What do You Want From Me? escrita por v_wendy, TheMoonWriter


Capítulo 30
Capítulo 29 – Ainda É Cedo


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente. É terceira vez que estou tentando postar, vamos rezar pra essa dar certo, porque olha...
Enfim, não vou enrolar não! Espero que gostem do capítulo! =)



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Capítulo 29 – Ainda É Cedo

– Então – começou Gunther, enquanto passava a mão pelos cabelos de Jade –, o que você acha de no próximo passeio a Hogsmeade irmos a um lugar diferente?

Jade, que tinha o dever de Runas Antigas aberto na sua frente, olhou para Gunther com desconfiança.

– E qual lugar seria esse? – perguntou.

– Minha casa.

A morena sentiu-se dar um pulo no lugar

Por quê?

Gunther a olhou como se ela tivesse perguntado a ele se podia para de respirar.

– Para conhecer meus pais, oras. – respondeu o rapaz, como se fosse óbvio.

– Gunt, você bebeu? Eu conheço seus pais. Conheço eles desde criança!

– Certo, não é isso que estou querendo dizer. Você conhece os conhece como cunhados de sua tia e eles te conhecem como sobrinha de Tia Sarah. Não como minha namorada. o rapaz frisou a palavra, aguardando a reação da garota.

Jade engoliu seco enquanto digeria a informação. Claro, já estava acostumada com os pais de Gunther e também já se acostumara com a ideia de que o rapaz era seu namorado… Mas… A situação parecia tão mais séria do que as palavras de Gunther deixavam transparecer! Não seria uma visita como outra qualquer, pelo menos não como as que ela estava acostumada a fazer.

– Por que temos de ir numa visita a Hogsmeade? – ela perguntou, tentando desviar o foco de sua resposta.

– Porque o próximo feriado é Dia dos Namorados. E eu não quero passar meu primeiro Dia dos Namorados como seu namorado com você, meu pai e minha mãe! – ele revirou os olhos para a garota – Mas então, o que você acha?

Antes que Jade tivesse chance de responder, alguém entrou no Salão Comunal da Sonserina e a morena deu graças a Merlin por isso. Não queria ter de discorrer para Gunther sobre os mil motivos que ela podia pensar para declinar o convite… Adorava os pais de Gunther, principalmente sua mãe, e sabia que a mulher também simpatizava com ela, mas não tinha certeza se ela acharia tão maravilhoso ver seu querido e amado filho com Jade. A morena não era exatamente a namorada ideal – ou uma pessoa.

Olhou para quem tinha entrado, pensando em mandar uma caixa de sapos de chocolate para a pessoa que a livrara da conversa. Era Tom.

Jade estava prestes a cumprimentá-lo e lhe perguntar se ele já tinha parado de ser tão estupidamente idiota e voltara a falar com Hermione, mas então Gunther a cutucou e sussurrou em seu ouvido.

– Jay, aquilo na mão do Lorde é…..

A morena focalizou seu olhar na mão do rapaz. Seus olhos se arregalaram e ela não pode acreditar no que via. Não é possível.. Será? Jade realmente esperava que não fosse o que ela estava pensando, ela realmente esperava que líquido avermelhado e viscoso na mão de Tom Riddle não fosse...

– Sangue. – ela respondeu, mais para si do que para Gunther.

Meu Merlin! O que diabos Tom andou fazendo?

Ela se levantou da onde estava e foi em direção ao ex-namorado. Tom parecia em transe, não parecia tomar conhecimento de que Jade ou Gunther estavam ali e o olhavam, completamente surpresos.

– Tom? – ela chamou – Tom, o que aconteceu?

Os olhos do rapaz se voltaram para ela e ele sorriu. Tinha uma aparência completamente insana e ao mesmo tempo letal.

– "A grandeza exige sacrifícios"*... – ele abanou a cabeça – Eu não queria, mas… Às vezes as coisas fogem de nosso controle. – ele olhou para suas mãos por um tempo incrivelmente longo até voltar a falar – Eu preciso me limpar, com licença.

