Percy Jackson e a Espada Lendária escrita por MandyLove


Capítulo 47
39 – Palavras e Seu Poder


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal ^-^
Não vou enrolar ninguém...
Espero que gostem do antepenúltimo capitulo... Enjoy...



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Depois de contar para Quíron resumidamente a historia do meu pedido de casamente ele me deixou ir até a enfermaria ver Annabeth enquanto ele ia até a Casa Grande para falar com Thalia e levava consigo a espada Excalibur também por segurança. Não fiz perguntas.

Entrei na enfermaria e foi triste ver que ela estava lotada completamente de meio-sangues feridos de todas as maneiras e lugares possíveis. Não é brincadeira, tinha um que estava bem... Acho melhor não falar.

O coitado já tinha um azar danado estando na enfermaria, eu não ia dizer que ele estava bem machucado naquele lugar doloroso pra caramba.

Enquanto andava pelas macas para ir até a onde Quíron disse que Annabeth estava eu vi Chris Rodriguez deitado em uma enquanto um filho de Apolo administrava néctar curando os machucados superficiais dele.

Chris não parecia nada bem, na verdade ele estava péssimo. Mais branco que papel, suava muito e se remexia na cama sem parar parecendo que tinha um pesadelo, mas segundo o filho de Apolo ele estava fora de perigo, porém tinha chances dele ficar paralitico por causa do grave ferimento que sofreu na coluna.

Agora entendi o porquê de a Clarisse estar tão... mais Clarisse que eu conheci pela primeira vez, só que dessa vez ela estava chorando. Eu até agora não acredito que vi Clarisse chorando, era tão não Clarisse isso. Um absurdo irreal.

Deixei o filho de Apolo cuidado de Chris e fui até a maca de Annabeth. Quando cheguei lá senti como se alguém estivesse cutucando meu coração com um frio espeto de metal como há dois anos quando ela levou aquela facada por mim na Guerra.

Annabeth estava com o rosto pálido, mas dormia serenamente. Puxei uma cadeira e me sentei ao seu lado pegando sua mão com a minha. A diferença de temperatura entre nós dois era assombrosa. Ela estava muito fria e isso fazia parecer que eu estava pegando fogo.

– Você não tem jeito mesmo, hein? – suspirei passando a mão com delicadeza em seu rosto. – Deveria ter me ouvido. Deveria ter me ouvido.

– Certo. – Meu coração batei mais rápido e mais forte enquanto um sorriso bobo se formava em meu rosto vendo Annabeth abrir os olhos devagar. – Ouvir um Cabeça de Alga é realmente sábio. – murmurou Annabeth fracamente apertando mais forte minha mão.

– Bom, tem vezes que é bem sábio sim. – falei me inclinando para perto dela e depositando um beijo em sua testa e outro em seus lábios. – Convivo com uma sabidinha há seis anos, às vezes posso ser sábio.

– Hum, bom argumento. – murmurou ela sorrindo fracamente para mim, mas logo ele sumiu e Annabeth arregalou os olhos. Sua mão foi para o seu abdômen rapidamente em cima do fino lençol que a cobria. – O bebê...

– Ele esta bem. – falei entendo o que ela queria dizer. Annabeth fechou os olhos e suspirou aliviada. – Quíron disse que você vai ter que seguir rigorosas recomendações medicas por que, bem... ele disse algo sobre delicado e um monte de coisas que eu não me recordo bem agora.

– Então eu acho que não devo fazer mais perguntas para você sobre o meu estado clinico. – brincou ela. – Vou ter que esperar o Quíron para me dizer sobre tudo.

– É melhor. – concordei sorrindo e ela também sorriu e isso foi muito bom. –Como esta se sentindo? Quer alguma coisa? Eu acho que eu deveria chamar alguém...

– Ei, que bom que acordou, Annabeth. – disse alguém ao meu lado me interrompendo e me dando um baita de um susto que eu acabei caindo da cadeira. –Desculpa, não queria assustar.

Eu podia notar que ele se segurava para não rir enquanto me ajudava a levantar. Olhei para a cama de Annabeth e a vi com os olhos fechados e um lindo sorriso no rosto.

Afinal, cair de uma cadeira por ter levado um susto não é tão ruim assim se você for recompensado com um sorriso desses. Mas de qualquer maneira, do mesmo jeito vai doer e provavelmente você pode ficar com um roxo se bater com muita força.

Isso prova que tudo tem um lado bom e um lado ruim. Não fiz sentido.

