05 - Harry Potter e as Fadas Arrepiadas escrita por alinecarneirohp


Capítulo 1
FOGACHO




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   Por algum motivo misterioso, que ninguém conseguiu explicar posteriormente, a primeira resolveu aparecer justamente para o professor Severo Snape. Não que ele não merecesse, mas digamos que se existem duas coisas no mundo que não combinam realmente são Severo Snape e fadas. Era Domingo e ele estava aproveitando seus momentos de folga, para como todo bom ranzinza que se preze, arrumar tudo em seu devido lugar em sua sala, que já tinha mudado de aspecto mais ou menos doze vezes enquanto ele fazia isso. Ele parava, olhava para a estante, depois para a escrivaninha caprichosamente arrumada e concluía que estava tudo péssimo. Então, sacudia a varinha e os vidros saíam voando pela sala, rearrumando-se de outra foram completamente diferente.

            Ele finalmente decidira-se que aquela era a arrumação ideal (bem semelhante à que ele estava usando anteriormente quando resolvera mudar tudo) e já preparava-se para sair da sala com um sorriso de satisfação quando ouviu uma vozinha fina chamando-o:

            - O’á ‘evero! – ele voltou-se subitamente, achando que estava ouvindo vozes, porque não havia ninguém com ele ali dentro, virou a cabeça em todas as direções antes de perceber a minúscula figura meio luminosa, sentada sobre um vidro de pó de ossos de dragão da Macedônia.

            Ela tinha pouco mais que um palmo e meio de altura, se tanto. Era uma figurinha de aspecto humano, magrinha, com um par de asas de libélula nas costas, vestindo um trapinho cor de rosa, seus cabelos, de um amarelo alaranjado vivo,  eram mais arrepiados e revoltos que os de Harry Potter. Não usava sapatos, e tinha um par de olhões enormes, cor de mel. Snape esfregou os olhos e piscou repetidamente:

            - Você é uma fada?

            - Exata’ente! ‘erá que ‘ocê não ‘eria um ‘ouco de pó de ‘asca de ‘étlula ‘ara eu ‘azer uma ‘oção de ‘om humor ‘ara ‘ocê?

-         O que você disse? Poção de bom humor?

-         Ééééééé! -  Disse a fadinha, abrindo um imenso sorriso.

-         Eu não preciso de poção de bom humor... estou bem assim.

-         ‘endo a ‘im... ‘ão vejo ou’ra ‘olução... – a fada voou rapidamente até ele e deu um sonoro beijo em sua bochecha. Snape sentiu um calorzinho bom onde ela dera o beijo e abriu um sorriso besta, olhando a figurinha parada em seu ombro. Repentinamente ele percebeu que fora encantado pela fadinha, e sacudiu a cabeça para espantar o encantamento e voltar ao habitual mau humor. Ela sacudiu-se e ficou flutuando no ar, olhando-o com cara de censura

-         E ‘ocê ‘recisa ‘avar  o ‘abelo! – aquilo era demais, um ser de trinta centímetros de altura mandando-o lavar o cabelo! Ele sorriu malignamente para a fadinha, que permanecia observando-o  parada no ar, com a cara mais inocente do mundo, e abriu uma gaveta às suas costas, tirando de dentro a rede de pegar morcegos. A fadinha sorriu  e disse:

-         ‘uito ‘eio isso, ‘evero! – e disparou voando, porta afora. Ele correu atrás dela com a rede na mão, via a silhueta luminosa da fadinha ziguezagueando na sua frente, não havia ninguém no corredor, afinal era uma tarde de Domingo. A fadinha dobrou um corredor e ele dobrou rapidamente atrás dela, dando um encontrão em Sirius Black, que vinha na direção contrária. Os dois quase caíram, e Sirius disse, olhando-o de má vontade:

-         Posso saber porque você me atacou com uma rede de caçar morcegos, Snape?

-         Eu não te ataquei, Black, eu queria pegar a fada.

-         Fada?

-         É, a fada de cabelo alaranjado que apareceu na minha sala! – foi impossível para Sirius deixar de pensar “Snape pirou!” – Ela estava bem à minha frente, você não a viu?

-         Snape... eu não vi fada nenhuma... aliás, provavelmente fadas nem entram em Hogwarts...

-         Você está querendo dizer que eu estou vendo coisas?

-         Não. Eu estou afirmando que você está vendo coisas, Snape, e com todas as letras.

-         E o que você está fazendo na escola hoje, Black? É Domingo.... sua mulher deve estar sozinha em casa... – Sirius fez uma cara muito feia para Snape:

-         Ela não está sozinha em casa, Snape. Ela está aqui... viemos dar uma olhada no nosso afilhado e eu aproveitei para pegar uma coisa na minha sala... não esperava ser atacado no meio de um corredor.