O rapaz se virou e seguiu para o dormitório. Jade virou-se para Gunther e encontrou o namorado com a expressão chocada e imaginou que a sua também estivesse assim. Seja lá o que Tom fizera, não parecia ser nada bom ou até mesmo interessante para a Causa. Na realidade, parecia a Jade que Tom fizera algo que colocava tudo a perder.

– Gunt. – disse a morena – Eu preciso que você busque a Hermione. Agora.

#*#*#

Faziam cinco dias desde que Hermione e Tom se falaram pela última vez e a garota estava bem com isso, apesar de ainda ficar irritada ao se lembrar das palavras do Sonserino. Quem ele pensa que eu sou para achar que vou sair chamando-o de Milorde? Ele não é Lorde de nada! Idiota! Ela bufou e chutou a pedrinha que tinha embaixo de seus pés, esta saiu tilintando até quase chegar ao lago, que estava praticamente descongelado.

Estava frio. Isso era um fato incontestável. A blusa fina que usava não conseguia manter o calor de seu corpo e ela achava que fosse congelar a qualquer minuto. De repente, ela sentiu uma capa sendo colocada por cima de seu corpo.

Suspirou, agradecida com quem quer que tivesse sido o bom samaritano que tivesse sido gentil daquele modo. Virou-se para agradecer a pessoa, mas o agradecimento ficou preso na boca por alguns segundo…

Era ele. Ela não esperava vê-lo… Não depois de tudo que havia acontecido… Mas ele estava ali, a postura inflexível, cravando seus olhos nela… Parecia que tentava ver dentro de seus pensamentos… Dentro de sua alma.

Ele não encontraria nada, ela sabia disso. Sabia porque nem ela mesma encontrava algo em sua mente, em sua alma, em seu coração, mas isso não importava mais. E isso era sua única certeza, porque ela também não tinha tanta certeza do que importante.

– Você deveria entrar. – a voz dele estava magoada e ela sentiu seu coração se encolher ao constatar.

– Estou bem aqui. – falou – Obrigada – ela disse apontado para a capa, mas ele apenas balançou a cabeça, sem demonstrar se realmente havia escutado suas palavras.

– Está frio. – ele alegou novamente – Vamos entrar.

Dessa vez, ela concordou. Ficar ali fora não iria resolver nada. Ele seguiu alguns passos à frente e ela ficou chateada com isso… Mas ela não podia culpá-lo….

Quando chegaram ao castelo ela correu para chegar até ele.

– Harry! – ela chamou e ele estacou no lugar – Me desculpe! – ela pediu, com a voz tremida.

(N/A: link da música: https://letras.mus.br/legiao-urbana/54/)

– Você já pediu desculpas, Hermione. – ele disse, se virando para ela – Eu não sei como fazer isso… Eu não sei como olhar para você. Eu ainda te vejo como minha irmã, minha melhor amiga e ainda a amo desse modo. Mas quando o resto vem… – ele fixou seus olhos verdes-esmeralda no rosto da castanha pela primeira vez em dias – Você sabe da profecia. Eu já lhe contei o que diz. Quando chegar a hora eu vou ter que matá-lo. Porque ou eu o mato ou ele me mata. E eu não posso fugir disso!

Uma menina me ensinou

Quase tudo que eu sei

Era quase escravidão

Mas ela me tratava como um rei”

A castanha assentiu. Ela sabia disso. Só não sabia quando seria a hora. Esperava que fosse num futuro distante… Mas isso era melhor? Ela não mais sabia o que era melhor.

Então lhe ocorreu o que Harry achava que era melhor.

– A hora… – ela começou – Você acha que esse acidente no tempo pode ter te proporcionado a hora certa, não é? Aquele feitiço do Príncipe Mestiço… Você ia usar para matá-lo aquele dia.

Ela fazia muitos planos

Eu só queria estar ali

Sempre ao lado dela

Eu não tinha aonde ir”

Não era uma pergunta, a castanha sabia da resposta antes mesmo que os lábios de Harry se abrissem para responder.

