Othello - o Jogo do Ciúmes escrita por Kori Hime


Capítulo 1
Jogo x ciúmes: quem vencerá?


Notas iniciais do capítulo

Eu usei a imagem da open de One piece, do Zoro e a Robin jogando, somente para inspiração, aqui eles estão no Sunny. hehehe
Ah, pra Nyuu_d que leu e chorou de rir ahahahha ♥



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Ele coçou a cabeça, e enrugou o cenho, estreitou os olhos, confuso, e depois pôs a mão no queixo. Pensativo, meticuloso. Cuidadoso com seu próximo movimento. Se fosse para a direita, não, não. Talvez a esquerda. É poderia ser. Não.

Perdeu mais alguns minutos raciocinando com uma paciência quase desconhecida por si próprio. Ele não era muito de pensar, era fato. Era um homem de ação.

Paft, puft. Estava tudo feito. Rápido, ágil. Mas naquele momento precisava concentrar-se o máximo possível para não perder a aposta. Sua honra estava em jogo naquele instante. Por isso precisava vencer.

Finalmente descobriu o melhor caminho para seguir. Ele esticou o braço, e com o dedo indicador levou a pecinha preta pelo tabuleiro, avançando para o lado esquerdo com a peça.

Estava feito, ele deu um sorriso vitorioso, acreditando que havia feito seu melhor, e assim encurralado aquela mulher. Ele queria ver o que ela iria fazer então, para sair daquela situação.

Os dedos longos da mão fina feminina, movimentaram-se em direção aos cabelos negros e lisos, jogando-os discretamente para trás. Ela deu um meio sorriso, pequeno, divertindo-se com aquela ocasião tão rara. Mas não demorou muito para prever o próximo movimento a qual seria feito pelo seu adversário, ela adiantou-se então, colocando a peça branca ao lado da preta, e virando as demais da mesma cor para branco, fazendo assim uma fileira completa de peças redondas branquinhas.

— Merda! – Zoro xingou, levando uma bronca de Sanji por falar dessa maneira na frente de sua adorável Robin-chan. Mas ela nem se preocupava tanto com isso, como o cozinheiro.

— É sua vez agora. – Robin disse, agradecendo a xícara de café que Sanji lhe entregara. Ela tomou um longo gole, enquanto observava o espadachim a sua frente fazendo caretas enquanto pensava no que fazer.

Nami olhou de esguelha para a mesa onde Zoro e Robin jogavam. O dia estava calmo, e fresquinho, sem nenhuma anormalidade prevista, então ela poderia ficar ali mais relaxada.

Na verdade, Nami ia descansar um pouco e fazer seus mapas no final da tarde, como era de costume quando tudo estava bem tranquilo. Porém, uma coisa lhe chamou atenção quando ela foi pedir um lanchinho para Sanji e aproveitar para chamar Robin pra tomar um solzinho. Mas ela estava lá, sentada de frente para Zoro, e entre os dois, em cima da mesa, um jogo de tabuleiro.

Era quase uma piada. Mas eles estavam mesmo jogando e Zoro parecia bem concentrado. Nami desistiu dos planos da tarde e resolveu ficar por ali mesmo, e para não parecer enxerida, começou a ajudar Sanji a preparar um bolo. De vez em quando, ela dava uma cutucada no braço de Sanji e o mandava ir lá, servir mais café para Robin, e ouvir melhor o que eles falavam.

Assim, bem discreta.

Robin percebeu, é claro que havia algo estranho acontecendo, porque Nami não era assim tão disposta a ficar na cozinha confeitando bolo, ainda mais com um sol tão gostoso lá fora para ela aproveitar na espreguiçadeira. Mas não disse nada.

Zoro estava mais concentrado mesmo no jogo, então nem olhava para os espectadores. Ele jogou novamente, e mais uma vez Robin desvirou as pecinhas pretas para brancas. O espadachim fez uma careta feia, olhando para a morena, que lhe sorriu ternamente.

