Ps: Dont Write escrita por scarecrow


Capítulo 3
Good Girls Like Bad Guys




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/153585/chapter/3

PS: Don't Write

Chapter 03: Good Girls Like Bad Guys

Em um mesmo segundo, meu coração bateu algumas milhares de vezes. Eu o senti quicar do meu estômago até minha garganta e querer sair pela minha boca. Eu senti meu coração espatifar como um vaso de vidro na parede de meu peito por várias vezes, até concertar minha respiração. O elevador parou na portaria, e eu senti uma leve tonteira ao parar. Sasuke me deixava tonta.

Suspirei, medrosa. Sabia que minhas mãos estavam tremendo, mas preferi não olhar para conferir.

“Sakura!” Ouvi-o chamar meu nome de longe, e esqueci como fazia para andar por alguns segundos. Meus passos não saíam rápidos como eu gostaria, nem vagarosos como o normal. Não virei para trás para vê-lo me chamar, mas ouvi sua respiração pesada se aproximando. “Dá pra esperar, um segundinho?”

Eu parei ao seu lado, e o vi apoiar as mãos nos joelhos, cansado.

“Aonde vai?” Ele perguntou. Pela milésima vez naquele dia eu quis enfiar minha cabeça em uma parede. Virei bruscamente para ele, e olhei no fundo de seus olhos noite.

“Onde está Hanabi?” Perguntei, desviando o assunto óbvio e partindo para o ponto do qual não deveríamos ter saído: o motivo para Sasuke não me seguir.

Ele parou por alguns passos, e eu consequentemente olhei para trás, procurando minha resposta. Seus dedos se encontraram em um único ponto, e se direcionaram para o outro lado da rua.

“Com o pai dela.” Foi simples. Continuou andando, e eu voltei os meus passos para seu caminho, estando um pouco atrás de Sasuke – como se eu estivesse seguindo-o. Bufei nervosa. “Itachi é meu irmão, e eu o fiz um favor levando a pequena no médico, já que ele não estava com tempo.” Explicou-se.

Soltei um grunhido fingindo interesse, apesar de estar realmente aliviada por Sasuke não ser o pai. Quer dizer, não que ele fosse novo de mais para ter filhos, era só quatro anos mais novo que eu. O que não me faz velha demais para ainda pensar em ter filhos. Fico contente também por saber que nenhuma criança ou mulher sofreria com escapadinhas do pai para a balada. E principalmente, fiquei aliviada por Sasuke não ter uma responsabilidade com ninguém.

Era livre, leve e solto. Sorri.

“Onde disse mesmo que estava indo?” Perguntou ele, sem virar para trás. Virou sua cabeça levemente para os lados, um de cada vez, bem devagar, como se procurasse algo. Sorriu devagar, como se tivesse achado, e rodou seus pés mudamente em minha direção. “Aquele restaurante é muito bom.”

Olhei de leve para a esquina a frente, e sorri sacana.

“Não vou almoçar com você” Fui simples, e olhei por outro lugar por ali.

“Ah, vamos. Você não parece conhecer outro lugar por aqui, e de verdade, almoçar sozinha não é legal.”

Okay, ele até tinha razão. Eu sempre almoçava em casa, sempre. Sem querer me gabar, mas eu cozinhava parcialmente bem, e Naruto gostava do meu almoço. Iríamos pra casa sempre juntos, e voltávamos para o trabalho. Foram pouquíssimas as vezes que eu saí para almoçar no meio da semana fora de casa, e em nenhuma delas saíra sozinha.

Contorci os lábios antes de falar qualquer coisa. Estávamos ali, parados no meio da rua, dezenas de pessoas passando por nós. Seus olhos continuavam os mesmos por todo esse tempo em que ficamos calados, ou por tempo nenhum.

“Tudo bem, lhe dou essa honra por hoje.” Eu disse, fechando os olhos para descarregar as sensações novas que corriam pelo meu corpo descontente.

E ele simplesmente me olhou mais uma vez, antes de continuar andando. Sasuke não me desferiu um olhar mais distinto ou carinhoso, e não sorriu vitorioso. Não pulou de felicidade e não soltou um obrigado. Seu rosto não mudou a face, e se direcionou para o restaurante em passos calmos, como se estivesse planejado aquilo a dias – e conseguido seguir seu cronograma.

