– Bom, segundo a profecia três devem ir nessa missão como diz no primeiro verso. – começou Marvin, mais dessa eu já sabia, mais preferi ficar calado. – Já no segundo verso, diz que...

Marvin engoliu em seco, ficou quieto e olhou para Quíron pedindo ajuda. Annabeth bufou impaciente e olhou para mim.

– Diz que um filho de Zeus deve ir nessa missão. – disse ela a contragosto.

– A Thalia vai nessa missão? – perguntei mesmo sabendo que ela não iria a essa missão.

– Não. – respondeu Quíron. – Como a profecia mesma diz, um filho, um menino filho de Zeus. Damon é o único filho de Zeus.

– Então essa missão só vai acontecer daqui a mais de dez anos. – falei prontamente e Annabeth sorriu de lado.

Nem pensar que eu ia deixar um bebê de um ano de idade ir em uma missão perigosa com dois adolescentes, mesmo que sejam muito meus amigos e mesmo que eu ache os dois responsáveis em alguma coisa, eles nunca cuidaram de um bebê na vida deles. Damon é meu filho, não vou deixar de jeito nem um ele ir nessa missão.

– Concordo com o Percy. – falou Annabeth. – Daqui a mais de dez anos, ou mais ainda se quiserem levar o Damon com vocês.

– Crianças. – começou Quíron calmo.

– Crianças nada, Quíron. – Annabeth falou se levantando, obvio me levantei junto com ela, vai que ela tenta matar alguém. – Não vou deixar eles levarem meu filho para uma missão perigosa como essa.

– Eu não queria que isso acontecesse também, Annabeth, mais é preciso criança. – disse Quíron gentilmente.

– Me de um único motivo, Quíron, para eu deixar eles levarem Damon nessa missão a onde, segunda minhas fontes, tem um monte de monstros no local. – desafiou Annabeth apontando para Ashley e Marvin e no final olhou para Quíron.

Ashley já estava abraçando Marvin e escondendo seu rosto na curva do pescoço dele, eles pareciam com medo, muito medo e eu não os culpava. Se Nico visse essa cena com certeza ele não pensaria direito no que está acontecendo e ficaria uma fera.

Quíron somente olhou para Annabeth e arqueou uma sobrancelha. Annabeth olhou para ele com os olhos semicerrados.

– Conversamos mais tarde. – disse Quíron por fim. – Vocês acabaram de chegar, precisam comer e descansar, depois do jantar quero conversar com vocês dois. Depois do almoço não vou poder, pois tenho que dar aulas. – falou apontando para mim e para Annabeth. – Só peço que não matem a Ashley e o Marvin, eles não tem culpa.

Relutantes, assentimos, pegamos nossas mochilas e a de Damon e saímos da Casa Grande. Fomos em silencio até a ala dos chalés, ninguém estava afim de falar nada depois do que aconteceu na Casa Grande. Assim que chegamos na porta do chalé de Poseidon Annabeth se virou para Ashley e Marvin.

– Vocês, por favor, podem procurar o Nico? Ele esta com Damon, queria saber a onde eles estão. – disse Annabeth e os dois assentiram de imediato e cada um foi para um lado procurando Nico e Damon. – Volto já, só vou arrumar minhas coisas.

– Tudo bem. – falei e dei um selinho em Annabeth.

Esperei Annabeth entrar no chalé de Atena e só depois entrei no chalé de Poseidon. Arrumei minhas coisas e fiquei andando de um lado para o outro pensando na profecia e em Damon.

Por Zeus, como Quíron aceitou que Damon fosse nessa missão? Ele não pode se defender.  Ele é só um bebê, fala serio isso é absurdo de mais tem alguma coisa errada nessa historia toda.

Fiquei tão absurdo em meus pensamentos que nem reparei que alguém havia entrado no meu chalé e me dado um abraço que teria quebrado todos os ossos do meu corpo se eu não tivesse me banhado no Styx.

Somente uma pessoa, ou ciclope no caso, poderia me dar um abraço como esse.

– Tyson. – falei com um fio de voz.

– Percy tá vivo. – disse ele alegre e para minha felicidade ele me soltou.

