What do You Want From Me? escrita por v_wendy, TheMoonWriter


Capítulo 3
Capítulo 2 - Set Fire To The Rain


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, eu sei. Eu demorei MUITO! Descuuulpa, gente. Mas eu estava em semana de provas e nunca conseguia terminar o capítulo (e eu também tinha que atualizar minha outra fic, Just Who I am). :(
Mas agora ele tá ai pra vocês e tem fortes emoções!
Espero que gostem.



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Capítulo 2 – Set Fire To The Rain

 

 

 

A castanha fechou os olhos, não se importava de cair, se sentia mais no chão do que em qualquer outro lugar. Mas ela ficou surpresa quando isso não aconteceu, um par de braços fortes a segurou.

Ela ergueu a cabeça para ver quem a segurava, suspeitando internamente que fosse Harry, mas não era. Um belo garoto de cabelos castanhos escuros e olhos verdes bem escuros, quase castanhos, era quem a segurava. Ela se perdeu em seus belos traços, mas logo se recuperou, se afastando.

— Obrigada. – ela disse olhando diretamente para os olhos dele.

— Não há de que. – ele respondeu em um tom frio e um tanto desdenhoso – A senhorita se importaria de me dizer o que estava fazendo a essa hora da noite fora de sua cama?

Hermione franziu a testa com seu jeito ríspido, ela o encarou de cima a baixo e viu em suas vestes o brasão da Sonserina e a insígnia de monitor. Resolveu ficar calada, não tinha uma boa desculpa em mente e não estava com vontade de discutir com um sonserino.

— A senhorita... – ele parou, passando os olhos por suas roupas e novamente por sua face – A senhorita veio do futuro, não?

Hermione assentiu e o garoto continuou a encará-la. Ela passou a mão pelo rosto tentando se livrar de algumas lágrimas que escaparam.

— Está chorando?! – ele perguntou, incrédulo. 

— Me desculpe. – ela disse – Sei que não deveria estar fora da cama, mas realmente não é um bom dia. Sei que não é de praxe da monitoria, mas poderia me deixar ir?

Ele a encarou por um longo momento.

— Srta. ...?

— Granger.

— Srta. Granger, que isso não se repita, se não serei obrigado a levá-la ao Professor Dumbledore.

Hermione agradeceu a ele e saiu correndo em direção a Torre da Grifinória, mas no meio do percurso se virou para Torre de Astronomia. Não queria ver Ron. Não agora. Passou pelos corredores vazios e subiu para o alto da Torre.

Ela se sentia tão magoada por ele ter mencionado Lilá, mas ela não deveria estar e ela sabia. Ela é namorada dele, não eu. Eu fui estúpida... Tão estúpida! Ela limpou as malditas lágrimas mais uma vez.

Hermione se virou para sair dali, mas a visão de uma sombra a fez recuar.

#*#*#

O garoto viu a grifinória partir, ficou observando até que a silhueta dela se perdesse no fim do corredor.

Ela parece ser inteligente. Pensou consigo mesmo. Mas é muito estranha... Andando por aí a essa hora e ainda chorando? 

Ele ouviu barulho de passos apressados e ouviu a voz de Dumbledore e Slughorn, saiu daquele corredor indo à direção a Torre de Astronomia. Era um lugar calmo, ninguém ia lá porque a maioria sentia vertigens.

Os corredores estavam vazios, como sempre àquele horário, ele subiu para o alto da Torre e se deparou com a mesma garota de minutos atrás... Granger.

Ela estava apoiada nas pilastras da Torre, olhava para o céu e ele pode ouvi-la fungar algumas vezes; a Lua batia diretamente nela, deixando-o sob as sombras.

Ela é bonita. Balançou a cabeça sem acreditar no que tinha pensado, nunca achara ninguém bonito, com exceção dele, é claro. Mas ela era incrivelmente bonita, os cabelos castanhos no coque quase desfeito, as roupas tão diferentes e tão justas, a pele alva davam a ela um ar que ele nunca tinha visto e que era extremamente encantador.

A garota se virou e tomou um susto quando o viu parado lá. Via apenas da manga da camisa até os pés e ele suspeitou que fosse isso que a assustava.