Entramos dentro de um restaurante pequeno e ainda assim aconchegante, e de aparência cara. Perguntei-me o porquê de Sasuke conhecer aquele lugar. Pude contar cerca de apenas nove mesas dentro do restaurante, e escolhemos uma mesa mais no canto, para dois. Ou melhor, Sasuke escolheu.

Fizemos os pedidos quando o garçom chegou. Apesar de tudo, eu e Sasuke acabamos decidindo rápido o que queríamos, optando por dividir um prato. Sorri sem graça, me perguntando se ele não falaria nada. Porque de verdade, aquele silêncio estava me mastigando.

“Você pode me agradecer depois.” Não foi um sorriso vitorioso que surgiu em seus finos lábios, mas sim um sorriso pervertido. Um sorriso o qual eu conheci no sábado, na noite da boate. E em quanto ele sorria bobo, eu tentava acreditar que ouvi aquelas palavras tão arrogantes.

“Se você pagar a conta, lhe agradeço com motivos.” Disse dando ombros, vendo o garçom chegar com o vinho tinto.

E eu, que realmente não gosto de bebidas, aprecio um vinho durante a janta, principalmente com uma comida italiana – como a que estava por vir. E por algum acaso, eu não estava no horário de janta, muito menos com meu marido. Quis rir.

“Sakura, não fique olhando de forma boba para mim, você é mais velha, seria estranho.” Ele disse, escondendo uma risada. Senti minhas bochechas queimarem, e seu sorriso se espalhou como uma face divertida de sua parte.

“Céus, garoto, eu sou casada.” Disse bebericando do vinho. Sabia que minhas sobrancelhas estavam juntas de raiva, e meu cabelo talvez, atrapalhado. Sabia que meus lábios estavam secos de raiva, e sabia que eu não conseguiria, de forma alguma, olhar para o par de olhos na minha frente naquele momento.

“Hey, você nem brindou.” Ele disse fingindo um biquinho com a boca. Deixei soltar uma pequena risada, estava tecnicamente feliz. Não por estar com o menino mais novo que queria me comer na balada de sábado, mas sim por ter percebido que Sasuke não se importava se eu era casada ou não. “Ah, então, qual seu nome de solteira?”

Olhei para ele de canto. Não sabia qual o interesse em saber meu nome de solteira, e eu não sabia se queria responder. Ele inclinou de leve as sobrancelhas esperando uma resposta, e eu automaticamente gravei aquela sua nova expressão em minha memória, como se tatuasse seus meio sorrisos nas cores daquele restaurante. Abri minha boca, mas minha voz não soltou a preciosa informação.

“Haruno.” Eu falei finalmente, esperando sua nova reação. Ele não riu, não se fez de surpreso, não comentou. Apenas disse:

“Nome engraçado. 'Haruno Sakura'. Não é muito comum.” E continuou seu almoço, sem medir mais expressões. Olhei nervosa, e tomei mais um pouco de vinho.

“E eu poderia saber seu nome?” Eu perguntei olhando nos seus olhos escuros. Eram tão escuros, que eu pensei ter me visto dentro deles. Eu pensei ser um pequeno espelho, que mostraria todas as minhas vontades naquele momento. E dentre essas infinitas vontades, estavam no meio aqueles olhos negros. Então no fim, eu via tudo e não enxergava nada. Eu estava tão vidrada nos olhos de Sasuke, que não escutei o que ele havia dito. E soube que havia dito, por ter balançado as mãos na frente de meu rosto, com se quisesse me acordar. “O quê?”

“Seus olhos.” Ele disse. Eu continuei sem entender, e balancei meu rosto para que continuasse a frase. “Disse que seus olhos são extremamente verdes, eu gosto. Céus, no que você estava pensando?”

“Hmmm, nas horas. Acho que daqui a pouco tenho que ir” Arrumei uma desculpa. Desviei o olhar, o contato visual me deixava acanhada. Ele olhou pra mim desconfiado, afinal, havia realmente pouco tempo em que estávamos ali, e devo confessar que estava bastante confortante.

Talvez almoçar sozinha fosse realmente incômodo – mas de qualquer jeito eu teria que me acostumar. Os almoços não seriam a mesma coisa sem Naruto nos próximos 28 dias, e eu sabia disso. Olhei descontente para o prato com o resto de comida e perdi minha fome.

“Posso lhe fazer uma pergunta?” Ele indagou. Eu inclinei minha cabeça para o lado esperando sua pergunta, e ele percebeu que aquilo era um sim.

