Oh meu Merlin eu definitivamente estava encrencada! Como eu fui capaz de aceitar entrar naquele jogo estúpido? Pior ainda, como eu fui capaz de ter ficado bêbeda e ter falado sabe-se lá o que para o Potter? Eu deveria ao menos tê-los ameaçado de dedurá-los caso realmente fossem matar aula para jogar, mas não, eu entrei na brincadeira... Estúpida, estúpida, estúpida!

Fomos o caminho inteiro em silêncio o que de fato era ótimo, sem as gracinhas do Potter eu poderia pensar com mais calma em como me livrar da bronca da Minerva.

Eu poderia dizer que me enfeitiçaram, mas não era uma boa opção já que todos que estavam no jogo, menos o Potter é claro são meus amigos. Poderia muito bem dizer que o Potter me envenenou, mas mentir não é do meu feitio. Acho que o jeito é tentar pedir desculpas descontroladamente para a Minerva.

Finalmente chegamos à sala dela e quando entramos pude perceber que só Marlene, Sirius e Remo estavam sentados cabisbaixos de frente para Minerva. Pedro e Amanda com certeza se safaram quando foram comer alguma coisa. Sortudos.

- Por favor, sentem-se. – A professora Minerva disse em um tom de voz mais que severo.

Sentamo-nos temendo o que estava por vir, estávamos certos em temer.

- O que os senhores pensaram que estavam fazendo quando cabularam todas as aulas restantes para jogar um jogo tão irresponsável como aquele? Eu quase tive um ataque cardíaco quando o Filch chamou-me para ver o estado de vocês três. – Ela direcionou seus olhos para Marlene, Sirius e Remo. – Fiquei mais surpresa ainda quando descobri que você fazia parte de tudo isso Lílian, a aluna cuja qual eu sempre confiei cegamente.

- Me desculpe professora Minerva. – Eu murmurei de uma forma quase que inaudível.

- Pedir desculpas não vai mudar o fato de que o que fizeram foi uma grande irresponsabilidade... E você Marlene, que chegou à escola faz tão pouco tempo e já está nos dando trabalho... 50 pontos a menos para a Grifinória, por mais que me magoe ter de fazer isso.  

- Cinquenta pontos? – Potter disse colocando ênfase no “cinquenta”.

- Sim e nem adianta discutir Potter, fique contente por não ser mais que isso. Agora, vocês cinco não podem sair impunes. Remo, Sirius, e Marlene, vocês irão cumprir suas detenções juntos. James e Lílian já que estão tão próximos. – Eu pude perceber a ironia em sua voz. – Vocês poderão cumprir suas detenções juntos. Filch irá lhes informar da data e o horário. Estão dispensados.

 Saímos ás pressas daquela sala, cada um mais arrasado que o outro. Eu ainda estava em estado de choque, era a primeira detenção que eu já levei em toda a minha vida.

- Se ela falar sobre isso com os meus pais eles vão me matar. Quero dizer, ela tem razão, faz poucos dias que eu entrei na escola e já levei uma detenção... – Marlene falava desesperadamente, mas não com uma pessoal em especial.

Como minha cabeça não parava de doer eu resolvi ir até á Ala Hospitalar. Parece que até madame Pomfrey já sabia da minha situação e me recomendou que eu passasse o dia lá, descansando. Ela me deu um remédio forte que me fez cair no sono mais pesado de toda a minha vida.

Antes de conseguir dormir comecei a pensar... Por que eu odeio tanto o Potter? Se eu fosse realmente parar para pensar em motivos para todo esse ódio eu não iria encontra-los realmente, então porque pelas cuecas de ursinhos de Merlin eu não dou uma chance para o garoto? Porque você sabe que será apenas mais uma na listinha insignificante dele. Porém Dothy sempre apoiou a minha “união amorosa” com o Potter, então porque não dar um último presente para ela, dando uma chance ao “James”?

- Eu te avisei. – Ela novamente não, podia jurar que ela tinha saído definitivamente da minha vida, mas pelo visto eu estava enganada.

- Me deixe em paz. – Eu disse levantando da minha maca. Eu sabia que era um sonho, mas infelizmente também sabia que aquela Mérope era de fato real.

- Eu mandei você não apaixonar-se por ele. – De repente aquele seu rosto de “porcelana” tornou-se algo diabólico.

- Me apaixonar por quem?

- Você sabe Evans. – Ela sorriu com desdém. - Infelizmente terei que dar o meu jeito de mata-la, já que não houve cooperação da sua parte querida. – Como ela podia dizer todas essas coisas e ainda me chamar de querida?

Por mais que aquilo fosse um sonho e ela não pudesse de fato me matar eu não ficaria para ver o que aconteceria. Eu sai correndo desesperadamente, mas hora ou outra a fantasma bloqueava meu caminho fazendo com que eu tivesse que seguir alguma outra direção.

Eu já havia percebido qual era o jogo dela quando os únicos caminhos que ela me deixava tomar era os que davam para fora do castelo, em frente ao Lago Negro. Eu só não entendia o porquê.

Estava em frente ao Salgueiro Lutador, estava de noite e a fantasma tinha desaparecido.

Minha visão estava turva e eu estava assustada. Estava prestes á tomar o caminho de volta quando subitamente levei uma patada na minha cara, caindo no chão. Olhei para cima e bem na minha frente estava um lobisomem prestes a me matar.

Eu fechei os olhos “é só um sonho, é só um sonho”, mas não era mais só um sonho. Algo como algum campo de força invisível que separava o sonho da realidade foi “rompido” e eu realmente estava de frente para um lobisomem horripilante, com presas e garras enormes que de pé era quase do tamanho das árvores da Floresta Proibida.

Eu não tinha para onde correr e muito menos para quem gritar, nem mesmo a minha varinha estava comigo. A minha única opção era esperar que não fosse muito doloroso, ou talvez não...

Um cão negro e gigante saltou por cima do lobisomem tirando sua atenção de mim. Logo estava ao seu lado um belo cervo e os dois pareciam tentar conter o lobisomem... Mas por que esses animais estavam se arriscando dessa forma? Aliás, eu nunca ouvira falar sobre cervos e lobos gigantes em Hogwarts. Eu sabia que eu tinha que correr, mas não tinha forças para tal coisa ainda mais quando certos pensamentos me atingiram de súbito...

Hoje era lua cheia, em época de lua cheia Remo, Potter e Sirius sempre somem. Depois que a lua cheia acaba os três voltam para Hogwarts parcialmente acabados e sem nenhuma explicação. Como é aquele apelido deles mesmo? O de Sirius é Almofadinhas, o de Potter Pontas e o de Remo, Aluado. Não, não é possível, mas algo no jeito que aquele cervo me olhou me dizia “Sim isso é possível, agora corra!”. Aquilo não era confirmação suficiente para mim.

Porém, um grito estrangulado um pouco mais atrás de mim confirmou as minhas hipóteses:

-Ah! Não posso acreditar que eu já fui apaixonada por um lobisomem! – Era Amanda gritando.

Remo é um lobisomem e seus amiguinhos tornaram-se animagos.