— Quem está ai? – ela perguntou com a voz firme, mas impregnada de medo que o fez ter vontade de rir.

Ele balançou a cabeça mais uma vez e saiu das sombras.

— Você me assustou. – ela declarou alguns segundos depois.

— Você prometeu que voltaria para a cama, Srta. Granger. – ele falou com seu habitual tom ríspido e desdenhoso.

— Você me seguiu até aqui? – ela perguntou, claramente desviando do comentário.

— Não. – ele respondeu – Por que não voltou a sua cama?

Ele viu as bochechas da garota ganharem uma coloração avermelhada, ela atravessou a sala em direção a porta, mas antes de sair murmurou.

— Por que não cuida da sua vida?

#*#*#

Hermione correu em direção à Torre da Grifinória desferindo as piores injúrias contra o “Monitor Sonserino”, mentalmente, é claro. Ela tinha total certeza que ele tinha a seguido até a Torre de Astronomia, além de ser um grosso, desdenhoso e insolente.

Ela passou pela Mulher Gorda e entrou correndo até o dormitório que dividia com Gina, a ruiva estava andando de um lado para o outro, inquieta quando a castanha chegou.

— Mione! Onde você estava?

— Eu... Onde estão Harry e Ronald?

— Eles foram procurá-la, eu queria ir junto, mas acharam melhor eu ficar aqui, sabe? Caso você voltasse.

Hermione assentiu e sentou na cama. Gina sentou a seu lado, parecia querer fazer vinte mil perguntas, mas apenas continuou observando-a.

Ela não sabia o que sentia, doía muito, mas já tinha chorado tudo o que podia e o que não podia. Deitou-se na cama e simplesmente contou tudo à Gina.

— Ronald falou que era estranho não ter Lilá por perto. – Gina abriu a boca num pequeno 'o' – Eu não agüentei, saí correndo. Fui para o banheiro interditado, que não está interditado e fiquei lá.

Ela achou melhor omitir a parte do garoto insolente, não queria falar nele. Ele a deixou completamente irritada.

— Mas depois fui para a Torre de Astronomia. Gina, eu não sei mesmo o que está acontecendo comigo. Eu deveria ficar tão magoada apenas pela menção ao nome de Lilá?

— Não. – respondeu a amiga, categórica – Mas, Mione, não ficar chateada com isso seria algo racional e... Bem, razão e emoção não são duas coisas que andam juntas. – ela pausou – Mas não me dê mais esse susto. Você é Hermione Granger, mesmo que não se sinta exatamente como você mesma no momento. As coisas vão melhorar!

Hermione assentiu, apertando a mão da amiga de leve. Gina tinha razão. Poucos segundo depois Harry e Rony entraram no quarto ofegantes.

— Nós não acha... MIONE!

— Harry não grite, vai acordar toda a Torre. - Gina repreendeu.

O moreno assentiu distraído e se sentou na frente de Hermione.

— Onde você estava?

— No banheiro interditado que não está interditado e na Torre de Astronomia.

— Por que você saiu daquele jeito? – perguntou Rony com as sombrancelhas unidas.

— Por nada. – eles continuaram a encará-la e ela sabia que precisaria de uma desculpa – Meninos, eu não estou exatamente feliz com a situação em que estamos. E a culpa é minha.

— Na verdade, a culpa é minha também. – admitiu Ron – E Mione talvez nós possamos transformar essa... Situação? – ele perguntou sorrindo – Em algo útil.

— Como ajudar Hagrid. – Harry declarou. 

Ela ainda não estava totalmente de acordo com essa ideia, mas não queria discutir com eles, disse que precisava de um banho e foi para o banheiro e fechou a porta. Ela demorou algum tempo para se levantar e encher a banheira, tudo que queria era um banho que aliviasse sua dor e confusão mental.

#*#*#

Na manhã seguinte, os olhos de Hermione localizaram uma fênix vermelha na janela. Ela abriu o vidro e a ave entrou, pousando em seu ombro.

