Harry e Willy tinham se encontrado, vestindo suas capas de invisibilidade,  na sala de transformação aquela noite para namorar. Willy não levava seu seburrêlho que estava ficando grande a barulhento demais, guinchando sempre quando eles se beijavam, o que podia atrair a atenção de Filch ou de Madame Norrra.

-         Harry... eu acho que tive um sonho com fadas.

-         Fadas?

-         É fadas... mas não lembro direito quando foi... só lembrei dele ainda há pouco, acho que Hermione estava nele também.

-         Como será que é uma fada, Willy?

-         Sei lá... acho que elas são grandes, lindas, louras... mas devem ser perigosas.

-         Não, Willy, essas são suas tias malucas...

-         Kakaka! Você não tem jeito! Falando sério, eu queria saber porque as fadas foram embora...

-         Você podia perguntar à Silvia Spring.

-         Quem é Silvia Spring?

-         Uma amiga da Sheeba... ela está namorando o professor Lupin, Bianca me contou. – Harry disse sem sentir

-         Quem te contou?

-         Bianca, aquela amiga minha me disse numa carta... ela estuda em High Hill, você sabe, na Escócia... Lupin está dando aulas por lá– agora que já tinha dito a besteira, achou melhor parecer natural.

-         Sei, sei... e o que faz essa tal de Silvia Spring?

-         Sei lá, ela é muito esquisita... da primeira para a segunda vez que eu a vi ela encolheu, olha só, e emagreceu à beça... Bianca disse que ela some no mundo das fadas, eu não entendi muito bem... mas ela com certeza já viu uma fada, isso viu...

-         Mudando de assunto... Harry, você acha que eu devo cortar o cabelo?

-         Sei lá, Willy... para mim você é linda de qualquer jeito.

-         Eu não sei... não gosto de viver prendendo meu cabelo.

-         Seu cabelo pelo jeito também não gosta de ser preso, vive se soltando

-         Kakaka! Você é muito engraçado, Harry Potter. – Harry deu um beijo nela, sem saber que era observado por uma pequenina fada verde, que além de invisível, conseguia ver por trás de capas de invisibilidade

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            Dias depois, Neville Longbotton estava na biblioteca estudando, tentando pôr na sua cabeça a ordem correta dos ingredientes da poção corta fogo que Snape ensinara, mas sua mente parecia fechada como uma noz... tirando Herbologia, em que era muito bom realmente, Neville nunca tirara um 10 na vida. Em poções era particularmente ruim, e sentia que Snape se divertia secretamente torturando-o por ser um péssimo aluno... por uns instantes parou para respirar e abriu um outro livro, deixando cair de dentro uma fotografia, que o fez sorrir.

            Gina Weasley brincava alegremente olhando para o outro lado na foto, acariciando um gato amarelo muito feio, o gato de Hermione. Ele lembrava de quando Colin Creevey tirara aquela foto no fim do semestre anterior, Gina tinha achado o Bichento brincando no gramado e o pegara. Secretamente ele pedira para Colin tirar a fotografia e depois pedira a ele uma cópia, sem que Gina soubesse.

            Até entrar em Hogwarts, a única garota que Neville conhecera fora Willy, eles se encontravam regularmente no Hospital St Mungos onde seus pais e a tia dela estavam internados, todos há muito tempo. Eles brincavam muito quando eram menores. Depois, sentiu-se surpreso ao vê-la em Hogwarts, mas como ela fora selecionada para a Sonserina, não travara uma amizade muito forte com ela, achou bom que Harry tivesse começado a namorá-la.

            Ele lembrou-se da época em que era apaixonado por Hermione... ele achava que ela era a única garota no mundo que ele poderia amar... ela era linda, mesmo quando tinha um dente da frente muito grande e não sabia pentear o cabelo cheio muito bem... mas para ele ela era a única menina no mundo. Então, no quarto ano, apareceu aquele tal Victor Krum, e ele achou que realmente nunca teria chances com Hermione... um jogador profissional de Quadribol! Resolveu esquecê-la, e acabou chamando Gina para acompanhá-lo a um baile... conversaram a noite toda, então ficaram muito amigos.

