Ps: Dont Write escrita por scarecrow


Capítulo 5
I Wish you Were Here




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/153585/chapter/5

PS: Don't Write

Chapter 05 : I Wish you Were Here

Os humanos são sempre assim – estão sempre se apegando de repente às coisas e ainda no repente, se encontram como se não conseguissem mais viver sem aquilo que talvez, só veio por acaso.

E era por esse e outros motivos que meus últimos dez dias se viam baseados em nada mais, nada menos do que Uchiha Sasuke. Sasuke, Sasuke e Sasuke. Não é, obviamente, como se eu estivesse passando todos os dias e todas as horas com Sasuke como se tivéssemos algum tipo de laço. Concordo que, talvez, estivéssemos começando a ter algum tipo de relacionamento um pouco mais aprofundado que apenas conhecidos, mas não tenho certeza se poderia chamá-lo de amigo.

Quando não almoçávamos juntos, combinávamos de sair pela tardezinha para um café quente.

Naquela quinta feira em especial, estava fazendo 12 dias que eu me encontrava sem a presença de meu marido. Sasuke estava fazendo meus 30 dias passarem como uma pequena semana de novembro. Sorri ao lembrar. Como em todas as quintas e segundas, eu me encontrava no consultório, e terminaria o dia por lá. Tinha bastante tempo para almoçar, já que a primeira consulta pós-almoço seria só às duas e meia.

Sorri. Disse antes de sair para Gaara que ele poderia sair logo para almoçar, meu humor exalava escândalos silenciosos, eu não conseguia demonstrá-lo do modo que me convinha.

Iria almoçar com Sasuke mais uma vez naquela semana. O diferencial encontrava-se no fato de que Ino e Tenten também iriam, por conveniência. As duas tinham decido que seria bom para mim almoçar algo de forma descontraída e boba, no caso, comendo pizza com as duas em plena quinta feira.

“Estou ansioso pra conhecer suas amigas.” Ele disse, sorrindo e eu automaticamente deixei um sorriso brincar em meu rosto também. Andávamos, como sempre, lado a lado, olhando um para o outro de vez em quando.

“Elas são um pouco... diferentes.” Eu disse rindo, olhando para cima. O céu, assim como meu coração, estava nublado. “Digo, diferentes de mim.” Completei.

Os meus pensamentos já não se colocavam em ordem antes da fala, e eu já soltava frases sem pensar duas vezes. Daqui algum tempo, estaria cometendo a bobagem de dizer à Sasuke que estava realmente gostando dele.

Parei meus passos por dois segundos e meio. No que diabos eu estava pensando?

“Sakura? Tudo bem?” Ouvi a voz de Sasuke me chamar, ainda no meio da rua. Acordei de meus devaneios em um pulo à realidade, e apressei meus movimentos para atravessar a rua logo. Sorri para Sasuke e balancei a cabeça positivamente.

Olhei discretamente para ele, seus cabelos escorridos, seu nariz fino, sua pele lisa, e me dei conta de que eu estava limitada naquilo.

Sasuke.

Era tudo o que eu sabia dele. Não conhecia seu trabalho, se é que estava trabalhando, se estava estudando, se falava outras línguas, em qual parte da cidade morava, ou até mesmo o nome de seu cachorro. Eu não sabia nada sobre ele.

Não que Sasuke não participasse de nossas conversas, muito pelo contrário – ele estava sempre fazendo perguntas, comentando, rindo e ainda assim, conseguindo esconder qualquer ínfima, desnecessária ou essencial informação sobre sua pessoa. Me senti mal. Por um momento, parecia que alguém tinha me dado vários socos no estômago para tirar todas as borboletas. O tipo de sensação que eu senti várias vezes, no início do namoro com Naruto, quando brigávamos e eu sabia que a culpa era minha.

“Sasuke” Chamei. Não teria problema em perguntar, teria? “Onde você mora?”

“Na parte leste da cidade.” Respondeu, apesar de não satisfazer minha curiosidade. Quero dizer, no leste poderia ser em qualquer lugar. Poderia ser perto de minha casa, ou mais perto do centro. Poderia ser na parte mais longínqua da cidade, quase como um subúrbio.

“E... Qual é seu sobrenome?” Perguntei olhando para baixo, me sentindo relativamente mal por ter perguntado. Ele parou de andar e eu automaticamente dei por encerrados meus movimentos também. Estávamos em frente ao restaurante, bastava atravessar a rua. Sasuke olhou para mim diferente, e disse:

“Por que isso agora?”

“Por nada.” Disse baixo. Minhas mãos estavam suando, e eu me sentia exageradamente desconfortável em minhas roupas.

