05 - Harry Potter e as Fadas Arrepiadas escrita por alinecarneirohp


Capítulo 3
HARMONIA




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 Ninguém soube do episódio com Draco,  muito menos Dumbledore, que se tivesse conhecimento sobre isso teria imediatamente tomado alguma providência, afinal, se uma fada era incomum... imaginem duas... ou melhor, não haviam apenas duas.

            Alguns dias depois Hermione e Willy estavam conversando no corredor sobre Harry e Rony, à noite. Harry estava, a despeito do frio medonho do lado de fora, treinando quadribol com o time da Grifnória. Rony estava na aula do grupo de teatro, que Willy abandonara logo depois de voltar do passado com Harry. Sheeba participava da conversa das duas mesmo estando em sua casa, pois Hermione estava usando sua jóia de comunicação com ela.

-         Não gosto desta história de Harry receber cartas de Bianca Fall – dizia Willy – eu não fico paquerando garotos de fora da escola.

-         Harry não é um canalha, Willy – Sheeba dizia através da jóia – Só que ele quer que você confie nele... ele gosta de você, acho que a Bianca também não gosta dele, só como amiga, se pudesse conhecê-la veria que ela é uma garota adorável.

-         Sheeba – interrompeu Hermione – como Rony tem ido em suas aulas? Eu acho que ele está se dedicando demais nesse negócio de Teatro, eu tenho medo dele esquecer das outras matérias e se tornar relapso, minha obrigação como monitora...

-         Sua obrigação como monitora é olhar os alunos como um todo, Mione... acho que você se  preocupa demais com Rony... o que você acha de perguntar como ele vai no grupo de Teatro? Lockheart esteve falando comigo, ele acha que Rony tem um talento excepcional para atuação... quem sabe ele não se torna um grande ator bruxo? Já imaginou ele fazendo filmes bruxos, eu conheço um grande cineasta bruxo, Daniel Dubois... posso apresentá-lo a Rony!

-         Rony um ator? – Willy interrompeu-  mas será que o professor Lockheart é o mais indicado para avaliar? Quer dizer... ele é tão avoado...

-         Willy, se Lockheart tivesse se dedicado a ser ator bruxo em vez de se meter a ser um grande bruxo sem talento para tanto, hoje ele estaria bem melhor... – Nesse momento algo começou a dar interferência na jóia de comunicação de Hermione e as duas ficaram olhando, enquanto o reflexo de Sheeba sofria interferências como os de uma televisão com problemas de sintonia. De repente, sem aviso, o reflexo se apagou totalmente.

-         O que foi isso – Disse Hermione – será que a jóia enguiçou?

-         Hermione, jóias de comunicação não enguiçam... deixe-me ver

             Willy olhava para a jóia quando começaram a ouvir uma musica suave vinda de sabe-se lá onde. Estavam em frente à sala de feitiços, àquela hora vazia. Hermione cutucou Willy quando notou um reflexo de luz rosada dentro da sala de aula. As duas foram andando curiosas e empurraram a porta de leve. Ficaram maravilhadas com o que viram.

            Uma pequena fada de cerca de vinte  centímetros, de cabelos revoltos de um lilás rosado e com um corpo delicado de bailarina, vestindo um saiote de balé e sapatilhas ambos lilases, rodopiava pelo ar ao som de uma música vinda sabe-se lá de onde. Tinha asinhas de cigarra às costas. Conforme rodopiava, iam caindo do teto rosas brancas, margaridas, camélias azuis e  flores de todas as cores e tamanhos, que se acumulavam no chão gerando uma onda suavemente perfumada. Hermione e Willy entraram na sala e começaram a dançar junto com a fadinha, rindo à toa, sentindo que seus pés saíam do chão. A fadinha dava risadinhas suaves e de repente parou de dançar. Hermione e Willy foram descendo suavemente, ainda rindo e seus pés tocaram o chão. A fadinha olhava-as com seus olhões cor de violeta e um sorriso imenso no rostinho miúdo.

-         Olhá! Eu xou a Harmonhiiia... como é o nhome de voxês... eu já xei... Voxê é Hemionhe... e você.. Vilhi!

