Férias com os Marotos escrita por Alice Prongs


Capítulo 21
How To Be Woken Up


Notas iniciais do capítulo

E ai pessoal? Capítulo dedicado às lindas que comentaram:Isabella B M Lupin, Lorena, Débora Karg, sophiecahill, Sunday Girl,Uma simples garota e Ingrid Valdez Di Angelo. Muito obrigada a todas pelos comentários, significa muito pra mim! Espero que gostem do capítulo!



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POV Marlene

Eu acordei no outro dia com o som de Sirius Black gritando e batendo algo metálico. Provavelmente uma panela. Olhei no relógio ao lado da minha cama. 8:27. Grunhindo, me levantei da cama e saí do quarto, dando de cara com aquele estúpido com um sorriso mais estúpido ainda me olhando. Eu o encarei mortalmente de volta. Ele parou de bater na panela que tinha na mão.

– Adorei essa sua roupa, Lenita. – disse ele, conseguindo deixar o seu sorriso mais estúpido ainda e me olhando de cima a baixo. Eu corei um pouco quando percebi que estava usando o meu pijama mais velho e, bem, o mais curto. Me recompus e voltei a encará-lo mortalmente.

– Cale a boca, Black. Posso saber por que você está batendo uma panela e gritando na frente do meu quarto quando ainda é de madrugada? – grunhi, e o idiota sorriu ainda mais. Tive que me controlar para não dizer algumas coisas bem feias para tirar aquele sorrisinho da cara dele.

– Lenita, Lenita... De madrugada? Mas já são oito e meia da manhã! E aliás, você não fez a mesma coisa comigo há alguns dias atrás? Só estou retribuindo o favor. – ele respondeu, e eu semicerrei os olhos, respirando fundo pra não pular no pescoço do Black.

– Retribuindo o favor? RETRIBUINDO O FAVOR? Eu te acordei quando já era de tarde, estúpido! – respirei fundo de novo, e logo lancei um sorriso maldoso para ele quando pensamentos de vingança começaram a aparecer na minha mente. Ao ver meu sorriso, ele fez uma cara de confuso. – Mas, se você estava retribuindo o favor, não vai se importar se eu retribuir de volta, não é? – eu perguntei, me aproximando perigosamente dele, olhando em seus olhos e passando as minhas duas mãos pelo seu peito. Ele engoliu em seco, e eu sorri satisfeita. Não ouse pensar na proximidade de vocês dois, Marlene. Não pense que você está tocando o peitoral musculoso resultante de anos de quadribol dele. Não pense naqueles olhos cinzentos. Não pense. Vingança. Vingança. Vingança. – Mas só um aviso, Black. Ninguém, e eu repito, NINGUÉM acorda Marlene Mckinnon às oito da manhã sem sofrer as consequências. – eu completei, o empurrando levemente, me virando e entrando no meu quarto.

Bati a porta atrás de mim e ouvi ele gritar algo em resposta, mas eu realmente não estava prestando atenção. O que eu estava pensando quando provoquei o Black daquele jeito? Se não tivesse saído dali eu nem sei o que... Deixa pra lá. O estúpido quis me acordar? De madrugada? Nas férias? Ele vai sofrer. Me joguei na cama novamente, enquanto pensava nas diversas maneiras em que eu podia torturar e matar o Black (iria poupar muita dor de cabeça pra muita gente). Fiquei me revirando na cama por um bom tempo sem conseguir dormir de novo. Maldito Black! Desisti de tentar voltar ao meu tão amado sono e comecei a pensar no dia de ontem. Surpreendentemente, havia sido um dia muito agradável e, é claro, produtivo.

Tínhamos passado a manhã inteira na piscina, depois almoçamos a misteriosa e deliciosa comida dos garotos (que nós ainda não descobrimos como eles fazem) e passamos o resto do dia conversando ou brincando ou simplesmente passando tempo juntos. E a melhor parte, sem brigas. O novo acordo de Lily com aquele cachorro estava funcionando até agora, e a ruiva realmente estava se esforçando para desenvolver algum tipo de amizade com o James. Ainda era meio estranho ver os dois conversando sem que ela batesse nele ou gritasse por ele chamá-la de Lily ou por ter dado em cima dela. Mas acima de tudo, era MUITO estranho ouvir Lily Evans chamar James Potter de James.