Caras Srtas. Granger e Weasley,

Vocês saíram mais cedo do banquete ontem então estou comunicando-as agora que dentro do armário negro ao lado da porta foi colocado um par de vestes completas e mais algumas roupas adicionais para o dia-a-dia.

Quando enviei essa mesma carta aos Srs. Potter e Weasley eles me responderam perguntando como poderiam pagar por isto. Como disse a eles, isso não será necessário.

Atenciosamente,

Alvo Dumbledore.

Ela dobrou a carta e colocou na mesa de cabeceira de Gina. Passou os dedos pelas penas de Fawkes.

— Olá, Fawkes. Você não se lembra de mim. – a ave piou tristemente – Você salvou Harry e Gina daquele basilisco. É estranho pensar na Câmara Secreta de novo.

A ave encostou o bico no rosto da garota e depois levantou vôo. Hermione pegou uma muda de roupa e entrou no banheiro. Quando desceu as escadas, Harry e Rony estavam sentados ao lado de Minerva, Charlus, Septimus e Harfang.

— Bom dia.

— Bom dia. – eles responderam quase em coro.

Ela viu que vários alunos estavam com os malões arrumados, inclusive Septimus e Charlus.

— Estão embarcando para passar o natal em casa? – perguntou.

— Sim, dentro de meia hora estaremos em Hogsmeade. – disse Septimus.

— Vocês dois tem certeza que vão ficar? – perguntou Charlus a Minerva e Harfang.

— Nós temos, Chas. Somos monitores-chefes, e o Diretor requisitou nossa presença, e a de todos que puderem ficar nesses tempos obscuros. – respondeu a menina com o lábio inferior tremendo ligeiramente.

Tempos obscuros! Pensou Hermione. Se eles soubessem o que está por vir!

— É verdade que muitos nascidos trouxas optaram por ficar aqui? – perguntou Septimus com um tom preocupado na voz.

— Sim. – respondeu Harfang – Elinor e Robert Lovegood, da Lufa-Lufa, vão ficar; e também Alice Jeannings, da Corvinal; John Beggar; Charlotte Rommers e muitos outros. – informou Harfang – A saída no castelo é preocupante e permanência também. Parece que o herdeiro de Slytherin resolveu utilizar um momento muito oportuno para abrir a Câmara Secreta.

Um silêncio desconfortável se instaurou e a garota sentiu como se tivesse voltado novamente a seu segundo ano em Hogwarts, ela balançou a cabeça e avistou Gina passando pela porta.

— Olá. – cumprimentou a ruiva, Harry deu um sorriso bobo a ela e respondeu com um ‘oi’ quase inaudível.

— Acho que está na hora de irmos. – comentou Septimus.

Com um abraço, Minerva e Harfang se despediram dos dois. Hermione, Harry, Rony e Gina apenas deram um aceno de cabeça. Segundos depois, eles passavam pelo buraco do retrato com uma pequena multidão atrás deles. Mas, para a surpresa de Hermione, o Salão não ficou vazio. Grande parte de alunos grifinórios estavam sentados perto da lareira.

— Que acham de tomarmos café? – perguntou Minerva se dirigindo aos quatro.

— Seria ótimo. – respondeu Rony.

Minerva McGonagall fora, em sua juventude, quase tão severa como na meia idade. Era extremamente inteligente e atenciosa com quem merecia, não escondia o horror e a repulsa que a casa de Salazar Slytherin lhe trazia. Hermione reconheceu tanto da professora em si que por um momento se perguntou se o seu futuro seria tão brilhante como o dela.

Harfang Longbottom, diferente da amiga, não era severo. Tinha um ar de tristeza e inteligência. Nada parecia com Neville além da cor dos olhos e o cabelo escuro, os olhos eram perspicazes e atenciosos. Harfang percebeu que Hermione o encarava e corou violentamente. A castanha desviou o olhar e percebeu que já estavam na entrada do Salão Principal.

Ao se sentarem-se à mesa da Grifinória, uma coruja pousou ao lado de Minerva que pegou o pergaminho. Pagou à coruja e esta levantou vôo. A castanha reconheceu o pergaminho na mão da futura professora como uma versão mais nova e simples do Profeta Diário.