Nami trincou os dentes e deu um chute na canela de Sanji, que derrubou o chantili todo no chão. Ela mandou o cozinheiro ir lá mais pertinho.

— O que eu falo?

— Ah! Você sempre sabe o que dizer. Vai lá e faz alguma coisa.

— Claro, Nami-san. – Ele deu um sorriso extravagante, e Nami girou os olhos com os corações pairando no ar como bolhas de sabão.

Sanji pegou uma bandeja de cookies com pingos de chocolates, e levou para Robin. Zoro esticou a mão para pegar um deles, mas o cozinheiro rapidamente bateu na mão dele, dizendo que eram para ela.

— Quer mais café?

— Poderia fazer mais para mim? – Robin tombou de leve a cabeça para o lado, e deu um sorrisinho, deixando o loiro rodopiando de alegria. Ele foi fazer o café imediatamente. Enquanto isso, Robin pegou um dos cookies e estendeu para Zoro, que abriu a boca abocanhando o biscoito.

Nami largou a bisnaga de confeitar em cima da pia, e socou o braço de Sanji por ele ter piorado a situação. O cozinheiro olhou para trás e não chegou a ver Robin dar o biscoito, mas imaginou toda a cena em sua cabeça. E é claro que na cabeça dele a cena era mil vezes mais melodramática do que a que Nami viu.

— Vou jogar a água quente em cima desse marimo abusado!

— Não seja burro, Sanji. A Robin ia ficar brava.

— Não. Robin-chan brava comigo? Nunca. – Os olhos dele estavam vermelhos, em fúria.

— Vamos fazer o seguinte. – Nami olhou para o bolo, e depois para o casal na mesa jogando. Ela baixou o tom da voz, fazendo Sanji curvar o corpo e ouvir atentamente o que ela dizia, mas era difícil para ele se concentrar no que ela falava, já que o cheiro cítrico que vinha de sua pele deixava o cozinheiro tonto de amor.

Percebendo a alienação de Sanji, a navegadora puxou a gravata dele por dentro do avental, e o mandou prestar atenção.

— Sim, Nami-san.

— Vamos aproveitar que o resto do pessoal ficou na praia, e fazer umas modificaçõezinhas no bolo. Dai oferecemos para eles, assim não corremos o risco do Luffy, Usopp e o Chopper passarem mal.

— Mas, Nami-san. – Sanji deu uma olhadinha para Zoro e Robin que continuavam jogando, e comendo os cookies. Ele queria ir lá socar aquele dinossauro, mas aguentou mais um pouco porque estava interessado na ideia de Nami. – Qualquer coisa que fizermos agora, e eles comerem, não vai dar em nada.

— Sanji-kun. – A ruivinha passou a mão dela no queixo de Sanji, com uns olhinhos brilhantes para ele. – Pense adiante.
Sanji pensou, e não gostou nada do que veio em sua mente.

— Marimo desgraçado, não vai tocar num fio de cabelo da Robin-chan! – ele apontou o dedo para Zoro, irritado. O espadachim nem se deu o trabalho de retribuir o olhar, ele balançou a mão no ar, como se já estivesse acostumado das ameaças ridículas dele.

Nami puxou Sanji e mandou ele se controlar, logo começaram a colocar o plano em prática. Ela foi até a sala de Chopper e procurou algum laxante ou algo parecido. Não ia pegar tão pesado assim, porque afinal, ela não queria deixar Robin muito mal, só um pouco indisposta para qualquer ação. Digamos assim.

Nami, acabou pegando uns quatro comprimidinhos, e amassou para misturar na receita do bolo. Isso porque ela não queria deixá-los tão mal. Sanji já estava batendo os ingredientes quando ela retornou, dando um sorrisinho para todo mundo.

— Você perdeu o final do jogo. – Robin bebia mais café, e Zoro estava com uma carranca enorme. – Quer jogar agora?

— Depois, agora eu vou ajudar o Sanji a fazer uma torta de chocolate. Você gosta né, Robin?