– Que cara é essa, Percy? – perguntou o cara que me deu um susto.

– Que cara? –perguntei confuso olhando para ele. – E quem é você?

– Ian, filho de Apolo. – disse ele dando de ombros. – Eu sou o encarregado da enfermaria nesse momento.

– Nesse momento? –perguntei estreitando os olhos em sua direção. Isso não me parecia uma boa noticia. Parecia é que Quíron não tinha uma opção melhor e mandou esse garoto aqui.

– Ei, não pense bobagem, eu sou muito responsável. – disse ele me olhando indignado. – O fato é que temos muito feridos e nós, filhos de Apolo, gastamos muita energia para estabilizar alguns meio-sangues e por isso vamos nós revezar para podermos descansar. E como eu sou o que estou mais disposto entre todos vou ficar aqui monitorando tudo co...

– Ok, não precisa mais falar nada. – falei interrompendo ele. Ele nem se quer tinha parado para respirar enquanto falava. – Já entendi.

Sentei na cadeira de novo e peguei a mão de Annabeth que abriu os olhos ainda sorrindo. Reparei que Ian continuou parado ao meu lado.

Olhei para Annabeth e depois para o Ian e ele sorriu pra mim. Eu já estava a ponto de pedir para ele, gentilmente, sair de perto quando o som da concha anunciando a hora do jantar tocou fazendo a enfermaria ficar em um, estranho, silencio.

– Percy, vai se arrumar e ir jantar. – disse Annabeth apertando minha mão. – Eu estou bem, não precisa ficar aqui por minha causa e não discuta comigo. – continuou quando fiz menção de abrir a boca.

Eu não queria deixar Annabeth sozinha, ainda estava sentindo aquela coisa estranha que algo ruim poderia acontecer com ela.

– Vai, Percy. – disse Ian. – Eu vou ficar aqui cuidando dela até você voltar. E não contrarie ela. Annabeth esta ferida, não pode ser contrariada.

– Eu nunca ouvi essa frase, não em relação à ferida. – falei olhando com os olhos semicerrados para Ian que deu de ombros.

– Vai logo cara. – falou ele rolando os olhos. – É perda de tempo essa conversa e as mulheres sempre mandão e sempre estão certas, principalmente se são filhas de Atena e sabem usar diversos tipos de armas e maneiras de te matar.

– Eu vou, mas depois do jantar volto correndo para cá. – falei engolindo em seco quando Annabeth abriu um sorriso maroto pelo que Ian falou.

Eu estava com vontade de estrangular esse Ian. Como ele pode ficar dando ideias assim? Justo com uma filha de Atena chamada Annabeth Chase por perto? Eu tenho a maldição de Aquiles e justamente e somente Annabeth é que sabe a onde fica meu ponto fraco.

Eu mereço amigos assim? Não responda.

Dei um beijo de despedida em Annabeth e fui correndo para o meu chalé tomar um banho. Enquanto eu estava tomando banho eu fiquei com uma sensação de que estava me esquecendo de alguma coisa importante, mas não conseguia me lembrar o que era e isso é muito frustrante.

Eu nem usei a toalha para me secar, e eu nem sei o porquê eu uso ainda, desejei que a agua escorresse e assim que saiu do box já fui vestindo a roupa que eu tinha separado antes de entrar no banheiro para ir o mais rápido para o pavilhão do refeitório.

Eu não estava com fome e a bandeja que o Albert trouxe ainda estava em cima da minha cama, mas eu ignorei ela e sai do chalé indo para o refeitório.

O refeitório estava muito silencioso. Era possível até ouvir o crepitar do fogo central no braseiro de bronze. Todos que estavam no refeitório estavam com suas cabeças baixas comendo quietos sem nem olhar para lado algum.

Não vi nem Thalia e Damon na mesa de Zeus, só estava Jason que assim como os outros comia em silencio olhando para seu prato. Algumas caçadoras estavam sentadas na mesa de Ártemis e Thalia também não estava lá.

Nico estava sentado na mesa de Hades com uma áurea negra em torno dele, seu prato estava vazio e esquecido ao seu lado. Clarisse estava do mesmo jeito que Nico, só que a áurea em torno dela era vermelha como fogo, como quando ela lutou contra o Drakon em Nova York, os filhos de Ares que estavam do lado dela ficaram um pouco mais afastados que o normal.

