Ps: Dont Write escrita por scarecrow


Capítulo 12
Don't Pretend you ever Forgot about me




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PS: Don't Write


Charter Twelve: Don't Pretend you ever Forgot about me


Um dia. Um dia e três horas. Dois dias, cinco horas e vinte e dois minutos. Três dias. Três dias e sete horas. Três dias e dez horas. Quatro dias, nove horas e quinze minutos.


Tinham exatos quatro dias, nove horas e quinze minutos que eu não vejo Sasuke Uchiha. Quatro dias, nove horas e quinze minutos que Karin tinha me ameaçado. Três dias e dez horas que Naruto havia voltado.

Depois daquele dia, eu não consegui falar com Sasuke. Apesar disso, ter descoberto meus sentimentos desenfreados, e tomado a decisão de correr atrás dele, me fez sentir bem melhor. Por que era a única coisa que eu poderia fazer para mostrar Sasuke o que eu sinto.

Sasuke veio atrás de mim todas as vezes, e eu corri estupidamente dele todas as vezes. Ligar para ele naquela noite, foi o suficiente para acalmar meu coração, e eu sabia que esse sentimento tinha chegado até Sasuke nas duas chamadas. Eu só não sabia se foi a tempo.


Minha vida parecia ter voltado ao normal. Eu acordava, ia para o trabalho com meu marido, nós almoçávamos em casa, voltamos para o trabalho, e nos acolhíamos em casa novamente para contar dos ocorridos, planejar o fim de semana, e diferente das outras vezes, nós não estávamos namorando, como seria o normal.


“Naruto...” O chamei. Estávamos na mesa de jantar, degustando do strogonoff que fiz mais cedo no almoço. Era uma sexta feira, e o frio parecia estar mais denso. As janelas da sala estavam fechadas,e a mesa posta. O suco de laranja natural feito por Naruto, e seu dedo indicador levemente cortado pela bagunça. A infelicidade pairava no ar, mas só eu parecia perceber.

“Sim?” Perguntou abrindo um sorriso doce, e eu confesso que estava sentindo falta da segurança que aquele sorriso passava.


“Bom, é que eu estive pensando...” Comecei. A realidade da frase, era contar para Naruto que não tinha mais porque nós continuarmos o que começamos. Não tinha como o nosso patrimônio continuar tão junto, por que meu coração pertencia à outra pessoa.

Naruto olhou para mim meio nervoso. O olhar que eu vi apenas no momento em que me pediu em casamento. Talvez, ele soubesse. Sorri, e não consegui falar o que queria. Eu não poderia ter acabado meu casamento para ficar com Sasuke, por que eu não sabia se ele queria de fato. Eu não sabia mais se Sasuke me queria.

“Sobre, ann, termos filhos” Soltei sem pensar.

Seus olhos se encheram de um brilho diferente, seu sorriso abriu-se para contemplar-se maior. E eu me afoguei em minha próprias mentiras novamente. “Claro, é, temos que planejar, sabe, estava pensando sobre o ano que vem e”

“Claro” Seu sorriso não se desmanchou, e meu coração pintou-se de azul-mentira. “Quando você realmente quiser, pode me falar que eu terei honra de cuidar de um filho nosso”


Naruto levantou-se, colocou o prato na louça, beijou de leve meus lábios e avisou que estava indo tomar um banho para dormir – o dia havia sido cansativo, e a cirurgia havia lhe dado muito trabalho-.

Quando eu realmente quiser. Eu tenho 28 anos, medicinalmente falando, estou em um ponto que dependendo do número de filhos, mais um pouco de tempo seria o necessário para me impedir disso. Naruto sabia que eu não estava realmente pronta. Eu queria ter filhos, céus, eu falo disso com Naruto desde nosso namoro quando contava quais seriam os nomes se fossem meninas ou meninos. Mas ali, naquele momento, Naruto percebeu que eu não queria realmente engravidar agora.

Talvez, Naruto tenha aproveitado mais esses anos de casado do que eu.

Suspirei, nervosa. Eu poderia ter inventado uma desculpa melhor por ter chamado-o aquela hora.

