A semana passou depressa, já era sexta-feira. No começo da semana Annabeth e eu levamos Damon na pediatra dele para fazer os exames e hoje íamos pegar os resultados e voltaríamos para o Acampamento logo em seguida.

Não vi mais minha “irmã”, Lâmia, outra vez. Annabeth acha que ela veio nos dar um recado. Mais que recado? Nem um de nós dois sabia ainda.

– Pegou tudo Sabidinha? – perguntei pegando as chaves do meu carro e meu celular.

– Já. – me respondeu ela descendo pela escada com Damon no braço direito e a bolsa dele no braço esquerdo. Já tínhamos levado minha mochila, a do Damon e a dela para o carro.

– Falei com Quíron agora a pouco e ele disse para chegarmos o mais rápido possível no acampamento. – falei abrindo a porta para ela passar e depois eu passei.

– Ele disse por quê? – perguntou ela apertando o botão do elevador.

– Não. – falei trancando a porta e olhando nos olhos de Annabeth. – Eu não gosto disso.

– Somos dois então. – disse ela entrando no elevador.

O caminho para a pediatra foi silencioso, até Damon ficou quietinho o percurso inteiro. Assim que entramos no hospital uma enfermeira, que já nós conhecia, nos levou até a sala de espera da pediatra.

– Ela já vai atender vocês. – disse a enfermeira e se retirou do local.

– Hora, hora, hora se não é a mamãe mais linda do mundo. – disse uma voz grave e espero que ele não esteja falando da Annabeth, para o bem dele.

Olhei para o lado de onde vinha a voz e quase saquei contracorrente. Quase, porque na minha frente tinha um cara muito parecido com Luke.

– Neal. – disse Annabeth me passando Damon e indo abraçar o cara.

Quando Annabeth disse o nome dele me lembrei dela me contando que o viu na missão, quando fomos atrás do Damon. Neal Scott filho de Hermes que estuda Direito Criminal. Ótima profissão para um filho do Deus dos Ladrões.

Os dois manterão contato depois daquela missão e confesso que ele esta sendo de muito ajuda. Ele está ajudando meio sangues a encontrarem um protetor que os levassem para o acampamento e coletando informações sobre o inimigo.

– Oi, Annie. – disse ele retribuindo o abraço.

Por um momento, que fez meu sangue ferver, vi Luke abraçando Annabeth e dizendo que ela era dele, mais quando pisquei os olhos tudo voltou ao normal, Neal voltou a ser Neal.

– Esse deve ser o pai. – disse Neal estendendo a mão para mim. – Neal Scott, prazer.

– Percy Jackson. – falei apertando a mão dele. – Já ouvi falar de você, filho de Hermes, não é?

– Sim e eu já ouvi muito de você. – disse ele olhando para Annabeth que estava sorrindo. – E esse bebezinho deve ser o Damon Bronwen?

– Si. – falou Damon esticando a mãozinha para Neal que pegou com cuidado e balançou um pouco.

– Prazer em te conhecer, Damon. – falou Neal sorrindo para Damon que retribuiu.

– Então, esta perdido? Ou teve um filho e não me contou? – perguntou Annabeth se fingindo de brava.

– Por favor, olha assim para o outro lado. – falou Neal virando o rosto para o lado contrario do de Annabeth. – Eu só estou aqui porque vim ver uma amiga muito legal que há muito tempo não via.

– E quem seria essa sua amiga muito legal que você veio visitar? – perguntou Annabeth com a cara fechada, olhando acusadoramente para Neal.

Xi, Annabeth é muito ciumenta seja comigo ou com os amigos dela. Ela é muito possessiva com seus amigos.

– Eu vim ver você, Annie, bobinha. – disse ele olhando para Annabeth sorrindo. – Ontem você me falou que ia vir aqui, então eu vim te dar um oi e um recado. – disse Neal serio no final.

– Que recado? – perguntamos Annabeth e eu juntos para o divertimento de Neal mais ele logo ficou serio de novo.

– Alguns amigos meus estão ouvindo que no lago Michigan, mais especificamente em Chicago Illinois, tem alguns monstros rondando o local. Parece que estão procurando uma arma poderosa que deveria estar por lá, mais não sabem como achá-la. – disse ele se sentando e nos fizemos o mesmo.

– Isso é estranho. –disse Annabeth. – Seus amigos não falaram mais nada?