– Sim – ele assentiu –, se o feitiço tivesse funcionado da forma que eu esperava, era exatamente isso que eu queria fazer. Não naquela hora, não daquele jeito, mas eu achei que ele tivesse lhe fazendo algum mal… – Harry se calou, parecia relembrar dos acontecimentos daquele dia fatídico – Eu acho que a melhor forma e a minha melhor chance é matá-lo enquanto estamos no passado.

Mas, egoísta que eu sou

Me esqueci de ajudar

A ela como ela me ajudou

E não quis me separar”

– Harry… – ela começou, queria dissuadi-lo daquela ideia, não tanto porque acreditasse que estivesse errada, mas porque não podia suportar… Não posso suportar que ele mate Tom. Eu mal suportei que ele o torturou… Eu não vou aguentar. Estou sendo egoísta, mas é a verdade.

Ela também estava perdida

E por isso se agarrava a mim também

E eu me agarrava a ela

Porque eu não tinha mais ninguém”

– O que você vai dizer? – perguntou o moreno, olhando-a intensamente – Que vamos alterar tudo e que algo horrível vai nos acontecer, porque quando voltarmos para o presente tudo vai ter mudado e não vamos saber em que novo mundo estaremos? Não, Hermione. A melhor coisa vai ter acontecido, Voldemort não vai existir! Eu não me importo com que novas situações que isso pode criar. Meus pais estarão vivos, juntos e felizes! E eu não vou ser O Escolhido para salvar o mundo bruxo de ninguém!

E eu dizia

Ainda é cedo

Cedo, cedo

Cedo, cedo”

Hermione mordeu os lábios. A parte racional, procedente e lógica de Hermione até conseguia enxergar coerência no que Harry dizia, contudo sua parte passional, subjetiva e ilógica só conseguia imaginar uma única coisa: Tom morto. Não Voldemort, o monstro ofídio que mataria meio mundo a seu bel prazer, só porque queria, mas sim o rapaz sarcástico, inteligente, de olhos hipnóticos que a castanha agora sabia que amava.

E eu dizia

Ainda é cedo

Cedo, cedo

Cedo, cedo”

– E se eu pudesse mudá-lo?

Harry a encarou ceticamente.

– Como?

– Dumbledore me disse que talvez eu possa mudar o que está dentro dele.

O moreno balançou a cabeça.

– Com o que? Com seu amor? – ele riu, sarcasticamente até perceber que a castanha estava séria – Hermione… Você… Você o ama tanto assim? A ponto de achar que pode mudar alguém como ele?

Ela preferiu não responder, virou as costas para Harry. Ele não entende. Não posso forçá-lo a entender.

Sei que ela terminou

O que eu não comecei

E o que ela descobriu

Eu aprendi também, eu sei”

– Eu nunca pensei que diria isso, mas Dumbledore está errado. A maldade que está dentro de Riddle já é imutável e você sabe disso, mesmo que tente negar para si mesma agora. Mesmo que isso, o que quer que seja, que você sente por ele lhe diga que ele ainda não se tornou um monstro… Hermione, você sabe, porque você bolou um plano, que eu desaprovo com todas as minhas forças, para descobrir o que ele planeja. Me diz, ele já não prega um discurso de ódio? Ele já não formou seus Comensais? Pelo amor de Merlin, Mione! Você tem a Marca Negra no braço! Você sabe que tudo o que ele vai ser já está dentro dele.

Ela falou: "Você tem medo."

Aí eu disse: "Quem tem medo é você."

Falamos o que não devia

Nunca ser dito por ninguém”

A garota não queria chorar, mesmo que seus ductos lacrimais já começassem reagir as palavras de Harry. Ela não queria acreditar que Tom pudesse ser uma causa perdida, que a maldade já havia ocupado um espaço tão grande dentro dele que não poderia fazer nada para que isso parasse. Ela não aceitaria isso! Dumbledore não pode estar errado! E quanto a Gina? Ela também me disse que eu podia transformar Tom. Harry não consegue ver isso, porque está dentro do furacão. Mas eu não posso deixar que ele mate Tom. Não posso.