— Sim. É gostoso. – A morena se levantou e levou a xícara de café e a bandeja vazia para Sanji. – Bem, já que ninguém mais quer jogar, eu vou ler um pouco. Obrigada pelo café.

Robin saiu da cozinha antes que Sanji fizesse seu discurso de amor eterno e essas coisas.

— Zoro, quando a torta estiver pronta, eu te chamo. – Nami disse, enquanto o espadachim também deixava a cozinha.

— Tanto faz.

Ele saiu, e deixou os outros dois lá dentro. Eles estavam muito estranhos, não queria nem saber o que tanto cochichavam com aquelas caras de malucos. Era melhor ir dormir, estava cansado de tanto pensar.

— Vamos deixar aquele bolo ali para os outros, e fazer essa torta somente para eles dois.

— Sim, Nami-swaaan. Você é tão esperta, e bonita, e magnífica...

Robin estava na biblioteca, lendo um livro obviamente, mas estava um pouco distraída. O que era raro. Sentia-se desligada mesmo, pensativa. Fechou o livro, foi para o bar e ficou olhando para os peixes no aquário, às vezes aparecia um novo lá, deveria ser porque Luffy, Chopper e Usopp estavam pescando lá na praia.

A arqueóloga fechou os olhos por alguns segundos, e bocejou.

Engraçado. Ela pensou.

Era mesmo engraçado isso, não sentia sono naquele horário, aliás, ela estava acostumada a dormir pouquinho, desde pequena. Sempre alerta.

Robin bateu os dedos na mesa algumas vezes, até decidir-se por ir quem sabe descansar em outra parte do navio. Se preferível, com uma companhia. Aproveitando que Nami e Sanji pareciam bem entretidos na cozinha.

— Está pronta. – Sanji rodopiou com a torta em suas mãos, no exato momento em que Luffy e os outros chegaram à cozinha morrendo de fome.

— Oba!!!! – ele já ia avançar na torta, quando Nami deu um cascudo em sua cabeça, mandando-o ir lavar as mãos que iam comer algo logo, logo. Chopper, Brooke e Usopp abaixaram a cabeça, junto com o capitão e obedeceram à navegadora.

— Eu vou na biblioteca chamar a Robin para comer a torta, e você procura o Zoro.

Sanji fez um bico, ele não queria ir atrás do monstrengo do Zoro, queria ir atrás da Robin. Mas Nami é bem convincente.

— Vou esperar o pessoal voltar, senão eles comem a torta, o bolo, tudo. – Sanji acendeu o cigarro, e escorou-se na porta.

Nami chegou à biblioteca animada, mas o lugar estava vazio. Ela ouviu a algazarra que vinha da cozinha, já imaginando que Luffy estava atacando tudo.

Ela foi até o quarto, mas Robin também não estava lá. Encontrou Franky quando voltava para a cozinha e perguntou a ele se havia visto a morena.

— Se não me engano ela estava lá em cima com o Zoro.

— O quê?!?! – Nami deixou Franky falando sozinho, sobre alguma nova invenção, ela chegou à cozinha e puxou Sanji pela gravata, fazendo ele a seguir. – Vem comigo.

— Eu vou onde você quiser, Nami-san.

— Agora não, Sanji-kun. Aqueles dois aproveitaram que estávamos ocupados e sabe-se lá o que ficaram fazendo. – Os olhos de Nami estreitaram conforme eles subiam as escadas da sala de observação.

— Como assim? – Sanji parou e acendeu um cigarro, enfiando o isqueiro no bolso da calça. Ele deu um trago e soltou a fumaça, olhando para cima. Nami foi mais rápida e deu uma pesada na cara dele, mandando não ficar olhando pra onde não deve.

Ele choramingou.

— Shiii. Não faz barulho, não quero que saibam que estamos aqui.

