A Volta de Rose Weasley escrita por Vitória M


Capítulo 9
Tomando atitude




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Após o jantar, Hugo pediu para que eu ficasse mais um pouco com ele e nossos primos. Aceitei, é claro. Qualquer minuto com eles era precioso. Me embrenhei no mar de alunos da Grifinória que saíam do Salão Principal e caminhamos juntos para o Salão Comunal da Grifinória. Fiquei um bom tempo conversando com Hugo e Lily, os únicos que diziam não estar com sono. Albus e Dominique tinham as responsabilidades do sétimo ano para administrar e eu sabia que todos tinham aula cedo no dia seguinte, por isso não demorei. Me despedi deles e saí de lá, indo em direção ao Salão Comunal da Sonserina, pensando em quão irônico aquilo era. Era tarde da noite e àquela hora todos deviam estar na cama, mas as regras não se aplicavam aos alunos de Durmstrang e Beauxbatons, eu acho.

– Bu! - soltei um berro inconscientemente, pegando a varinha num átimo e me virando para trás, onde Scorpius Malfoy estava às gargalhadas. Ele tinha as mãos na barriga e se desdobrava de rir. Meus olhos brilharam furiosos.

– 'Tá querendo me matar é? - exclamei, com uma mão no coração, que batia disparado. Ele nada respondeu, parecia muitíssimo ocupado rindo. - Ah, você não vai parar de rir? – dei um passo perigoso em sua direção. – Sei um feitiço que pode fazer você rir até o fim da vida. – ele me ignorou mais uma vez, muito feliz dando risadas. – É, acho que vou experimentá-lo.

Apertei minha varinha entre os dedos divertida e quando a ergui em sua direção, ele segurou meu pulso com força. Olhei para ele surpresa e vi que estava sério.

– Nunca aponte uma varinha para um Malfoy, nem de brincadeira. – meu rosto esquentou. Não ia aceitar aquela afronta.

Nunca dê um susto em uma Weasley. Nem de brincadeira. – frisei tentando me afastar. – Me solta. – ordenei, mas seus olhos brilhavam estranhamente em minha direção e ele não moveu um dedo. Então comecei a fazer força para me afastar, utilizando-me de minha outra mão. Ele segurou as duas firmemente enquanto nos movimentávamos estranhamente no corredor. Eu tentando me afastar e ele me mantendo à sua frente.

E então, de alguma forma, fomos os dois parar no chão, eu em cima dele. Não evitei e comecei a rir, sendo seguida por ele. E ficamos nós dois lá, parecendo idiotas, deitados no meio de um corredor vazio.

Passado uns segundos, percebi que uma de suas mãos ainda me segurava. Tentei levantar, mas ele me impediu. Ergui um pouco o corpo, o suficiente para me sentar, ainda em cima dele. Mordi meu lábio inferior ao notar a direção de seu olhar e ele sorriu, acariciando levemente meu braço. Antes que ele fizesse qualquer coisa, aproximei meu rosto do seu e sorri quando beijei o lado de seu rosto e sua respiração acelerou. Aquilo estava muito bom, saindo exatamente do jeito que eu queria.

Me afastei o suficiente para poder olhá-lo, e dei um pequeno sorriso. Rapidamente sua mão foi parar em minha nuca e no momento seguinte seus lábios tocavam o meu de uma forma indecente.

O barulho de saltos contra o piso entrou lentamente em meu ouvido, me fazendo despertar. Levantei num ímpeto e Malfoy fez o mesmo. Ajeitei rapidamente minha roupa.

– O que está fazendo? – olhei para trás vendo que ele estava uns dez passos distante de mim.

Entendi o que queria dizer e me preparei para sair dali junto com ele, mas um nome conhecido me fez parar.

– Senhorita Baldança… - era a voz de Madame Marie, sem dúvidas. Parei onde estava, no meio do corredor, olhando rapidamente para trás apenas para confirmar que Malfoy se mandara.

– Não, Madame Marie! – ouvi a voz esganiçada de Maria. Éramos colegas de classe, mas nunca nos demos muito bem. Maria era o tipo de pessoa que menos me agradava: aquela que queria mostrar mais do que era. – Eu não queria mesmo… posso fazer isso. Apenas me dê…

As duas apareceram no corredor e Madame Marie ergueu a mão, fazendo-a se calar.

– Rose, o que faz aqui? – perguntou me olhando seriamente. – Já devia estar dormindo.

– Desculpe, Madame. – dei um sorriso fraco olhando para Maria, que me sorriu rapidamente. – É que fiquei até agora com minha família.