Ela me disse:

'Eu não sei

Mais o que eu sinto por você

Vamos dar um tempo

Um dia a gente se vê.'”

– Eu não sei disso, Harry. Eu não tenho certeza de que ele é um monstro e diferente de você eu convivo com ele. – ela virou-se para ele – Há uma parte dele que não é maligna, eu posso sentir isso. E não porque eu o amo – ela viu Harry fazer uma careta –, mas porque essa parte existe e eu acredito que eu posso mudá-lo sim. A sua profecia se refere a Voldemort, não a Tom Riddle. Eles são muito parecidos, mas até onde eu vejo, ainda não são a mesma pessoa, então, Harry, não é Tom que você deve matar.

E eu dizia

Ainda é cedo

Cedo, cedo

Cedo, cedo”

Ela não queria mais tentar argumentar com Harry, sendo que ele já tinha sua cabeça decidida. A castanha, então, virou as costas e seguiu para longe do amigo.

#*#*#

Hermione estava sentada na biblioteca. Depois da… Discussão? Ela não sabia o que fora que tivera com Harry, mas depois do acontecido resolveu que precisava esfriar a cabeça e o melhor lugar que ela podia escolher para fazer isso era a biblioteca. Segurava um livro de transfiguração e procurava anotar tudo o que achava interessante em um pedaço de pergaminho que Pince lhe emprestara. Não tinha nenhum trabalho por se concluir, só precisava desanuviar a mente.

– Esse livro é maravilhoso! – ela ouviu uma voz dizer e virou-se em sua direção. Era Minerva. A garota tinha um fino sorriso entre os lábios.

– Realmente, ele é bem completo! – concordou a castanha – Por favor, sente-se. – pediu à futura professora.

Minerva e ela embarcaram e uma profunda conversa a respeito do livro, da matéria em si, o que ajudou, e muito, Hermione esquecer os pensamentos arbitrários que lhe rodeavam a mente. Minerva confidenciou a castanha que planejava se especializar naquela área, pesquisando, talvez dando aula. Hermione sorriu, sabendo que a mulher escolheria lecionar e que ela seria uma das beneficiadas por essa decisão.

– E você, Hermione? Tem alguma ideia do que quer se especializar?

A castanha se espantou com a pergunta. Sempre fora uma assídua aluna, mas, verdadeiramente, nunca planejara o que faria após Hogwarts. Ela nem sabia se faria alguma coisa, pra ser sincera. Em 1996, mesmo que não admitisse, havia uma parte da garota que acreditava que talvez ela não vivesse tanto para isso. Não se Tom se tornar Voldemort, pelo menos.

– Nunca pensei nisso. – confessou ela – Todas as áreas da magia me são muito apelativas.

– A mim também! Na verdade, minha decisão se deu após muitas conversas com o Prof. Dumbledore, ele acredita que eu tenho alguma espécie de talento nato para Transfiguração.

– Eu consigo ver isso. – disse Hermione, sorrindo com sinceridade.

– Do que as senhoritas estão falando? – perguntou Charlus, se jogando numa cadeira ao lado de Hermione. Ele viera acompanhado de Harfang e uma garota de cabelos negros que a castanha não conhecia.

– Charlus! A que devemos a sua louvável presença na biblioteca? – perguntou Minerva, rindo.

O garoto de cabelos negros soltou um muxoxo e resmungou.

– Tenho um trabalho de poções. Preciso escrever um rolo de pergaminho sobre a Poção de Acônito.

– Quanto já escreveu? – perguntou Hermione, pensando que havia escrito pouco mais de um rolo, mas Slughorn provavelmente aceitaria.

– 0 centímetro.

– Charlus! – repreendeu Minerva – Pra quando é esse trabalho?