Nami não contava que mesmo que fizesse barulho não ia fazer diferença. Ela piscou os olhos devagar, e Sanji quis saber o que estava acontecendo. Porque se aquele trasgo tivesse abusando de sua Robin-chan, ele iria jogá-lo no mar após vários chutes. Nami quase deu outra pesada na cara dele, mas não queria acordar Robin, nem Zoro.

— Vamos, não tem nada aqui.

— Mas Nami-san...

— Desce logo. – ela ordenou, aos sussurros.

— Mas...

Eles retornaram a cozinha e uma surpresa não tão surpreendente os aguardava lá. A torta havia sido disputada e devorada por Luffy. Claro que ele deve ter comido com uma única abocanhada na sobremesa. Nami não fez nada, porque o capitão teria o seu castigo logo mais.

A navegadora não jantou, ela ficou deitada na cama, em seu quarto, vendo uma revista, mas sequer dava importância para os novos vestidos lançados. Só folheava as páginas aleatoriamente, bem, até ela ver um anúncio de um anel de diamantes. Os olhos de Nami brilharam para a pedra bem lapidada, mas logo em seguida ela fechou a revista, quando Robin entrou no quarto.

— Por que não foi jantar? – a arqueóloga sentou-se aos pés da cama de Nami e pegou a revista que ela lia.

— Eu não estava com fome. – Nami se levantou e foi até a penteadeira, sentar-se no pufe de frente para o espelho. Ela escovou os cabelos e depois ficou olhando para Robin pelo espelho mesmo. A morena olhava a revista e comentava os vestidos nas páginas. Nami mal a ouviu, estava recordando-se de vê-la dormir junto a Zoro.

— Esse aqui ficaria ótimo em você, Nami. Nami?

— O quê?

— Está tudo bem? – Robin pareceu preocupada, mas mantinha um sorriso nos lábios.

— Não é nada, eu só estou um pouco cansada. Você se importa de eu ir dormir mais cedo?

— Claro que não, eu vou te deixar à vontade. – Robin deu boa noite e saiu do quarto.

 

Depois de qualquer refeição, naturalmente Zoro nada mais quer que dormir profundamente. Ele estava até tentando fazer isso, mas havia alguém no quarto que não o deixaria dormir tão cedo, e em paz. Sanji fumava ao lado da cama de Zoro, com as sobrancelhas retorcidas e um olhar louco.
Zoro bocejou, e perguntou o que ele queria.

— Não seja burro. Você sabe.

— Eu não sei de nada, seu maluco. – Zoro virou para o lado, tentando relaxar, mas estava bem difícil com aquele lunático ao pé da cama. – Vai ficar aí me admirando dormir?

Sanji rosnou, mandando-o parar de falar asneiras. – Eu quis dizer sobre a Robin-chan. Fique longe dela.

— E se eu não quiser? – Zoro tinha as pálpebras caídas, e aquela cara de sono que fazia Sanji ficar irritado só de olhar.

— Vai ter que querer.

O loiro saiu do quarto, e foi para a cozinha. Robin estava lá preparando um chá. Ela pediu desculpas por se intrometer ali e mexer nas coisas, mas queria beber algo quente enquanto pegava o turno de vigilância. A essa altura todos os outros já dormiam na grama do convés do Sunny.

Sanji incrementou o chá de Robin, oferecendo um pedacinho de torta da geladeira, que fez depois de Luffy ter comido a última.

Robin não estava com fome, mas não disse nada ao cozinheiro. Por isso achou melhor levar a torta para Nami comer, já que ela não havia comido nada no jantar. A navegadora ainda não tinha dormido. Ela se sentou na cama e deu um sorriso animado ao ver a torta.

— Achei que você fosse ficar com fome. Então trouxe a torta.

— Robin, que bom. Obrigada, eu até fiquei com um pouco de fome agora.

— E pelo visto sem sono também.

Nami não respondeu. Nem foi uma pergunta, na verdade. Robin devia saber que ela só queria ficar um pouco sozinha. Mas é claro que ela não sabia ao certo o motivo para Nami agir daquela forma. Ela tinha sim uma leve ideia do que pudesse ser, mas preferiu não dizer nada, enquanto Nami não parecesse à vontade para falar.