-         Eu não te ataquei, Black

-         Eu sei... atacou a fada... algumas pessoas tem problemas mais cedo... decrepitude precoce – Sirius foi andando pelo corredor, Snape, furioso, foi atrás dele

-         Se você pensa que eu vou aturar sua arrogância só porque você é casado com uma amiga minha, Black, está muito enganado!

-         Ótimo, me ignore, é um favor que você me faz... não faço questão nenhuma de ter amizade com você, se te aturo é porque somos professores aqui e infelizmente Sheeba insiste em ser sua amiga... mas não se esqueça que foi comigo que ela casou, Snape... embora você estivesse aí o tempo todo em que eu estive na prisão!

-         ‘rigar é ‘uito ‘eio – Disse uma vozinha fina bem atrás de Snape. Sirius parou olhando para ele, mudo. Então , de trás da cabeça de Snape saiu uma figurinha esquisita, que era a mesma fada que Snape tentara pegar – ‘irius, ‘iga ‘ara ele ‘avar o ‘abelo! – Sirius estava em estado de choque. Snape, olhando para a fada e para ele falou:

-         Eu não te disse? – Com um estalinho a fada sumiu no ar. Sirius, ainda meio atônito disse:

-         Ela disse que você precisa lavar o cabelo!

-         Eu ouvi, Black! – Snape grunhiu.

-         O que ela está fazendo aqui? E porque resolveu aparecer para você?

-         E eu que sei? Precisamos pegá-la!

-         Não, Snape, precisamos falar com Dumbledore.. mesmo em Hogwarts, não é comum uma fada voando pelos corredores e dando conselhos para os outros!

-         Você está certo, mas se ela aparecer por aqui de novo, vai acabar amassada dentro de um livro!

            Eles foram afastando-se rápido para procurar Dumbledore, observados pela fadinha, que ria deles dentro de uma armadura próxima. E eles achando que ela era a única...

            Enquanto isso, no grande salão, Harry, Willy, Rony e Hermione conversavam com Sheeba. Ela usava uma veste ampla azul bebê, sua barriga já estava começando a aparecer. Os primeiros meses da gravidez de uma bruxa não costumam ser muito fáceis, Harry cansara de ver a madrinha andando com uma nuvenzinha esverdeada sobre a cabeça, dizendo “estou enjoada, não liguem, já passa”, inclusive nas aulas de adivinhação. Hermione, que já estava bem avançada no seu treino de farejadora da verdade com Sheeba, também acompanhara os sintomas, que agora estavam bem melhores. No momento, quem sofria mais com ela era Sirius, que tinha que aturar a pergunta “estou gorda?” de dez em dez minutos, e as eventuais crises de choro quando por brincadeira ele dizia que sim.

            Naquele Domingo haviam ido a Hogwarts porque ela estava se sentindo deprimidíssima em casa, gorda e inchada como um balão (o que era um tremendo exagero), Sirius achou que um pouco de conversa poderia distraí-la. E recomendara a Harry e aos outros que não dissessem em momento algum que a barriga dela estava grande ou crescendo. Agora ela e as meninas estavam muito animadas comentando as compras que fariam em Londres no feriado de Natal, a menos de duas semanas dali. Rony e Harry observavam entediados a conversa

-         Eu acho – dizia Willy – que você deve comprar muitas roupas em tons neutros, como amarelo, assim se nascer menino ou menina fica tudo mais fácil.

-         Mas eu acho – interrompeu Hermione – que azul é mais bonitinho, mesmo um quarto de menina pode ser azul... de menino também, mas se nascer menino vai ser estranho se o quarto for cor de rosa.

-         Eu vi um berço lindo no catálogo de Witch’s Bazaar! Mas não vou a Nova Iorque só para comprar um berço... Sirius queria comprar uma veste completa de quadribol para o bebê, agora vejam, eu não deixei, disse a ele que não ia querer um filho meu pressionado a ser jogador só porque o pai dele não conseguiu nunca um lugar no time da escola. – estavam no meio desta conversa, que para Harry e Rony era tão interessante quanto uma conferência sobre lesmas carnívoras, quando viram Sirius e Snape passarem rumo à sala de Dumbledore, Sheeba chamou Sirius, que disse:

-         Agora não, depois eu te explico.

            Harry achou aquilo estranho demais, mas não disse nada, olhou para o outro lado e viu, ou julgou ver, um facho de luz passar de um lado para o outro no fundo de um corredor. Piscou os olhos algumas vezes, devia ser impressão. Ele não sabia que tinha visto de relance uma fadinha chamada Fogacho.


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