– Hm… Amanhã?

A castanha teve vontade de dar um risinho ao notar o quão parecido Charlus e Harry eram, mas depois a vontade morreu ao se lembrar em como estava sua amizade com o rapaz. Ainda somos amigos? Depois do que ele descobriu? Depois do que aconteceu hoje? A garota balançou a cabeça procurando se livrar daquele pensamento.

– Independente da forma que você adotar para redigir o trabalho, deve deixar claro que é uma poção muito complexa e que pouquíssimos bruxos são capazes de produzi-la. – começou Hermione – Sua principal função é acalmar o ânimos de um lobisobem durante a lua cheia, evitando que ele se torne extremamente violento, que é seu principal instinto. Lobisomens não tem noção de quem são quando estão nesse estado, poderiam matar pessoas que amam se estas cruzassem seu caminho. – ela se lembrou de seu terceiro ano e de como a transformação de Remo Lupin fora responsável por Pedro Pettigrew fugir e que Sirius quase fora beijado por um dementador – Ah, também é bom citar seu criador: Dâmocles Belby.

Charlus a olhava, inebriado.

– Muito obrigada, Hermione!

– Mas não esqueça de consultar livros! Slughorn quer um rolo de pergaminho, isso que eu disse é um resuminho básico, não dá nem meio rolo!

– Uau. – comentou a garota de cabelos negros – Harf, por que você não me disse que além de ser amigo da garota mais inteligente de nossa turma, também é da garota mais inteligente do sexto ano?

Harfang sorriu. Hermione se sentiu corar e viu que uma coloração avermelhada também preenchia as bochechas de Minerva.

– Por favor – ela pediu –, não disse nada de mais.

– Ah, disse sim. – atalhou Minerva – Eu amo Transfiguração, mas Poções é um dos meus terrores pessoais. Vou bem porque me esforço, mas você… É natural! – sorriu-lhe a garota – Sério, Hermione. Sua especialização poderia ter a ver com Poções!

Poções? Será? Ela se perguntou. Ora, por que não?

Charlus se levantou para pegar alguns livros para lhe darem uma base maior para o trabalho. A garota de cabelos negros ocupou a cadeira que ele deixou vazia.

– Sou Callidora Black. Mas, por favor, me chamem de Callie. – ela se apresentou, olhando para Hermione e Minerva – Estava muito animada para conhecer vocês, amigos do Harf.

Minerva lhe abriu um sorriso.

– Minerva McGonagall e aquela é Hermione Granger. Nós também estamos animadas em te conhecer! Mas parece que eu já lhe conheço! Já ouvi tanto sobre você…

– Minnie! – repreendeu um Harfang corado.

– O quê? Você fala de Callidora!

– Podemos mudar de assunto? – pediu Harfang, visivelmente constrangido com a amiga.

– Não. – disse Minerva – Eu fico muito feliz que vocês tenham se acertado, quando você começou a namorar seu primo achei que Harfang iria ficar louco...

Hermione adorava Minerva, mas queria dar chute na canela dela. Ela estava matando Harfang de vergonha e não parecia ter a menor noção disso! Coitado!

– Gunther? – perguntou Callidora.

– Sim. – Minerva ia recomeçar a falar até Hermione lhe mandar um olhar silenciador. Gunther Avery realmente estava parado atrás de Minerva e Harfang.

– Oi, Callie. – o garoto saudou a prima, mas seus olhos se fixaram em Hermione – Srta. Granger, será que você poderia me acompanhar, por favor? É importante.

O rapaz estava suado e afobado. Hermione se surpreendeu com suas palavras, ela conhecia Gunther, havia ajudado Jade a salvá-lo, mas não tinha nenhum tipo de intimidade com ele. Será que aconteceu alguma coisa com Jade? Pensou ela, preocupada. Já se considerava uma amiga da sonserina.

– Claro. – ela disse, saindo da mesa, pegando suas anotações e a capa que Harry lhe emprestara – Com licença, pessoal. Vejo vocês mais tarde.

