenas coincidência, ou...? Não, eu precisava afastar essas suspeitas. Eu precisava negar elas... Eu simplesmente não queria que fosse verdade, ainda mais agora que estávamos melhorando nossa relação. De qualquer forma, eu usei uma lupa para checar a foto. Caso houvesse digitais, ela sem dúvidas me mostraria. Infelizmente ou felizmente, a foto estava lisa, sem nenhum sinal de ter sido tocada. Eu estava de volta à estaca zero, mas pelo menos eu sabia que Mary era importante o suficiente para o assassino a ponto de ele carregar uma foto dela consigo e ter acidentalmente a derrubado perto da cena do crime. Que relevância essa foto teria para a resolução do caso, naquele momento, eu ainda não fazia ideia.

                Um pouco decepcionado, eu passei o resto dos dias normalmente, indo para a escola, trabalho, e então casa. Algumas vezes me encontrava com Catarine e conversávamos um pouco sobre nossos progressos, mas apenas isso. Ela era um pouco fechada comigo e eu achava difícil de interagir com ela, então nós realmente não éramos a melhor das equipes.

                Foi então que dia 4 de Março chegou. Eu havia sido designado como um ajudante para preparar a grande exibição que ocorreria no museu da cidade Pewter. Meu objetivo era apenas conseguir um pouco de dinheiro extra, então fui para lá bem cedo e ajudei no transporte dos objetos, organizei alguns documentos e fiz algumas outras coisas. Foi bem trabalhoso e eu teria que continuar lá para monitorar o local pelo resto do dia, mas, em compensação, eu também poderia ver a exposição de graça e ganhar uma boa grana, então não era um mau negócio.

                À tarde, o local já estava completamente lotado. Dava para ver que aquele era de fato um evento especial, já que eu nunca havia visto um museu tão cheio assim nem em minhas excursões escolares. Inesperadamente, até mesmo algumas faces familiares estavam presentes.

                -Ei, Neil! Aqui! – Aquela voz conhecida me chamou enquanto alguém acenava para mim. Era Simon, e ao lado dele estavam Angelo, Clara e, um pouco mais afastada, Catarine.

                -Uou. – Eu me aproximei impressionado pela presença deles. – Eu não esperava ver até vocês por aqui. Pewter e Lavender ficam razoavelmente longe afinal de contas. Eu mesmo só estou aqui por causa do trabalho...

                -Hehe, bobinho! E quem perderia a oportunidade de ver um grande evento de graça? – Clara falou com uma face orgulhosa.

                -De graça?

                -Exato. O senhor Edward foi encarregado com a segurança do local, então Simon nos chamou para vir como convidados de honra, sem ter que pagar nada! Ah, as regalias de ter um amigo importante! – Angelo se gabava sorridentemente, falando em um tom jocoso.

                -O importante é o pai dele, isso sim... – Catarine disse sem rodeios com sua sinceridade brutal. – Eu vou observar o resto da exposição, então com licença. – Ela começou a andar em minha direção e me deu um chute discreto no meu pé esquerdo, como se estivesse me pedindo para segui-la e falarmos a sós.

                -Bom, aproveitem, ok? Vejo vocês mais tarde, agora tenho algo a fazer!

                Nos despedimos temporariamente e eu segui Catarine até um local fora da vista deles.

                -Não esperava que até você fosse vir para cá. – Eu falei com um tom sério, ainda sem saber direito como lidar com ela.

                -Eu apenas vim porque o seu amiguinho Angelo insistiu. Essa cara não sai do meu pé desde o mês passado, está começando a ficar irritante. – Pobre Angelo, foi cair logo nos charmes da princesa de gelo. Ele tem minha simpatia.

                -Ah, então foi por isso... Bom, dê uma chance a ele. Ele pode parecer um idiota a primeira vista, mas ele é um idiota com um bom coração. Se você se abrisse mais, tenho certeza que poderiam ser pelo menos bons amigos.

                -Por favor, me poupe desse papo. Eu chamei você aqui justamente porque queria um pouco de ar livre. Eu sei que eles não têm más intenções, mas é um porre ter pessoas te fazendo perguntas o tempo todo apenas para tentar puxar conversa com você. – Como sempre, ela continuava sendo uma pessoa antipática. Me pergunto o que a levou a ficar desse jeito.

                -Hmm... De qualquer jeito, quer que eu te mostre o local? Eu ajudei a carregar as coisas, então eu sei mais ou menos a localização das coisas.

