Ps: Dont Write escrita por scarecrow


Capítulo 11
We're Dropped and well Concealed


Notas iniciais do capítulo

Hello hello hello again!
Então, vim aqui dar uns avisos. Primeiro, finalmente vamos descobrir o que a Hinata quer, e lamento logo antes se decepcionei as expectativas de vocês.
Segundo, gostaria de agradecer a quem está lendo, principalmente, mandando os reviews.
Depois, dizer que a fic deve ter cerca de mais seis ou sete capítulos (( sim, que fanfic grande! )) tudo depende de como vai estar meu humor quando for distribuí-los HSUHAS
E por último, gostaria de dizer que esse capítulo apesar de ser bobinho é importante, e eu amei escrevê-lo, por isso irei dedicá-lo a Amanur, que sempre deixa bons comentários e dicas que me ajudam :3
Eeee chega de blablabla, vamos a fic!



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Chapter Eleven: We're Dropped and well Concealed

Eu não sei dizer se a frase amigos servem para isso era suficiente para caracterizar aquele momento. Amigos, talvez, sirvam mesmo para isso. Para te consolar, lhe entrega uma xícara de café forte enquanto você lamenta do amor perdido, do emprego ruim, do aluguel atrasado. Isso é ser amigo, confesso.

No quarto, estávamos apenas eu e Ino, como várias vezes no início da história – mas daquela vez era singelamente diferente. Aliás, era exuberadamente diferente. Por que diferente das outras vezes, não estávamos comentando do fim de semana, da bagunça, dos namoros, do meu casamento. Ino não estava reclamando, e eu não bufei nem uma vez ao ouvir.

O ar estava pesado, como se tivesse uma pitada de ferro entrando nos nossos pulmões, mas não conseguíamos ouvir o nosso próprio respirar. Não pela Hinata em si, mas sim por que nós duas sabíamos, óh, como sabíamos, que os dias bons não duram para sempre, e que uma hora ou outra nós voltaríamos a conversar sério, como um dia antes do meu casamento.

“Bom, Hinata...” Começou a falar. Tossiu um pouco, como se faltasse líquido em sua garganta. “Lembra do Kiba?”

“Bom, lembro.” Eu disse meio sarcástica. Não tinha como esquecer, certo? Foi meu primeiro namorado, aliás. “Ele foi lá esse ano uma meia dúzia de vezes levar sua filha ao meu consultório”

“Ele e Hinata estavam tendo um caso” Okay, isso era deveras impressionante.

Era tão inesperado, que eu quis rir. Por que se eu me lembro bem de nosso último ano no colegial, eu ainda namorava Kiba, e Hinata tinha uma estranha queda por Naruto – que é hoje, meu marido. Olhei ainda sem compreender para Ino, e ela riu baixo.

“Ele não casou? Digo, eu acabei de dizer que a filha dele consulta comigo, não foi?” Perguntei um pouco apressada. E então, eu ri. Eu ri alto, junto com Ino. Nós rimos, e rimos, e rimos. E céus, tanto eu quanto Ino sabíamos que não deveríamos rir daquele tipo de coisa, primeiro por que não tem graça e segundo, por que Hinata estava mal com ele.

Mas rir naquele momento foi tão bom, tão libertador, que eu me senti flutuar em cima dos meus problemas flácidos.

“Eles estavam tendo um caso, escondido da mulher dele” Ino disse, por fim. Ficamos em silêncio por uns minutos. A coincidência era tanta que chegava a incomodar.

Era como se estivéssemos contando uma outra história. Uma, em que Naruto não tenha viajado, mas ainda assim eu me encontrei conhecendo e se apaixonando, talvez, por Uchiha Sasuke. Porém, não apaixonado o suficiente para trocar meu marido e filhos para ficar com ele, e decido acabar com o amante.

Seria normal nessa situação Sasuke se sentir desolado, sem apoios, despedaçado.

Essa era a situação atual de Hinata. Naquele momento, eu quis ir até meu consultório achar o maldito endereço da casa de Kiba e esbofetá-lo até confessar na frente sua mulher e Hinata o que raios ele queria com tudo aquilo.

Não consegui sorrir para amenizar a situação. Eu sabia como Hinata estava se sentindo.