Leo estava sentado na mesa de Hefesto e não precisa ser um filho de Atena para entender que isso queria dizer que ele foi reclamado, ele era filho de Hefesto. Procurei por Piper e a vi na mesa de Hermes, ou ela era filha de Hermes, ou não foi reclama ainda. Fico com a ultima, ela não tem jeito de ser filha de Hermes. Ela também estava muito abatida.

Acabei reparando que muitos já tinham terminado de comer, e brincavam com seu prato vazio – não me pergunte porque, eu também estou boiando nessa –, mas continuavam sentados em seus lugares.

Era muito estranho e desconfortável entrar no refeitório assim com todo esse silencio. Geralmente todos estariam conversando, brigando, xingando, lançando olhares maliciosos ou malignos, mas nunca nesse silencio.

Suspirei desanimado e fui até a mesa de Poseidon. Eu não queria comer e nem estava com fome então toda a comida que coloquei no prato eu joguei para os Deuses. Agradeci meu pai pela benção que ele me deu na hora da luta contra Tritão, rezei para Atena e Apolo por Annabeth.

Eu estava prestes a sair do refeitório, para ver o que tinha acontecido com Damon e Thalia e depois ir ver Annabeth, quando Quíron saiu da mesa principal e se postou ao meu lado. Olhei interrogativamente para ele, mas Quíron não me falou nada.

Ele colocou as mãos sobre os meus ombros e me fez virar em direção aos outros meio-sangues. Quíron bateu os cascos contra o chão de mármore e, parecendo um movimento ensaiado, todos se viraram para olhar para Quíron.

– Sei que as coisas estão difíceis para muito de vocês no momento.  – começou Quíron apertando meu ombro de leve. – Mas temos que pensar positivo mesmo que seja difícil por tudo que passamos.

“Ser um herói nunca foi fácil, não é algo que se ganha com palavras e sim com ações e todos aqui provaram que são grandes heróis assim como os que hoje, infelizmente, não estão mais entre nós.”

“Amanhã de manhã, antes do sol nascer, peço que todos compareçam na arena para nós despedirmos apropriadamente desses heróis que deram suas vidas por uma cousa em qual acreditavam e acreditam, pois a morte não impede que esquecemos aquilo pelo qual lutamos para viver.”

“Para aqueles que quiserem, vão para a fogueira como sempre fazemos, mas se não quiserem somente peço que tomem cuidado e pensem bem em tudo que estão passando. Não se esqueçam das harpias depois do toque de recolher. Estão dispensados.”

Assim que Quíron terminou de falar todos que já tinham terminado de comerem se levantaram e saíram do pavilhão em silencio.

Vi Nico se afastar até sumir entre as sombras e me repreendi mentalmente ao constatar que eu nem se quer dei atenção ao meu amigo que deveria estar sofrendo. Nem Ashley e nem Marvin estavam com ele, Thalia e Jason quando voltaram para o acampamento.

Era meio que obvio o que tinha acontecido com eles. Nico deveria estar sofrendo muito, ainda mais por ter visto sua namorada ser levada na sua frente e praticamente não ter podido fazer nada para impedir isso.

– Deixe ele. – disse Quíron me segurando quando fiz menção de querer seguir Nico mesmo não sabendo se ele não tinha usado as sombras para ir para outro lugar. – O que ele precisa agora é de um pouco de tempo para ele.

– Nico não merecia isso. – falei pensando em tudo que Nico tinha passado e sofrido até hoje.

– Às vezes a questão não é de merecer. – disse Quíron e suspirou olhando para os campistas que passavam por nós. – Na vida não tem isso, Percy. Coisas ruins acontecem com todos independente se você foi bom ou ruim. Não há julgamento para isso.

“Você só tem que mostrar que é mais forte que essas coisas provando a você mesmo que pode passar por cada obstáculo que a vida te empoe fazendo as escolhas certas.”

– E se o certo for fazer o que esta errado naquele momento? – perguntei ficando um pouco confuso com o que Quíron estava me falando.

– Ah meu jovem. Nunca é fácil escolher, mas se for escolher sempre escolha aquilo que lhe faz bem, mesmo que seja para algo futuro assim não terá do que se arrepender. – respondeu Quíron e eu resolvi ficar calado, não fazer mais nem uma pergunta.

Quíron me avisou que as minhas coisas que estavam em Chicago, incluindo o meu carro que eu deixei no estacionamento em Northerly – era isso que eu tinha esquecido –, estavam na Casa Grande e Damon e Thalia também estava lá me esperando para ver Annabeth.