— Merlim! – exclamou Minerva, Harfang inclinou a cabeça para espiar o jornal da amiga e Hermione o viu empalidecer.

— O que houve? – perguntou Harry.

Minerva nada disse e Harfang corria os olhos pela notícia, o olhar enchendo-se de perguntas mudas. A castanha trocou um olhar rápido com Gina.

— Minerva? – ela estranhou chamar a mulher pelo primeiro nome, mas sacudiu a cabeça e a encarou – O que houve?

— Olhem isso. – ela entregou o jornal na mão da castanha, que sentiu os outros três se aproximando para ver melhor.

Os olhos da garota esquadrinharam a manchete no alto da página.

23 de dezembro de 1942

ÚLTIMO ATENTADO:

DEZ TROUXAS E QUINZE NASCIDOS TROXAS

DESAPARECIDOS NA ÚLTIMA QUINTA FEIRA EM LONDRES

Na última quinta-feira, por volta das três e meia, famílias de trouxas faziam compras no centro de Londres, dentre eles a família Brandon, uma família trouxa conhecida em todo país (o patriarca dos Brandon é um general responsável pela defesa do país na Segunda Guerra Trouxa). Quinta-Feira, essa família foi assassinada por seguidores de Grindelwald, que foram vistos por testemunhas oculares aparatando na cena do crime e dando vazão a essa terrível chacina.

A pergunta que não quer calar é: O que interessa a Grindelwald a Guerra Trouxa? Há rumores de que o bruxo está se envolvendo nesta para tomar o mundo trouxa e bruxo, exterminando os trouxas e nascidos trouxas pelo que ele chama de ‘bem maior’.

Um atentado como esse não passou despercebido aos trouxas, um jornal trouxa declarou que “isso deve ser coisa de forças Alemãs, devemos tomar mais cuidados do que antes”. Agora a militarização do país esta reforçada e estamos sendo praticamente expostos.

Nenhum bem é maior que o nosso anonimato. Aprendemos a viver longe dos trouxas e eles se iludem com a nossa não existência, mas Grindelwald parece que se esqueceu que na Idade Média, uma população de crianças bruxas e muitos trouxas inocentes foram queimados.

Por enquanto, o que nos resta fazer é torcer para que essa Guerra acabe.

Ross Skeeter

Quando Hermione parou de ler, ergueu a cabeça e encontrou o semblante preocupado de Minerva e Harfang.

— O que Grindelwald quer se metendo na guerra dos trouxas? – perguntou Harfang.

— Não sei, Harf. Mas já deu para ver que o homem é um louco, não um revolucionário como alega ser.

Os lábios contraídos da mulher se contraíram mais ainda. Gina cutucou Hermione e a chamou para um canto.

— Mione, temos que voltar!

— Eu sei. Mas nós vamos ter que ficar por três meses! Você ouviu Dumbledore o vira-tempo...

— Mione você corre perigo! – Gina estava em pânico, só o pensamento de que a amiga poderia ser morta fazia seus olhos lacrimejarem.

A castanha passou a mão pelo rosto e de repente uma ideia lhe ocorreu.

— Não corro, não mais do que no presente... Se ninguém souber o que sou...

— Como?

— Dumbledore não sabe a natureza de nossos sangues. E se ele soubesse não diria, se ele não o questionou ninguém mais o fará.

— Mas eles podem ver pelos sobrenomes. Potter’s e Weasley’s estudam em Hogwarts...

A castanha suspirou. Sua ideia era um tanto perigosa, se alguém descobrisse a verdade, mas não deixaria Gina assim. Era sua melhor amiga e não queria vê-la sofrer por sua culpa.

— Vai ficar tudo bem, Gin. 

#*#*#

Hermione, Minerva e Gina estavam sentadas na Mesa da Grifinória, no Salão Principal, depois de um dia exaustivo. Todo o castelo parecia estar com seu ambiente sombrio, todos comentavam os ataques a família de trouxas e todos temiam por si e por amigos.

Bom, nem todos. Constatou Hermione ao ver um grupo de Sonserinos rindo ao entrar no Salão. Ele era formado por nove pessoas, três garotas e seis rapazes.