“Vou te levar a um lugar depois do almoço, assim você pode saber um pouco sobre mim, se esse é o problema.” Ele disse suspirando e, apesar de meio frio, eu me senti aliviada com suas palavras.

Sasuke sorriu e entramos na pizzaria. Nõa foi difícil achar Ino e Tenten, que estavam em uma mesa do canto, que logo quando me viram, acenaram.

Ino estava linda. Os cabelos presos em um coque, o óculos no canto do nariz, a roupa jovem e desleixada, que ela sempre usava para trabalhar. A loira levantou para nos cumprimentar, já dizendo bobagens como “achei que não fosse aparecer” ou “estou com tanta fome que poderia comer uma pizza inteira sozinha!” pelo nosso pequeno atraso de 10 minutos. Ela e Tenten logo se apresentaram, e eu agradeci mentalmente por terem me livrado do horror de introduzir as pessoas.

Tenten logo ao sentar me olhou com sua cara de 'pegou bem, Sakura'. Foi essa cara que ela fez quando eu apresentei Kiba, e depois Naruto. Olhei reprovando e ela sorriu, boba. Seus cabelos, novamente estavam em dois coques típicos, e sua roupa social excepcionalmente bem passada.

Pedimos duas pizzas – não muito grandes - de dois sabores cada.

Enquanto esperávamos, a conversa não parava em um ponto morto sequer, mesmo que eu não estivesse participando. Depois de perceber a ausência de informações sobre Sasuke, minha mente cismou em vagar por pensamentos errôneos.

Não conseguia me concentrar nos assuntos da mesa, e eu fiquei me perguntando coisas que eu sabia ter a possibilidade de nunca serem respondidas, nem mesmo pelo tempo. Correu pela minha cabeça a ideia de que Sasuke já estava acostumado com as pessoas quererem saber mais sobre ele, e ele esconder. O que – não me perguntem o porquê – me fez sentir menos especial.

“Pensando no que, Sakura?” Ino me perguntou ao chegar a pizza.

“Oi?” Perguntei, distraída. Os olhares da mesa se focaram em mim. “Un, em nada de mais.” Comentei, revirando os olhos.

“Será que estava pensando em alguém?” Tenten disse rindo.

“Quero a pizza vegetariana, por favor.” Terminei o assunto com uma sentença dispersa, e ela serviu-me sem mais delongas sobre o que eu estava pensando.

A conversa com minhas amigas eram sempre daquela maneira. Eu sempre me sentia mais leve, mais viva, mais... eu, perto delas. Pareciam que minhas emoções saíam decodificadas em palavras e todas elas conseguissem sintetizar no que eu estava pensando quando disse aquilo.

Ficamos um minuto e vinte e sete segundos calados.

“Você pode me agradecer depois, Sasuke.” Ino comentou inicialmente, bebericando um pouco da coca-cola e seu copo. “Essa daí nunca teria saído de casa se não fosse por mim.”

“Preciso mesmo” Ele disse me olhando de relance e eu fingi não ter visto.

O almoço correu desse jeito – Ino contando casos extremamente engraçados e por minha parte e a de Tenten as risadas altas, já Sasuke só com alguns comentários. Acabamos o almoço e dividimos a conta sem maiores discussões, e fomos conversando até a saída.

“Vocês querem ir para algum lugar? Talvez tomar um café...” Ofereci. Tomar café forte logo depois do almoço foi uma mania desconfortável que peguei de Naruto, logo nos primeiros meses de namoro. Tenten deu um passo para frente, anunciando sua partida.

“Tenho que reler uns contratos antes da reunião das duas.” Ela disse, concertando sua saia não tão curta, não tão longa. Levantou os olhos, esperando algo. “Quer carona, Ino?”

“Oh, iria adorar.” Ela disse saltitante em direção a amiga. “Hoje é dia de trabalho, pff.”

Acenaram as duas ao saírem. Fiquei ali, olhando para o tempo por alguns poucos meios segundos, quando Sasuke tirou minha atenção, me chamando. E ele sorriu.

Um sorriso tão aberto, tão jovem, tão limpo, que eu nem lembrava que era o sorriso do mesmo Sasuke que vivia cantando uma mulher casada. E o seu sorriso foi tão deveras perfeito, que eu me encontrei desconcertada em meus próprios pensamentos, e acabei sorrindo junto.

Eu estava tão vidrada em seu sorriso, que não prestei tanta atenção no que ele havia dito. Ele moveu os lábios, e depois puxou-me pelas mãos, indo do lado contrário do consultório.

“Ainda falta uma hora e meia, acho que dá tempo.” Ele disse, ainda segurando minha mão. Andamos até atrás do restaurante, e ele entrou em um belo carro preto.

