Capitulo 4 –

Estávamos correndo à toda velocidade, a escola logo apareceria. Alec, que era o primeiro da fila, acelerou ainda mais ao avistar a escola. Ele fez a curva que dava passagem para o estacionamento ainda em alta velocidade. Nós três o seguíamos, correndo também. Ele parou em uma fila quase vazia, pisando fundo no freio e fazendo uma manobra perigosa. Nós três o imitamos, e paramos nossos maravilhosos carros um atrás do outro, separados apenas por alguns centímetros, que foi o máximo que a velocidade das manobras permitiu de distancia. Com certeza, um humano jamais conseguiria fazer tal coisa sem causar estragos e acidentes. Deve ser por isso que todos nos olhavam com admiração, incredulidade e receio. Ou talvez fosse o modo como caminhávamos. Eu e Jane, no meio. Atraindo todos os olhares da população masculina presente. Alec e Demetri, por sua vez, se encontravam um passo atrás. Alec do lado da irmã e Demetri do meu. Nossos olhos, com lentes verdes, apesar de parecerem querer olhar para os lados para analisar nossas próximas “vitimas”, estavam focados olhando para frente. Nossa caminhada era perfeita e sincronizada. Até que por fim, entramos na escola. E então os alunos lá fora pareceram perceber que prendiam a respiração e não se mexiam, pois no instante em que saímos do seu campo de visão, aquilo explodiu em cochichos, comentários e risadas nervosas. Dava para ouvir perfeitamente – graças a minha audição aguçada, claro – as apostas que eram feitas entre os meninos e, por incrível que pareça entre as meninas também, sobre quem ficaria primeiro com quem. Lógico que choveram elogios pra nós, e toda aquela coisa que já estamos acostumados.

Fomos até a secretaria pegar nossos horários. Eu só tinha uma aula em comum com a Jane. Fim. Nenhum horário em comum com um dos garotos! Que horror. Vou ter que ficar sozinha aguentando aquela conversinha humana irritante. Droga! E a aula com a Jane era no 3º período. O sinal já tinha batido. Aprecei-me para chegar na sala antes do professor. Consegui, com algum esforço. Sentei ao lado de um loirinho de olhos azuis chamado Matt. Ele até que era gostosinho. Podia servir pra nossa festinha...

POV Damon

Ok, no exato momento em que aqueles carros entraram, derrapando e fazendo manobras loucas, meu pensamento foi: Perfeito! Agora elas vão morrer e estragar aqueles carros maravilhosos. Fudeu! Desperdício em dobro. Vim aqui pra nada.

Então, eles simplesmente estacionam com graciosidade e até mesmo com facilidade. Pronto, fiquei curioso. E a partir do momento em que os quatro desceram dos carros e começaram a andar... Senhor, eu não sabia que tinha feito alguma caridade pra me recompensar desse jeito! As duas eram umas deusas. Ok, valeu o tempo esperado.

Os vi entrarem na escola, e como se saindo de uma hipnose, o pátio explodiu em comentários. Logo deu o sinal, e eu já estava arquitetando meu plano pra conquistar as gostosas. Não que eu precise pensar muito, claro. Ninguém resiste ao meu charme!

POV Bella

Aquele professor já estava me irritando. Ele falava, falava, e falava. Eu não agüentava mais. Resolvi expandir meu escudo através do território escolar pra ver se não tinha nada de anormal. E qual não foi minha surpresa ao perceber que tinha uma força incomum emanando de um dos meus colegas? Pois é, ele até seria gostosinho se não fosse o fato de ter uma cara de sério que me cansava. Quando o professor fez uma pergunta pra ele, o tal cara respondeu com um texto. Eu até prestei atenção um pouco, mas depois das 4 primeiras palavras fiquei entediada. Ele era aquele tipo de aluno certinho. Definitivamente não é o meu tipo! Eu diria que ele é vampiro pelo poder que ele tem, se não fossem dois pequenos fatos:

1º - Eu ouço o coração dele. Bate bem mais devagar que o normal, mas bate.

2º- Os olhos dele são claros e sem nenhum sinal de lente.

Ou seja, ele é apenas um aluno chatinho normal. Ou foi isso que eu pensei, até uma garota retardada conseguir o feito de cortar o dedo com uma folha de papel. Tive que revirar os olhos. Claro que eu fiquei incomodada com o cheiro de sangue, mas meu auto controle era invejável. Não posso dizer o mesmo daquele aluno estranho. Ele ficou todo tenso e eu podia jurar que por uma fração de segundos ele ficou com o rosto estranho e presas cresceram. Das duas uma, ou ele tem alguma doença rara, ou definitivamente ele é um vampiro. Apesar dos dois fatos que eu listei acima me deixassem intrigada. A não ser que... Hum, interessante. Acionei um dos poderes que eu copiei com o meu escudo, que era o de mandar mensagens mentais para outra pessoa. Fiz conexão mental com Félix e pensei “Félix, preciso de um favor urgente. Pesquise tudo que puder sobre outras raças de vampiros. E avise para Aro que eu acho que teremos uma surpresinha inesperada na missão. Mande-me tudo que conseguir sobre o assunto!”