Se eu pudesse descrever esse tipo de rejeição em um papel, eu começaria dizendo que a dor se comparava a de uma solidão. Uma solidão tão intensa, que parecia como uma grande e fina lança, cortando os sentimentos de fora à fora. E é tão diferente de se estar sozinho. Por que quando se está sozinho, você tem tanta consciência disso que chega a doer a cabeça. Mas aquele abandono, era inesperado, era mais dolorido. Por que quando se está só, você ainda tem a si mesmo e as suas pernas para levantar, e seguir seu caminho, mesmo que ainda sozinho. Quando você sente a solidão, suas pernas parecem estar quebradas, e seus pensamentos não lhe dão força suficiente para falar.

Você pode estar só sem sentir a solidão. Você pode sentir a solidão na carne sem estar só.

E isso abala tanto, que chega parecer fútil falar que um dia, o que causou tudo aquilo foi um amor.

Amor! Isso passa! Não fique triste por essas bobagens! - Isso não é o suficiente para tirar de nossas pequenas mentes todos os acontecimentos. Por que é como se pegassem todos os nossos motivos para acordar de manhã e trabalhar mais feliz, embrulhado e mandado pra China.

Talvez, é mesmo estupidez chorar pelo leite derramado e pelo amor não correspondido. Mas nos deixe, por favor, deixe eu e Hinata sofrermos por algo que achamos importante, nem que seja só por hoje.

Eu juro colocar um sorriso no rosto quando Naruto voltar amanhã.

“Vai falar com ela?” Ino perguntou se levantando, saindo do quarto. Eu disse que não, e fizemos algo para comermos. Ninguém havia almoçado até agora.

Na cozinha, eu Temari e Ino decidimos por nós mesmas a mão na massa e fazer uma lasanha à bolonhesa. Fácil e prático – as massas já tinham delas prontas no armário, bastava preencher de molho com carne os espaços ao colocar no tabuleiro.

Para a carne, eu estava picando a cebola, para dar um gosto a comida. Mandei Temari colocar a carne moída na panela e mexê-la até soltar do fundo da panela. Ino procurava no armário algum tabuleiro, e nossas mãos estavam cheirando a comida.

Temari era nossa amiga desde o colegial. Eu, Ino, Temari, Tenten e Hinata. Não sei se somos inseparáveis por termos sobrevivido tantos anos juntos, mas tenho plena noção de que no mínimo nos pequenos problemas como aquele, estávamos todas juntas.

“E as suas novidades?” Perguntou Ino enfim, sobre as tais novidades que eu comentei no telefone, anteriormente.

Temari olhou extrovertida. Com certeza Ino ou Tenten já tinham fofocado sobre Sasuke.

E então, eu contei. Contei que depois de sair da festa nós visitamos um cemitério a minha vontade, e as duas riram. Eu não gastei tempo falando da droga que Sasuke havia inalado, e me preocupei em descrever de como foi confortável dormir em seus braços.

Contei sobre ter acordado em um lugar que não conhecia, e que esse lugar era um dos vários quartos de hóspede na casa de Sasuke.

Não me incomodei em contar cada detalhe da grande casa que ele tinha, e sobre ele ter alguns empregados que tinha muito carinho. Comentei breve sobre nossa conversa, e contei que ele escrevia livros – como se fosse ele mesmo que tivesse me informado disso.

E então, eu narrei brevemente do beijo. De como nossos lábios se encaixaram, e de como aquele foi o melhor beijo de minha vida.

Tinha vontade de chorar, mas não o fiz por que não poderia mais culpar as cebolas que já estavam culpadas, e de chorona na casa, já bastava Hinata.

E por fim, depois de tantas gargalhadas e comentários inoportunos, eu contei de Karin. Contei como foi coincidência o carro do empresário dele ter batido no meu, e que ele era um homem muito simpático e bonito. Contei de como ele pagou o nosso café, e conhecia Karin por ir constantemente atrás de Sasuke.

Contei dos cinco mil reais em cinco dias.

Elas não riram no final da história, quando eu finalmente disse que ele havia me desejado um doce adeus.

O silêncio incomodava. Parecia forçar pregos em nossos peitos enquanto esperávamos a lasanha assar. Temari foi a primeira a fazer algo, e sorriu, me abraçando forte. Ino juntou-se a nós. Pode contar conosco com qualquer coisa, elas falaram. E eu sorri, por que sabia que era verdade.

Quando eram aproximadamente seis horas, o apartamento de Hinata se coloria de laranja. Ino dormia no sofá ao lado, engolindo o controle e a televisão. Tenten ocupava-se no banheiro com um banho demorado que acabara de começar; Temari saiu para alugar uns filmes.