– Bem vivo. – falei sorrindo. – Chegou quando, grandão?

– Há uns cinco dias eu...

Uma batida na porta interrompeu o que quer que Tyson ia falar. Olhei para porta, que estava aberta, e vi Albert sorrindo timidamente.

– Oi Albert. – dissemos Tyson e eu juntos.

– Oi. – cumprimentou ele. – Annabeth pediu para te dizer que ela está com o Damon no chalé de Atena e os dois vão ficar por lá mesmo. Ela parece um pouco cansada.

– Verdade. – falei, estava começando a ficar muito preocupado com ela. – Obrigado, Albert.

– Vamos ver meu sobrinho e minha cunhada. – disse Tyson muito animado. Albert e eu rimos da atitude criança do Tyson, mais fazer o que? Ele sempre foi assim.

Tyson adora o Damon. Me pergunto quem não gosta desse menino, assim que pensei nisso uma pessoa veio a minha cabeça, com certeza ela não gosta nem um pouquinho do Damon.

Albert se despediu da gente e saiu. Tyson queria muito ver Damon e a Annabeth. Mais quando estávamos saindo do chalé uma luz verde invadiu o chalé. O cheiro de maresia do chalé se intensificou mais ainda.

Dei meia volta e olhei para traz. Não foi com muita surpresa que vi meu pai parado de pé sorrindo para a gente. Ele estava com uma bermuda, uma camiseta verde e sandálias Birkenstock, seu visual de sempre exceto pelo fato dele não estar usando sua usual camisa havaiana.

– Papai. – gritou Tyson e correu para abraçar nosso pai com força.

– Olá filho. – disse meu pai sorrindo abraçando Tyson de volta.

– Perdeu suas camisas havaianas, pai? – perguntei sorrindo quando ele e Tyson se separaram.

– Para você ver o que uma mulher de opinião pode mudar em sua vida. – disse ele rindo e vindo me abraçar.

– Eu sei muito bem como é isso. – falei devolvendo o abraço. – Tal mãe, tal filha.

Nos dois rimos e Tyson fez uma cara de confuso que fez meu pai e eu rirmos mais ainda. Tyson ainda é uma criança e não entende muito bem as coisas mesmo sendo algumas bem simples.

– Como vai à vida de casado realmente gostando de sua mulher? – perguntei.

– Muito, mais muito bem mesmo. – disse meu pai. O sorriso não sai do rosto dele, deveria estar muito bom mesmo.

– Atena é muito legal. – disse Tyson sorrindo. – Ela tem muitas ideias legais para armas. Muito boas mesmo.

Nos três ficamos rindo. É tão bom ficar assim, em família, tranquilos, se descontraindo mesmo que seja só por alguns minutos.

– Bom, tudo esta bem mais eu vim te entregar um coisa. – disse meu pai pousando uma mão em meu ombro.

Olhei para ele arqueando uma sobrancelha. Eu havia pedido um favor para ele há quase uma semana atrás e esperava que fosse isso que ele veio me entregar.

– Vou indo ver minha cunhada e meu sobrinho. – disse Tyson feliz batendo palmas e saiu do chalé correndo.

– Obrigado por me dar um irmão como ele. – falei para meu pai sorrindo e ele retribuiu o sorriso.

– Tyson é um bom garoto. – disse Poseidon e fez uma careta engraçada. – Ciclope no caso. – completou sorrindo.

– Mais então, o que o senhor veio me entregar? – perguntei curioso esperando que fosse o que eu estava pensando. Meu pai sorriu mais ainda e colocou a mão no bolso da bermuda.

– Tem certeza disso? – perguntou tentando parecer serio.

– Não quero perder tempo. – disse eu sorrindo. – Sei o que quero há muito tempo.

– Faz bem então. – falou ele tirando uma caixinha de veludo preta do bolso. – Sei que você é novo ainda, mas quantos anos você tem para um passo importante desses não deve contar e sim os seus sentimentos.

– Nossa, pai. – falei surpreso. – O que o amor não faz hein? – brinquei e nos dois rimos.