Me levantei, peguei uma roupa e fui tomar um banho. Depois, saí do quarto e desci as escadas. Cheguei na sala e vi que somente Black estava acordado. Revirando os olhos, entrei na sala de jantar e depois na cozinha para ver se havia algo já pronto que eu pudesse comer. Nada. Eu estava morrendo de fome, mas aparentemente eu só comeria alguma coisa se cozinhasse alguma coisa, ou melhor, queimando alguma coisa. Mas talvez...

– EI, BLACK! – chamei ele, gritando, e o ouvi grunhir. Revirei os olhos. Garoto exagerado.

– QUE É? – respondeu ele.

– VEM AQUI NA COZINHA!

– POR QUÊ?

– PORQUE EU TO CHAMANDO!

– NÃO QUERO!

– DEIXA DE SER CRIANÇA, SEU CACHORRO!

– SE EU SOU CACHORRO, NÃO POSSO SER CRIANÇA! SE DECIDE, LENITA!

– NÃO ME CHAMA DE LENITA! E VEM AQUI! AGORA!

– NÃO!

– SIM!

– NÃO!

– SIM!

– NÃO!

– NÃO!

– SIM!

– HÁ!

– EI! ISSO NÃO VALE!

– QUEM DISSE? VEM AQUI AGORA!

– TÁ BOM! TÁ BOM! VOCÊ VENCEU! – ele gritou, conformado. Ele apareceu na porta da cozinha, emburrado, e eu ri. – O que você quer?

– Ei! Olha esse tom comigo, garoto! – eu o repreendi brincando, e ele revirou os olhos – É o seguinte Six... – eu comecei, e ele me olhou desconfiado – Eu estou MORRENDO de fome, e não tem nada pronto pra comer, e se eu fosse preparar alguma coisa, ia acabar destruindo a cozinha ou me envenenando e como você e os garotos estão cozinhando pra gente todas as vezes, isso quer dizer que você sabe cozinhar não é? – eu perguntei, o olhando com carinha daquele tal de gato de botas daquele filme que a Lily me mostrou uma vez... Acho que era... Shrek? Acho que era isso. O Sirius só continuou me olhando desconfiado, sem falar nada e eu me irritei. – Ah, pelos cílios postiços de Merlin, Sirius! Cozinha alguma coisa porque eu to com fome e eu aposto que você tá também! Até porque, você SEMPRE tá com fome.

– Tá bom, tá bom, Lenita. Eu, como a maravilhosa pessoa que sou, vou fazer alguma coisa pra gente comer. Você tá certa, eu ESTOU morrendo de fome. Agora sai dessa cozinha e me deixa preparar o café da manhã porque do jeito que você é ruim cozinhando, é capaz de explodir a cozinha inteira só de ficar aqui dentro. – respondeu ele rindo, e eu revirei os olhos.

– Ah, para de se fazer, Sirius! Eu sei que você não quer que eu descubra o segredo de maroto de vocês e a razão de você saber cozinhar, mas tudo bem! – eu falei, saindo da cozinha, e ele riu, fechando a porta atrás de mim – E A PROPÓSITO, VOCÊ NÃO É UMA PESSOA MARAVILHOSA! VOCÊ É UM CACHORRINHO MARAVILHOSO! DAQUELES QUE FAZEM TUDO QUE A GENTE MANDA! – eu gritei e saí rindo enquanto ouvia ele me xingando de dentro da cozinha.

POV Frank

Eu acordei do melhor jeito possível. Com Alice me beijando. Ela estava de pé ao lado da cama e inclinada sobre mim, então eu a enlacei pela cintura e a puxei, fazendo com que ela caísse por cima de mim. Eu rapidamente nos virei para que eu ficasse embaixo dela, enquanto ainda a beijava. Ela me empurrou levemente, rindo.

– Chega, chega. Você tem que se arrumar ainda, garoto. Já são dez horas. – ela disse, e eu a beijei novamente.

– Ah, só mais um pouquinho, Lice. – respondi, e ela riu.