                Respondendo-me apenas com um gesto que se assemelhava a um “tanto faz”, eu a guiei pelo local pelas próximas horas. Quando os relógios começaram seis horas da tarde e o sol começava a se pôr, a “atração principal” começou no segundo andar. Quando chegamos ao lugar, ele já estava lotado. Nos encontramos com novamente com Simon e os outros e nos unimos a eles, para a infelicidade de Catarine. Decidimos assistir a atração principal do dia.

                Em cima de um palanque, 8 pessoas estavam sentadas em cadeiras diferentes. Eu arregalei meus olhos ao ver meu pai entre elas e rapidamente notei do que se tratava: eram os 8 líderes de ginásio atuais de Kanto reunidos em um único lugar. Aquele certamente não era um evento qualquer. Em frente a eles, um homem de trajes formais e cabelos castanhos e curtos que estava virado para a audiência começou a falar em um microfone.

                -Em primeiro lugar, eu gostaria de agradecer pela presença de todos aqui. Foi por causa de vocês que esse evento pôde ser o sucesso que ele foi, e assim espero que continue pelos próximos anos. Todos nós da administração do museu de Pewter agradecemos do fundo de nossos corações! – Sendo respondido por uma salva de palmas, o homem continuou com seu discurso. – Como já devem ter observado, tivemos a honra de convidar os prestigiados 8 líderes de ginásio de Kanto. Nada disso teria sido possível sem as contribuições de nosso amigo de longa data e antigo líder de ginásio de Pewter, Brock. Sem mais delongas, ele gostaria de compartilhar algumas palavras para esse grande dia.

                Sendo recebido por uma salva de palmas ainda maior do que a anterior, o idoso ex-líder da cidade de Pewter, com seus olhos esticados, pegou o microfone e se dirigiu ao centro do palanque.

                -Muito obrigado a todos. Me enche de alegria ver Pewter tão cheia de energia e, é claro, gente bonita como vocês! Quase tanto quanto as senhoritas Joy dessa cidade! – Ele falava bem humorado, fazendo a plateia rir e se sentir a vontade. – Já fazia algum tempo desde que a prefeitura da cidade de Pewter desejava fazer um evento dessa magnitude para atrair mais pessoas para nossa pacata cidade. Espero que apreciem a beleza de nossas montanhas e paisagens naturais tanto quanto a exposição que estamos fazendo hoje. Foi sem dúvidas um trabalho árduo, mas nós conseguimos trazer estes artefatos lendários para cá hoje. Sem mais delongas, eu apresento a vocês as 3 orbes dos lendários deuses do tempo, espaço e anti-matéria de Sinnoh, as...

                Porém, antes mesmo que ele pudesse terminar sua fala, as luzes de todo o museu se apagaram, deixando as pessoas presentes no salão confusas. “Isso faz parte do show?”, “O que está acontecendo?”.

                -Isso é...! – No palanque, um dos oito líderes de ginásio se levantou com um olhar assustado. O único líder de ginásio, ou melhor, a única pessoa que parecia saber o que estava acontecendo... Meu pai.

                Eu senti um calafrio percorrer as minhas costas. Não havia dúvidas...

                -Essa sensação...!

                Era o mesmo sentimento nauseante que eu senti em meu sonho naquele dia. O mesmo sentimento de ser imerso num infinito vazio negro onde apenas o desespero em seu mais puro estado me aguardava.

                -Alguém faça alguma coisa! O que está havendo aqui? – Brock se virava para perguntar aos responsáveis pela exibição.

                -MWAHAHAHAHA! – Uma risada exagerada e afetada saiu da boca de um dos líderes de ginásio ali presente, que estava vestindo um jaleco branco. – Tolos! Truques tão simples como esse jamais enganarão o grande cientista e líder de ginásio Von Faustus Le Siegfried IV! Vá, Magnezone, use o Flash!

                Enviando seu Pokémon, o líder de ginásio elétrico iluminou o local com a luz produzida pelo Magnezone, revelando uma misteriosa mulher de cabelos negros segurando as 3 orbes que deveriam estar em exibição.

                -Parada! – Vários seguranças avançaram velozmente em direção à mulher de cabelos curtos, apontando armas em sua direção enquanto vários Growlithes e alguns Arcanines a cercavam por trás. – Largue essas orbes e coloque suas mãos ao alto! Eu repito...