Minerva bufou baixinho e apertou o suco de abóbora com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos.

— O que foi?

— Nada – ela respondeu de imediato.

— Minerva – Gina falou e parecia se esforçar para não rir de chamar a professora pelo primeiro nome – parece que algo está te incomodando.

— É só que... Esses sonserinos, será que eles não vêem? Tem pessoas morrendo, sendo petrificadas e tudo que eles fazem é se exibir por seu maldito puro sangue! Eu tenho puro sangue, meninas, mas não é por isso que acho que quem não tem não merece meu respeito!

A garota tomou o suco de abóbora e Gina e Hermione se permitiram um olhar para a mesa da Sonserina.

— Quem são? – perguntou Gina à Minerva, que parecia mais calma.

— É uma espécie de clube. Não sei direito, mas sei que são como seguidores de um rapaz, Tom Riddle.

Hermione sentiu todo o seu sangue sair do rosto, olhou para Gina que estava quase tão lívida como na noite anterior. Acalme-se Hermione! Vocês já sabiam que Tom Riddle estudava em Hogwarts! Ela lançou um olhar a Gina que já tinha recuperado a coloração nas bochechas e agora observava com muita atenção o prato a sua frente.

— Vocês estão bem? – perguntou Minerva, parecia preocupada e ao mesmo tempo desconfiada.

— Estamos. – respondeu – Mas quem é Tom Riddle? – ela tentou parecer indiferente, mas falhou.

— Bom, pouco se sabe dele – respondeu McGonagall ainda parecendo desconfiada – nunca o vi em nenhum outro lugar sem ser Hogwarts ou Hogsmeade, é um ótimo aluno e bonito, também... Mas é muito preconceituoso, não é fácil de perceber, ele sabe disfarçar, engana a todos e ainda leva o título de melhor aluno do ano.

Pela segunda vez a garota bufou e Hermione voltou a examinar o estranho grupo de sonserinos na mesa, duas das garotas eram loiras e a outra tinha cabelos negros e enrolados que fez Hermione lembrar imediatamente de Bellatrix Lestrange. Uma das loiras voltou seu olhar para a castanha, que desviou quase imediatamente.

— Quem é aquela? – ela perguntou em um cochicho para Minerva.

— Aquela é Amatha Yaxley. E o garoto ao seu lado é Abraxás Malfoy, seu namorado, ou coisa assim.

— Ela parece ser bem intragável. – comentou Gina, olhando por cima do ombro.

— E é. – Minerva franziu a testa – Na verdade, todo aquele grupo é. Mas ninguém perde para Jade Bulstrude, a namorada de Tom Riddle.

O choque e uma vontade histérica de dar risada preencheram Hermione. Se Voldemort já teve namorada qualquer um pode ter. Ela se controlou rapidamente e olhou para Gina que bebia seu suco e evitava o olhar da amiga a todo custo.

— Essa Jade está ai?

— Na verdade, não. Deve estar com Riddle. Ai estão Druella Black, a loira baixinha ao lado da morena, que é Walburga Black. Aquele ao lado de Abraxás é o irmão gêmeo de Walburga, Cygnus; e do lado dele está Órion, primo de Walburga e Cygnus; do lado de Órion está Gunther Avery, ele é do meu ano e não é nem um pouquinho agradável.

A castanha pensava que Bellatrix Lestrange havia sido a primeira comensal mulher de Voldemort, mas pelo jeito se enganara. O que a horrorizou mais foi o fato de Walburga e Druella serem mais novas que Gina.

— O que vocês estão fazendo? – perguntou Rony que chegou com Harry e Harfang atrás dele.

— Onde vocês estavam? – indagou Minerva para Harfang quando este se sentou.

— Eu fui mostrar o campo de quadribol para eles – e indicou Harry e Ron com a cabeça – mas está uma chuva muito forte e está escuro, então nós voltamos. Do que vocês estavam falando?

— Do “bando” do Riddle. – Minerva respondeu e Hermione percebeu que os olhos de Rony se arregalaram um pouco e Harry desviou os olhos do livro do Príncipe Mestiço. Hermione contraiu os lábios ao ver o livro, mas permaneceu em silêncio.