Por um momento, eu me senti um pouco preocupada. Eu estava tão imersa nos pensamentos sobre o meu loiro, que cogitei a possibilidade de Sasuke me perguntar onde estava meu marido. E eu, particularmente, sei que me enrolaria com as palavras, antes de realmente dizer que ele estava viajando. Digo, quantas mulheres estão por aí, almoçando com um cara que conheceram em uma boate há dois dias antes? Ou melhor, que mulher casada iria se meter em uma boate sábado à noite?

“Por que seu cabelo é rosa?” Vi seu rosto se inclinar para perto do meu e suas mãos agarrarem uma mecha de meus cabelos grandes, e dedilhar com seus dígitos frios meus fios coloridos.

“Desculpe?” Saí do transe com a pergunta, e olhei ele de tão perto. “Eu pintei ele faz muito tempo. Aí ele cresce e eu dou uma retocada de dois em dois meses, às vezes de três em três.” Contei. O vi sentar d novo na confortável cadeira, e escorar as costas. “Algum problema?”

“O seu cabelo é rosa e você me pergunta se eu tenho problemas?” Ele perguntou terminando com o líquido avermelhado contido no belo copo, e lançou um sorriso perverso pra mim. “Vamos bater uma aposta?” Ele perguntou, se esticando na cadeira. Eu olhei sem entender, e ele apoiou as duas mãos em cima da mesa, encostando sua visão na minha.

“Como?”

“O mágico. Duvido que você descubra seu truque de cartas.” Ele sorriu, sem deixar de me olhar.

Decidi entrar em seu jogo. Conhecia vários truques de cartas, até mesmo porque Naruto de vez em quando brincava de mágico. O coitado era tão ruim que eu acabava descobrindo seus truques antes mesmo de ele terminar a mágica. Aceitei o pequeno desafio.

“Se eu ganhar, você paga o almoço.” ofereci a minha proposta a ele, e automaticamente ele chamou o mágico que estava dentro do pequeno restaurante.

“Se eu ganhar vou querer você” A frase parecia simples, e era simples. Mas para mim, foi uma das frases mais arrogantes que Sasuke havia proferido naquele dia cinzento. Entendo ele querer me cantar, mas eu já havia lhe contado que era casada. Além de que parecia estar comparando meu preço ao valor daquele almoço.

Antes de reclamar, o mágico estava em nossa frente, entre mim e Sasuke. Ele embaralhou as cartas, e me pediu para tirar uma.

Cinco de ouros.

Ele voltou a embaralhar, e eu sorri. Conhecia aquele truque. Separava-se o baralho todo em dois grupos principais, e voltava-os um contra o outro. Quando ele me mostrou a primeira carta – a que eu escolhi, voltava para a ordem, porém embaralhava a parte a qual eu não havia tocado.

O mágico me mostrou a carta cindo de ouros, e eu sorri vitoriosa. Abri o baralho no meio, esperando encontrar as cartas viradas.

Não havia.

Sasuke quis cair na risada, e eu fiquei nervosa. No final, ele pagou o almoço.

“Sakura, você está atrasada. São só mais três consultas agora na parte da tarde, e já pode ir para casa.” Gaara me informou quando cheguei no escritório.

“Pode ir pra casa quando o último entrar.” Disse, suspirando. Cantarolei uma música qualquer ao entrar no escritório.

E eu realmente havia me esquecido da aposta boba que havia feito com Sasuke no restaurante. Fiquei meio frustrada depois, por ter perdido e não ter adivinhado o maldito truque do mágico. E de verdade, eu já não me importava mais com o que ele tinha dito antes. E no instante em que me lembrei disso, entre uma consulta ou outra, meu coração morreu-se no descontentamento. Eu não veria mais Sasuke.

Hanabi não era sua filha, e não eram todos os dias que eu trabalhava naquele consultório. Ele não teria motivos para me ver, eu não sabia se ele queria me ver. E a pergunta que mais me incomodava, era por que eu ainda queria vê-lo. Quis um abraço. Naquele momento tão desastroso, liguei para Naruto, mesmo sem saber direito quantas horas eram na França.

Eu já não sabia mais no que estava pensando.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom, de novo agradecendo a @effinway, que está betando a fanfic ~ ♥

Espero que tenham gostado (:

No próximo cap as coisas vão realmente começar a acontecer, e sim, esse capítulo foi meio bobinho. ):

Reviewwwws? q



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Ps: Dont Write" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.