Ela me beijou de novo e todo e qualquer pensamento que eu estava tendo desapareceram. Eu me perdi no beijo dela. Até, é claro, ela me empurrar de cima dela e se levantar, ajeitando sua roupa e seu cabelo. Eu fiquei atirado na cama, somente a observando.

– Levanta dessa cama, seu preguiçoso. – Alice me deu um tapa de leve na perna e eu ri.

– Não quero, a visão tá boa daqui. – respondi, e a olhei de cima a baixo. Ela corou, e eu ri mais ainda. Quer dizer, qual é a namorada normal que cora quando o namorado a olha mesmo depois de dois anos de namoro e de vocês... Deixa pra lá. Alice começou a puxar meu braço para eu me levantar, e eu a obedeci.

– Tudo bem, amor. Levantei. Pronto.

– Ótimo, agora vai tomar um banho. – ela falou, pegando uma pilha de roupas dobradas de cima do criado mudo e colocando nos meus braços. Ela passou a me empurrar em direção ao banheiro.

– Quer vir comigo? – eu perguntei, fazendo com que ela ficasse praticamente da cor dos cabelos da Lily e arregalasse os olhos. Eu sorri marotamente e ela me bateu.

– FRANK! Eu acho que você tá passando tempo demais com o James e o Sirius. – ela disse, ainda vermelha, me fazendo rir da namorada envergonhada e fofa que eu arranjei.

– Talvez, mas você ainda não respondeu a minha pergunta. – ela me bateu de novo. Tava ficando chato já.

– Não, Frank. Eu não quero ir com você. Agora, vai tomar um banho e chega de perguntas indecentes. – ela respondeu, e eu fiz um biquinho pra ela. Ela riu e revirou os olhos, me dando um selinho, me empurrando pra dentro do banheiro e fechando a porta. – E VÊ SE DEIXA A ÁGUA BEM FRIA PRA ACALMAR ESSES SEUS HORMÔNIOS!

Entrei no banho rindo da cara da minha namorada louca, envergonhada, linda, perfeita e... Do que eu tava falando mesmo? Enfim, tomei um banho frio (Sim, eu obedeço a minha namorada, mas também, quem não obedeceria? E eu realmente precisava daquele banho frio. Sem mais comentários.) e vesti as roupas que Alice tinha separado para mim. Saí do banheiro e ela estava sentada na minha cama me esperando, olhando pro nada, mas assim que ouviu a porta abrindo, se virou pra mim, com o sorriso lindo pelo qual eu me apaixonei. Meu Merlin, eu estou insuportável hoje.

– Ah, agora sim! Tá cheirosinho! – disse a minha morena, se levantando e passando os braços pelo meu pescoço. Eu a enlacei pela cintura, a puxando pra mim e abaixando minha cabeça para beijá-la.

– Agora confessa. Não se sentiu nem um pouco tentada a se juntar a mim no banho? – perguntei novamente. E ela me bateu de novo. Revirei os olhos, porque já tava virando mania.

– Amor, você não é um maroto, lembra? Não tem que se comportar como tal. – respondeu ela, rindo da cara emburrada que eu fiz. – E antes que você me diga que eu não respondi a sua pergunta e blá, blá, blá, saiba que eu não vou responder essa pergunta MESMO. Você vai ficar na curiosidade.

– O quê? Alice! – eu exclamei, indignado. Como assim eu ia ficar na curiosidade? Garota mais...

– Amoreco, você tá passando muito tempo com os marotos e EU to passando muito tempo com a Lene! Estamos na mesma situação. – ela respondeu, rindo da minha cara e me dando um selinho. Bufei e ela riu mais ainda. Eu mereço hein.

– Mas, sabe Lice, eu tenho que te falar. Adorei esse seu novo jeito de me acordar. – eu a beijei de novo, sentindo-a sorrir durante o beijo e me fazendo sorrir também.

– Fico feliz com isso, porque é muito mais eficiente do que te chamar ou te sacudir. E bem melhor. – ela respondeu quando nos separamos, começando a me puxar em direção a porta do quarto e me fazendo rir.

