Ps: Dont Write escrita por scarecrow


Capítulo 13
If I'm James Dean, You're Audrey Hepburn




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Chapter Thirteen: If I'm James Dean, You're Audrey Hepburn

Sentei-me no banco de frente o parque cheio, já que era sábado. Eu não sei dizer quando foi que sua presença preencheu meu peito daquela maneira, e eu não sei dizer quando foi que meu sorriso montou-se alegre em meu rosto.

As palavras não foram necessárias quando nos encontramos. Ele estava de frente para mim, quinze minutos atrasado, com as mãos no joelho, cansado. Nos olhos conversaram perante o nosso silêncio, e o barulho da rua não parecia incomodar.

Estávamos juntos, de físico e alma. Nossos sorrios se misturavam com o clima frio, e nossas roupas tampavam nossa pele arrepiada. Meus olhos não desviaram dos seus, e seus olhos declaravam as palavras que ele não soltava, desde quando chegou ali.

“Oi” Ele tentou começar. Eu sabia que ele estava nervoso, por que também estava nervosa. Eu não sabia direito o que falar, mas eu sabia que queria, e muito. Ele tentou tirar o sorriso bobo da face, olhando para cima – devo confessar que não deu muito certo. “Acho que te devo desculpas”

Eu não respondi, apenas esperei em silêncio pela sua continuação. Por que apesar de estar com pensamentos direcionados a minha separação, eu não poderia fazer isso se Sasuke não se explicassse primeiro. Digo, eu não posso simplesmente largar tudo o que eu acho certo para ficar com algo um tanto quanto duvidoso.

Ele não sentou como eu pensei que faria, apenas colocou-se de pé em minha frente, com alguns passos de distancia. Minhas pernas estavam cruzadas, e minhas mãos dentro da blusa, temendo o frio. Ele ainda olhava para cima de vez em quando.

“Daqui alguns dias, vai never como você queria. Acho que daqui umas duas ou três semanas no máximo” Ele disse, deixando de dar atenção ao céu e voltar seu olhar para meu rosto indecifrável.

“Sim” Foi a primeira coisa que eu disse na nossa conversa. E mesmo eu tendo tantas perguntas para fazer, tanta coisa para contar e falar, eu não conseguia soltar as palavras. Eu poderia falar, mas eu sabia que voz não iria sair como eu queria – a frase iria sair sem início e terminar no meio.

Continuamos em frente o parque, eu sentada no banco, e ele de frente para mim, não sei dizer por quanto tempo.

“Eu sei que não deveria ter tentando te deixar daquele jeito” Ele disse, chegando um pouco mais perto. Eu não levantei, ele não sentou. Olhou para mim de cima, e seus cabelos se misturavam com suas palavras, ambas caindo de seu rosto sério, mas contente. “Eu não sei o que te dizer para me explicar”

“Estou percebendo” Eu disse rindo, e ele não conteve uma risada. O clima estrava estranho. O céu estava claro, mas não era como se fosse chover. A gente estava ali, mas não era como se fosse acontecer algo. Então, ele voltou a sorrir.

“Me desculpe, por favor” Ele pediu, chegando ainda mais perto. Nossas pernas encostavam uma na outra, apesar de ambos só sentirmos o calor da própria roupa. “Eu sei que fui um pouco egoísta, mas eu realmente senti sua falta. Eu não sei como vou conseguir quando chegar a hora de nos separarmos de verdade, por que eu não consigo pensar direito nos dias que eu não te vejo”

Ele soltou tudo de uma vez, mas ainda assim consegui entender cada palavra sua. Ele sentia minha falta, acho que do mesmo jeito que eu sentia a sua. Foi então que eu levantei, e decidi fazer aquilo que estava preso em minhas vontades a muito tempo.

Tirei minha mão direita do bolso confortável, e a bati no rosto pálido de Sasuke. Ele me olhou surpreso, e encostou de leve no lugar onde antingi, que agora estava vermelho.

“Isso foi por ter sido um pouco egoísta, e por ter me feito passar pelos piores cinco dias do ano” Comentei, sorrindo. Eu tentei transmitir tudo o que eu estava sentindo naquele tapa, e no beijo. A raiva, a tristeza, a saudade, e talvez, o amor.

“Foi justo” Ele disse rindo, e me puxou pela mão. Atravessamos a rua, e antes de entrarmos no parque de diversões, ele me disse “Eu não sei se já quero falar o motivo por ter sumido” riu um pouco antes de continuar “Prometo contar, enquanto isso, você pode me dar beijos no lugar de tapas para aceitar as desculpas”

Eu ri, e entramos de mãos dadas. Eu não estava me importando muito com nada, naquele momento. A realidade parecia ter se esfregado na minha desilusão, e ambos se esfarelado em um pacote de importancia nula.