-         Você é uma fada! – Hermione subitamente se deu conta disso – o que está fazendo aqui?

-         Danxando, oras... voxê nhão  viu?

-         Mas... não pode ser...

-         Voxê extá felix, Hemionhe?

            Aquela era uma pergunta terrível para Hermione.... era para ela estar feliz... afinal, chegara ao sexto ano em Hogwarts como primeira aluna, com grandes possibilidades de chegar à monitora chefe no sétimo ano... mas faltava alguma coisa... não, ela ainda não era feliz. A fadinha esperava resposta com uma interrogação nos olhos enormes.

            Naquele momento, Harry, que passava do lado de fora procurando justamente pelas duas, viu Willy pela fresta da porta e empurrou-a entrando na sala. Antes que ele percebesse, a fada deu um rodopio no mesmo lugar e desapareceu, com um pop! Na mesma hora Hermione e Willy esqueceram que a tinham visto e as flores do chão desapareceram, deixando só um pouco de perfume no ar.

-         O que vocês estão fazendo aqui? - Harry perguntou, olhando de uma para a outra. Ele aspirou o ar por um segundo e disse – Estão sentindo um cheiro de flor?

            As duas se entreolharam, não lembravam de nada mais.

-         Nós vimos algo e entramos aqui... você lembra do que aconteceu depois, Willy?

-         Não... acho que logo que entramos, Harry entrou atrás.

-         É, acho que foi isso.

            Harry não acreditou muito, mas deixou para lá.

---

            Em sua casa, Sheeba olhava atônita para a jóia de comunicação, estava sentada no sofá fofo em sua sala, ladeada por dois pares de agulhas de tricô automáticos, que faziam sapatinhos incessantemente, um com lã amarela e outro com lã azul bebê. Nesse momento Sirius veio da direção do banheiro, acabara de tomar banho, usava um roupão felpudo e vinha envolto numa nuvem de vapor, pois, como sempre, tomara um banho quente de pelar os ossos. Ele atirou-se no sofá, e a sensação térmica de Sheeba aumentou uns dois ou três graus e ele lhe disse, enxugando o cabelo que acabara de lavar:

-         Então, Srª Black, vamos jantar? Seu marido está morto de fome.

-         Sirius... você já viu uma jóia de comunicação dar problemas? -  Ela mostrou-lhe o olho de tigre apagado, explicando que ele apagara depois de uma interferência. Ele olhou para a jóia e disse:

-         Nunca vi uma coisa dessas... será um feitiço de interferência?- Ele deu uma batidinha na superfície da pedra, que subitamente se iluminou, mostrando Hermione conversando com Willy e Harry – veja, parece que passou, deve ter sido uma coisa boba...

-         Não, Sirius, eu só vi essa jóia sofrer interferência desta forma uma vez...quando Silvia Spring tocou nela...

-         A meio-fada?

-         Ela mesma... acho que temos algo por aqui, Severo viu a fada de novo? – Sirius entortou a cara

-         Sei lá... uma fada que apareça para ele tem pelo menos um péssimo gosto... eu te disse que ela mandou ele lavar o cabelo?

-         Só umas oitocentas vezes... – Sirius riu:

-         Pior é que ele não obedeceu... você alguma vez na vida viu Snape com o cabelo assim limpinho e cheiroso como o meu? – sacudiu sua cabeleira diante do nariz dela

-         Já, quando você estava em Azkaban e ele me chamou para jantar – Sheeba riu diante da cara aborrecida dele.

-         Sem graça. Vamos jantar, está bem?

-         Sim, Sr Black, vamos jantar.

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            Naquele momento, em seu gabinete, Alvo Dumbledore lia a carta que receber de Camorin DeLoyola:

            “Prezado e estimadíssimo Professor Alvo Dumbledore,

            Embora ultimamente tenha tido muito trabalho apagando lembranças de trouxas que viram  algumas criaturas fantásticas tais como o velho Nessie, que detesta ser aborrecido em seu lago e alguns Chupa Cabras na América Latina, mais notadamente no Brasil, onde também há rumores que teria sido avistado  um et na cidade de Varginha,  não fui chamado, assim como nenhum de meus colegas, a desmemoriar ninguém que tenha visto fadas ou similares, mesmo as arrepiadas... enviei uma coruja para consultar Mario Murad, que realmente detectou a abertura de um pequeno portal para o mundo das fadas em algum lugar próximo a Hogwarts ultimamente, mas pequeno demais para passar qualquer coisa maior que uma fada de pequeno porte... Silvia Spring também me relatou que até onde saiba, não foi contatada por nenhuma das fadas de suas relações, portanto posso afirmar-lhe com extrema segurança que provavelmente trata-se de um caso isolado.