Saímos do meu quarto rindo, exatamente na hora em que James e Remus estavam passando no corredor. James nos viu e foi quase possível ver os pensamentos maliciosos aparecendo em sua cabeça enquanto um sorriso maroto tomava conta de seu rosto. Remus nem pareceu notar que estávamos ali, mas James o fez parar junto com ele na nossa frente, enquanto nos encarava. Tive que revirar os olhos. Típico.

– O que os dois safadinhos fizeram essa noite? Já vou avisando que minha casa não é motel, hein! – disse ele, fazendo Alice voltar a ficar da cor dos cabelos de Lily e com que eu revirasse os olhos novamente, rindo.

– Cale a boca, Potter. – respondeu Lice, entredentes, e encarando-o mortalmente. James se fez de ofendido, colocando a mão sobre o coração. Remus revirou os olhos para o outro.

– Impressionante. Quando eu finalmente consigo fazer a Ruiva parar de me chamar de Potter, a Licita começa a me chamar assim. Acho que é o meu destino ser chamado de Potter por garotas bonitas. – ele respondeu, fingindo limpar lágrimas. Eu passei a encará-lo mortalmente, o que ele logo percebeu. – Calma Frank, não estou querendo roubar a sua namorada! Foi só um elogio.

– Antes que você e o Frank comecem uma discussão, eu tenho que te corrigir, James. – era Lily, que havia aparecido na porta de seu quarto. Ela estava... Sorrindo? Sorrindo para o James? E chamando-o de James? Ok, ainda não estou acostumado com as mudanças causadas pelo acordo da Lily com o Sirius. – Se você é chamado de Potter por garotas bonitas, é porque fez algo para ser chamado assim. E pelo jeito, Alice pensa da mesma forma que eu.

– Muito obrigada pelo esclarecimento, Lilica. Mas, cansei de ficar aqui na porta do quarto do Frank discutindo sei lá o quê. Estou com fome. Vamos descer? – disse Alice, e logo passou a encarar James, que estava encarando Lily como que em transe. – Ei! James! Acorda! – Lice estalou os dedos na frente da cara do maroto, que pareceu acordar e se virou assustado para minha namorada, com cara de quem havia sido pego em flagrante. Todos nós rimos, menos o Remus, que estava estranhamente calado hoje. – Só para esclarecer, Potter, eu e Frank não fizemos nada de mais, eu apenas vim no quarto dele para acordá-lo.

– Claro, se você contar uns beijos e alguns amassos como nada de mais e... – comecei, mas fui interrompido por minha namorada me batendo de novo. E dessa vez na barriga. Eu pude ver nos olhos dela que ela estava gostando de me ver com dor.

– FRANK! Quieto. – grunhiu ela. Todos riram. Menos eu. Porque eu estou com dor.

– Entendi, entendi. Não tá mais aqui quem falou. Mas será que dá pra parar de me bater, amorzinho? – eu pedi, e ela revirou os olhos, mas me pediu desculpas e me deu um selinho. Acho que já estou me sentindo melhor.

– Bom, eu também estou com fome, e também cansei de ficar parada aqui no corredor. Então, vou para a cozinha. – disse Lily, e todos nós descemos. Remus continuava estranho e sem falar nada, parecia meio alheio ao que estava acontecendo ao seu redor, o que definitivamente não é normal, já que Remus está SEMPRE atento ao que acontece ao seu redor, nem que seja só para poder revirar os olhos/repreender pelo que eu e os marotos fazemos.

Quando chegamos no andar de baixo, encontramos Sirius e Lene sentados no sofá da sala e encarando a televisão. Surpreendentemente, não estavam brigando. Eles se viraram para a gente quando nos viram e nos cumprimentaram com acenos de mão.

– Se estiverem com fome, o Black fez o café da manhã. Sobrou bastante coisa, que deixamos ali na cozinha, é só esquentar. – informou Lene, enquanto Sirius apenas confirmava com a cabeça e nós fomos em direção a cozinha. Eu não queria nem pensar no que tinha acontecido entre aqueles dois enquanto nós não tínhamos acordado ainda. Quando passamos pela sala de jantar, segurei Remus pelo braço e ele se virou para mim como se estivesse me vendo pela primeira vez naquele dia.

– Escuta, Remus. Tá tudo bem? Você parece meio desligado hoje. – eu perguntei e ele me olhou com uma expressão estranha, ele parecia meio... Sei lá. Culpado.

