Ps: Dont Write escrita por scarecrow


Capítulo 1
Welcome to this Tragic Affair


Notas iniciais do capítulo

Oláá (:

Bom, essa é minha primeira fanfic SasukexSakura, e sim, também minha primeira fanfc hétero HAUSHAUHS Principalmente e mais difícil, narrado por uma garota.

Então, qualquer problema pela frente, já peço desculpas.
Agradecimentos especiais a @effinway, que está betando a fanfic ~ ♥

O primeiro capítulo realmente é meio bobinho, mas prometo que pra frente vai melhorar (:

Boa leitura, espero que gostem ~



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PS: Don't Write.

Chapter One: Welcome to this Tragic Affair

Chega um tempo em que o amor se espalha tanto que já não se consegue mais carregá-lo em seus braços ternos. Chega um tempo em que o amor se acaba em seus próprios sonhos e ele já não pertence mais a suas ilusões. Chega um tempo em que o amor se torna impossível, porque de tão inacabado tornou-se inexistente.

O meu amor era completamente impossível.

O meu amor se espalhou, se acabou, se tornou algo que eu já não podia mais influenciar e contrair. Só me bastava aguentar no meio das palavras.

“Um mês?” Perguntei. Minha voz saiu vazia, corrida, esguia. Não era como se eu realmente quisesse confirmar a sentença previamente dita, mas sim talvez fazer-me acreditar nas simples palavras.

“Apenas um mês” Ele sorriu. Não respondi ou contrariei suas sílabas perfeitamente distribuídas. Suspirei. Eu conhecia bem um mês. Um mês pode ser 30 dias de festa ou 30 dias de saudade. São coisas tão relativas quanto dinheiro.

Eu sei sobre o tempo – sei o que são 28 anos. 28 modos diferentes de ver o tempo.

E ali, sentada naquela cadeira imensamente confortável, eu não soube dizer quanto tempo tinham 30 dias. Não sabia dizer se seriam trinta dias de festa que passariam rápidos como meio dia, ou trinta dias de saudades, que corroeria cada hora como uma semana.

“Querida?” Me chamou. Acordei de meus devaneios sem querer. “Se quiser vir comigo eu...”

“Não, Naruto. Já disse que não quero ficar à toa enquanto você me sustenta.” Comentei terminando a taça de vinho. “Não vou ficar um mês sem trabalhar.”

“Será um mês sem trabalhar... Na Europa!” Ele disse levantando as mãos, animado. O jantar já havia chegado ao fim. Suspirei. Disse não mais uma vez.

Naruto era um médico brilhante – cardiologista. E estava indo á Europa dar umas aulas, requisitadas por grandes e inúmeros médicos, por um mês. Tinha orgulho dele, como meu marido. E eu, bom, também era médica. Sou médica, porém pediatra.

Não iria perder um mês de trabalho passeando na Europa.

“Vai ser bom para nós dois.” Eu disse distribuindo sorrisos em cada letra, e abracei seu corpo maior que o meu. Sentei meus olhos em suas doces mãos que passeavam pelo meu cabelo. Eu sabia que não seria bom para ninguém. Nem para ele, nem para mim.

“Vou hoje à noite.” Foi a última coisa que disse antes do adeus.

Aos poucos, eu me acostumei com o amor de Naruto o suficiente para suportar um mês. O suficiente para aguentar qualquer tipo de trinta dias. Quer eles tenham a eficiência de 15 dias ou 60. Naquela noite, minha cama dormiu vazia. Meu sono não veio, e eu tive a impressão de que eles haviam fugido na mala de Naruto para a Europa, junto com os sonhos.

Meus sentimentos viajaram e me deixaram para trás.

Naquela noite em claro, eu peguei alguns cadernos velhos, para escrever palavras soltas. E eu, que sou tão acostumada em resumir livros e textos, estava ali tentando escrever e descrever meu coração em uma página em branco, resumir meus sentimentos. Resumir meus pensamentos parecia uma atividade mais difícil do que havia pensado. As palavras saíam rabiscadas, jogadas e vomitadas pela tristeza que se alastrava pelo meu fraco peito.

E eu não consegui escrever.

Naruto me ligou no dia seguinte bem cedo. Contou que a viagem havia sido calma, e já estava na França. Disse que iria dormir pela manhã, já que a viagem havia acabado com sua noite e o avião não era tão confortável. Perguntei-me se alguém ao seu lado o teria impedido de dormir. Sorri ciumenta.

“Não vá fazer coisas erradas por aí.” Terminei.

“Te compro uma lembrança em cada lugar bonito em que eu for.” Desligou.

Mais meia hora de telefone para nossa conta. De tanto falar, decidi colocar meu telefone um pouco para carregar na tomada da sala, embaixo da mesa, e antes de pousar o aparelho em uma cadeira qualquer, meu toque preencheu o silêncio da casa. Alguém estava a me ligar.

“Alô?”

“Testuda! Como vai? Onde você está?” A voz estridente do outro lado da linha me perguntou.

“Ino, onde mais eu poderia estar em um sábado de manhã, se não em minha casa?” Respondi, massageando minhas têmporas. Ino era minha melhor amiga de uns tempos pra cá. E apesar de ter uma mania horrível de me chamar de 'testuda' – o qual não é o meu nome – às vezes ela sabia me tirar da rotina e, principalmente, de meus egoístas pensamentos por Naruto.

“Naruto já levantou?” Perguntou curiosa. Imaginei-a enrolando os cabelos extremamente lisos nas pontas dos dedos, como sempre fazia ao perguntar sobre meu noivo.

“Ele viajou à trabalho ontem a noite. França” Tentei forçar uma risada. Minha voz não saiu.

“Céus, isso é maravilhoso!” Exclamou animada. “Isso significa que você pode...”