— A torta estava ótima. – Nami colocou o pratinho da sobremesa sobre a mesinha de cabeceira. Só então ela se deu conta de uma coisa...

Durante o jantar, Sanji foi ao quarto chamá-la para comer, mas ela disse que estava sem fome, e mandou ele fazer novamente a torta que Luffy comeu por engano, e que por sinal não fez tão mal a ele, talvez o capitão fosse mais resistente do que imaginavam.

Sanji disse que ia fazer tudo o que ela quisesse, e assim foi. Agora Nami não tinha certeza de que tinha comido a torta que era pra Zoro e Robin.

Ops.

A ruiva se levantou da cama e disse que tinha um assunto para resolver. Robin não disse nada, apenas viu Nami pegar o pratinho e sumir.

Sanji fumava na cozinha, despreocupado quando Nami entrou chutando a porta e gritando com ele.

— Nami-swaaaan eu estava justamente pensando em você agora.

— Imagino que sim, seu burro. – ela jogou o prato em cima da mesa. – Você deu aquela torta para a Robin?

— Sim, sim. Como você mandou, e agora pouco eu vim lá do quarto. O Zoro comeu o pedaço dele, ele não queria, mas aí eu disse que só levei para ele porque a Robin-chan pediu.

— Ai! Mas como é idiota!!!!

— O que eu fiz Nami-san. – Sanji fez um bico, quase chorando.

— A Robin não comeu a torta, ela me deu pra eu comer.

— E você comeu?

— Claro que comi, estava morrendo de fome. – Nami cruzou os braços, emburrada. – O que você colocou na torta?

— Nada demais, você disse que era para eles ficarem somente indispostos, então...

— Se eu ficar doente a culpa é sua. – ela esbravejou e Sanji se jogou no chão pedindo perdão.

Na manhã seguinte Nami acordou indisposta. Chopper foi dar uma olhada nela, e disse que um repouso já era o suficiente para ela melhorar. Mas a navegadora não queria passar o dia todo no quarto, estava um dia tão lindo lá fora, e a praia em que eles havia ancorado o navio era tão deslumbrante. Nami tinha programado todo o dia para dar um passeio por lá. Mas agora estava de castigo naquele quarto, por culpa de Sanji.

Culpa dela que não era.
Nami saiu da cama, ia aproveitar que não tinha ninguém no navio para desenhar seus mapas. Ela entrou na biblioteca e surpreendeu-se ao ver Robin lá.

— Você não foi com eles? – Ela ficou feliz por ver a morena.

— Não. Alguém devia ficar aqui para cuidar do Sunny. – Nami ficou desanimada, mas logo Robin a fez sorrir novamente. – E claro, cuidar de você. Eu não ia deixar o Sanji-kun fazer isso, já que você está assim por minha culpa.

Nami levou a mão na boca. Então ela já sabia de tudo? O que iria dizer? Nunca vira Robin zangada, digo, com ela. Pensou em algo para dizer, mas o que ia falar? Que estava morrendo de ciúmes e que queria afastá-la de Zoro de qualquer forma. Sendo que nem sabia o que estava acontecendo entre ela e o espadachim? E se ela dissesse que eles estavam juntos? O que iria responder depois? Ou ia chorar. Ou ia sair correndo, ficar zangada.

Nami apertou as mãos, nervosa, apreensiva. Quando Robin continuou a falar, calma.

— Se eu não tivesse levado aquela torta para você. Poderia estar bem agora. Me desculpe.

— Ah! É mesmo. – Mas que safada. Nami aproveitou a situação. – Mas como você ia saber que eu me sentiria mal depois não é? Tudo bem, eu posso ter um dia de folga outro dia, não faz mal.
Ela fez aquela carinha desamparada, deixando a arqueóloga se sentindo culpada.