                -Não precisa repetir nada, eu ouvi. – Ela falava com um sorriso desafiador em seu rosto.

                -Ora, isso é inesperado. – Brock se aproximou do local onde a mulher estava de pé, em frente à vitrine quebrada onde antes se encontravam as 3 orbes lendárias. – Por que uma mulher tão elegante como você está cometendo um crime tão baixo?

                -Humph. – Mantendo sua compostura e soltando um breve riso, ela continuou a falar tranquilamente enquanto dezenas de policiais a cercavam. A plateia assistia com cautela aquilo que estava acontecendo. A atmosfera geral era de apreensão. Afinal de contas, o que aquela mulher pretendia fazer? É óbvio que ela está tentando roubar as orbes lendárias de Sinnoh, mas... Mesmo estando cercada e em clara desvantagem, porque esse horrível pressentimento que eu sinto e esse frio na barriga não vão embora? – Sou eu quem está surpresa. Quem imaginaria encontrar todos os 8 líderes de ginásio de Kanto concentrados em um único lugar? Tsk... – Ela soltou um suspiro e continuou a falar. – Que inconveniência, isso estava fora de meus cálculos. Parece que no final das contas as coisas não serão tão fáceis quanto eu previa.

                -Essas são palavras bem corajosas para se falar, mocinha. – O encarregado pela segurança daquele local, Edward Vaan Wolfgang, se mostrou com uma expressão de descontentamento. – Está insinuando que nossa força de segurança não poderia pará-la caso não tivéssemos o suporte dos líderes? Mas que absurdo! Ladrões pequenos com o ego inflado como você não passam de uma mera inconveniência! – O orgulhoso chefe do departamento de delegacia falava com uma rígida expressão facial.  – Devolva esses itens imediatamente se não quiser sofrer as consequências.

                A mulher, em resposta, apenas sorriu como se aquele intimidador homem tivesse falado algo gentil para ela. Era a falta de medo na face dela que me preocupava. Havia 8 líderes de ginásio ali. Ela estava cercada por, no mínimo, 20 policiais e seus respectivos pokémons. Além do mais, algumas das maiores autoridades de Kanto estavam presentes ali. Porque então essa mulher parecia estar sob total controle da situação?!

                -Pessoal... Algo está errado. – Eu murmurei para meus amigos que estavam ao meu lado. Eles estavam tão tensos quanto o resto das pessoas presenciando, estáticos, a situação. – Eu tenho um pressentimento ruim. É melhor nós sairmos daqui antes que...

                -Uma ladra pequena de ego inflado? Ai, ai... – Ela abaixou e balançou sua cabeça ainda com seu sorriso dominante no rosto. – Vocês é que tem um ego inflado demais. Tão acomodados em suas posições de poder que acabam achando que são imunes a tudo que os cerca... Lamentável. Eu não tenho um ego inflado, mas você realmente me ofendeu, sabe? Eu sou muito mais do que uma pequena ladra. Acho que está na hora de mostrar a você que, acima de tudo, todos vocês aqui presentes são apenas humanos, independente de cargos ou qualquer suposta importância, afinal de contas... Nenhum de vocês está imune à morte.

                Falando essas palavras preocupantes, ela estalou seus dedos. Os policiais mantiveram seus dedos no gatilho enquanto miravam nela, sem perderem a concentração por um milésimo de segundo sequer.

                -Pequenas larvas que contaminam o chão, quem lhes deu permissão para insultar a nossa líder?

                Uma voz vinda de cima. Todos rapidamente desviaram seus olhares para o detentor daquela voz preenchida por arrogância e desprezo. No topo da construção, em cima de uma janela aberta, um homem de cabelo loiro e olhos de cor escarlate olhava para baixo encarando a todos nós como se não fossemos nada além de insetos. Esbanjando uma aura de superioridade, aquele homem sequer nos via como humanos.

                -Lixos como vocês pertencem à lixeira. Se retirem na presença de seus superiores ou se ajoelhem com seus rostos virados para o solo e morram.

                Foi como um feixe de luz. Aconteceu rápido demais para ser acompanhado por olhos humanos. Tudo que eu pude ver foram faíscas de fogo consumindo aquele local enquanto pessoas gritavam e corriam desesperadas, esbarrando umas nas outras, pisoteando até a morte aqueles que caiam no meio do caminho. Todos os policiais que haviam cercado a mulher estavam agora ardendo em chamas sobre o chão, enquanto os Growlithes e os Arcanines eram arremessados para longe por outra coisa que os derrubava sem quaisquer esforços, fazendo alguns caírem mortos com o poder do impacto.