            O chato é que Gina gostava de Harry. Neville sabia disso, e nunca precisara perguntar a ela... ele viu a decepção nos olhos dela quando ele começou namorar Willy: interiormente ela se convencera que Harry não gostava dela porque ela era nova demais... agora, ela sabia que não era isso... Willy tinha a mesma idade que Gina. Ele então guardou a foto e voltou para a poção corta fogo.

            Sacudia a cabeça em negação pela vigésima vez quando percebeu que alguém o observava. Ele deu uma olhada em volta e então viu. Uma fadinha minúscula, de no máximo dez centímetros de altura, de corpo atlético e com uma cabeça meio grande, ligeiramente desproporcional, cabelos e olhos de um verde limão muito vivo e asinhas verdes de gafanhoto nas costas o olhava, com as mãos na cintura e uma cara zangadíssima. Seu queixo caiu até o peito e ele ficou uns dois ou três minutos nesta posição. A fada começou a falar:

-         Muitobemnevillelongbotton... querdizerquevocêachaquenãoébomosuficienteemanada, néeéé?

-         Q-q-quem é você? – Neville conseguiu gaguejar, finalmente

-         Muitoprazereusouafadassobio- disse e deu um assobio baixinho – Esperoquevocênãoestejacomemedodemimporqueeuestouaquiparateajudar – a fadinha parou para respirar e disse – Agorasevoceficarcalmo

-         Eu estou calmo... só não estou entendendo direito o que você está dizendo.

-         Ahéisso? – A fada parou de falar e Neville sentiu que um outro pensamento entrava em sua cabeça e não era o dele... era como ouvir uma voz bem fina, que pertencia à fadinha, que no entanto não movia os lábios: – É bem mais fácil para mim entrar no pensamento... por isso eu e minhas irmãs falamos tão enrolado... eu estava lendo seus pensamentos... você é muito bobo... não tem que achar que não é bom em nada.

-         Mas eu... – Neville ia começar a falar quando sentiu o pensamento da fadinha o avisando : “Só pense.” Então ele pensou – Eu não sou bom em  nada mesmo... acho que eu sou um grande fracasso...meus pais não teriam orgulho de mim se me vissem...ainda bem que eles não podem – a fadinha o olhava com uma cara de tão grave censura que seus olhos se arregalaram – eles não podem... podem?

-         Do jeito que você está pensando, não. Mas eles se orgulhariam de você por muita coisa... você é realmente muito bom.

-         Sou?

-         Sem dúvida.

-         Ninguém acha...

-         Ninguém conhece você... e Harry Potter te acha um bom goleiro,  Madame Sprout gosta de seu desempenho nas aulas....

-         É... mas o Professor Snape...

-         Deixa o Severo com a Fogacho... garanto que ela vai dar um jeito nele...

-         Quem é fogacho?

-         Uma das minhas irmãs... eu vou te ajudar.

-         Me ajudar?

-         É! Você quer namorar Gina Weasley? – Neville deixou escapar uma exclamação de surpresa.- Não fale! Eu disse para você só pensar! Eu quero ver você feliz!

-         É para isso que você está aqui?

-         Sim e não...

-         Como assim?

-         Eu estou aqui por causa de outra coisa... mas você precisa da minha ajuda... então por isso eu vou te ajudar.

-         E porque então você está aqui?

-         Por causa de Harry Potter. Mas ele não pode saber disso.

            Neville não sabia o que dizer, melhor o que pensar. Lá na frente, a bibliotecária já desistira de entender porque o menino começara de repente a falar sozinho e agora estava de boca aberta olhando para lugar nenhum. Ela não podia ver a fadinha.