            Caso faça-se necessário, sinta-se livre para novas consultas.

            Sem mais no momento, subscrevo-me.

Camorin DeLoyola”

            Olhando a complicadíssima assinatura do bruxo e passando uma nova vista de olhos sobre a carta, Dumbledore sentiu-se um pouco mais aliviado. Olhou mais um segundo para o nome de Silvia Spring e deu um sorriso, lembrando de coisas há muito tempo esquecidas.

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            A aula de teatro do professor Lockheart estava acabando. Ele sorriu satisfeito olhando seus “pupilos teatrais” como ele chamava e disse, muito satisfeito:

            - Meus queridos! Já temos uma peça para representar na festa de Páscoa... obviamente trata-se de um episódio importantíssimo da história da feitiçaria, que depois de inúmeras pesquisas, eu, aproveitando meu notório e já comprovado talento para escrever – Rony deu um suspiro exasperado – transpus de forma ma-gis-tral para o formato de uma peça em três atos, de vinte e cinco minutos cada, com doze personagens principais e alguns fantasmas figurantes... vamos representar a expulsão do Bruxo das trevas  Rubro Salmonella pelo mago  Sibelinus Zenith, o loiro, ocorrida no ano de 1234 ao Norte do País de Gales... já tenho uma idéia do que cada um vai fazer... Gostaria de ser imparcial mas todos sabem quem se destaca no grupo, não é mesmo?

            Todos deram uma olhada significativa para Rony e Draco. Realmente os dois sempre eram muito elogiados por Lockheart Era claro que os dois iam ser os intérpretes principais. Lockheart começou a distribuir os papéis, até que sobraram os dois principais.

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-         Você vai interpretar o bruxo das trevas, Rony? -  Harry olhava-o incrédulo – e o Malfoy vai ser o herói? Lockheart deve estar no mínimo doido!

-         Deixa de ser bobo, Harry, pense nas possibilidades... interpretar o vilão é sempre mais interessante... e o tal do Zenith nem é tão legal... perfeito para a canastrice do Malfoy. E o meu personagem tem um monólogo ótimo no meio da peça, quando ele explica que foi levado a fazer o que fez pelo amor  de uma mulher?

-         E foi?

-         Não, isso é invenção do Lockheart, ele diz que é “licença poética”... mas o texto é muito bom de qualquer forma!

-         Eu nunca ia imaginar que você ia acabar gostando tanto de teatro!

-         Nem eu... quando você foi reprovado eu quase saí, mas fui achando divertido... agora eu acho que está tudo ótimo... eu vou ter até uma cena de beijo com a Padma! – Hermione, que estivera assistindo calada à conversa arregalou os olhos:

-         Beijo? Como assim beijo?

-         O que é um beijo, Hermione? Oras, ela é meu par romântico na peça, Lockheart disse que tem que ter beijo... O Malfoy vai beijar a mocinha, quem vai fazer é a Lilá, isso não tem nada demais.

-         Como não tem nada demais, Rony? Isso é... imoral! Não é decente!

-         É arte, Hermione... teatro, só isso – Hermione levantou-se insatisfeita e foi dormir – Harry olhou para Rony e começou a rir

-         Acho que ela ficou com ciúmes.

-         Problema dela, quando eu quis namorá-la ela ficou “indecisa” achando que eu não era bom o suficiente para a grande monitora... quando eu for um ator famoso vão chover bruxinhas querendo me namorar, e ela vai se arrepender de não ter ficado comigo quando teve oportunidade .

            Harry ficou calado. Acima deles, escondida no lustre, a fadinha de nome Harmonia olhava Rony com cara de censura.


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