A Volta de Rose Weasley escrita por Vitória M


Capítulo 8
Torneio Tribruxo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/153005/chapter/8

Entramos calmamente no Salão Principal. Quer dizer, Alice saltitava ao meu lado e eu ria de sua expressão de contentamento. Ela era sempre assim: descontraída, brincalhona, de bem com a vida. Sua presença era alegre e eu soltei uma gostosa gargalhada quando ela me olhou mostrando a língua por eu ter rido dela.

– Você é muito infantil, Line! - exclamei, ainda rindo.

– E você é muito adulta pra sua idade, senhorita Weasley! – foi minha vez de mostrar a língua, e não pude evitar meu contentamento ao ouvi-la me chamar por meu sobrenome. Todas as vezes que eu era chamada de Grangerera estranho, pois não era o sobrenome que eu queria realmente ouvir.

Line olhou para um ponto da mesa da Sonserina e voltou a olhar para mim, dessa vez séria.

– Sua amiguinha está olhando para cá com cara feia! - soltei um pequeno risinho enquanto olhava em direção a Caterine, que tinha a sobrancelha arqueada para mim. Rindo, me despedi de Line, que foi conversar com Louise e Isabela Farias. Me aproximei de Cat e Soph.

– Vocês não se importam que eu me sente com os meus primos hoje, se importam? - perguntei antes que Caterine fizesse algum comentário. Seu olhar suavizou e foi ela quem respondeu.

– Claro que não, Rose. Vai lá, aproveite eles! - feliz com sua resposta, caminhei em direção à mesa da Grifinória saltitando tanto quanto Aline fizera ao entrar no Salão Principal.

– Oi! - exclamei assim que cheguei na extremidade da mesa em que meu irmão e Lily se encontravam. Os dois abriram grandes sorrisos e Lily foi um pouco mais para o lado, para que eu pudesse me sentar entre ela e Hugo.

– Roseeeeee! - antes que eu pudesse me sentar completamente, ouvi alguém gritando meu nome e momentos depois uma cabeleira ruiva estava me puxando.

– Hei, Molly, espera! - praticamente gritei para que ela me ouvisse, mas ela não ligou, apenas continuou me puxando. Alguns rostos se viraram em nossa direção ao ouvir meu grito rindo de meu desespero.

– Molly, Molly, para onde você está me levando? - perguntei enquanto saíamos do Salão Principal. Consegui me desvencilhar dela e assim ela parou olhando por cima da minha cabeça. De repente bateu uma mão na testa e voltou correndo para onde Lily e Hugo estavam sentados. Os três vieram em minha direção, Lily e Hugo com as expressões tão confusas quanto a minha.

– O que está acontecendo? - perguntei meio nervosa.

– Não posso falar agora, Rose. Apenas me siga. - deixei que a louca nos guiasse. Ela nos levou para o sétimo andar, em frente a uma parede sem nada. Sorri sabendo que ali não era apenas uma parede.

– Sala Precisa. - sussurrei, e Molly assentiu, enquanto caminhava de lá para cá três vezes. Na terceira vez, uma porta apareceu e Molly a abriu sem pestanejar. Foi um baque ver todos reunidos lá dentro. Lily deu um gritinho e exclamou:

– Reunião em Família! - abri instantaneamente um sorriso, finalmente entendendo o que Molly queria. A Reunião em Família era um hábito que tínhamos. Todos Weasley que ainda estavam em Hogwarts se reuniam, e conversávamos assuntos variados. Era o dia da família, já que a maioria tinha amigos diferentes e estavam em anos diferentes. Essa era uma maneira nossa de nunca nos desconectar.

– Faz anos que não nos reunimos assim! Pensei que seria uma boa ideia agora que Rose voltou. - comentou calmamente Dominique, vindo em minha direção e me dando um abraço.

– É uma ótima ideia! - disse, tentando evitar o desconforto com suas palavras. Era quase óbvio que eles haviam parado de se reunir por minhaculpa.

– Mas então - comecei, quando me sentei no pufe violeta que tinha ali na sala. Todos estávamos sentados numa rodinha, cada um num pufe de uma cor. - o que querem falar?

– Sobre Beauxbatons, é claro. - respondeu imediatamente Lucy. - Como é lá?

Dei uma explicação detalhada de como era a Escola e, depois de satisfeitos, começaram a me contar o que fizeram e aprontaram nesses anos. Depois nos divertimos com alguns jogos, e perdi uma partida particularmente longa de xadrez bruxo do meu irmão, que herdara as habilidades de meu pai. Jogamos Snap Explosivo e fizemos muitas outras brincadeiras. Mais tarde, quando estávamos novamente reunidos sentados nos pufes, Dominique falou algo que fez com que todos ficássemos tensos.

– Torneio Tribruxo. - disse olhando diretamente para mim. - Devo presumir que o motivo pelo qual você está aqui é pelo Torneio, não? - sua voz não era acusatória, pelo contrário, ela falava num tom suave e curioso.