— Bando? – ele perguntou e Harfang começou a explicar.

A castanha não levantou, não queria pensar que Riddle já tinha começado a criar seu séquito e com um último olhar para a mesa da Sonserina, pediu licença e saiu. Gina que também parecia entediada e preocupada seguiu a amiga.

— Vamos à biblioteca? – perguntou Hermione já seguindo o tão conhecido caminho.

— Claro. – a ruiva respondeu, um tanto desanimada. A biblioteca parecia familiar, nela não havia tantas diferenças entre 1996 e 1942, era a mesma. Trazia o mesmo conforto e o mesmo silêncio.

De trás de uma pilha de livros saiu uma moça de aparentemente 30 e poucos anos, tinha os cabelos negros e aspecto severo.

— Boa noite. – disse Hermione.

— Boa noite, Srtas...

— Hermione Granger e Gina Weasley.

— Vocês vieram do futuro, não?

— Sim. – respondeu Gina.

— Meu nome é Jean Pince, se precisarem de mim podem me chamar. – ela deu um sorriso amável e o aspecto severo pareceu esvair de seu rosto. Hermione assentiu e procurou entre as fileiras de livros um que a agradasse.

— Aquela era a mãe de Madame Pince ou é coisa da minha cabeça? – perguntou Gina.

— Parece, Gin. – ela escolheu um título que falava sobre vira-tempos (O jogo do tempo) e levou para a mulher, esta abriu na última página e escreveu o nome de Hermione. Devolveu o livro e as duas garotas encaminharam-se para o dormitório.

#*#*#

Hermione estava cansada de ficar no dormitório, estava com vontade de sair dali, espairecer. Gina acabara de entrar no banho e ela calculava que não voltaria tão cedo, se encaminhou até a porta, abriu e saiu do quarto. Passou silenciosamente pelo Salão Comunal, não queria acordar ninguém, e quando deu por si estava nos corredores do castelo. Assumiu que era muito perigoso ficar ali e teve a ideia de ir ao jardim.

Ao passar pelo lugar que deveria ficar o Salgueiro Lutador e a Cabana de Hagrid seu coração se apertou. A chuva estava mais fraca, mas gotas grossas caiam sobre a cabeça e o corpo da garota.

Ela se sentou na gelo e observou o céu. Um barulho de passos a alertou e ela olhou para trás. O monitor da outra noite estava parado, observando-a.

— Daqui a pouco vou começar a ter certeza de que está me seguindo. – ela disse.

Ele, para sua surpresa, sentou no chão ao seu lado e a encarou. Ela se perdeu nos olhos dele, eram tão lindos, naquela bela coloração de verde que lembrava o castanho.

— A Srta. ignorou meu aviso. É perigoso andar por ai e...

Ele se interrompeu ao ouvir Hermione bufar, ela não temia a Câmara Secreta. Sabia muito bem o que tinha lá. Já tinha visto o basilisco e já fora petrificada por ele, mas mesmo assim não o temia, ninguém sabia que era nascida trouxa.

— Por que está bufando?

Ela desviou o olhar para o lado congelado, era uma visão linda a luz da lua cheia.

— Não tem medo da Câmara dos Segredos? – ele perguntou arqueando uma sobrancelha.

— Não. – ela murmurou muito baixo, mas algo lhe disse que ele ouviu.

— A Srta. é puro sangue?

Hermione ruborizou e ele percebeu. Não tinha nada mais a atribuir a sua coloração escarlate além de como ele lhe chamara sem que ele desconfiasse de alguma coisa. Lembrou do quanto Gina ficara abalada mais uma cedo. Aquilo era questão de segurança.

— Pare de me chamar de Srta. Chega a ser irritante. É sou puro sangue, sim.

Ela virou-se para encará-lo e seu coração disparou, ele dava um sorriso muito discreto, na verdade era apenas um curvar de boca, mas era irresistível. Muito irresistível. Ela desviou o olhar de novo, e um sorriso brotou no canto de sua boca. Que coisa mais ridícula!

