A Volta de Rose Weasley escrita por Vitória M


Capítulo 2
Sumiço de Rose




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A Toca, três anos atrás

Lilian Luna Potter acordou de noite; estava com sede. Levantou-se, pegou o roupão e calçava os chinelos, quando percebeu uma coisa: Rose não estava no quarto. Imediatamente, estranhou, já que Rose dormia como uma pedra e era raro a prima acordar no meio da noite. Desceu rapidamente as escadas, esperando encontra-la na cozinha. Seu coração disparou ao ver tudo escuro, sem ninguém lá embaixo. Ela já estava suando frio quando saiu correndo pela casa atrás da prima. Não achou-a. Por fim, foi até o quarto dos meninos. Assim que abriu a porta, viu deitados na cama seu primo Hugo, e seus irmãos Albus e James, ressonando tranquilos.

– Albus, James, Hugo. – sussurrou a garota, com medo de acordar os avós. Quando ninguém acordou, balançou cada um. Continuaram dormindo. A respiração calma e ritmada deles irritou Lílian. Seu coração batia em disparada. Sem achar outra solução, bateu com força na face de James.

– Ai! – ele acordou de imediato, esfregando o lugar em que a irmã batera. O grito fez com que os outros dois também acordassem; ambos caíram da cama com o susto. – Você está louca Li...

– Shiii! – fez Lilian, prestando atenção para ver se os avós não acordaram. Quando viu que tudo continuava silencioso, disse:

– Desculpe, mas vocês não acordavam. – ela não parecia nenhum pouco arrependida vendo o irmão esfregando onde ficara a marca de seus dedos.

– O que você quer? – perguntou Hugo rabugento, já deitando-se novamente na cama.

– Rose sumiu. – disse nervosamente.

– O quê? – exclamou Hugo, levantando-se novamente, dessa vez mais desperto.

– Como assim sumiu? – perguntou Albus preocupado.

– Acordei agorinha com sede e ela não estava na cama. Revirei toda A Toca e não a achei. - falou tremendo. Onde será que a minha prima se meteu?, perguntava-se Lilian. Provavelmente ela pode ter saído para dar um passeio, porém essa possibilidade estava assustando-a muito.

– Você tem certeza, Lilian?

– Tenho, James. Ainda não estou cega. – disse já ficando irritada. Por que os três ainda estavam ali parados?, era o que a caçula Potter se perguntava.

– Deve ter acontecido alguma coisa. – disse Hugo preocupado, em sua mente passando milhões de possibilidades, uma mais horrível que a outra.

– O que vamos fazer? – perguntou Albus, e todos olharam para James. Apesar de tudo, ainda era o mais velho e responsável dali. Ele pigarreou, tentando mostrar segurança, mas na verdade não sabia o que fazer.

– Vamos falar com a vovó e o vovô. É o único jeito. – optou pela melhor opção.

Os outros assentiram, e foram devagarzinho para o quarto dos avós, com medo de acordá-los abruptamente. Chegando ao quarto, os avós despertaram antes que eles precisassem acordá-los; pareciam pressentir que as crianças estavam ali.

– O que vocês estão fazendo há essa hora fora de suas camas crianças? – perguntou vovó Molly severamente.

– Vovó eu acordei para ir tomar água – além do medo pela prima estar sozinha, Lilian tinha medo da reação da avó quando contasse tudo, por isso falava com a voz um pouco tremula – quando olhei para a cama de Rose ela não estava lá, estranhei já que ela não gosta de sair sozinha no escuro. Eu pensei que ela tivesse ido ao banheiro ou algo assim, mas fui atrás dela pela casa e não a encontrei... – a garota falava rapidamente, atropelando as palavras de tão preocupada que estava.

– Calma criança! Ela deve estar em algum lugar – disse vovô Arthur com um tom despreocupado, mas até mesmo crianças de 14 anos perceberiam o quão preocupado estava. – vamos nos separar e procurar pela casa. – disse com um sorriso tranquilizador, trocando um olhar nervoso, logo em seguida, com Molly.

Lilian suspirou frustrada; sabia que não adiantaria nada procurar pela casa já que ela mesma já o tinha feito, mas preferiu ficar calada, com esperança de que não tivesse olhado em todos os lugares.

– Isso mesmo – disse vovó – Albus e Lilian vão para o segundo e terceiro andar, Hugo e James vão para o quarto andar, eu e seu avô vamos ver nos outros lugares.