Acontece que, ultimamente, eu estava muito diferente com Naruto, e ele sabia disso. Para mim, era estranho deixar de ser Haruno Sakura e voltar a ser a doutora Uzumaki Sakura de um dia para o outro.


Naruto estava percebendo isso, e eu sabia. Eu sei. E eu não quero que ele perceba de Sasuke, mas céus, eu poderia ter pensado em algo melhor para falar.


Meu celular tocou, e eu vi o número de Ino no visor. No mesmo momento em que atendi, ela passou a falar quinhentas coisas de uma vez.


“O que?” Perguntei, meio nervosa. Estava tudo meio confuso, e os fatos bateram rápido de mais em meu cérebro. “Não, calma não precisa repetir tudo”


O dinheiro, eu consegui ele para você e”


“Não, essa parte eu entendi” Ri. Ino deveria estar tão ansiosa quanto eu. “Você e o Gaara o que?”


Ela riu impaciente no telefone, e eu não pude deixar de gargalhar também. Sentei-me no sofá, da sala em frente a porta, e liguei a televisão baixo. “Beijamos. Nós nos beijamos. Bom, voltando ao assunto, Gaara disse que pode emprestar o dinheiro”


“Claro, Ino. Vou tirar o dinheiro dele, que precisa para pagar a faculdade. Por falar nisso, ele é mais novo que você quantas décadas?” Perguntei. Troquei de canal algumas vezes, mas não é como se eu fosse realmente ver.


Não, calma, você não está entendendo” Ela disse ainda impaciente. “É perfeito, Naruto nunca vai descobrir. Você dá um aumento e-”


Um aumento de cinco mil reais para um secretário? E me explica de novo, vocês começaram a brigar e depois estavam se agarrando nas paredes do meu escritório é isso?”


Não, só de dois mil, o resto a gente arruma.” Ela insistiu. Eu olhei para cima, e apertei uma almofada. Sabia que Gaara e ela iriam acabar se agarrando um dia. “Você ainda não tem o dinheiro, não é mesmo? E eu sei que você não vai conseguir pedir pro Naruto”


“Ino eu-”


Dá pra aceitar a ajuda dos seus amigos, no mínimo uma vez?” Ela perguntou, séria, e eu sabia que estava sendo de todo, egoísta. Suspirei, e combinei de nos encontrarmos na cafeteria perto do meu escritório depois da última consulta no sábado. Ela não tinha coragem ainda de encarar Gaara, e não queria subir para minha sala. Ri internamente.

E logo quando o celular desligou, ouvi a campanha tocar. Levantei preguiçosa, olhei no relógio. Nove e cinquenta. Quem seria essa hora? Não desliguei a televisão, e abri a porta devagar.


Não tinha ninguém.


Olhei para a rua rápido, e depois para o tapete de boas vindas em baixo da porta. Em cima dele, uma carta. Um papel dobrado, provavelmente m bilhete, e meu coração quebrou-se em mil, e estourou como uma panela de pipoca quente.


Corri para o meio da rua, e olhei para os lados escuros. Do lado esquerdo, eu reconheci a sua altura, o seu cabelo ao vento, o seu andar desajeitado, irreparável. Sorri boba. Sasuke havia voltado, e meus sentimentos também.


Li o bilhete correndo.



Eu poderia estar escrevendo tudo o que estou sentindo, mas nem eu sei mais o que é.

A sensação, é de que pegaram meu coração e fizeram dele como se faz com biscoito de polvilho: amassaram com as mãos, comprimiram, fizeram farelo.
Jogaram meus farelos ao vento.

É como se tivesse amarrado a felicidade numa corda, em frente uma esteira, quebrado minhas pernas e gritado: "vai, você consegue!"

E eu ainda tenho minhas pernas, mas eu não tenho você. Em cinco dias, eu me encontrei perdido em mim mesmo, e não consegui andar, comer, escrever, pensar, por que você parecia ter ido embora, e eu parecia ser insistente demais.

Por que eu lembro, de alguma vez ter pensado "eu não sou nada sem você". Então, o que eu ainda estou fazendo aqui?