Fui com Quíron até a Casa Grande e encontrei Thalia e Damon sentados nas escadas. Damon parecia inquieto, eu não sabia como ele ainda estava acordado depois de não ter conseguido dormir atarde, e estava empacotadinho de roupa de frio mesmo não estando frio.

– Ei, o que aconteceu? –perguntei preocupado, vestindo roupa de frio quando não esta frio não é certo, e imediatamente Damon quis vir em minha direção, mas Thalia o segurou pegando ele no colo e o trazendo até mim.

– Mana tá xata. – disse Damon se remexendo no colo de Thalia.

– E você esta impossível, mini-raio. – disse Thalia mantendo Damon em seus braços para que ele não caísse.

– Filho, vou te dizer uma coisa. – falei pegando ele do colo de Thalia. Levei minha mão livre na testa de Damon e senti sua temperatura. Suspirei aliviado ao constatar que ele não estava mais fervendo de febre, ele ainda estava quente, mas nem chegava perto do que ele estava antes. – Thalia sempre foi chata.

– Cala boca, Jackson. – gritou Thalia e me deu um choque no braço.

– Ei, não esta vendo que estou com um bebê no colo? – perguntei indignado olhando para minha prima punk malucona.

– Por favor, crianças. – disse Quíron tocando gentilmente no ombro de Thalia que estava com o rosto vermelho de raiva. – O dia foi cansativo, será que podem se comportar pelo menos na frente do pequeno Damon.

Relutantes, Thalia e eu, assentimos. Quíron nós deu boa noite e foi para dentro da Casa Grande enquanto Thalia, Damon e eu fomos para a enfermaria ver a “mama”, Damon não parava de falar isso enquanto que Thalia e eu ficávamos em um completo silencio.

Assim que chegamos perto da maca em que Annabeth estava Damon quase saltou do meu colo em direção. Ainda bem que eu estava atento e consegui segurar ele, foi pelas pernas o que fez ele ficar de cabeça para baixo por alguns segundos, se não teria acontecido um acidente perigoso para ele.

Annabeth estava recostada na cabeceira da maca com uma bandeja no colo comendo um prato de sopa, ainda saia um vaporzinho dela mostrando que estava quente. Imagina se Damon caísse em cima disso? Ok, não quero nem imaginar isso.

– Bebê. – disse Annabeth sorrindo radiante para Damon e para mim.

– Soita papa, quelo mama. – disse Damon tentando se soltar de mim.

– Calma, mini-raio. – disse Thalia pegando uma cadeira colocando ela perto da cama de Annabeth e se sentando nela. – Deixa sua mamãe comer primeiro, ela esta precisando e aproposito, fico aliviada que esteja bem, amiga.

– Obrigada, Thalia. – disse Annabeth sorrindo para Thalia e segurou as bordas da bandeja levantando ela em minha direção. – Mas eu já terminei, esse é o segundo prato de sopa que eles querem que eu coma, mesmo eu não querendo, e eu estava esperando uma oportunidade para não ter que comer mais

– Se eles disseram você deve...

– Lembra o que Ian te falou antes de você sair daqui, Cabeça de Alga? – perguntou Annabeth arqueando uma sobrancelha.

Rosnei baixinho colocando Damon nos pés de Annabeth e peguei a bandeja de sua mão. Thalia se segurava para não rir muito alto, já que estávamos em uma enfermaria. Mal tirei a bandeja de Annabeth e Damon correu para abraçar a mama dele.

Coloquei a bandeja em cima do primeiro lugar plano que eu vi que tinha espaço e peguei uma cadeira para mim colocando ela ao lado de Annabeth.

– Quem é esse Ian? – perguntou Thalia com um sorriso malicioso.

– Thalia, fecha a boca antes que eu faça isso por você. – falei por entre os dentes nervoso. Thalia esta mais do que chata.

– Opa, não comecem vocês dois. – disse Annabeth de forma autoritária. Mesmo em uma maca na enfermaria ela não perde isso e por culpa do Ian isso ficou ainda mais ameaçador.

– Bligar é feio. – disse Damon sorrindo e isso não parecei muito convincente, mas era verdade.

– Então, o que aconteceu? –perguntou Annabeth enquanto ela ninava Damon em seus braços que tinha um sorriso infantil e fofo se aconchegando mais no colo de Annabeth.


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Notas finais do capítulo

Bom, eu espero que tenham gostado do capitulo... ^-^
Reviews? Recomendações? Acabei de me dar conta que faz tempo que não faço isso ^,^
Muito obrigada a todos que leram esse capitulo... Bjs ^.^