Lilian sabia que não achariam a prima, mas sentiu-se desesperada ao constatar novamente que Rose sumira.

– Ela vai aparecer. – dizia Molly tranquilizando James, Lilian, Albus e Hugo, que estavam histéricos, mas a avó mesma parecia que logo teria um ataque cardíaco. Arthur mandava uma carta para toda a família para que ajudassem na busca pela menina. Os primeiros a aparecerem foram Rony e Hermione.

– O que aconteceu mãe, para nos chamarem a essa hora? - perguntou Ronald preocupado já que era de madrugada, então só podia ser algo realmente importante.

– Bem, Rony, temos uma notícia um tan... - mas Arthur Weasley não pode terminar, pois Molly soltou, sem conseguir segurar.

– Rose sumiu! - exclamou preocupadíssima.

– COMO ASSIM ELA SUMIU? - gritou Ron ficando totalmente vermelho, enquanto Hermione empalidecia e arregalava os olhos.

– Molly, tem certeza que ela não está em nenhum lugar? – perguntou Hermione depois de soltar um longo suspiro tentando se controlar. A castanha tinha um nó na garganta só de pensar que sua filha poderia estar sumida.

– Nós procuramos em todos os lugares, tia - disse James timidamente. Rony olhou na direção onde as crianças estavam, na esperança de ver Rose ali. Desesperou-se quando não viu a cabeleira ruiva da filha.

Depois de meia hora, todos os adultos da família já tinham chegado, a não ser Carlinhos que não pôde vir da Romênia. Todos também se desesperaram com o desaparecimento de Rose, e procuraram-na em tudo que é lugar. Harry Potter acionou os aurores que também ajudaram a procurar.

Algumas horas depois, ninguém tinha nenhuma pista de onde Rose Weasley poderia estar.

Presente

– Você tem certeza, mon chéri? – perguntou Madame Marie. Estávamos em sua sala, e ela sentava ao meu lado em um luxuoso sofá de veludo. Seu rosto virado para mim refletia preocupação.

– Sim, Madame Marie. – disse convincente, mas ela sabia que eu estava mentindo. A única pessoa que eu não conseguia enganar.

– Você sabe que toda sua família estará lá, não? – perguntou, tentando achar alguma hesitação em mim.

– Sei, é claro. Mas não se preocupe. Estou mais do que pronta para reencontrá-los.

– Está pronta para reencontrar os outros também?

– Sim. – respondi depois de uns instantes em silencio. – Acho que estou pronta.

– É claro que está. – concordou sorrindo. – Olhe para você! Completamente diferente do que da primeira vez que nos vimos. – seu sorriso era de adoração, e senti algumas lagrimas nos olhos.

– Tenho muita sorte por ter você, Madame Marie. – ela sorriu, e ficou em silencio, também com lagrimas nos olhos. – E não se preocupe. Sei que estou pronta para ver aqueles que tanto me humilharam.

– Tudo bem, mon chéri. Sabe que confio em você, fará o que for certo. - disse ela, passando a mão carinhosamente por meus cabelos.

– Obrigada pela confiança, Madame Marie. A senhora sabe que é como uma mãe para mim.

Ela deu um sorriso carinhoso, e deu-me um beijo no rosto. Não pude deixar de notar que ela não respondera minha “pergunta”.

(...)

– Rose, você está bem? – perguntou-me preocupada Caterine. Nós já estávamos na carruagem a caminho de Hogwarts. Meu peito batia em disparada e eu suava a frio.

– Sim, claro. – disse com a voz tremula. Quando vi que não convenci, disse num suspiro: - Meninas, vocês sabem toda a minha história. – elas assentiram. - Eu estou nervosa. – confessei. Elas olharam-me com compaixão.

– Não era pra menos, Rose. – disse Sophie, confortadora. – Seria estranho se você não estivesse nervosa.

– Acha que eles estão bravos comigo? – perguntei num sussurro.

– Quem?

– Minha família.

– Eu realmente não sei – disse carinhosamente Sophie.

– Rose, você sabe que errou. – disse Caterine com firmeza. - E você demorou três anos para realmente sentir-se arrependida. Mas eles são sua família, e te amam.

Não disse nada, apenas soltei um suspiro; sabia que ela estava certa.