– Sim.

– Então, obviamente, você irá participar. Eu planejava me inscrever, mas não quero de jeito algum ser sua inimiga. Portanto, proponho algo. - olhou seriamente para todos ali na sala, que escutavam o que ela dizia seriamente. - Ninguém mais se inscrever, apenas Rose.

– Mas… e se eu não for a Escolhida? – perguntei temerosa. Não era prazeroso pensar em disputar o Torneio com alguém da minha família, mas ao mesmo tempo não queria que Dominique desistisse de algo que ela queria.

Na verdade, que qualquer um com idade suficiente queria.

– Bem, melhor nenhum de nós, que dois de nós. – sorri agradecida pelo sacrifício que ela estava fazendo por mim. – Seria realmente uma catástrofe se dois Weasley participassem do Torneio.

Todos concordaram sem pestanejar, apesar de meu olhar estar sobre Roxanne e eu ter visto seu rosto nublar-se de raiva, mas ela ficou quieta, provavelmente lembrando-se de minha ameaça.


(...)


Voltamos para o Salão com o olhar de várias pessoas sobre nós. O que posso dizer? A família Weasley é realmente grande e todos estando juntos sequer conseguem passar lado a lado pelas largas portas do Salão Principal.

Já tinha avisado Soph e Cat que iria jantar com meus primos, e elas não se importaram. Observei enquanto a professora McGonagall se levantava ao fim do banquete, fazendo com que o Salão ficasse silencioso imediatamente.

– Devido a alguns imprevistos na noite passada, - senti meu rosto corar instantaneamente. - a abertura oficial do Torneio Tribruxo será feita hoje. Eu gostaria de explicar algumas coisas antes de trazer o escrínio... - ouvimos alguns murmúrios de es o quê? Eu, Lily, Albus e Hugo nos entreolhamos, sorrindo. É claro que sabíamos como eram escolhidos os campeões, tio Harry e papai sempre contavam para nós esta história.

Seu tio teve muito azar, Rosinha, quando foi escolhido para o Torneio Tribruxo. Todos ficaram contra ele, inclusive eu, lembrei de quando meu pai me contou, a voz um pouco amarga no início.

"... O Sr. Larry Hadwin, Chefe do Departamento de Cooperação Internacional em Magia, e a Sra. Natasha Rodrigues, Chefe do Departamento de Jogos e Esportes Mágicos não puderam, infelizmente, comparecer a abertura do Torneio, mas se juntarão a mim, ao Prof. Krum e à Madame Marie na banca que julgará os esforços dos campeões, já tendo sido decidido o prêmio em mil galeões.

Meu coração deu um salto à palavra campeões, e a Prof. McGonagall, vendo os rostos ansiosos, deu um meio sorriso dizendo:

– O escrínio, então, por favor, Sr. Zacs. - o mesmo homem feio e de cabelo lamacento que nos guiou até o Salão Principal no primeiro dia se aproximou, trazendo uma arca de madeira, incrustada de pedras preciosas.

– Como todos sabem, três campeões competem o Torneio, - ia dizendo a diretora, mas ela deu um pequeno sorriso, como se lembrasse de algo e eu voltei a olhar Lilian, que também sorria. – houve apenas uma exceção, vinte e oito anos atrás, revelando quatro campeões. O nome daquele que deseja se inscrever deve estar em uma caligrafia clara, acompanhado do nome da Escola a qual pertence. As medidas tomadas no último Torneio continuam, por isso, apenas estudantes maiores de idade poderão se inscrever. – McGonagall teve que se sobrepor aos murmúrios de indignação que se seguiram. – Por favor, não são tarefas que alunos de qualquer ano possam exercer! É preciso, acima de tudo, conhecimento, pois não serão tarefas fáceis.

Claro que não seriam, e era aquilo que me deixava com ainda mais vontade de participar. Ganharia o título de campeã acrescido à bonificação de mil galeões.

McGonagall ergueu a mão com a varinha em um pedido mudo de silêncio. Com três leves toques sobre a arca de madeira, a tampa se soltou afastando-se dela, dando espaço para que McGonagall retirasse de lá um grande cálice talhado em ouro e em sua borda, chamas branco-azuladas movimentavam-se.

– Aviso àqueles que desejarem por seu nome no Cálice que é um caminho sem volta. – ela olhou séria para todos os alunos, demorando o olhar na mesa da Grifinória, e senti que ela nos observava. – Uma vez escolhido, o aluno terá que participar. - dei um leve sorriso àquelas palavras. - Para que sejam evitados eventuais tentativas de menores de idade depositarem seu nome no Cálice, será traçada uma linha etária ao seu redor e ele permanecerá aqui no Salão Principal até amanhã à noite, quando revelaremos os campeões. Mais uma vez, estejam cientes do compromisso que assumirão ao decidir ser um campeão. Agora vamos, uma boa noite a todos.




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!