Alguns minutos depois deu o sinal que indica o final da aula e eu agradeci por isso. Nos corredores, encontrei Alec e o contei sobre minhas suspeitas. Ele também ficou intrigado e pediu-me para avisa-lo caso tivesse noticias. Concordei e fui dar uma volta.

POV Damon

Eu estava andando pelo pátio pra ver se achava uma das duas. Era troca de períodos e durante isso, era dado um tempo de 10 minutos para os alunos descansarem e irem até a próxima sala. Obviamente eles iam para o pátio respirar ar puro. E então, Stefan entra na minha frente e atrapalha a minha visão.

- Damon, temos problemas!

- Que saco Stefan, to tentando achar as novatas se ainda não notou.

- Nossos problemas são justamente com as novatas. – Ele falou sério.

- Ah, qual é Stefan. Elas não são problemas, são soluções! Soluções para meus dias de tédio. – Falei me desviando dele e continuando minha busca.

- Você não entendeu. Eu tive aula com a morena. Você não tem idéia do poder que ela carrega. Elas não são humanas Damon, e eu já tenho confusão demais com você aqui na cidade. Não quero mais vampiros! – Meu irmãozinho falou com aquele tom absurdamente certinho dele. Opa, mas ele me trouxe informações boas no final das contas.

- Está dizendo que elas são vampiras? – Perguntei interessado. Hum, olha só quanta coisa em comum: Elas são vampiras, eu também. Ela são lindas e gostosas, eu também – Óbvio, é só olhar pra mim pra notar isso – . Sorri malicioso.

- Não me diga que não sentiu o poder delas Damon? – perguntou Stefan, indignado.

- Ah, por favor. Eu estava ocupado demais olhando pra... Algumas partes delas, pra me concentrar em sentir poder. – Falei sarcástico.

- Eu não vou discutir com você, porque é algo inútil. Mas até sabermos o que os quatro querem aqui devemos nos preparar para qualquer coisa. Eu vou caçar e sugiro que faça o mesmo. – Ele falou e foi até a floresta. Já comentei como a dieta do meu irmão é estúpida? Fui atrás de algum pescoço pra morder.

POV Bella

Alguns minutos depois, recebi a tão aguardada resposta de Félix. Ele disse o seguinte: “Pesquisei sobre o assunto em alguns livros da biblioteca e em uns sites sobre o assunto. É tudo muito vago, e nem Aro soube dar respostar concretas. Nos livros, só achei que tem uma espécie que queima no sol. Essa mesma espécie pode se machucar com balas de madeira e morre com uma estaca cravada no coração. Na internet, achei um site que fala que quanto mais velho o vampiro é, mais forte. E também que verbena os afeta – coisa completamente ridícula na minha opinião. Isso é tudo, até mais.”

Interessante. Ridículo, mas interessante. Sai em direção ao pátio e encontrei meu estranho colega conversando com um cara muito gostoso. Esse pelo menos não tinha cara de idiota! Apurei minha audição e consegui pegar o final da discução:

- Eu não vou discutir com você, porque é algo inútil. Mas até sabermos o que os quatro querem aqui devemos nos preparar para qualquer coisa. Eu vou caçar e sugiro que faça o mesmo.

Sorri. Eu ia achar o “vampiro folgado que não sabe manter a discrição” – Segundo as palavras de Aro. O sem graça entrou na floresta e o HOT foi para cidade. Ficou obvio que o sem graça caçava animais – Que nojo! – E o “vampiro folgado que não sabe manter a discrição” era o outro, já que parecia caçar humanos. O segui discretamente, e o vi arrastar uma garota para um beco escuro. No exato momento em que ele a mordeu, corri até lá silenciosamente. Aproximei-me do seu ouvido e sussurrei:

- Parece que o “vampiro folgado que não sabe manter a discrição” foi pego em flagrante. – Falei, usando novamente as palavras de Aro.

- Fui é? Por acaso quer fazer um lanchinho também ou você faz parte do Fã Clube do Stefan? – Ele perguntou, sem parar de se alimentar.

- Fã Clube do Stefan? – Perguntei confusa.

- É, você sabe. Não se alimentar de humanos, só animais. Eu realmente acho que um dia os animais vão se unir e lutar! – Falou ele, soltando uma risada sarcástica. Depois ele finalmente largou o corpo no fim do beco e voltou a se aproximar, parando um pouco distante.