Callidora, Harfang e Minerva tinham olhares assustados e especulativos estampados na face, mas a garota não podia ajudá-los, ela também não fazia ideia do que se tratava aquilo.

– Aconteceu alguma coisa com Jade? – ela perguntou, quando já estavam fora da biblioteca.

– Não… É… É com o Lorde.

– Tom? – a garota sentiu seu coração apertar em seu peito. – O que houve?

– Ele… Acho melhor você vir comigo.

A castanha mordeu os lábios. Não sabia o que tinha acontecido, só sabia que precisava chegar até Tom o mais rápido possível.

#*#*#

Gunther não estava acostumado a presença de alguém como Hermione. Ela parecia uma antítese personificada de tudo o que ele conhecia correndo ao seu lado, a mente completamente focada no Lorde.

Ele era muito grato a grifinória, agora que sabia que ela tinha ajudado Jade quando ele fora atacado. Sentia como se tivesse uma dívida para com a garota.

Mas não podia deixar de se perguntar por que diabos estava ajudando Tom Riddle. Sim, eles estavam em bons termos, mas Gunther ainda sentia, não podia deixar de sentir, raiva pelo inferno que o Lorde o fizera passar.

Talvez o certo seja esquecer, não guardar rancor, ser altruísta ou qualquer coisa do tipo. Talvez isso me faça diferente dele.

Ao chegarem nas masmorras, Gunther jogou sua capa por cima da de Hermione.

– O que…

– Cubra seu rosto com o capuz, não sei quem está aí dentro e uma pessoa de outra casa no Salão Comunal que não é o dela é uma violação que nenhum sonserino deixaria passar.

Ele viu Hermione assentir e depois cobrir o rosto com a capa. Assim que não era mais possível identificá-la, ele a levou para dentro.

Diferente de quando ele saíra para buscar a grifinória, o Salão não estava vazio. Vários sonserinos se encontravam lá, espalhados pelo Salão, entre eles, Amatha e Abraxás. Estes estavam sentados no sofá, tão concentrados um no outro que Gunther achou que nenhum deles notaria sua presença.

Infelizmente, estava redondamente enganado.

– Hey! – cumprimentou o loiro – Cadê a Jade?

– Não sei. – mentiu Gunther, procurando se manter evasivo. Jade estava com o Lorde, assim que mandou o namorado encontrar Hermione, ele a viu seguindo o outro.

– O Lorde me trancou para fora do quarto! – bufou Abraxás – Mas nem falei nada, ele estava esquisito… As mãos sujas… – o rapaz baixou a voz – Juro que parecia sangue! Será que ele matou algum sangue ruim?

Gunther olhou de soslaio e percebeu que Hermione não estava mais a vista.

– O Lorde é louco – começou Amatha –, mas ele não seria tão descuidado, Ab! Provavelmente deveria ser suco ou geleia.

O loiro juntou os lábios em um beiço.

– O que você acha? – perguntou, virando-se para Gunther.

– Concordo com Amatha. Lembra o que ele fez comigo por descuido… – ele teve vontade de revirara os olhos. Ser altruísta é mais difícil que se parece. – Olhe, eu acho que vou me deitar um pouco, fiquei até tarde fazendo um trabalho para Merrythought. Estou morto.

Deu as costas para os amigos e se direcionou para os dormitórios o mais rápido que podia.

#*#*#

Hermione deixou Gunther assim que viu Amatha Yaxley e Abraxás Malfoy, eles a conheciam, sabe-se lá se poderiam reconhecê-la! Graças a seus meticulosos estudos do mapa do maroto tinha uma noção básica de onde ficava o dormitório masculino do sexto ano. Mas qual desses será o Tom? Indagou a si mesma… Passou pelas portas e percebeu que estavam marcadas com as iniciais dos residentes. Ah, aqui. A. T. M. e T. M. R. Só pode ser esse!