Por que de repente, eu me senti confiante. Eu confia em Sasuke, apesar de tudo. Por que eu amava Sasuke o suficiente para saber que ele tinha motivos para não me contar as coisas e por ter sumido tão de repente. Eu confiava em Sasuke para saber que ele ainda iria me contar, e de que eu não teria o que me preocupar com esse motivo.

Eu confiava em mi mesma para saber que o meu amor por Sasuke era inteiralmente verdadeiro.

E naquele momento, Naruto não me era preocupação. Naruto não desconfiava de terceiros, e iria me ligar, ou para Ino caso algo acontecesse.

Mesmo sem saber as horas, eu sabia que era em torno das quatro, e que faltava pouco para escurecer – no inverno, os dias pareciam acabar mais cedo. Ele brincou com algo que eu não ouvi, por que ainda observava as cores do parque. Os balões coloridos e leves, os brinquedos, as crianças, os pais.

“Onde você quer ir primeiro?” Ele me perguntou.

Olhei para aquele monte de pessoas e filas, e sorri meio sem graça. “As vezes você parece uma criança” Disse cruzando os braços.

“Às vezes você me lembra minha bisavó” Ele disse rindo, mostrando a língua, e caminhando para uma ireção qualquer. O segui, para não me perder logo cedo. Paramos em frente de uma grande montanha-russa, e a fila estava deveras grande.

“Tem certeza?” Eu perguntei, ao vermos o tamanho da fila. Ele disse algo como se eu não escolhi bastava concordar, e foi buscar algo para comermos enquanto eu esperava na fila. Na minha frente, tinha uma criança de uns quatorze anos, e sua mãe do lado, com o irmão mais novo. Conversavam sobre algo, e os filhos riam com a mãe.

Eu olhei meio encantada. Sempre gostei muito de crianças, até por isso me especializei em pediatria. Olhar aquelas crianças, me deu vontade de voltar a pensar sobre filhos, e de como seria maravilhoso ter os meus.

Perebi então, mais uma vez, a diferença entre meu amor por Naruto e por Sasuke. Eu enrolei-me na noite anterior por falar em filhos, e Naruto percebeu isso. Eu não queria realmente, eu não estava pronta. Mas pensar nisso com Sasuke, me deixava mais... a vontade. Eu me sentia apta a ter os filhos agora, mas não poderia pedi-los. Eu não conseguiria pedir filhos à Sasuke, logo a Sasuke, que nunca estabilizou nosso relacionamento.

“Espero que goste de algodão doce. Trouxe um rosa para você, sabe, para combinar com seu cabelo estranho” Rimos. Conversavamos banalidades na fila, até chegar nossa vez.

“Sasuke, eu não sei se quero ir” Eu disse visivelmente nervosa. Sentia o frio em minha barriga antes mesmo de entrar, e ele abriu mais o sorriso, me puxando pela mão. Sentamos logo na frente.

As outras pessoas entraram na montanha russa, e a grande barra de metal desceu para nossa segurança. Eu encostei de leve, estava fria. Sasuke sussurrou algo em meu ouvido, e eu fingir não ter ouvido. Logo começamos a subir, e paramos uns segundos no topo do morro. Foi o tempo o suficiente para minha frase começar : “Eu realmente não sei se eu quero -”

Já tinham cerca de cinco minutos que nós estávamos parados de costas para a montanha russa. Sasuke não parar de rir, e meu cabelo não queria abaixar.

“Você gritou como uma garota, Sakura” E continuou a rir. Eu senti minhas bochechas arderem.

“Eu sou uma garota, Sasuke” Disse debochada, repetindo seu nome no final como fez comigo na frase anterior. Ele continuou rindo até conseguir algum fôlego.

“Ah, mas é bem diferente. Aposto que nenhum de seus pacientes sabem que você consegue gritar naquele tom” Emburrei meu rosto em uma careta, e puxei sua mão para sairmos dali.

Procurei por um outro brinquedo que não iria me desfavorecer tanto quando a montanha russa, e logo encontrei. O corredor do medo. Por que apesar de tudo, ou exatamente por isso, eu sou uma pessoa extremamente cética, e sabia que não iria cair nos truques de um corredor do medo. Era como um trem fantasma. A gente vai, se assusta, mas nunca sente medo de verdade.