Já sabia o que ela iria dizer. Yamanaka Ino era mais uma daquelas pessoas que contemplam da mais pura e simples inteligência, porém preferia se estrambelhar no meio das fuzarcas de um mundo adolescente que ela já não pertencia mais. Se não tivesse presenciado Ino desistir do curso de medicina logo no terceiro ano, por descobrir que não era o que ela queria, poderia até dizer que as mechas brancas descoloridas no meio de seu cabelo loiro eram normais. Poderia até dizer que jogar tudo para cima para tentar ser designer era algo normal. Poderia até dizer que ela me ligar às sete da manhã num sábado era normal.

“Não.” Adiantei. “Não vou me enfurnar nesses seus lugares estranhos, e você sabe disso.”

“Não tem nada de estranho em uma boate.” Ela tentou soar menos empolgada. Tirei o celular da tomada e decidi por começar a arrumar meu café da manhã. “Sem o Naruto aí, o que vai te impedir?”

“Nada nunca me impediu, eu só não gosto de um monte de pessoas...”

“São pessoas normais, como eu e você. Tenten também estará presente, pode ter certeza.” Respirei fundo uma ou duas vezes antes de complementar:

“Tenten e você não são normais, ninguém normal bebe a quantidade de álcool que vocês digerem.”

“Quer dizer então que você vai ficar esse tempo todo em casa, sozinha?” E foi com essa frase que eu relativamente mudei de ideia. Não que a perspectiva de passar 30 dias sozinha fosse ruim – poderia desfrutar desse tempo para analisar melhor o desfecho dessas situações, planejar minhas férias de inverno e quem sabe meditar um pouco. O problema todo era aturar esses 30 dias sem criatividade o suficiente para fazê-los passarem rápidos. E ao pensar por aquela frase, Ino parecia estar me ameaçando, Ino estava me ameaçando deixar-me sozinha pelo resto do mês.

O tédio me comeria viva.

“Eu vou, só dessa vez.” Desisti. Sentei-me na mesa e comecei a deliciar-me com as torradas e seu leve gosto de geleia de morango sobre pousada. “E você trate de vir me buscar no fecho da tarde.”

“Qual foi a última vez que você visitou um cemitério?” Ela gargalhou dispersa, e meu rosto se contorceu em uma careta. “Ou tem outro motivo para você estar falando dessa maneira?” Eu tinha vários motivos. Dentro eles, o maior:

“Eu falo desse jeito.”

E o dia passou tedioso, e eu estava entediada. Passei a manhã e um terço da tarde arrumando minhas roupas, o guarda-roupa, reformulando o quarto. E mais rápido do que entardeceu, anoiteceu brevemente. Tinha tirado um cochilo por volta das três, e acordei com a campainha. Ino já deveria estar na porta. Bati meus pés nos lençóis que beijavam o chão, à procura de algum calçado. Abri a porta, apressada.

E Ino estava mesmo em pé em frente minha porta. Eu pude ver seu rosto esboçar um sorriso e desenhar uma gargalhada por me ver de pijama. Quis perguntar do que ela estava rindo, mas a voz não saiu. Olhei para seus cabelos presos e sua roupa curta. Por que mesmo havia topado sair de casa em um dia tão fodidamente preguiçoso como esse?

“Não dá mais pra desistir.” Ela colocou o fim da discussão em questão, e eu aceitei. Deixei-a na sala vendo televisão e caminhei para meu quarto em busca de um banho quente. Lavei meu cabelo e deixei-o escorrer molhado pelas minhas costas, perfumado. Coloquei uma roupa qualquer, sem maiores qualificações.

Forcei um sorriso para Ino, e ela me olhou torto. E antes de mesmo de tentar, percebi pelo seu suspiro fraco que ela já havia desistido de me fazer trocar de vestes. Ela pousou seus olhos na minha calça jeans.

“Você consegue mexer suas pernas dentro disso?” Ela disse debochada.

“Não exatamente.” Ri. Peguei minha bolsa em cima da mesa, e abri a porta para sairmos. Ino desligou a televisão, e correu em passos leves até a saída. Suspirou contente.

Já tinha bastante tempo que Ino tentava me levar para sair. Dentre suas variadas e contínuas ligações, talvez eu devesse estimar que um pouco mais da metade delas continham uma pequena insistência da parte dela. Pergunto-me como não aceitei antes. Claro, eu era casada. Mas ainda sou casada, e ainda assim estou indo na loucura de Ino e Tenten.

Bom, não que eu não beba ou não goste de beber. Eu só não 'derramo' como as duas. Quero dizer, além do consumo excessivo de álcool não fazer bem a saúde, beber demais não faz sentido, se você quer degustar o sabor da bebida. É um prazer que eu prefiro conter em dois copos bem degustados. E o que mais havia tirando as bebidas naquele lugar tão incomum? Talvez a putaria. Os montes de pessoas desfrutando de algo que não deveriam fazer quando não dividem certa intimidade.

Algumas pessoas costumam me chamar de conservadora. E talvez, eu realmente seja conservadora. Diferente de tantas pessoas, realmente não acho que sexo deveria estar desconectado do amor. Uma coisa realmente não precisa estar relacionada à outra, mas ainda acho que para haver sexo, deveria existir, no mínimo, certo grau de intimidade com a pessoa. No meu ver, o modo como aquelas pessoas agiam era extremamente vulgar.

Mas ao chegar na boate, tive em mente o que mais me irritava: a extrema altura da música. Dezenas de pessoas, em um lugar onde não se pode conversar só por não ter como.

“Sakura, wow.” Tenten exclamou. “Não estou acreditando que você veio de verdade.”

“Pra ser sincera, nem eu.” Complementei. Ela sorriu. Imaginei se ela já sabia que aquela seria minha resposta.


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