Interroguei com o olhar, e acho que ele havia entendido. Nunca, até ali, ele tinha aparecido ou dado a entender que tinha um carro, sequer que sabia dirigir, e muito menos, que era um carro tão bonito. Ele deu ombros e saiu. Acho que eu ainda tinha muito que descobrir de Sasuke.

Fomos em silêncio até o carro, ouvindo o rádio até parar em frente um grande jardim, extremamente florido e com portões tão belos e de aparência tão antiga, que os imaginei rangindo. Sasuke foi o primeiro a sair, fechando a porta devagar, e eu logo imitei seus atos.

Sasuke andou até o porteiro, acenando, e o mesmo apenas abriu os portões o mais rápido que pode.

Eles não rangeram como eu imaginei.

Corri um pouco para acompanhar seus passos. Entramos e logo os portões se fecharam. Abri minha boca para perguntar o que estava acontecendo e ele levantou a mão, ainda de costas, como se pedisse silêncio. Caminhamos, ainda depressa, pelo jardim florido, e logo apareceu uma casa.

E antes de cogitar a ideia de entrar na casa, ouvi uma voz, firme, alta, doce, chamar pelo nome de Sasuke. Nos viramos, ambos na mesma hora, para o lado esquerdo, e vimos uma senhora – de uns quase 60 anos – virada para nós.

“Achei que nunca mais viria.” Ela disse para Sasuke, o mesmo foi cumprimentá-la.

“Deixe de ser exagerada, senhora 'Uchiha'” Ele disse o senhora Uchiha fazendo movimento de aspas com as mãos, e abraçou, quem quer que fosse, com muita força. “Sakura, essa é minha mãe. Mãe, essa é a Sakura.”

Naquela hora, meu coração descompassou.

E eu entendia muito bem de corações. Quer dizer, se eu sou médica, conheço mais sobre corações do que a maioria das pessoas, e eu não sabia direito o que era aquela sensação. Ou então sabia, até demais. Era aquela sensação de que ele bate na parede do seu peito e volta nas costelas em uma velocidade incrivelmente devagar e ainda assim, exageradamente rápida.

Meu coração estava diferente, e eu amaldiçoei a minha supra-renal por produzir aquela adrenalina dispensável.

Olhei meio abobada. Uchiha? Uchiha Sasuke. Era um nome bonito. Acenei para sua mãe e disse um baixo 'muito prazer'. Ela respondeu prontamente, e eu senti-me corar. Abri a boca para pronunciar algo, mas fui interrompida pela forte e baixa voz da mãe de Sasuke.

“Pode me chamar de Mikoto. Fazia um tempo que Sasuke não aparecia aqui! Ainda mais com uma visita. Quanto tempo tem desde a última vez que você trouxe alguém para cá?”

“Mããe.” Sasuke a podou, e ela olhou distorcida. Eu ri um pouco. Nunca iria imaginar o dia em que eu iria conhecer sua mãe. Olhei bem para o lugar em que estávamos. Era uma casa não grande, mas com um belo espaço verde – um jardim bem florido e um quintal (que não aparecia muito pela frente da casa, mas dava para ter uma idéia) bem distribuído. “Sakura é uma amiga nova.”

A mãe de Sasuke me olhou triste. Seu olhar se desolou em meus olhos, e sua boca desenhou-se o sorriso mais triste que eu já vi em toda minha vida. Senti seus olhos morrerem um pouco, e sua voz saiu meio tremida no início.

“Faz tempo que você não traz uma amiga. Ela deve ser especial” Ela disse, enrolando os dedos, nervosa. Sorriu novamente, mas dessa vez um sorriso mais sincero, com menos mágoas.

“Sakura é especial.” Ele disse sorrindo, enlaçando seus dedos nos meus. E durante aquele pouco tempo, eu esqueci momentaneamente de Naruto. Nossos dedos brincaram uns com os outros até se encaixarem perfeitamente. Sorri bobamente.

Sentamos em uma mesa ainda no jardim e tomamos um chá, feito pela mãe de Sasuke. Conversamos por uma boa meia hora, e Sasuke levantou-se dizendo precisar ir. Nos despedimos, e de longe, sua mãe disse para o filho aparecer mais vezes.

“É bom nos vermos enquanto eu não preciso ir visitá-lo” Disse por último e Sasuke acenou, como se houvesse entendido o recado.

Outro segredo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

DEPOIS DE DUAS SEMANAS, eu voltei q
Peço desculpas pela demora, o computador desligou sozinho e eu tive que reescrever tudo >
Então, acho que esse chap não ficou tão bom HAUSHAS
Enfim, espero que tenham gostado,
mereço reviews?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Ps: Dont Write" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.