– Ah, entendo. Mas agora vão, minhas queridas, já passou da hora de vocês. – Madame me apontou para Maria e nós duas voltamos juntas para o Salão Comunal da Sonserina.

– Preparada para amanhã, Weasley? – questionou, parecendo desinteressada, no meio do caminho.

– Nasci preparada. – respondi fazendo-a rir.

– Claro que sim. – quase podia tocar a ironia presente em sua voz.

Ficamos em silêncio após isso, o que se tornara normal entre a gente. Queria dizer a ela que não havia sido minha intenção magoá-la nem nada do tipo, mas ela não me fazia realmente falta. E não havia sido minha culpa, então me dispus apenas a lhe desejar boa-noite quando chegamos ao dormitório.

(...)

Acordei sentindo a adrenalina correndo dentro de mim. Me sentei na cama olhando Caterine e Sophia que ainda dormiam e ajeitei meu cabelo rapidamente. Levantei indo para o banheiro e quando voltei, as duas continuavam da mesma forma. Tão tranquilas dormindo que me dava agonia. Queria as duas de pé compartilhando a minha animação!

Peguei então minha varinha e voltando ao banheiro, joguei o que restava do xampu de Soph e uma boa quantidade do de Cat na pia. Transfigurei os dois vasinhos em grandes baldes e os enchi de água. Levitei-os de volta ao quarto e os dois planaram por um segundo acima da cama das duas.

Um segundo porque no momento seguinte eu tampava os ouvidos pelos gritos ensurdecedores que preencheram o quarto. Morri de ri quando perceberam que tinha sido eu e saí do quarto correndo. O problema é que as duas provavelmente estavam naqueles dias, e elas não viram nenhuma graça na brincadeira, pelo contrário, se levantaram furiosas e saíram correndo atrás de mim, as varinhas em riste.

Rindo, corri até o Salão Comunal. Cheguei antes delas, mas Soph, rápida como era, correu para a porta da saída do Salão e Cat ficou na frente da entrada do nosso dormitório. Estava completamente sem saída e não havia nenhuma boa alma viva no local que pudesse me salvar das duas loucas.

Sem saída, pulei por cima de um sofá e abri rapidamente a única porta livre que tinha ali. As duas continuaram me seguindo. Subi rapidamente uma escada, mas eu não parava de rir e as duas logo me alcançariam. Cheguei a um corredor e tentei abrir a primeira porta que vi, mas estava trancada. Entrei em pânico, claro. Minhas duas melhores amigas conseguiam botar medo quando queriam, e uma olhadela em suas caras assassinas foi o suficiente para me fazer correr até a segunda porta. Agradeci mentalmente quando ela se abriu, e a fechei rapidamente. Me escorei na porta, com os olhos fechados e respirando aos ofegos.

– Weasley? – abri meus olhos um pouco assustada, tinha esquecido que provavelmente havia invadido o dormitório de alguém. É claro que eu, sortuda do jeito que sou, entrei no dormitório do Malfoy e do Zabini.O safado do amigo dele analisava minhas pernas – em um pequeno espaço de tempo minha mente captou o fato de que eu estava apenas com uma camisola muito curta – mas Malfoy parecia surpreso demais para notar isso.

– Oi Malfoy. – dei um sorriso radiante, completamente desavergonhada. E daí que eu estava praticamente seminua e trancada em um quarto com dois meninos muitogostosos e safados?

– O que você está fazendo aqui? – perguntou novamente Malfoy. Luke ainda parecia muito ocupado em sua análise.

– Minhas amigas querem me matar. – respondi, dando de ombros, ao mesmo tempo em que ouvimos alguém berrando.

– ROSE WEASLEY! – tremi quando ouvi o grito de Caterine. Essa minha amiga tem uma voz muito potente! – SAIA DESSE QUARTO IMEDIATAMENTE! – dei uma olhada para os dois agora completamente em pânico.

– Uma ajudinha? – sorri amarelo, olhando fixamente para Luke. Tenho certeza que Caterine pararia com seus berros se fosse Luke quem saísse do quarto. O garoto finalmente olhou para meu rosto, a expressão um pouco confusa.

– Como?

– Minhas amigas querem me matar, - expliquei lentamente – e queria saber se não tem como você sair daqui e fazê-las voltar ao dormitório feminino.

– Elas também estão só de camisola? – foi o que ele perguntou, malicioso. O Malfoy deu um tapa nele, mas finalmente notou que eu estava apenas com uma camisola branca de seda, praticamente transparente, e passou a olhar meu corpo. Revirei meus olhos.

– Não, estão apenas de calcinha e soutien! – não precisei falar mais nada; ele veio correndo em minha direção, e fui para o lado para que ele pudesse abrir a porta.