— Podemos passar a tarde juntas, vou preparar um chá. Espere no quarto.

Nami fez o que Robin pediu. Quando o chá ficou pronto ela o levou lá no quarto.

As duas estavam acostumadas a passar um longo tempo juntas no quarto, ou em qualquer outra parte do navio, mas naquele momento, Nami sentia que era um pouco diferente.

Foi uma tarde agradável, só por estar ao lado dela. Robin sentia o mesmo.

— Posso te perguntar uma coisa? – Elas estavam jogando, o mesmo jogo que Robin e Zoro jogavam no dia anterior.

— Claro, Nami. – Robin estava ganhando o jogo, mas Nami nem estava preocupada com isso.

— Eu vi vocês dois juntos.

Robin olhou para Nami, que ficou corada por uns segundos.

— Viu? O que você viu? – Ela não parecia constrangida, então Nami continuou.

— Você e o Zoro, juntos. Estavam dormindo ontem.

— Ah!. – Robin sorriu, com a mão na boca, um sorriso discreto. – Sim, eu fui lá para que ele pagasse a aposta que fizemos.

— Aposta?

— Sim. Se eu ganhasse o jogo ele ia ter que ler um poema.

— Serio?

— Mas ele me fez prometer que ninguém ia ver. Então fui lá, acabei cochilando, e não sei o que você viu, mas não temos nenhuma ligação amorosa, se é o que quer saber.

Robin movimentou a peça no tabuleiro e percebeu que Nami nem prestava mais atenção no jogo.

— Então eu fiquei com ciúmes à toa? – ela pensou alto demais. – Digo... Quero dizer.

— Você estava com ciúmes?

— Droga.

Robin pegou o tabuleiro e colocou em cima da mesinha, voltando a se sentar na cama, mas agora mais perto de Nami, que estava com as maçãs bem coradas com aquela declaração involuntária que fez.

— Você fica bonita assim. – A morena passou os dedos na pele quente da navegadora, ela estava com um pouquinho só de febre, nada anormal. – Acho que eu deveria ter sido mais explícita quanto aos meus sentimentos. Então essa confusão não teria acontecido.

— Não entendi. – Nami piscou os olhos devagar, conforme Robin se aproximava mais do rosto dela, até dar um beijo em seu rosto.

— Você não precisa sentir ciúmes de ninguém, Nami. Porque nenhuma outra pessoa me interessa nesse navio. Além de você.

— Jura? – Nami fez beicinho, fazendo uma chantagem emocional.

— Juro sim. – Robin a abraçou e fez um carinho nos cabelos dela. – Você é a única Nami.

Nami sorriu, estava satisfeita. Não completamente, porque ainda se sentia um pouco mal. Sorte de Zoro que não passou mal, ele era um monstro, como dizia Usopp, não ia ficar de cama por causa de uma tortinha.

— Robin, já que você tá aqui pra cuidar de mim, pega um pouco de água? E algo pra eu comer? Estou com fome. E aproveita e traz meus mapas?

— Claro, fica aqui. Eu já volto.

Nami escorou o corpo na cabeceira da cama, levando as mãos atrás da cabeça.

Feliz, se recuperando e... Ah! Devia um pedido de desculpas a Sanji, ele fez a coisa certa. Era muito melhor ser cuidada por alguém que se ama, do que cuidar.

E quem ia discordar? Robin que não ia.

Enquanto isso...

— Você comeu mesmo aquela torta? – Sanji questionou.

— Sim. Porque?

— Não sentiu nada estranho?

— Não. Porque tá tao interessado em mim? – Zoro abriu os olhos, ele estava deitado embaixo de uma sobra fresquinha de uma palmeira, tentando relaxar, mas Sanji não o deixava em paz.

— Você é um monstrengo mesmo.

Sanji saiu, chutando areia e Zoro voltou a dormir, ele nunca ia entender aquele cozinheiro.



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Notas finais do capítulo

Obrigada por chegar aqui ♥