                -Isso, fujam! Esse comportamento deplorável, como um formigueiro infernal, combina mais com vocês. – O homem ria incessantemente enquanto assistia o local pegando fogo. Foi então que pude ouvir o barulho de várias janelas se quebrando e homens uniformizados invadindo o local. Um símbolo se encontrava no lado direito do peitoral de seus uniformes, mas eu não pude identificar o que era no meio de toda aquela confusão.

                O alarme disparou e luzes vermelhas tomaram conta do museu ardente. Eu procurava por Catarine e os outros no meio daquele pânico generalizado.

                -Catarine! Angelo! Simon! Clara! – Mas era inútil. No meio da confusão, nós acabamos nos perdendo uns dos outros. Não me restava mais nenhuma opção, tudo que eu podia fazer era correr e tentar salvar a minha vida. Mas...

                -Tem algo que você precisa fazer, não é? O assassino fantasma está aqui. Se apresse

                Uma voz familiar ressoou no meu ouvido no meio de toda aquela confusão. Eu olhei rapidamente para a direção de onde ela havia vindo, mas já era tarde demais. Seja lá quem fosse que tenha dito isso, já havia desaparecido em meio à confusão.

                -Estado de alerta! Repito, estado de alerta! Todos se retirem do museu de Pewter imediatamente! Usem as saídas de emergência de maneira organizada, repito...

                Utilizando a energia extra dos geradores, os alto-falantes repetiam o anuncio em vão, pois estavam todos desesperados demais para se “retirarem de maneira organizada”. O que eu faço? Tento procurar os outros e me dirijo à saída, ou permaneço para descobrir se o que aquela voz havia me dito era realmente verdade?

                Corri para fora do hall principal e peguei um caminho diferente da maioria das pessoas. Tendo trabalhado no museu mais cedo, eu sabia bastante sobre quase todas as passagens dele, e minha decisão já havia sido feita: se há um mínimo de ligação entre o que está acontecendo aqui e o assassino, então eu irei investigar mais a fundo. Pegando uma passagem pelos fundos para sair numa entrada diferente que levava ao Hall principal, numa posição onde eu estaria mais a salvo para observar a situação furtivamente, eu corri rapidamente para chegar ao local de meu objetivo. No entanto, quando eu me virei para entrar em um corredor, me encontrei com um homem parado no meio do caminho. Tendo ouvido meus passos, o homem se virou lentamente em minha direção. Um homem de cabelos grisalhos e olhos frios como a neve.

                -Diga-me, garoto... O que fazes aqui? – Me observando com uma frieza incomparável, ele começou a dar lentos passos em minha direção, como se tivesse percebido as minhas intenções apenas com um olhar.

                -Eu apenas quero passar. Será que posso fazer isso pacificamente, ou vamos ter que resolver isso do jeito difícil? – Ao ouvir minha resposta, o misterioso homem de cabelos grisalhos fechou seus olhos e me respondeu.

                -Eu vou lhe dar exatamente 5 segundos para fugir. Trate esses 5 segundos como se fosse a sua própria vida.

                Oferecendo-me uma oportunidade de escapar, o homem tranquilamente continuou a andar em minha direção.

                -5...

                Eu me senti pressionado, dando um passo para trás a cada vez que ele se aproximava. Suor caia de minha testa e passava pela minha bochecha, indo em direção ao meu queixo...

                -4...

                Mas nada disso me assustava. Meu coração batia rápido, mas dessa vez, não por temor. Eu estava...

                -3...

                Completamente imerso em adrenalina e expectativas. Eu havia treinado naquele mês que havia se passado, e essa era a oportunidade perfeita para colher os frutos de meu treinamento.

                -2...

                Sem um pingo de hesitação em meu corpo, minha mão se dirigiu a um objeto dentro de minha jaqueta preta.

                -1...

                Recuar? Isso sequer era uma opção para mim. Com todo meu ser possuído unicamente pela vontade de seguir em frente, eu arremessei o objeto para fora de minha jaqueta com toda minha força.

                -Ruffly, hora do show!

E as rodas do destino começaram a girar...


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Notas finais do capítulo

Desculpem-me pelo leve atraso na postagem do capítulo.
Capítulo 14: Confronto sangrento.
Estréia: Entre 13 a 20 de janeiro.



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