– ROOOOSE... – Sophie gritou, e depois disso ouvi Luke gemendo de dor.

Fechei novamente a porta e não consegui ouvir mais nada. Não resisti e comecei a gargalhar, pobre Luke. Quando parei de rir, meus olhos se fixaram na figura que agora me olhava maliciosamente.

– Pelo jeito gosta do que vê. – provoquei e ele sorriu vindo em minha direção.

– Alguma dúvida? – aproximei meu corpo do dele e passei meus braços por seu pescoço, arranhando levemente sua nuca. Ele se arrepiou e sua mão passeou por minha cintura lentamente. Seus olhos brilhavam contra os meus.

– Claro que não. Sei que sou irresistível. – dei um sorriso zombeteiro enquanto me inclinava um pouco para trás convencidamente.

Ele ia responder, mas recuou.

– É verdade. – falou por fim e me beijou. Eu, boba do jeito que nãosou, retribui com tal intensidade que ele me levantou do chão, fazendo com que eu passasse minhas pernas por sua cintura. E então, num momento realmente bom em que minha mão boba adentrava sua camisa, alguém abriu a porta que bateu com força em mim, me machucando pra caramba. Caí de bunda no chão, mas quando vi quem era, corri para trás do Malfoy, que olhava um pouco assustado para a minha amiga.

– ROSE WEASLEY, você pode ter feito Caterine recuar, mas não eu! – Sophie gritou e eu me encolhi atrás de Malfoy, rindo. – É melhor sair daí. – falou ameaçadora para ele.

Senti que ele ficou tentado a sair da minha frente: quem não ficaria com medo de Soph e daquela cara assassina dela?

– Que tal se acal… – ele teve a chance dele de fugir, é verdade. Sophie, não sei como, começou a nos bombardear com uma gosma esverdeada. Quando se sentiu satisfeita, me olhou como se dissesse “isso é pra você aprender” e saiu do quarto.

Olhei a porta escancarada e depois olhei todo o meleiro que ela havia feito.

– Eu vou me matar tirando essa gosma do meu cabelo! - exclamei, chocada. Passei a mão pelo cabelo e ele estava duro, olhei de relance para a minha mão e ela estava verde. Droga!

– Você está preocupada com o seu cabelo? - perguntou Malfoy, incrédulo. Olhei por um momento para ele e comecei a gargalhar. Ele não tinha apenas o cabelo engosmado; já que servira de escudo para mim, todo seu corpo estava verde. - Dá pra parar de rir? - sua voz era furiosa, o que fez com que eu risse ainda mais. Ele se exaltou, e segurou com força meus pulsos, esfregando seu corpo no meu.

– O que... o que você está fazendo? - gaguejei, quando ele passou seu braço por minha barriga. Ele deu um sorriso zombeteiro e foi aí que percebi que sua verdadeira intenção era esfregar aquela gosma em mim.

– Aaaaaaaaah - comecei a me debater, mas ele apenas segurou meus pulsos com mais força, e ria enquanto passava seu rosto por meu pescoço. Senti cócegas e comecei a rir junto com ele. - Scorpius, para, Scorpius, paaaara! - e ele realmente parou, mas não me largou, apenas olhou chocado para mim.

– O que você falou? - sua voz estava rouca e seus olhos tinham um estranho brilho.

– Pra você parar? - perguntei, confusa.

– Não, você disse o meu nome.

– Ah, isso. - falei, um pouco constrangida. Dei de ombros. - Não tenho problemas com o seu nome, posso ficar falando ele se você quiser, Scorpius, Scorpius, Scorpius, Scorpius, Scorpius... - não pude continuar cantarolando, pois ele se aproximou mais e me calou com um beijo.

Minha mão foi em direção ao seu cabelo, o puxando, pouco me importando com a gosma que estava ali. Uma mão sua também foi para o meu cabelo e a outra se fixou em minha cintura. Ele me fez andar lentamente, até que eu encontrasse a parede como obstáculo e me prensou na mesma. Puxei seu cabelo, trazendo-o ainda mais para perto. O oxigênio estava infelizmente acabando e sua boca abandonou a minha para descer dando pequenos beijos por minha mandíbula e pescoço. Eu soltei um gemido assim que sua língua tocou o lóbulo de minha orelha e ouvi Malfoy gemer também.

E foi isso que me acordou.

Meus olhos se arregalaram, e o empurrei imediatamente. Sem dizer nada para ele, saí de seu quarto correndo, deixando-o com uma careta confusa.

(...)