– Hã... Tá tudo certo, Frank. Eu só... Estou com um pouco de sono ainda, eu acho. – ele respondeu, e eu assenti com a cabeça, soltando o braço dele. É, fazia sentido. Afinal, era apenas dez da manhã e nós estávamos de férias. Então nós dois fomos para a cozinha. Hm... Sirius tinha preparado panquecas!

POV Remus

Eu estava me sentindo meio culpado por esconder a verdade sobre Dorcas de todos eles. Tudo bem que ela tinha me pedido para não falar nada, mas eu ainda conseguia ver nos olhos das garotas o quanto elas sentiam falta daquela loira. E aparentemente eu não estava conseguindo esconder isso muito bem, já que Frank havia vindo perguntar para mim se estava tudo bem. Eu nem tinha percebido o quão desligado eu estava, mas é que eu não consigo parar de pensar no nosso plano e se eu não deveria falar nada para o pessoal. Mas todo esse segredo é para um bem comum, não é? Quando eu e Dorcas executarmos o plano, tudo vai se resolver. Emmeline nunca mais vai conseguir interferir na amizade daquelas quatro.

O dia estava meio estranho. James e Lily se falavam, Lene e Sirius pareciam meio irritados um com o outro e Alice e Frank estavam mais grudados e melosos do que normalmente. E eu? Eu estava sentado na sala olhando para a televisão ligada sem fazer a mínima ideia do que estava passando e esperando dar 11:30 para subir para o meu quarto. Tá, vou explicar. Esse é o horário que eu e Dorcas combinamos que ela mandaria a carta e eu a responderia para continuarmos com o plano.

– Ei, Remmie! – Sirius me chamou, e eu me virei para ele pronto para xingá-lo. Cara, Remmie? Sério mesmo?

– Que é, Pads? – perguntei, irritado, e ele somente sorriu.

– Vai parar de se excluir ou vai se juntar com a gente? – perguntou ele, e eu percebi que todos estavam sentados na mesa de jantar conversando e só eu tinha ficado ali no sofá. Me levantei meio envergonhado e sentei em uma das cadeiras vazias.

– E aí, Remmie? Vai nos contar por que está tão desligado hoje? – perguntou Lene, sorrindo inocentemente. O que eu fiz pra merecer aquele apelido?

– Primeiro, não me chamem de Remmie. – grunhi, e todos na mesa riram da minha cara. Amigos legais que eu tenho. – Segundo, não aconteceu nada. Só estou com um pouco de sono ainda. – dei a mesma desculpa que havia dado para Frank. Levando em consideração a cara que Lily me olhou, ela não ia acreditar em mim tão fácil.

– Mesmo? Às onze horas da manhã? Você acorda todos os dias às sete horas, Remus Lupin. E nunca fica com sono. – ela disse, me encarando com a cara assustadora dela que ela costumava reservar só para o James. Engoli em seco.

– Eu... Fui dormir tarde ontem. – respondi, mas ela só pareceu ficar mais desconfiada.

– Você foi o primeiro a subir para dormir ontem. – ela falou e eu engoli em seco de novo. Por que essa garota tinha que ser tão observadora?

– Então, é que... – eu comecei, tentando criar uma desculpa para todos os seis que me encaravam. Frank parecia meio irritado por mim ter mentido pra ele. Foi quando olhei o horário. 11:25. – Já volto.

Saí correndo da mesa. Eu sei o que você vai dizer. Ótima maneira de fazer eles suspeitarem ainda MAIS de você, Remus. Pois é, e você achava que eu era o inteligente entre os marotos. Mas é que se por algum acaso a coruja de Dorcas chegasse um pouco antes do combinado, aí sim eles desconfiariam ainda mais. Por isso subi correndo as escadas e entrei no meu quarto, trancando a porta atrás de mim para que ninguém entrasse. Bem a tempo, aliás, porque assim que a porta trancou eu ouvi as batidas da coruja de Dorcas na minha janela. Soltei o ar, aliviado e abri a janela para deixá-la entrar. Peguei a carta em suas patas e sentei-me na escrivaninha para lè-la. Sorri satisfeito. O plano estava pronto para ser colocado em prática e a qualquer momento...