– Não. – disse ele. – Somente que é para eu desviar desse lugar caso eu vá para algum lugar perto. Você sabe como é, né? – falou sorrindo e Annabeth lhe deu um tapa fraco no braço.

– Bobo. Você...

– Com licença, senhorita Chase. – disse uma enfermeira ao nosso lado assustando todo mundo. – Desculpa. – falou ela envergonhada.

– Tudo bem. – falei acalmando Damon que estava inquieto.

– Vim avisar que é a vez de vocês. – disse ela e se retirou.

– Bom. – disse Neal se levantando e nos o acompanhamos. – Vou ver se consigo a informação que Quíron me pediu e se cuide Annabeth você parece um pouco cansada.

Concordo com ele na parte em que Annabeth está cansada. Annabeth ultimamente parece um pouco cansada e ela está um pouco pálida também, mais ela disse que é por causa da reforma, tanto no Olimpo quanto no palácio do meu pai, está exigindo muito dela.

Neal se despediu da gente e foi embora prometendo que nós matéria informados. Annabeth, Damon e eu entramos no consultório da pediatra.

A pediatra disse que estava tudo bem com Damon, ele é forte e saudável até demais. Como Quíron queria que fossemos o mais rápido possível para o acampamento, saímos da pediatra e fomos direto para o acampamento sem parar para almoçar, teríamos que almoçar no acampamento, isso quer dizer comer comida saudável até o final do verão.

Antes de chegarmos ao acampamento já havíamos avistado Quíron nos esperando. Pelo jeito o assunto era muito serio e eu já estava vendo que eu não ia gostar nem um pouco sobre o que ele iria falar com a gente.

Annabeth desceu do carro e pegou Damon. Fui até o porta malas pegar nossas mochilas, coloquei-as no chão para poder fechar o porta malas. Ouvi sons de cascos e assim que olhei para o lado vi Quíron se agachando e pegando nossas mochilas.

– É muito bom ver vocês, crianças. – disse Quíron sorrindo, mas seu sorriso não alcançava seus olhos. Ele estava parecendo estar muito preocupado.

Pode se passar quanto tempo for, Quíron ainda vai nos chamar de crianças, não importa que sejamos velhinhos e estejamos com um monte de netos.

– Olá Quíron. – cumprimentou Annabeth dando um abraço de lado em Quíron, pois ela estava segurando Damon. Apertei a mão de Quíron o cumprimentando também.

– Venham, não podemos nos atrasar. – disse ele tentando parecer normal, ênfase no tentando.

Seguimos Quíron em silencio até a Casa Grande. Annabeth parecia um pouco cansada, então eu peguei Damon de seus braços e ela me sorriu agradecida. Cumprimentamos o dragão Peleu quando passamos pela arvore de Thalia.

O acampamento estava normal e parecia tranquilo. Campistas treinavam aqui e ali, alguns jogavam vôlei. Nada de mais.

Vi Nico escorado no batente da porta da Casa Grande com a cara de nem um amigo, pronto para matar o primeiro que lhe tirasse do serio. Mais um sinal de que coisa boa não vem por ai. E quando uma coisa boa vem sem que seja você a perseguila?

– Oi Nico. – cumprimentamos Annabeth e eu juntos.

– Aberinha xunior. – disse Damon sorrindo.

– Oi. – disse Nico dando um leve sorriso. – Vou ficar com o Damon enquanto vocês conversão com Quíron.

– Tudo bem. – disse eu passando Damon para Nico.

Nico saiu brincando com Damon para algum lugar deixando Annabeth, Quíron e eu sozinhos.

– Pedirei que não lê-se os pensamentos de ninguém dentro da Casa Grande, pode ser Annabeth? – perguntou Quíron olhando Annabeth.

– Pode sim. – disse Annabeth desconfiada.

Quíron abriu a porta para a gente entrar. Annabeth foi na frente e eu logo iria a seguir mais Quíron colocou a mão em meu ombro me fezendo parar.

– Qualquer coisa... – começou Quíron parecendo meio hesitante. – Segure Annabeth. Somente faça isso.

Assenti relutante. Não estava entendendo a onde Quíron queria chegar com isso. Segurar Annabeth? Por Poseidon, porque eu teria que segurar ela?