Meu olhar estava vago. Olhava sem ver para o quadro azul, roxo e verde. Tinha algo realmente me preocupando, e eu queria desabafar com alguém. Mas Sophie e Caterine não eram indicadas, já que sem dúvidas tentariam me animar. Precisava de alguém que me aconselhasse. Por isso, passei pelos alunos de Beauxbatons - estávamos todos reunidos na carruagem, esperando o momento para colocarmos nossos nomes no Cálice de Fogo - e fui em direção ao quarto de Madame Marie.

– Entre. - abri a porta um pouco hesitante, e vi a diretora sentada em um sofá, em frente de sua cama. Ela abriu um sorriso carinhoso assim que me viu. - Rose! O que houve, mon chéri,? Sente-se. - deu duas batidinhas leves do seu lado e eu, sorrindo, fui até lá.

– Olá Madame Marie. Eu queria conversar com a senhora.

– Claro, Rose! Fale, o que te aflige? - levantei meus olhos e encontrei os de Madame Marie. Ela me olhava seriamente, e parecia saber que havia algo de errado comigo.

– Sinto-me culpada. - respondi, começando a me sentir melhor assim que as palavras saíram. - A maioria da minha família queria se inscrever no Torneio, mas não o farão, pois não querem que, caso eu e um deles sejamos escolhidos, acabemos por nos tornar inimigos... Mas eu sei que Albus sempre quis participar do Torneio, ele sonhava com isso, e Dominique também! Os dois tiveram tio Harry e tia Fleur como exemplos e queriam também ser Campeões... - pensei ter visto um estranho brilho nos olhos de Madame Marie, mas foi tão rápido que ignorei.

– Não se preocupe, mon chéri, é uma escolha sábia de sua família. Tenho certeza que você não suportaria ser inimigo de um deles... E tenho certeza que eles não a culpam por isso. É melhor você esquecer e se preocupar se será ou não escolhida! - não fora o conselho que eu esperava, mas ajudou para que a culpa diminuísse.

(...)

Observei quando as chamas azul peroladas receberem o meu papelzinho dobrado. O papel em que antes estava escrito Rose Jean Granger Weasley agora estava chamuscado.

Estava feito.

Fui um pouco para o lado, deixando Caterine passar, e logo depois Sophie. Nós três nos entreolhamos, e nada dissemos. Sabíamos a gravidade do que estávamos fazendo.

– Precisamos treinar mais. - murmurou Caterine, o rosto sério. Eu assenti, e saímos do Salão Principal. Guiei-as para o lugar perfeito onde poderíamos treinar: Sala Precisa.

(...)

FLAGELLO! – Sophie gritou e sua varinha se transformou em um chicote. Ela o bateu no chão como se o experimentasse e logo depois o chicoteou tentando me tocar. E não conseguiu por pouco!

BOMBARDA! – lancei em resposta e ela se arremessou no último momento para o lado, evitando o feitiço. Um Protegonão era o suficiente para se defender dele, mas ela imediatamente se levantou e me atacou. Me defendi e continuamos duelando.

Caterine, sentada confortavelmente vendo a luta dava a impressão de estar entediada, mas eu sabia que acompanhava detalhadamente cada movimento nosso.

Era um costume que tínhamos treinar feitiços e maldições, nós três, e após sabermos do Torneio Tribruxo o hábito tornara-se necessário para o caso de uma nós ser a escolhida.

Observei quando Sophie finalmente se rendeu, ofegante, tomando água de uma garrafinha que tinha trazido. Exausta, porém feliz com a vitória, também me sentei, pegando um pano para secar o suor.

– Caso paremos na tal Floresta Proibida… – Caterine não dava descanso. Na verdade, nenhuma de nós. Aproveitávamos os momentos de maiores cansaços para testar a mente uma da outra. – Uma famosa aranha gigante aparece…

Glacius. – Soph respondeu antes de Caterine terminar de falar e deu um sorriso superior, que eu retribuí. Havia pensado em um Reducto, mas congelá-los também parecia de grande serventia.

Já havíamos passado meia hora duelando e passamos mais meia hora com Caterine lançando hipóteses e nós respondendo cansadas. Sophie me venceu nessa parte, ela parecia adivinhar o que Caterine queria antes mesmo que nossa amiga terminasse de falar.

– Nosso treino hoje foi realmente bom! - disse Caterine feliz. Concordei, cansada demais para continuar a falar. Aquela havia sido a primeira vez que Caterine não se metia em nosso duelo ajudando aquela que mais precisava, indo contra a outra. Precisara apenas uma vez de sua ajuda, cerca de uma semana antes, quando Sophie me acertara com umIncarcerous. - Se uma de nós for a escolhida, estará muito bem preparada! - assenti novamente. Realmente, nosso único problema era ser escolhida.




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