Só tinha eu, a Hinata e a tristeza na sala.

Chega a ser cansativo descrever todas as sensações e comparações que o silêncio exerce, mas acontece que cada um deles se exibia de forma diferente. Parecia que o silêncio sabia quando parecer reconfortante ou incômodo.

Esse, com certeza era incômodo. Por que apesar de Hinata não saber de minhas desilusões, eu sabia as dela, e deveria fazer algo para abraçar suas mágoas. Acontece que em toda minha ignorância, eu não sei usar as palavras quando elas precisam ser usadas a conforto de outras pessoas.

Era como se elas se prendessem em minhas ideias, e se calassem em minha garganta.

Palavras engasgadas na gentileza.

“Sabe, Sakura...” Ela começou, olhando para cima. “Devo estar parecendo uma idiota”

“Talvez” Eu disse rápido, e nós duas rimos. Ela riu, e voltou seu olhar triste e desolado para mim. Seus olhos sempre foram muito claros, azul gélido, e naquele momento, eles estavam tão claros e tão magoados, que pareciam prestes a sumir a qualquer momento.

“Eu estive pensando, e cheguei a conclusão de que eu não devo ficar triste por isso” Ela disse certa de si, sorrindo mais abertamente. “O importante no final, foi ter ficado com ele algum tempo”

Olhei quieta para seu sorriso contente, e eu não conseguia sentir as emoções que ela estava sentindo. Eu também estava na mesma situação, mas não conseguia chegar a uma solução pacifica e satisfeita como Hinata fez.

“Quer saber como eu soube que era amor?” Ela perguntou bocejando, caindo de lado no sofá grande. Eu olhei atenta, esperando a resposta. “Eu daria tudo no mundo para ficar mais dois minutos com ele”

Temari chegou com os filmes, Tenten saiu do banheiro e Hinata foi dormir, nos avisando que poderíamos ir trabalhar amanhã normalmente, que ela já estava bem.

Acreditamos em suas palavras, antes de ver um filme.

E durante todo o filme e meu caminho de casa, eu estava presa naquela frase idiota de Hinata. “Eu daria tudo no mundo para ficar mais dois minutos com ele” Pensei em como aquilo tudo fazia mais sentido do que parecia, e voltei a pensar em Sasuke.

Ignorei Karin, ignorei o bilhete e os motivos de Sasuke para se despedir. Coloquei-me a pensar sobre meus sentimentos, e quais eram eles.

Eu sabia descrevê-los, mas não nomeá-los.

Sasuke. Nos dias que estive com Sasuke, até nossos momentos silenciosos pareciam ser especiais para mim. Descobrir sua cor preferida, sua preferencia para gostos amargos, seus casos de infância era algo que me alegrava interminavelmente.

E depois de tanto pensar, fui arrumando características ( mais delas ) para o meu sentimento por Sasuke.

Era como se meu coração fosse uma bomba prestes a explodir. A sensação de vai e vem na minha caixa torácica era tão lotada de adrenalina, que eu tinha medo das minhas supra-renais extinguirem sua função depois dali. A sensação de poder ou não deixar essa bomba explodir, de ver os segundos contarem e desafiar o tempo admirando os olhos de Sasuke era irredutível. O medo de todo aquele sentimento acabar quando a bomba explodisse, e ainda assim enfrentá-lo até o fim.

E já em casa, eu percebi que eu não queria os motivos de Sasuke ter feito aquilo.

Eu queria mais um bilhete, mais um PS atrevido, mais uma cantada extrovertida, mais um beijo, mais um toque, mais uma palavra, mais um olhar, mais um café.

Eu daria tudo para ter mais um minuto com Sasuke.

Presente e perante aquela conclusão, eu pensei em como agradecer a Hinata. Eu finalmente havia descoberto. Eu finalmente havia percebido que eu amava Sasuke com todas as minhas veias, e me enganava com Naruto com todo as minhas artérias.

Peguei meu celular apressada, e digitei os números correndo. Eu estava correndo, o tempo estava correndo. Eu nunca esperei tanto um alô quanto aquele que nunca veio.

Por que Sasuke não atendeu minhas duas ligações.

No dia seguinte, quando Naruto chegou, eu não hesitei ou pensei duas vezes antes de correr e abraçá-lo no meio do aeroporto. O meu abraço parecia mais um pedido de socorro do que um remédio para saudades.


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