(N/A: link da música: http://www.vagalume.com.br/adele/set-fire-to-the-rain-traducao.html)

E quando ela se virou novamente o rosto dele estava muito perto, tão perto que seus narizes se encostavam. Sua consciência mandava que ela saísse dali, mas sua sanidade mental não queria obedecer, era convidativo demais. A boca dele encostou-se à sua, e partir naquele momento ela não respondia mais por si.

 

Eu deixei cair, meu coração,

E enquanto ele caía, você surgiu para reivindicá-lo.

Estava escuro e eu estava farta,

Até que você beijou meus lábios e me salvou.

Minhas mãos, eram fortes, mas meus joelhos eram demasiado fracos,

Para permanecer em seus braços sem cair aos seus pés,

Mas há um lado, em você, que eu nunca soube, nunca soube.

Todas as coisas que você diz, nunca foram verdade, nunca foram verdade,

E os jogos que você jogaria, você sempre ganharia, sempre ganharia.

 

Ele a beijava, Hermione nunca pensou que se sentir assim. Não que nunca tivesse beijado. Seu primeiro beijo fora com Krum. Mas ele era diferente, era como uma carga magnética, ele a puxava para ela e ela se sentia bem. Estranha, mas bem.

 

Mas eu ateei fogo à chuva,

E fiquei vendo ela cair enquanto eu tocava seu rosto,

Bem, ela queimava enquanto eu chorei,

Porque eu a ouvi gritando seu nome, seu nome!

 

Ela passava as mãos pelo cabelo dele, sua sanidade mental não queria responder. Ela não via nada de errado, naquele momento o errado parecia sair dali, deixá-lo. Ele, que ela nem sabia o nome.

 

Quando deito, com você, eu poderia ficar lá,

Fechar meus olhos, sentir você aqui para sempre,

Você e eu juntos, nada é melhor!

Porque existe um lado, de você, que eu nunca soube, nunca soube.

Todas as coisas que você disse, nunca foram verdade, nunca foram verdade,

E os jogos que você jogaria, você sempre ganharia, sempre ganharia.

 

Mas de repente um pensamento atingiu-a como a maldição cruciatus. Rony. Ela amava Rony, como podia estar beijando outro cara, como? Hermione Granger não era esse tipo de garota, ela se desgrudou dele.

 

Mas eu ateei fogo à chuva,

E fiquei vendo ela cair enquanto eu tocava seu rosto,

Bem, ela queimava enquanto eu chorei,

Porque eu a ouvi gritando seu nome, seu nome!

Eu ateei fogo à chuva

E eu nos atirei às chamas

Bem, sentia que algo morreu,

Porque eu sabia que era a última vez, a última vez!

 

— Aonde você vai?

— Me solta!

Ela correu, não sabia a direção, só sabia que corria. Era a única coisa que mandava suas pernas fazerem.

 

Às vezes eu acordo ao lado da porta,

Aquele coração que você apanhou deve estar esperando por você

Mesmo agora, quando já terminamos

Eu não posso evitar ficar te procurando.

 

Quando parou de correr ela estava na Floresta Proibida, dentro dela e não fazia ideia como sair dali. Quando ela tinha se tornado essa garota? E Ron, Merlin, seu Ron. Eu o amo, amo seu sorriso sincero, suas piadas... Mesmo que ele esteja com Lilá. Mesmo que... Merlim! O que está acontecendo comigo?

 

Eu ateei fogo à chuva,

E fiquei vendo ela cair enquanto eu tocava seu rosto,

Bem, ela queimava enquanto eu chorei,

Porque eu a ouvi gritando seu nome, seu nome!

Eu ateei fogo à chuva

E eu nos atirei às chamas

Bem, sentia que algo morreu,

Porque eu sabia que era a última vez, a última vez!

 

Oh oh oh oh oh ...

 

Deixe queimar...

 

Ela se sentou no tronco de uma árvore e recostou-se lá, queria paz, na verdade queria esquecer toda a burrada que fizera. Um barulho de galhos secos se partindo a alertou de que não estava só.

 


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam?
Me falem, me falem! Quero muito saber a opinião de vocês.
:*