Entrei na casa e vi Ashley e Marvin sentados em um sofá, os dois pareciam muito nervosos. Annabeth já estava sentada em outro sofá olhando atentamente para os dois. Cumprimentei os dois e me sentei ao lado de Annabeth.

– Pois bem. Temos uma nova missão. – disse Quíron se sentando em sua cadeira de rodas, o que eu achei bem esquisito. Rolei os olhos, nova missão? Qual é.

– Que tipo de missão é essa? Qual é a profecia? E o que ela tem haver com a gente? – perguntou Annabeth rapidamente.

Ashley e Marvin pareciam muito apreensivos e nervosos agora, mais ainda quando entrei na casa e os vi. Os dois trocaram olhares com Quíron que assentiu de leve.

– Lhes contem a profecia criança. – disse Quíron gentilmente para um dos dois, não sabia para quem era. Quíron só fala criança, duplo sentido.

– Profecia, certo. – disse Ashley olhando para Marvin. – Conta você. – disse ela dando uma cotovelada de leve nele.

– Por-porque eu? – perguntou ele gaguejando.

– A profecia foi para você. – retrucou Ashley. – Você conta.

– Na verdade foi para nós dois, a Rachel mesma que disse. – retrucou Marvin.

– Mais primeiramente primeiro ela olhou para você e depois para mim, então você conta. – disse Ashley apontando o dedo para Marvin.

– Podem, por favor, contar que profecia é essa. – pediu Annabeth olhando para os dois.

Agora vem a parte esquisita. Os dois olharam instantaneamente para Annabeth e tão rápido quando olharam desviaram o olhar olhando para qualquer lugar, menos para mim ou para Annabeth. Estranho, muito estranho.

–        Três meio-sangues partirão em uma missão sem destino prévio.

         O filho de Zeus uma de suas escolhas será se não nunca encontra o que procura.

         Seu destino é a mensagem de um amigo irmão daquele que um dia foi seu inimigo.

         Amigos no caminho encontraram que lhes de muita ajuda serão.

         Da espada lendária posse terão, mais um preço muito caro pagaram

         Voltaram como heróis mais no fundo sentem que não são mais.

Fiquei pensando na profecia e oque que ela teria haver com a gente, Annabeth e eu. Marvin recitou a profecia e se encolheu no sofá. Ashley não estava muito diferente dele. Quíron olhava para Annabeth com muita atenção.

Olhei para Annabeth e ela estava com uma cara de confusa muito fofa que me fez ter vontade de rir, mais não fiz. Eu sabia, de algum jeito, que a situação era muito grave. Annabeth olhou para Quíron com curiosidade.

– Já pensaram no que vão fazer? – perguntou ela arqueando uma sobrancelha para Quíron.

Quíron respirou fundo e olhou para Marvin e Ashley e depois para Annabeth.

– A missão é deles e você sabe como ninguém, Annabeth, que devemos seguir o que a profecia diz e que nem sempre as coisas acontecem como interpretamos. – disse Quíron olhando para mim no final. – Mais essa parte da profecia é bem clara.

– Nunca. – gritou Annabeth se pondo de pé. Me levantei junto com ela.

Marvin e Ashley ficaram de pé em um salto pelo gritou de Annabeth. Os olhos dos dois denunciavam que eles estavam com medo da reação de Annabeth, eu não estava diferente. Confesso que senti um pouco de medo da reação dela.

– Escolhe outro meio-sangue. – disse Annabeth furiosa olhando mortalmente para Marvin. – Gosto de você, Marvin, mas nunca duvide que eu posso acabar com você se você se meter comigo, ou com as pessoas que eu amo e isso serve para você também Ashley.

Agora Quíron colocou sua cadeira de rodas entre Annabeth e os dois. Abracei Annabeth por trás e a prendi em meus braços.

– Se acalme Sabidinha. – falei em seu ouvido. Senti ela relaxar um pouco em meus braços.

– Percy me solta, não vou fazer nada de mais. – disse ela olhando para Quíron.

Olhei para Quíron e ele assentiu. Soltei Annabeth mais continue com uma mão em sua cintura. Como dizem, melhor prevenir do que remediar.

– Podem me explicar o porque disso tudo? – perguntei confuso.

Com tudo isso acontecendo não consegui pensar mais na profecia e o que ela dizia. Me sentei de novo no sofá e fiz Annabeth sentar no meu colo.

– É bem simples, Percy, até você vai entender. – disse Ashley sorrindo timidamente.