– Eu não quero te ouvir garota! Dá para sair? – Lene falou apontando novamente para a porta.

– Não tem essa de não querer, Marlene. Você VAI me ouvir. – disse Lily, e ao ver o olhar desafiador de Marlene, completou – Nem que eu tenha que ter amarrar nessa cama.

– Fala rápido, então. Porque a sua voz me enjoa. – disse Lene, se deitando na cama, e a ruiva revirou os olhos.

– Lene... olha só, eu sei que eu errei... – Lily começou, mas foi interrompida pela morena.

– Ah, sabe? Não parecia, dizendo que eu e a Dorcas não iríamos te apoiar e..

– Marlene, CALA A BOCA! Me deixa falar e depois você fala. – Lily a interrompeu e Lene somente assentiu com a cabeça e revirou os olhos – Eu não contei nada para vocês porque na hora, aliás, no outro dia, eu estava triste, super para baixo e, principalmente, MUITO confusa. Eu não sabia o que pensar, o que fazer, o que sentir. E a Alice sempre foi a melhor para dar conselhos de todas nós, você sabe disso! Foi ela que cantou para te ajudar, lembra? – disse Lily, esperançosa, de que, talvez, Lene a ouvisse.

– Lembro, lembro sim. Mas e você? Você lembra de quem te consolou quando você brigou com o Snape? A primeira pessoa que virou sua amiga em Hogwarts? A sua irmã de coração? Você lembra quem é essa pessoa? – a morena disse, quase gritando e com lágrimas nos olhos.

– Então... então... Ah, Lene! – Lily tentou falar, mas somente abraçou a amiga que, surpresa, não retornou o abraço. A ruiva se separou da morena, e, segurando-a pelos ombros, continuou – Era por isso que você estava braba? Por ciúme?

– O... O quê? Eu? Ciúme? Não, não. Óbvio que não! É só que eu achei que EU fosse sua melhor amiga e não a Alice... – disse Lene, tentando desconversar e corando.

– É... é ciúme! – disse Lily, abraçando Lene novamente, a morena retornou o abraço, as duas rindo, como se nada tivesse acontecido.

– Ok, talvez seja um pouquinho de ciúme! – disse Lene, e as duas riram mais ainda.

Foi quando a porta se abriu, revelando uma Alice de olhos vermelhos, roupas amassadas e os cabelos desarrumados. Ao ver as duas amigas abraçadas e rindo juntas, ela se permitiu um sorriso, e, mesmo não querendo interromper o momento da morena e da ruiva, pigarreou. Lily e Lene se separaram e olharam para a garota, que possuía um sorriso tímido no rosto.

– Posso me juntar no abraço? – disse Alice, e as outras duas correram em direção a ela e a abraçaram com força, as três caindo no chão logo depois, e rindo mais ainda.

– É bom ter isso de volta. – disse Lily, abraçando suas duas amigas com força.

– É, eu senti a falta de vocês. – disse Lene, sorrindo mais ainda.

– Sem... Respirar... – foi a única coisa que Alice conseguiu dizer, já que estava embaixo das duas. Elas se levantaram rindo novamente, ajudando a garota a se levantar – Mas... É... É ótimo ter isso de volta e eu senti a sua falta também, Lene.

– Mas o problema é que parece que falta algo, né? – disse Lene, e as três abaixaram a cabeça, lutando contra as lágrimas que ameaçavam cair.

– Deixa eu adivinhar o que é. – disse Remus, chegando perto delas, que olharam para ele – Um ser loiro, que só fala besteira e que sempre estava aqui, sempre presente, e que era a melhor amiga de vocês.

Não foi preciso dizer o nome de quem ele estava falando. Dorcas. O que faltava para que a alegria de todos estivesse completa. Mas eles sabiam que isso não aconteceria, a loira tinha ido para a casa de Emmeline Vance, a inimiga mortal delas, e para as três garotas paradas no batente da porta do quarto de Lene, aquilo não tinha perdão.

– Ei, gente! Venham aqui embaixo rápido! – era James, gritando da escada, os quatro se encaminharam para a sala de estar dos Potter, onde os outros três garotos já se encontravam.

– O que houve, James? – disse Remus, olhando para o amigo de óculos a sua frente, que possuía um sorriso maroto no rosto.

– Primeiramente, vocês fizeram as pazes? – perguntou James, apontando para as Lene, Lily e Alice, que estavam com os braços entrelaçados, como costumavam ficar, as três assentiram sorrindo felizes, e o maroto sorriu de volta – Pelas cuecas rosas de coraçõezinhos de Merlin! Finalmente! – ele disse, e todos, menos Sirius, que se encontrava sentado no sofá de braços cruzados e cara fechada, riram. – Segundamente...

– James, não. – disse Lene, um sorriso se formando nos lábios.

– Não o quê? – o garoto perguntou, mostrando-se confuso.

– “Segundamente” não existe. Segundo ou segundo lugar ou até dois. Tudo, menos segundamente. – disse a morena e todos (menos Sirius, e James, é claro) riram novamente.

– Tanto faz, Lenezita. Mas, já que você me ensinou... Em segundo lugar, não houve nada. Em terceiro lugar, eu tive uma ideia brilhante. – ele disse, com um sorriso “eu tenho 32 dentes” no rosto. Todos o olharam interrogativamente, esperando que o maroto terminasse. – Ah, claro! Minha ideia brilhante! Eu estava pensando aqui, e achei que seria bom para aliviar a tensão e a tristeza e tudo o mais, nós irmos em um parque de diversões trouxa! O que acham?

– Realmente James, é uma ideia ótima. – disse Sirius, revirando os olhos, mas segurando um sorriso que ameaçava surgir.

POV Dorcas

Depois de contar tudo que houve para Emmeline, eu precisava de algo para me livrar daquela tristeza toda que eu sentia em relação as garotas e Remus. Foi aí que eu tive uma ideia. O problema? Eu não sabia se Emmeline iria gostar, mas já que ela parecia querer ser legal comigo e concordava com tudo que eu falava, decidi tentar falar com ela.

– Emmeline? – eu disse, receosa, para a loira que estava deitada ao meu lado na cama.

– Ah, por favor, Dorquitchas, me chame de Emme. – ela disse, sorrindo para mim.

– Ok então, Emme. Eu estava pensando... Por que não vamos a um parque de diversões trouxa?