Elas eram verdadeiras amigas; Caterine e Sophie eram as únicas que sabiam a minha historia. Sempre estiveram comigo e me apoiaram. São as pessoas mais compreensíveis que conheço.

– Onde será que vamos ficar "hospedadas" em Hogwarts? – perguntei mais para mim mesma.

– Rose, não sabemos nem como é em Hogwarts. – replicou Sophie.

– Eles são divididos apenas pelas turmas, como nós em Beauxbatons? – perguntou-me Caterine, realmente interessada.

– Não. Lá tem quatro casas: Grifinória, Sonserina, Lufa-Lufa e Corvinal. Tomara que não fiquemos na Sonserina. – sussurrei no final. Pelo meu tom de voz, elas não precisaram perguntar o porquê.

Eu me lembrava de todas as humilhações, e sentia um gostinho de vingança cada vez que as repassava em minha memória.

Flashback on

Eu estava na biblioteca lendo um livro que a bibliotecária tinha me recomendado. Senti o meu estomago roncar tão alto que olhei pros lados assustada, com vergonha de que alguém tivesse ouvido.

Olhei o meu relógio e vi que havia perdido o almoço. A única solução era ir à cozinha falar com os elfos e pedir alguma comida, pois não aguentaria até a janta.

Recolhi minhas coisas e fui em direção à cozinha no primeiro andar. Estava tão absorta pensando no que tinha lido que esbarrei sem querer em alguém.


Cai com tudo no chão, espalhando todas as minhas anotações e meus livros, até que ouço uma risada irritante.


– Saia da minha frente sua filhote de sangue ruim. - disse um loiro aguado irritante: Scorpius Malfoy. Ele riu de mim, toda estatelada no chão.


– Me deixe em paz! – gritei, não controlando as lágrimas. Apesar de eu já estar acostumada àquilo, não suportava quando me humilhavam.


– Não é porque você é um sangue puro que é melhor que os outros! – berrei, recolhi rapidamente minhas coisas e sai correndo de lá.


Um dia esse moleque irá me pagar caro.


Flashback off.


Caterine pigarreou.


– E aí, pretendem fazer alguma vitima durante a nossa estada em Hogwarts? – perguntou brincalhona. Imediatamente eu e Sophie entramos na brincadeira.


– Ainda não sei. Preciso analisar o produto. – respondeu Sophie maliciosamente.


– Eu já sei exatamente quem será meu alvo. – respondi também maliciosa.


Ficamos conversando coisas banais e dormimos pelo resto da viagem. Pareceu uma eternidade até finalmente Madame Marie aparecer na nossa cabine.

– Já estamos chegando, meninas. – senti meu coração bater mais rápido, e exclamei, em pânico:

Puta que pariu, quero voltar! Não estou preparada.

– Rose, não exagere. – disse Sophie rindo. Não pude evitar rir com a minha dramatização.

Soltei um suspiro nervoso, meu coração parecia chumbo, de tão nervosa que eu estava. Analisei-me no espelho que tinha ali. Estava tudo em ordem, exceto...

– Caterine, por favor, aperte meu espartilho.

– Mais ainda Rose? – questionou Sophie boquiaberta.

– Sim, assim eu se eu desmaiar terei uma desculpa. – disse brincando, enquanto Caterine apertava mais o espartilho. Minhas amigas riram, mas Madame Marie não achou nada engraçado.

– Rose, amiga, você com certeza vai surpreender a todos. Está linda! – disse Caterine. Não pude evitar que um sorriso escapasse por meus lábios.

– Vocês também estão lindas meninas. – disse para elas. O meu uniforme era um pouco diferente da de todas, porque eu entraria depois com a diretora – o que era uma grande honra.

– Isso mesmo, nós vamos deixar nossas marcas nessa escola. – disse Sophie – Quem sabe não será uma de nós a competidora?

– Bem que adoraria, seria muito gratificante participar, e seria um sonho levar o troféu para a nossa escola. – disse Caterine – ainda mais que a maioria dos alunos são meninos, alguns garotos machistas devem pensar que somos fracas.

– E estarão muito enganados. – falou pela primeira vez Madame Marie, e todas nós trocamos sorrisos cúmplices.

– Tem certeza que não quer desistir, Rose? – perguntou-me a diretora de supetão.

– Eu nunca desisto, Madame Marie. Ainda sou uma teimosa Weasley! – ela sorriu, como se tivesse ouvido exatamente o que queria ouvir.


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