O Diário de Samantha Queiroz escrita por AnaAlice


Capítulo 12
Sexta, em casa.




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Ah! Eu vi Elisabeth conversando com o Cristiano Mendes hoje na hora da saída. Fiquei observando de longe. Não sei de onde ele brotou! Pensava que ele tivesse saído da escola quatro anos atrás quando se mudou pra Poços de Caldas e... Peraí, a Elisabeth morava lá! E quando eu vi eles conversando eles pareciam velhos conhecidos. Que raiva! Tinha que ser logo o Cris?!

Você deve estar se perguntando: “Por que ela se importaria que a Elisabeth estivesse falando com um tal de Cristiano?” Resposta: Simplesmente porque eu já fui platonicamente apaixonada por ele. Ele era meu vizinho e meu melhor amigo. A gente ficava brincando e conversando na rua até tarde (com tarde, quero dizer 10 e meia da noite). Lembro como se fosse ontem. Quando tinha 11 anos eu era uma moleca, me achava dona do meu nariz, era só uma criança tentando entrar no mundo dos adultos. Chegava a ser chata e inconveniente. Não gostava de vestido e tinha repulsa por qualquer outro tipo de sapato que não fosse tênis, ou seja, pra completar minha bizarrice nata: só andava de tênis, camiseta larga, jeans e boné. Foi minha melhor época.  Bons tempos, velhos tempos. Lembro-me que Cris era meu único amigo (E também a única criança da minha idade na vizinhança que não era insuportável, pelo menos pra mim). Ele todo dia chegava com um jogo novo e inusitado... Eu gostava demais! Ah, como eu adorava aquele garoto! Cristiano Mendes foi a minha primeira paixão.

Um belo dia eu resolvi que iria me declarar pra ele e iria contar tudo que eu sentia. Fui procurá-lo de manhã, mas tinha um caminhão de mudança na frente da casa dele e ele estava carregando uma caixa enorme de papelão. Tinha me esquecido que ele falou que ia se mudar pra Minas gerais. Joguei a bola de basquete no chão e fui correndo de volta pra casa.

Ele foi me procurar pra brincar mais tarde, mas eu fingi que estava gripada e falei que não ia descer pra brincar. Ele me implorou, disse que era o último dia dele no Estado, que ia se mudar essa noite. Eu fui fria e disse que não. Queria ter sido mais compreensiva e ter tido pelo menos umas horas a mais antes de me despedir... Mas como eu já sei: Não posso mudar isso. Só me resta ver TV e imaginar como poderia ter sido...

No dia seguinte, depois do Cris ter ido, apesar de saber que ele já deveria estar em Minas, fiquei o esperando. Esperava que ele aparecesse, tirasse meu boné, colocasse em sua cabeça e falasse: “De que vamos brincar hoje, Sam?”... Mas ele não apareceu. Nunca mais.


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