– REMUS LUPIN! DESÇA AQUI AGORA OU EU VOU AÍ TE BUSCAR! E VOCÊ NÃO QUER SER ARRASTADO ESCADA ABAIXO, ACREDITE EM MIM. – chamou-me gritando Lene, sempre delicada. Como eu já sabia do que se tratava, somente escrevi uma resposta rápida para Dorcas, amarrei nas patas da coruja e desci as escadas. Os seis estavam reunidos na sala, me encarando. Alice segurava uma carta, sorri internamente com aquilo.

– É o seguinte, Remuxo. – começou Alice, quando eu cheguei na sala, me fazendo revirar os olhos com o apelido. - Vai ter uma festinha dos nossos colegas de Hogwarts depois de amanhã. E a gente está pensando em ir. – sorri por dentro, o plano parecia estar dando certo.

– O que você acha, lobinho? – perguntou Lily, fazendo uma cara debochada e eu fiquei emburrado. Sério mesmo, qual é o problema desses meus amigos?

– Qual é a dos apelidos hoje? – questionei e todos riram da minha cara. - E onde vai ser a festa? – me fiz de desentendido.

– Na casa dos Prewett. – disse Frank, seco. Ele parecia estar meio irritado e eu deduzi que fosse porque eu menti pra ele sobre a razão de estar estranho, embora todo mundo parecesse ter esquecido sobre isso. Sirius e James abriram sorrisos marotos quando Frank respondeu, e eu já sabia o que vinha por aí.

– O que significa... – começou James.

– Que vai ser uma LOUCURA TOTAL – completou Sirius e todos riram dos dois idiotas. Eu me limitei a revirar os olhos.

– Eu só espero que a gente não tenha que encarar a Vaca Vance com a Meadowes. – disse Lene, fazendo cara de nojo e Lily e Alice grunhiram também em desgosto. Comecei a me sentir culpado de novo, se ao menos elas soubessem... Mas não, para o que eu e Dorcas estávamos planejando, elas não podiam saber de nada.

– Bom, eu não sei se vamos encontrá-las, mas concordo que vai ser legal ir a essa festa. James e Sirius estão certos, qualquer festa feita pelos Prewett promete. – eu falei, sorrindo internamente. Aquela festa, em especial, prometia mesmo.

– Então, já que está decidido, Lene e Lily, vamos lá pra cima AGORA mesmo. Temos que ver se temos as roupas pra ir, porque se não vamos ter que sair pra comprar amanhã. – exclamou Alice, arrastando as outras duas pelas mãos escada acima. Eu e os garotos somente reviramos os olhos. Me joguei no sofá ao lado de Sirius, que, depois de ver que as garotas já tinham subido, se virou para James com um olhar maroto.

– Sabe, Prongs, quando eu estava falando com a Lilica ontem sobre vocês dois para fazer o acordo e tal, eu me dei conta que você não nos falou NADA sobre o beijo de vocês dois. Grande amigo que você é, hein. – ele disse, cruzando os braços e encarando James. Eu ri baixinho pela cara assustada que ele fez.

– É verdade, James. Você não nos falou nada! Nem depois da gente descobrir que vocês tinham se beijado no dia da briga das meninas. – exclamou Frank, entrando no jogo de Sirius. Eu ri mais um pouco e James engoliu em seco.

– Mas é que... Bom, teve tanta confusão nesses últimos dias que eu nem pensei naquele beijo e... – ele começou e eu comecei a gargalhar.

– Nem pensou naquele beijo? Por favor, James! A quem você está tentando enganar? A gente te conhece! Aposto que nesses últimos dias a única coisa na qual você NÃO conseguia parar de pensar era no seu beijo com a Lily. – eu disse, ainda rindo e ele me olhou feio.

– Enfim, aconteceram tantas coisas nesses últimos dias que eu me esqueci de contar pra vocês. Mas também, me esqueci de como vocês são uns fofoqueiros e iriam saber cada detalhe do beijo. – terminou James, ignorando o que eu havia dito completamente e ainda tirando com a nossa cara. Eu, Sirius e Frank olhamos para ele, ofendidos.

