Pérolas escrita por Chelsea-chan, Kep-chan


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Bem, é o primeiro capitulo... espero que gostem... e que deixem reviews!



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- Jesse, você não pode me obrigar a ficar em casa!

- Suzannah, onde você pensa que vai a essa hora? É perigoso subir aquelas rochas no meio da noite.

 

Velho idiota... Morreu e agora quer entregar um pacote para a mulher que, por depressão, se isolou em uma casa no alto de umas rochas. Você deve estar pensando que eu sou louca, mas a verdade é que eu sou uma mediadora. Posso ouvir e falar com mortos – e dar um belo chute no traseiro deles quando me irritam – geralmente eu que limpo a sujeira que eles deixaram pra trás, ou apenas entrego coisas para as pessoas. Como este pacote - Mas nunca ganho algo em troca. Um senhor apareceu um dia desses pedindo que eu entregasse esse pacote para a mulher. Falou que se eu fizesse isso, sua mulher seria grata pelo resto da vida. O problema é que essas rochas ficam muito longes, já era muito tarde e... Bem, faltava uma semana para...

Para o meu aniversário.

E eu queria descansar, mas tinha que trabalhar. Acho isso totalmente injusto, por que não pagam o nosso salário? Pelo menos a conta do hospital.

 

- Jesse, quanto mais cedo eu me livrar disso, melhor!

- Mas durante a noite? – ele estava preocupado... Comigo?

- Jesse, eu vou... Tchau. Não devo demorar muito! – Peguei minha jaqueta de couro e a vesti.

- Tudo bem, Suzannah, mas eu avisei – Falou e desapareceu.

 

Odeio.

Odeio quando ele faz isso, quando ele fala assim... Faz parecer que eu sou tão idiota. Mas não sou. Não posso ser. Se não já estaria morta.

 

- Ótimo! – falei comigo mesma. Eu estava falando sozinha, que loucura.

 

Segurei o pacote que o velho fantasma me deu. Balancei um pouco. Será que curiosidade mata? Não, se não eu já estaria morta também. Ajeitei minha jaqueta de couro, meio nervosa por subir todas aquelas rochas. Estava frio. Em pouco tempo eu estava pedalando, tentando equilibrar o guidão e a 'entrega' ao mesmo tempo. Cheguei, finalmente, na casa dela. Coloquei a bicicleta escondida em um lugar de fácil acesso - Nunca se sabe. Eu, já imaginando que teria que subir as rochas, encontrei um caminho, estreito e silencioso. Enquanto subia, limpava as lágrimas do rosto. Não, não estava chorando, o frio faz essas coisas. Andei bastante, uns 20 minutos acho - realmente quando se sobe uma montanha pouco inclinada se cansa mais – até que não vi mais o caminho. Não era por causa da escuridão da noite – eu estava com uma lanterna – era porque, infelizmente, o caminho acabava ali. Olhei pra cima, não faltava muito para chegar até a tal casa, mas rochas muito difíceis de se escalar me esperavam. Coloquei minhas luvas, estava pronta pra escalar. Agarrei a primeira pedra e senti algo escorregadio. Ótimo, tinha me esquecido da pequena garoa que havia caído a pouco tempo. Seria perigoso, mas já que eu estava aqui... comecei a escalar.

 

- Senhora! – Gritei ao bater na porta, estava totalmente nervosa, como será uma pessoa em depressão? A porta se abriu lentamente, revelando uma jovem, devia ter uns 20 anos, com roupa branca.

- Você é...

- Eu sou a enfermeira da senhora McPhiil... - Ela disse enquanto me dava espaço para entrar na casa. Ao longe pude observar uma mulher muito velha, que tomava chá calmamente enquanto contemplava o fogo crepitando na lareira - O que deseja?

- Eu... queria falar com ela... Em particular.

- Claro... – Ela disse, hesitante. Notou o pacote em minhas mãos e, intometida, perguntou: – É para a senhora McPhiil?

- Sim. - Dei uma resposta curta e direta, até porque não tinha mais o que dizer.

- E o que é? - Intrometeu-se. Mais uma vez.

- Bem... – Fiz uma breve pausa para pensar – Acho que é errado ver as correspondências dos outros... Por isso não olhei.

- Claro, mas... Como esse pacote foi parar nas suas mãos. Além disso, já está tão tarde...

- Eu estou fazendo um favor. Deveria vir aqui mais cedo, perdão, mas não pude.

- Um favor a quem? - As perguntas começaram a se tornar levemente irritantes. Lancei um olhar para a idosa que estava no final do corredor, mas ela ja não estava mais lá.

- A um amigo... Ele disse que a Senhora McPhiil saberia de quem se tratava.

- Por que ele mesmo não entregou este embrulho? Por que deixou uma criança encarregada dessa tarefa?

 

Certo, aquilo já estava me enchendo, a senhora McPhiil tinha algum inimigo ou coisa assim? Precisava de toda aquela barreira de proteção? O que eu falo? Pensa Suze, pensa. Já sei, vou dar a desculpa mais convincente.

 

- Não sei ao certo, talvez ele esteja ocupado. Sei apenas que ele está me pagando, e é um dinheiro que preciso.

- Hum... - Ela me analisou algumas vezes e, como não tinha nada mais a perguntar, deu fim naquele terrível interrogatório - Tudo bem. A senhora McPhiil logo virá.

 

A desculpa do dinheiro sempre funciona. Ninguém se negaria a entregar um embrulho a outro alguém, afinal todo mundo está precisando de dinheiro... Caminhei pelo corredor e observei os quadros. Bem, quase todo mundo está precisando de dinheiro.

 

Voltei para minha psição inicial enquanto a esperava. Claro, Jesse, corri muito perigo. Logo senti a presença de alguém vindo de uma porta aberta.

- Senhora McPhiil?

 

Mas não era a senhora McPhiil. Não parecia pelo menos.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo foi editado em 26/7
Se tiver algum erro avisar pra mim, okie~?