Chegou frente a porta e bateu, não sabendo o que esperar quando a porta abrisse. Ouviu um clic, indicando que a porta havia sido destrancada e depois uma fresta se abriu e Jade Bulstrude colocou a cabeça para fora.

– Hermione! – exclamou a garota, parecendo aliviada – Onde está Gunther?

– Está com Amatha e Abraxás. Eles estavam no Salão e eu precisava passar sem ser vista. – explicou a castanha – Jade, o que aconteceu?

A morena puxou-a para dentro do quarto e a castanha percorreu-o com os olhos, cirurgicamente. Tom não estava em nenhum lugar.

– Jade, onde está Tom?

– No banheiro. Tomando banho, acho. – Jade sentou em uma das camas – Eu… Olha, eu não tenho certeza, Tom não me disse nada. Ele se trancou no banheiro assim que eu consegui entrar no quarto. – a morena suspirou – Eu acho que Tom assassinou alguém. Não um sangue ruim – ela disse –, mas definitivamente ele arrancou sangue de alguém!

Hermione, que retirava tanto a capa que Gunther colocara nela como a que Harry lhe emprestara, paralisou no movimento.

Eu não deveria estar assustada. Eu sei quem ele é, eu sei o que ele vai fazer. Mas quero mudá-lo, preciso mudá-lo... Não só pelo bem de todo o mundo bruxo, mas por mim também. Porque eu não quero vê-lo se transformar em Voldemort. Só para isso acontecer ele tem de estar aberto a mudança e... Se ele realmente matou alguém! Merlin! Até mesmo a Jade está assustada! Hermione terminou de retirar as capas. Vamos, calma, Hermione! Por enquanto tudo o que vocês sabem são suposições! Espere, pelo menos, até ter mais informações antes de fazer mil conjecturas!

– Certo – ela disse, se sentado ao lado da sonserina – Eu… Me conte o que você sabe.

Mas antes que a outra garota pudesse falar alguma coisa, a porta do banheiro se abriu. Tom saiu de lá com os cabelos molhados e um uniforme recém-colocado, mas a toalha que trazia nas mãos estava manchada de vermelho-escuro, de aspecto viscoso e pegajoso.

Isso é sangue! Disse a vozinha em sua cabeça. Isso é sangue e não parece ser dele!

– Que foi que você fez? – ela perguntou, não conseguindo evitar o nojo vazar por sua voz.

O rapaz levou seus olhos até Hermione, parecendo surpreso por ela estar ali.

– O que diabos você está fazendo aqui?

– Eu a chamei. – disse Jade.

– Isso não é importante. – disse Hermione, olhando Tom fixamente – Me responde, Tom? O que foi que você fez?

O rapaz mirou a castanha por alguns segundos antes de soltar um suspiro alto e responder:

– Eu matei Edgar Pomfrey.


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Notas finais do capítulo

*Frase de Friedrich Schiller – historiador, poeta e filósofo alemão. Uma dica pra quem gosta de Goethe: leia Schiller. É o mesmo caso de ler Lewis quando gosta de Tolkien. Eram amigos e um era inspiração por outro =)

Gente, eu não sei se vocês lembram que no Capítulo 16 - The Story Of Us a Hermione tem um sonho com uma pessoa que estava chateada com ela. Esse sonho era com o Harry e se passou agora nesse capítulo. E só pra tirar qualquer dúvida: ela não é vidente. Existe uma filosofia que diz que qualquer pessoa pode ter sonhos que refletem o que vai acontecer futuramente, principalmente se não for uma coisa boa.

E o que você acham sobre a Hermione tentar mudar o Tom? Acham que é possível? Ou que o Harry está certo e a maldade nele já imutável e fim de história?

Falando no Tom, por que será que ele resolveu matar justo o Dr. Pomfrey???

Meus lindos, aguardo vocês nos comentários! Sei que to bem lerdinha pra responder e prometo melhorar isso assim que der, mas não deixem de dar um feedback mesmo assim, só pra eu saber o que vocês estão achando da história!

Próximo capítulo sai dia 04/11



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