- Bom, na verdade eu me alimento de humanos. Mas diferente de você, eu limpo a minha bagunça! Você tem idéia da atenção que está chamando? Os jornais de todo mundo estão mostrando mortes misteriosas em Mystic Falls onde as vitimas ficam sem nenhuma gota de sangue. Então, quantos anos têm? – Perguntei, mais por curiosidade na verdade.

- Hum, por quê? Ficou interessada? – Eu já comentei que aquele sorriso convencido dele é muito sexy? Droga. Fiz minha melhor cara de sarcasmo e por fim ele respondeu – Certo, eu fui transformado a cerca de 147 anos. – Admito que fiquei incrédula. Ele logo percebeu e comentou – O que foi? Sou muito velho pra você? Quantos anos tem?

- Faz uns 15 anos que fui transformada. Mas essa não é a questão. Só estou admirada. Eu realmente não entendo como alguém com mais de um século de experiência possa ser tão idiota a ponto de ainda não saber como se alimentar sem chamar atenção ou se alimentar depois limpar a bagunça. Deveria saber que uma hora os Volturi iriam interferir.

- Volturi? O que diabos é Volturi? – Ele perguntou confuso.

- Céus, não acredito. Que tipo de idiota não sabe que os Volturi são a realeza dos vampiros? Vocês fazem merda, nós aparecemos e concertamos. Algumas cabeças rolam em alguns casos, e não são as nossas.

- Pois fique sabendo que por todos esses anos eu nunca ouvi falar em Volturi. E o que você poderia fazer? Você é bem gostosa, mas está transformada a 15 anos, por favor. – Ele revirou os olhos. Eu não podia acreditar em tamanha ignorância. Estou com vontade de me bater por tê-lo achado interessante.

- Olhe, nós estamos a uns 5 metros de distancia certo? – Perguntei e ele confirma, sem entender onde eu queria chegar, então eu continuo – Pois bem, nessa distancia eu conheço 21 formas diferentes para te matar, sem usar meus poderes. Usando meus poderes, esse número sobe pra 87. Se eu me aproximar alguns metros, o numero aumenta para 104. Então aconselho que tenha mais respeito, ou não hesitarei em matá-lo. – Completei, com a voz fria.

- Wow. Ok, mas você não vai me querer morto. Sabe, eu sou muito gostoso pra morrer. – Ele falou, e piscou um daqueles maravilhosos olhos azuis acinzentados.

- Ridículo é o melhor adjetivo em que você se encaixa. – Retruquei, sem me abalar.

- Assim você fere meus sentimentos. – Diz ele fazendo um falso biquinho de choro, falso mas muito atraente – Alias, você não deveria dizer essas coisas malvadas. Eu sou o malvado da cidade, sabe como é? Alem disso você tem uma carinha de anjo de não combina com sua voz de diaba.

- Não se iluda. Sou pior que um anjo, melhor que o diabo. Sou igual a você, também sei usar máscaras. – Falei sarcástica.

- Só não te julgo pelo primeiro olhar, porque sei que por trás dessa máscara existe alguém muito pior. E é por isso que eu gostei de você. Sou Damon Salvatore, seu eterno escravo. Sabe, eu estava pensando... Nós devíamos formar uma dupla de malvados e sair por aí espalhando terror. – Diz ele, jogando charme.

- Não é porque você quer, que necessariamente isso se tornará realidade. No meu jogo quem dá as regras sou eu. Alias, sou Isabella Volturi. – Falei séria, apesar de estar me divertindo por dentro.

- Hum, que mandona.  Já falei que adorei seu lado selvagem? – Ele pergunta, dando um sorriso sedutor.

- Talvez. E eu já falei que você precisa aprender a ser discreto quando caça? – Perguntei.

- Me magoei! Você me trata muito mal. – Diz ele, fazendo voz de criancinha e virando a cara, como quem está emburrado. Não pude conter um sorriso.

- Aprenda que se te trato mal, é porque você merece. – Retruquei e comecei a andar de volta a escola, afinal já tinha perdido mais de metade da segunda aula conversando com ele. E eu definitivamente não pretendia perder a terceira.  Até porque eu precisava achar alguns garotos pra festinha minha e da Jane. É tipo um ritual, sempre que vamos em uma nova cidade fazemos isso no primeiro dia. Devo comentar que preferimos garotos com namorada, já que adoramos uma encrenca e um bom barraco. Quem não gosta disso, afinal? Espero que não seja dificil achar garotos comprometidos aqui. E amanhã, se tudo correr bem, vamos ter nossa primeira encrenca com as namoradas de nossos 'alvos' na escola. Eu disse que iriamos agitar Mystic Falls, não disse?!