“Tem certeza que não vai gritar nesse também?” Me perguntou sarcástico, e eu empinei o nariz, seguindo na frente. Logo entramos no extenso corredor. A escuridão tomou conta de minhas vistas, e mesmo sem ter medo, não queria me perder de Sasuke. Procurei sua mão na escuridão, e nossas mãos se esbarraram até se completarem.

Ouvimos gritos das pessoas na nossa frente. Apertei mais sua mão, e ele riu no meu ouvido.

“Não precisa ter medo”

“Eu não estou com medo. Só me assustei” Disse eu, tentando enxergar algo.

Chegamos na última sessão do corredor, e a escuridão ainda era um tanto quanto disconfortável. Sasuke parou de andar, e ouvimos as pessoas que estavam atrás de nós nos passar.

“Não vai chegar ao fim antes de acenderem as luzes?” Perguntei, ainda sem soltar de sua mão, parando de andar também.

“Tem outra coisa que eu quero fazer antes das luzes acenderem” Ele disse sugestivo, e antes que eu pudesse pensar em me afastar, seus lábios vieram aos meus.

E nós nos beijamos, com mais intensidade do que da primeira vez. A saudade estava decodificada em toques, e sintetizada nos empurrões de nossas línguas. Suas mãos me puxaram para perto, e eu fiquei na ponta dos pés para aumentar o contato. Puxei seu cabelo, e ele mordeu de leve meus lábios.

Nos separamos, e logos começamos a nos beijar de novo.

A luz acendeu e nos apressamos em nos afastarmos. Era cômico, até. Os nossos rostos vermelhos, o peito subindo e descendo rápido, e as mãos dadas. Saímos em passos rápidos.

O parque começava a se colorir de laranja, devido o entardecer que estava por vir.

“Tem um último brinquedo que eu quero ir” Ele disse, puxando meus dedos no meio dos seus. Eu concordei silenciosa, e fomos até a roda gigante.

Dessa vez, não teve comentários nem meus, nem dele sobre o escolhido. Sentamos no banco amarelo, e nossos sentimentos se mixavam com o som da tarde. Eu não sei como dizer qual é a sensação de se sentir realizada. Eu estava tão contente comigo mesma, com Sasuke, com os nossos beijos, mesmo que apenas três.

Se sentir realizada, é a sensação de ter seus sonhos escritos em acontecimentos, e a felicidade derretida tão sutilmente que qualquer paladar poderia senti-la preencher.

Nossas mãos transmitia um calor confortável, e os bolsos em nossas vestes não tinham tanta utilidade mais. Os sons não tinham mais utilidade, a cor do nosso banco já não tinha mais utilidade. Eu já não tinha mais utilidade sem Sasuke.

“Sakura” Ele me chamou, e eu olhei sem sorrir. O laranja atrapalhava minha visão, mas apenas maravilhava mais a vista. Os cabelos escuros de Sasuke se tonalizaram de laranja, e seus olhos pareciam entardecer como o dia frio. “Eu posso te beijar?”

“Por que?” Eu perguntei. Ah, ótimo, Sakura. Eu queria perguntar por que de ter perguntado dessa vez, mas eu não consegui soltar toda a frase.

“Por que eu amo-” Sua frase interroupeu-se, e seus olhos se arregalaram, pensando no que exatamente iria dizer. Meu coração pegou fogo, e as batidas pareciam queimar todo meu organismo. Meu metabolismo aumentou em um susto e quatro palavras iniciais. “Eu amo te beijar”

Eu sorri. Não era o que eu queria ouvir, mas foi o suficiente para me fazer deixar um beijo tímido em seus doces lábios de incício, antes de aprofundar o beijo.

Eu não sei quantas voltas a roda gigante deu, e eu não sei em quantos beijos nós nos acabamos.

“Senti sua falta” Ele disse mais uma vez, quando estavamos na porta do parque, a tarde já caiu. As pessoas iam embora, e outras entravam.

“Eu também” Confessei, meio acanhada.

“Posso te ver amanhã?” Ele perguntou. Eu assenti, e nos despedimos com o olhar.

Por que não precisávamos de toques para ter certeza de que agora, estava tudo bem.


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Notas finais do capítulo

Bom, espero que tenham gostado. Esse capítulo foi algo mais fofinha, só para fazer os dois se reconciliarem mesmo, essas coisas. q
E já que estamos no cap 13, acho que me sinto no direito (? lol ?) de poder pedir alguns reviews ~>: Preciso dizer que fico triste, já que vejo pelo nyah! que tem bastante gente acompanhando, enfim, se quiserem.
Acho que o próximo capítulo sai semana que vem e ♥



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