“Quatro meses passam rápido”, eu pensava a cada dia que passava.

E ele não me mandou nenhuma mensagem dizendo que está vivo. Não até aquela tarde de sábado.

O telefone tocou. Corri para atender já que sou a “telefonista” da casa.

-Alô? –eu disse um pouco mal humorada.

-Como é bom ouvir sua voz.

LEO!!!!!!!! NÃO ACREDITEI QUE ERA ELE!

-LEO! –eu disse pulando.

-Desculpa não ter ligado mais cedo. Deixei você esperar vinte dias né?

-Ah, você é um malvado. Por que não me ligou?

-Estava muito atarefado.

-Com o quê? –eu perguntei.

-Pra falar a verdade, eu estava trabalhando.

-Sua mãe mandou você trabalhar? Não acredito!

-Não foi minha mãe. Eu quis trabalhar pra conseguir dinheiro e ligar pra sua casa.

-Sério? –eu perguntei quase chorando. Ele trabalhou por vinte dias pra conseguir dinheiro pra ligar pra mim… Era inacreditável.

-Sim, e eu consegui um valor bom pra ficar mais ou menos uma hora e meia conversando com você.

Ficamos uma hora e meia conversando. Comecei a pensar de que minha vida estava igual a um filme… ou uma história encantadora, mas nem tanto. Sabe, amor a distância. Com certeza era uma experiência nova.

-Tenho que desligar? –ele disse depois de contar que sua cidade é maravilhosa, que ele já tem amigos no trabalho e chamaram ele para jogar futebol no próximo sábado.

-Ah não! Não pode ficar mais um pouco?

-Infelizmente não. Minha mãe acabou de chegar com as compras e tenho que ajudar ela.

-Seu pai não pode?

-Meu pai está trabalhando. Desculpa, mas eu tenho que desligar.

-Tudo bem… Quando você me liga novamente?

-Daqui a vinte dias.

-Ok, beijos e se cuida em?

-Você também, te amo.

-Também te amo.

E ele desligou.