Quero de volta seus abraços - tão confortáveis - quero suas lágrimas, seus sorrisos, quero você tão por inteiro, mas agradeceria por apenas um pedaço.

A sensação de agora, é como se diluíssem meus pensamentos, e misturassem nele dor, sofrimento, frio, choro, saudades. Saudades de você.

Saudades de poder apoiar em alguém e apoiar, saudades de colar meu coração. Eles estavam quebrados com você, e você os colou, pedaço por pedaço.

E agora, como se cola farelos?

Volta pra mim.
Por favor.


PS: Duas ruas acima do seu consultório amanhã, as três e meia da tarde, estarei te esperando em frente ao parque.


Li sete vezes o bilhete depois de entrar em casa. Acho que, nesses 28 anos de vida, eu nunca li nada tão satisfatório. Talvez, o comunicado de que eu havia passado na faculdade de medicina tenha sido tão bom. Mas ler aquilo, fez meu peito acalmar, minha cabeça diluir os conflitos e colocou minha alma a contentar-se a sonhar novamente.


Guardei-o em meu bolso, e as palavras belas já estavam memorizadas.


Céus, eu nunca tive tanta certeza de que amava alguém.

Eu não conseguia sequer dizer meus sentimentos, por que em hipótese alguma eu conseguiria me expressar tão bem quanto aquela carta do Sasuke.

Sasuke colocou todos os seus sentimentos, detalhou todas as suas emoções, e me disse palavras que eu precisava ouvir.




Eu estava tão maravilhada com a carta, que não percebi as coisas que Ino me disse no dia seguinte.


Acordei de manhã cedo, ainda era por volta de sete e meia quando decidi sair de casa. Naruto não trabalhava nos sábados de manhã como eu, mas isso não o incomodava, muito menos a mim. E hoje, ao nos despedirmos na porta de casa, e decidi por beija-lo. Por que eu precisava saber como era beijar os lábios do homem que eu acreditei amar até ali. Eu precisava saber a diferença.


Não foi um beijo demorado, por que tinha horário marcado. Não foi um beijo triste, por que não tinha felicidade para se sentir falta. Não tinha amor, por que de tão invisível não conseguíamos sentir.


Foi gelado – não o beijo, mas como meu coração ficou naquele momento.


Avisei que dormiria na casa de Ino hoje, já que estava com alguns problemas. Ele sorriu e compreendeu, mas não detectou as mentiras. As mentiras tão mal contatas que chegavam a doer.


Depois das cinco consultas pela manhã, saí em busca a cafeteria onde encontraria Ino.

A encontrei tomando um café e comendo um pão de queijo quente, e seus olhos pareceram reluzir minha felicidade exagerada. Ela chamou o garçom e pediu para mim um café e também um pão de queijo,

e pois-se a explicar.


Contou que estava me procurando, e foi ao consultório mais tarde para me achar. Por coincidência – ou não tanto, já que isso sempre acontece – Gaara estava lá fechando o escritório. Contou-me da infelicidade da discussão deles, e que num repente, ele estava a beijando, e ela não pensou duas vezes antes de retribuir.


“Eu poderia ter feito uma aposta há alguns anos atrás, que ganharia” Eu afirmei no meio das risadas. Ela estava extremamente corada e sem graça, mas o sorriso de seu rosto não sumiu nenhuma vez.


“E bom, ele me ofereceu o que precisava para completar os cinco mil reais” Concluiu. “Ele gosta bastante de você”


“Sabe, eu mesma vou pagar.” Eu disse, decidida. Não poderia depender de Ino, e muito menos de Gaara. Agora, eu tinha me decidido ficar com Sasuke, e nada iria me fazer trocar de ideia. Ela sorriu contente por eu estar contente, e meu sorriso – assim como o dela- só aumentou.


Mostrei-lhe o bilhete, e sorri abobada. Ontem a noite, quando acordei na madrugada fria, aproveitei do sono pesado de Naruto para recolher os outros recados da primeira gaveta, e eles se encontravam em minha bolsa.


Ela leu em silêncio.