– Não, James. O fofoqueiro é o Sirius. Nós só somos seus amigos e gostaríamos de saber como foi o seu beijo com a garota por quem você é apaixonado há não sei quantos anos. – disse Frank, e eu o apoiei. Sirius só parecia se sentir mais ofendido ainda.

– Ei! Eu não sou fofoqueiro! – ele exclamou, ultrajado, fazendo com que nós três ríssemos da cara dele.

– Por favor, Sirius! Você é mais fofoqueiro que a Lene, a Lily, a Alice e a Dor... Quer dizer, a Lene, a Lily e a Alice juntas! – eu repliquei, quase cometendo o deslize de dizer o nome de Dorcas. Eles perceberam, mas não falaram nada, graças a Merlin.

– O Remus tá certo, Pads! – me apoiou James.

– Ah, que seja! Só conta de uma vez como foi o beijo de vocês, Prongs! – exclamou Sirius, irritado. Nós rimos e nos voltamos para James, que impressionantemente estava corando.

– Bom... Foi no dia da festa em que a gente achou que o Sirius e a Lily tinham ficado e tal... – começou James. Eu lembrava bem daquele dia, e parecia que Sirius também, porque ele baixou a cabeça, meio envergonhado. Frank riu dele. – As garotas estavam conso... Conversando com Lene, e eu cheguei, Remus estava lá também, sendo abraçado pelas quatro. – todos eles me olharam feio, mas eu apenas dei de ombros. – E aí, Lily saiu do quarto de Lene, tirando um pouco com a minha cara e eu fui atrás dela, porque ela tinha dito que eu tinha ganhado pontos com ela e sei lá mais o quê. Mas eu só alcancei ela quando já estávamos dentro do quarto dela, e eu a peguei pelo braço e a puxei na minha direção, só que sem querer eu puxei um pouco forte demais e a gente ficou a uma distância mínima um do outro. – James olhava para o nada enquanto narrava, com uma expressão sonhadora no rosto. Ele parecia tanto um bobo apaixonado que eu quase ri, mas deixei que ele terminasse de contar. – E aí a gente falou algumas coisas e eu consegui que ela concordasse a me chamar de James durante as férias, e eu sussurrei no ouvido dela que pretendia mudar a opinião dela sobre mim antes das férias acabarem e eu soltei o braço dela e ela se desequilibrou, então eu a enlacei pela cintura e ela estava tão próxima de mim e eu só conseguia ver aqueles olhos verdes, que são iguais a duas esmeraldas, e eu sentia a respiração dela no meu rosto e aquela boca linda e... – nós três encaramos ele, com uma sobrancelha arqueada, e quando ele percebeu nossas expressões pareceu ficar desconcertado e se aprumou para terminar de contar. – Enfim, eu a beijei. E ela retribuiu. E foi maravilhoso. Até eu tentar aprofundar o beijo e ela me empurrar, voltar a gritar comigo e a me chamar de Potter e ela praticamente me jogar para fora do quarto dela. E foi isso. – assim que ele terminou, nós três caímos na gargalhada e ele se irritou.

– Prongs, você está perdido! Você está mais apaixonado por ela do que eu pensei! – conseguiu dizer Sirius, em meio às risadas, e James corou mais uma vez. Eu e Frank rimos ainda mais.

– Nunca pensei que eu fosse dizer isso, James, mas eu concordo com o Sirius. Você parece o bobo apaixonado que o Frank era antes de começar a namorar a Alice. – eu disse e Frank me olhou, ultrajado.

– EI! – ele disse, e me deu um tapa na cabeça. Dessa vez, até James riu. – Pelo menos, eu sou resolvido quanto a isso e tenho namorada, enquanto vocês três ficam nesses chove não molha com as garotas. – Frank sorriu vitorioso, e nós o olhamos mortalmente. O sorriso dele se esvaiu e ele engoliu em seco.

– Cala a boca, Frank! – exclamou James, pegando uma almofada do sofá e batendo com ela na cabeça do garoto, que logo revidou. Resultado: guerra de almofadas entre nós quatro.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?? Reviews! Até o próximo capítulo, que eu não acho que vai demorar muito! Beijos e obrigada por lerem!



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