– Demorei muito tempo para fazer isso, mais não tenho do que me arrepender. Tudo acontece por um motivo filho. – disse Poseidon me passando à caixinha. – Sei que vocês dois se amam e merecem aproveitar o máximo de tempo juntos.

– Obrigado. – falei e lhe dei mais um abraço.

– Não há de que. Só quero ver meu filho feliz. – disse ele, mais ele ficou serio de repente.

– O que foi? – perguntei preocupado colocando a caixinha no bolso da minha calça.

– Deixe o Damon ir nessa missão. – disse ele me encarando me pegando totalmente de surpresa.

– O que? – gritei confuso.

– Não grite. – disse ele me olhando reprovadora mente. Me encolhi diante do seu olhar.

– Olha, desculpa, mas Damon é um bebê. Um bebê que Anfitrite quer muito ter, não vou deixar dois adolescentes sair em missão levando o meu filho para uma arapuca cheia de monstros. – falei o encarando serio.

– Você é um adolescente. – meu pai apontou pra mim divertido.

– Mais eu sou mais velho e responsável. Sem falar que eu passei um ano protegendo ele, sei o que faço. – me defendi.

– Filho. – ele colocou a mão no meu ombro. – Tem coisas que não podemos impedir, somente peço que deixe os dois meio-sangues levarem ele na missão é de sua importância.

– Mais é perigoso. – retruquei.

– Missões são sempre perigosas, mais é necessário que ele vá nela. – falou ele firme.

Não queria deixar Damon ir nessa missão, isso seria um completo absurdo. Mas se meu pai, que é um Deus e Deuses não devem se meter em assuntos de meio-sangues, está pedindo para eu deixa-lo ir era meio difícil contraria-lo.

– Quero só ver o senhor convencer a Annabeth a deixar ele ir. – falei me rendendo. Meu pai riu com gosto.

– Ainda bem que quem tem que convencer a Annie é a Atena e não eu. – disse ele rindo.

– Então, Atena está aqui? – perguntei.

– Sim, ela veio comigo. – respondeu simplesmente dando de ombros.

– Mais o Tyson, foi para o chalé de Atena a onde Annabeth está, porque não o impediu? – perguntei confuso.

– Deixei porque as duas não estão lá no chalé, foram conversar em outro lugar, mais tranquilo. – falou ele dando de ombros mais uma vez.

– Percy, Percy, Percy. – ouvi Tyson gritando fora do chalé.

Corri para fora do chalé e procurei de onde vinha o grito, não foi difícil, pois Tyson não parou de gritar. Vi Tyson vindo correndo em minha direção com Damon no colo, ambos estavam sorrindo de orelha a orelha. Nico vinha logo atrás deles junto com Ashley, Marvin, Mandy, Malcolm e Edwin.

– Ei, calma grandão. – falei rindo. – Oi pessoal.

– Oi Percy. – disseram juntos e riram depois.

– O que aconteceu? – perguntei olhando para Tyson.

– Fui no chalé de Atena. Só para você saber a Annie não está lá, Atena chamou ela para uma conversar seria. – Tyson cochichou a ultima parte perto de mim como se fosse um segredo.

– Obrigado pela informação grandão, mais o que aconteceu? – perguntei rindo da inocência dele. Mais ele não me respondeu, pois meu pai apareceu rindo atrás de mim.

– Olá a todos. – disse meu pai ainda sorrindo.

– Lord Poseidon. – meus amigos o cumprimentaram em coro, acho que eles resolveram falar juntos hoje só pode, e fizeram uma pequena reverencia o que fez meu pai revirar os olhos.

– Deixem as formalidades, para as horas formais. – disse Poseidon e os outros assentiram sorrindo.

– Mais então voltando ao assunto principal que já foi deixado de lado. Oque que aconteceu Tyson? – perguntei olhando para o meu irmão.

Nico mexeu a cabeça contrariado, mais estava sorrindo assim como os outros. Tyson ficou empolgado e não falava nada só ria muito. Damon também não parava de rir olhando para o rosto do Tyson. Eu estava ficando muito curioso.

– Então, Tyson. O que foi? – perguntei não escondendo minha ansiedade em saber logo o que tinha acontecido.