“Eles estavam quebrados, e você os colou, pedaço por pedaço” Ela leu em voz alta. Eu ainda sorria, e esperei ela continuar. “Por que isso? O que aconteceu antes de vocês se encontrarem?”

A sensação, era de que a realidade descascava meu coração, como as crianças costumam fazer com as pequenas árvores nos dias de outono. Mas acontece, que não eram dedos macios como os de uma criança, era como se você unhas grandes, fortes, tirando grandes cascas de minha espessura, deixando meu coração numa linha tão frágil que só em respirar tinha medo de quebra-lo.

Ino me olhou meio desolada. Acho que ela, assim como eu, não sabia direito o que fazer.

Porque Sasuke tinha tantos segredos! Eu não conseguia entender a frase solta, eu não conseguia entender o texto, eu não conseguia entende-lo. Naquele momento, com apenas uma frase de Ino, eu soube que todos os bilhetes estavam interligados. E minhas intuições -as que eu nunca acreditei muito na eficiência- instigavam um veneno desgostoso pela minha garganta, me fazendo acreditar que talvez seja melhor não compreender.

Porque afinal, eu nunca compreendi até ali.


Eu nunca entendi exatamente como cheguei á esse ponto, ou como este ponto foi costurado até aqui.


Decidi por fim, não pensar muito naquilo. Sasuke veio me escondendo muitas mentiras, muitas verdades, muito de tudo do que ele é, até aqui. E não é agora que iria desistir por causa disso. Até porque se a coragem me permitisse perguntaria para ele no final do dia.


Agora eu tinha Sasuke e a felicidade parecia esta decodificada e palpável, tão palpável, que eu senti um peso em minha consciência por estar tão bem quando deveria estar tão mal por Naruto.


E depois de 15 minutos, sem nenhum dialogo. Ino foi a primeira a se pronunciar, insistindo mais uma vez, que eu aceitasse o dinheiro.


Dá pra aceitar a ajuda dos seus amigos, no mínimo uma vez?


Prometo pagar no final do mês.” Sentenciei. Ino abriu um sorriso radiante, e saímos da cafeteira em direção ao banco.


“Me pergunto quais eram suas inteções quando você disse que iria pagar” Ela disse brincando com os cabelos, andando do meu lado. “Você decidiu largar tudo pra voltar com Sasuke? Ou você decidiu largar Sasuke para continuar com tudo?


Sorri, como não fazia bem desde a festa de ino, e o dia seguinte na casa do sasuke. Um sorriso que demonstrasse todas as sensações que meus olhos pararam de expressar, e que meu coração costumou-se a sentir.


“Segredo!” Foi a última coisa que conclui sobre o assunto, e eu sabia que Ino tinha entendido qual foi minha escolha.

Por que eu tinha trocado anos de relacionamento, anos de descobertas e confiança, por alguém que eu nem mesmo tinha certeza das palavras, sejam escritas ou faladas. Eu poderia não ter certeza, eu poderia não confiar, entender, descrever ou nomear tudo que envolve Sasuke, mas eu confiava em mim mesma o suficiente para saber que era daquilo que estava precisando.


Eu decidi que largaria, não tudo, mas sim Naruto para ficar com Sasuke. Porque talvez seja exagero chamar Naruto de meu tudo. Porque os meus sorrisos, as minhas lágrimas trancafiadas, os comandos de minha hipófise, e principalmente, minha imaginação só poderia exercer sua função no máximo de sua eficiência na presença dele.


Dele, Sasuke.


Apesar de conseguir descrever todas as emoções, contar todas as situações e reusar todas as falas, eu não sei como dizer a Naruto que a nossa ilusão deixaria de ser verdade, e que os fatos começariam a acontecer.


Acho que foi só por isso, que aceitei o dinheiro de Ino. Eu estava preparada para aceitar Sasuke, mas não estava preparada para deixar Naruto.


Ino despediu-se logo após que acabamos o deposito, e eu agradeci mentalmente por o banco ainda estar perto do consultório e da cafeteira, andei as poucas ruas que era necessário para chegar aonde seria meu encontro com o Sasuke. Estava vinte minutos adiantada.

 

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